A praça continua em obras, mas numa das esquinas ficou pronto o Alexa, um lindo shopping do tamanho certo, com lojas como a Zara e a H&M, que eu adoro.
Os preços, em comparação com os do Brasil, estão ridículos de baratos. Dá vontade de levar tudo; mas, bem-comportada, comprei apenas um casaquinho de capuz para enfrentar o mundo lá fora, e fui andar pela rua. Desisti de alugar bicicleta porque a idéia de ampliar o frio com vento na cara não me apeteceu em nada; em vez disso, fui seguindo pela Unter den Linden, cumprimentando os prédios que já me são familiares e parando para tirar fotos aqui e ali.
Não sei do que gosto mais, se de conhecer lugares novos, ou de rever lugares que já conheço. As duas experiências são muito diferentes, e acho que eu poderia produzir longas teses defendendo alternadamente uma e outra.
O Millôrzinho é que está certo: se aqui desse praia, eles não tinham escrito a metade da filosofia que escreveram.
Num ou noutro cantinho mais ensolarado e protegido do vento, eu parava para tentar descobrir o que está acontecendo com os celulares. Levei o N95 (com um simcard local, da T-Mobile) e o SE K790 (com meu simcard Tim do Rio).
Mandei uma quantidade de imagens pelos dois; fracasso completo.
O pior é que os danados dão as mensagens como enviadas. O dinheiro do T-Mobile foge pelo ralo a uma velocidade alarmante, e tenho certeza de que, quando voltar ao Rio, a Tim vai me cobrar uma nota considerável por figuinhas jamais entregues.
Troquei os simcards, refiz configurações e... nada. Vocês não imaginam como isso é frustrante para mim! Por enquanto, a única explicação que encontro é o sistema de telecomunicações daqui, que nos deu surras homéricas durante a Copa.
Amanhã, se tiver tempo, vou comprar um simcard Vodafone, para ver no que dá.
Estou pasma com a diferença de qualidade dos serviços de telecom entre Alemanha e Inglaterra. Londres está a anos-luz de Berlim. Na verdade, arrisco dizer que mesmo no Brasil estamos melhor do que os alemães em termos de telefonia móvel.
Pois enquanto eu tentava matar a charada dos celulares, alguém passou por mim e deixou cair no meu colo uma foto meio escura, obviamente revelada às pressas.
Reconheci a Capi, reconheci o Café Balzac (onde tomei um café horas antes), mas não tenho idéia de quem é que está com ela. Estranho, muito estranho.
Amanhã preciso ter uma conversa séria com essa roedora.
Ah, sim, esqueci de dizer uma coisa: Não é apenas a impossibilidade de subir as fotos que está me dando no nervos. Ontem não fui jantar com o pessoal para poder escrever a coluna. Bom. A certa altura, a internet somiu do radar. Liguei e desliguei o modem, liguei e desliguei o notebook e, finalmente, liguei para a recepção.
Ocupado.
Liguei de novo.
Ocupado.
E mais uma vez.
Liguei de novo.
-- Vocês podiam me informar se há algum problema com a inter...
-- HÁ! E JÁ ESTAMOS TRABALHANDO PARA RESOLVÊ-LO!
Agradeci, guardei meu alemão humilde no saco e desliguei. O hotel tem 1125 quartos, todos ocupados no momento pelo povo do congresso. Se um décimo dessa gente ligou para reclamar, a pobre moça exasperada que me atendeu conta com toda a minha simpatia.
Mas, ainda que a coluna não tenha nada a ver com a internet, e ainda que pudesse ter sido escrita à mão se necessário fosse, fiquei tão aborrecida com as sucessivas frustrações tecnológicas do dia que só consegui dar o texto por terminado às seis da manhã.
Nem a árvorezinha de Natal USB que ganhei de presente conseguiu melhorar meu humor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário