Republico a coluna por causa de
duas ou três coisas que escrevi aqui e disse lá.
Discutindo a pirataria, no CCBB
Vai ao ar amanhã, no CCBB, mais um módulo do ciclo de debates "Piratas da Cultura - comunicação e cidadania", que acontece todas as terças do mês no auditório do 4º andar. A idéia do curador do ciclo, o professor João Maia, da Faculdade de Comunicação Social da UERJ, é propor a ampliação da visão sobre a pirataria, deslocando a discussão do âmbito jurídico para o âmbito antropológico. Trata-se, em suma, de pensar a pirataria como uma estratégia popular que, de certa maneira, democratiza o acesso a bens culturais antes restritos a certos circuitos.Esta vossa escriba participa do "capítulo" de amanhã, às 18h30, junto com Dagomir Marquezi, da "Info", Carlos Albuquerque, aqui do GLOBO, e Sérgio Branco, da Fundação Getúlio Vargas. Vou falar sobre pirataria tecnológica, uma área muito polêmica, a despeito do que pretendem fazer crer as associações de produtores de software, que desde que os primeiros computadores nasceram, queixam-se amargamente dos "prejuízos" que lhes são impostos pelos piratas.
Para mim, o próprio termo "pirata" não tem a conotação que lhe atribuem; quem vende software produzido por outros é ladrão, e ponto. Acho ingenuidade ou má fé pôr no mesmo saco essas pessoas, que agem em busca de um lucro ilícito, e usuários que trocam programas, sem qualquer ganho, em busca de conhecimento.
Já escrevi inúmeras vezes sobre isso. Os produtores cometem o erro básico de imaginar que todas as pessoas que copiam programas - ou, hoje, dada a disseminação geral do roubo puro e simples, compram programas a dez real - comprariam os seus produtos pelos preços praticados no mercado oficial.
Um software que é muito interessante como distração, sem custo, some da lista de prioridades quando custa uma pequena fortuna. Ainda não se inventou melhor forma de combate à pirataria do que preços razoáveis.
(O Globo, Infoetc., 16.4.2006)
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