26.7.04



O Caso Pipoca

Agora que afinal estamos todos reunidos diante da lareira, passo aos fatos -- que, honestamente, ainda não consegui entender de todo. Vou pular a parte do seqüestro e da queixa na delegacia, que vocês já conhecem, e começo do meio da semana passada.

  • Depois de um telefonema dos investigadores, a dona do carro suspeito finalmente telefonou para mim, de São Paulo. Repetiu o que havia dito à polícia e, anteriormente, ao Zeca, marido da Leila, Mãe de Todos os Gatos: ela não sabia de nada, nem tinha noção do que pudesse ter acontecido. Queixou-se de que estavam ligando muito para a casa dela. Acabava de voltar do hospital onde o filhinho de seis meses estivera internado por causa de uma pneumonia. O carro estava em São Paulo e não saíra da garagem nos últimos 15 dias. Eles têm cachorros, não teriam uso algum para um gato.

  • Fiquei consternada. A gente dá uma queixa contra alguém que roubou o gato, mas não quer causar transtornos a inocentes, obviamente. Pedi muitas desculpas pela eventual chateação, mas expliquei que se tratava de um animal muito querido e observei que a questão do carro era séria. Ou era o carro deles, ou era um carro clonado. Sugeri que procurasse o Detran para ver se havia alguma coisa que indicasse a segunda opção. Desejei melhoras para o filhinho e nos despedimos. Cordialmente, suponho.

  • Alguma coisa na conversa estava errada. Não sei dizer o quê, mas arrisco que tenha sido a falta de surpresa. Se alguém me dissesse que o meu carro estava envolvido no roubo de um suricato em Curitiba, por exemplo, eu ia querer todos os detalhes da história. O Zeca já tinha tido essa mesma impressão.

    (Continua!)
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