7.4.04



Vestido para matar

Desde que a polícia carioca apresentou o caseiro Jossiel como assassino confesso do casal Staheli -- e que o secretário de segurança (!) fez aquele papel patético de aparecer ao lado do "monstro", como se tivesse solucionado pessoalmente o caso -- tenho pensado no problema das camisetas.

Sei que é muita futilidade me deter num detalhe desses diante de tal tragédia, mas realmente fiquei pensando no que estaria passando pela cabeça do pessoal da Essencial ao ver a sua marca exposta com tal destaque em circunstância tão pouco edificante.

No dia seguinte, um dos diretores da Mary Zaide, dona da grife, deu uma declaração ao Joaquim, dizendo que aquela era apenas uma camiseta promocional feita para um evento, daquelas que as pessoas passam para os empregados, etc.

Ficou meio esquisita a declaração, mas é compreensível que o rapaz não soubesse o que dizer. Afinal, o que é que se pode fazer diante disso? Se você vende roupas, está sujeito a vê-las usadas por todo o tipo de gente, de caseiros suspeitos a secretários de segurança.

Isso, no entanto, me trouxe à cabeça uma velha dúvida que volta e meia se manifesta: o que leva certas empresas a fazer camisetas promocionais tão feias?!

Produzir uma camiseta feia ou uma bonita custa o mesmo preço. Muitas das camisetas que a gente ganha por aí são excelentes como acabamento, e eu não teria nada contra usá-las no dia-a-dia... se não fossem tão espaventosas.

Há tempos me pergunto porque a Brahma, por exemplo, não faz umas camisetinhas mais maneiras, que a gente gostasse de usar, em vez dos monstrengos que distribui no carnaval. Não era melhor para a marca ver uma ocasional celebridade flagrada fazendo ginástica ou indo à praia com o seu modelinho mais discreto?

Enfim.

Tou só pensando em voz alta.

Mas que nunca vou entender a política das camisetas horrendas, lá isso não vou.

Ah, sim: no dia seguinte, o caseiro apareceu com uma camiseta do Yahoo.

E, como seria de esperar, desdisse tudo o que disse ao Coronel Bolinha na tevê.


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