16.4.07
Fiquei muito sentida com a morte da Maria Lenk, grande amiga e colega da Mamãe, e mais célebre das "sereias vintage".
Convivemos relativamente pouco, porque os campeonatos são de manhã e, também, porque nos faltavam assuntos em comum -- verdadeira máquina de nadar, a Maria só falava de natação, assunto no qual eu, sem trocadilho, bóio completamente.
Ainda assim, era um prazer vê-la em atuação. No mundial de Riccione, há três anos, ela acabara de sair de uma complicada cirurgia no quadril. Estava com 89 anos. Precisava de muleta para andar, e era com grande sacrifício que ia até a piscina; uma vez na água, porém, estava em seu elemento.
Tenho certa implicância com a expressão "lição de vida" -- mas não encontro outra forma para definir a sua atitude. Qualquer outra pessoa teria ficado em casa, teria evitado a longa viagem e os desconfortos do campeonato, onde mais se espera do que se nada.
Não a Maria Lenk, que não era a campeã que era à toa.
Desde então, sempre que penso em desistir de alguma coisa por causa de uma contrariedade qualquer, me lembro dela.
Quem consegue chegar aos 70 com a garra e a determinação com que ela chegou aos 92, pode dizer que venceu na vida.
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