1.10.07

Gordas & magras



A Rosablu me mandou o link do site/blog de Isabelle Caro, a moça com anorexia clicada por Oliviero Toscani para a campanha da Nolita, No Anorexia.

Dentro daquele corpo punk mora uma pessoa simpática, com senso de humor, coragem e carinho pelos animais. Suas fotos são sempre chocantes; é óbvio que ela é uma pessoa muito, muito doente.

Mas o diabo é que o nosso mundo está tão deformado em termos do que é ou não bonito, e do que é ou não socialmente aceitável, do ponto de vista estético, que, por mais que faça, não consigo sentir qualquer empatia por uma pessoa cujo problema é ser magra demais.

Simpatia, toda; comiseração, idem; mas empatia, zero.

Já li muito sobre anorexia, sei que é uma doença séria e freqüentemente letal, mas não consigo me pôr na pele de quem sofre disso; para dizer a verdade, como alguém que passou a vida lutando contra a balança (e levando a pior na maior parte do tempo), não acharia inteiramente ruim ter um distúrbio alimentar que me tornasse mais magra do que mais gorda.

É óbvio que Isabelle equivale, em termos de doença, ao avesso de uma obesa mórbida. Pelos meus padrões de "doença", eu não estaria no seu patamar, mas sim lutando contra algo entre quinze e cinco quilos a menos do que deveria ter, o que não me parece absolutamente mau.

Estou dizendo uma besteira? Provavelmente. Como todo mundo, eu queria ter o peso adequado à minha altura e ao meu biotipo, e ter passado a vida nele. Isso teria sido o ideal -- mas o meu DNA não veio programado para esse ideal.

Olho as fotos e penso: "Engorde, garota! É tão fácil..."

E continuo achando que, não tendo tido a sorte de vir de fábrica com o peso ideal, entre ser magra demais e gorda demais, eu ficaria, sem pestanejar, com a primeira opção.

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