20.9.04








Jantar

Esta é uma das freguesas dos pescadores aqui do Cantagalo, ligeiramente entalada com o jantar: este inchaço no pescoço não é inchaço, mas o pobre de um peixe, cujos últimos movimentos a gente ainda podia ver no gogó da garça.

Eu deveria ficar com pena do peixe -- na verdade, tenho a maior dó dos peixes que ficam pulando no chão, morrendo de falta de ar -- mas, no caso, acho tão fascinante a forma como as garças se alimentam, que acabo hipnotizada pelo processo, tão veloz que mal consigo fotografar.

Hoje dei sorte, já que a companheira pernalta foi um pouco mais esganada do que de hábito.

Vi os quero-queros, mas não consegui fotografá-los; estava muito escuro. E assim, depois de acompanhar o jantar da garça, saí correndo para ver se ainda pegava a capivasca lá do outro lado. No meio do caminho, meu estilo inconfundível na bicicleta me denunciou, e fui reconhecida pelo Fernando, um dos leitores do blog, que estava andando com o filhinho; ele me deu o mapa da mina das tartarugas do Piraquê, minha próxima meta fotográfica.

Valeu, Fernando! Muito obrigada!

Ah, sim: consegui encontrar a capivara, que estava pastando encoberta pelo mato. Fiz meia dúzia de fotos às cegas, com o flash, e depois fiquei conversando com o vendedor de coco enquanto admirávamos aquela sombra roliça, ao longe.

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