5.4.04



Recuperando dados... em casa!

Há coisa de dois meses perdi um disco rígido inteiro. Lá se foram 120 gigabytes, não todos ocupados, naturalmente, mas mesmo assim o suficiente para me dar uma baita dor de cabeça. Várias empresas se especializam na recuperação de dados; mas aproveitando o limão oferecido para fazer a proverbial caipirinha, decidi procurar uma solução mais rápida e, possivelmente, mais barata. Eu tinha backup de boa parte dos dados, e podia continuar trabalhando sem aquele HD; não se tratava de um caso de UTI.

Percorri sites de segurança e de downloads, li blogs e comentários de usuários, rodei programas que ou não conseguiam enxergar o disco doente ou liam tudo — mas sem a estrutura de diretórios e sem os nomes dos arquivos. Finalmente achei um software, com o sugestivo nome de “Get Data Back” ( em www.runtime.org), que não só encontrou direitinho o disco, como foi capaz de ler todos os dados que lá estavam, com respectivos diretórios.

Tirando a óbvia perda de tempo, a recuperação dos dados transcorreu sem maiores problemas. A US$ 69, o “Get Data Back” provou ser ótima compra, com uma vantagem extra: em modo demo, ou seja, de graça, ele lê o que há no disco perdido. O usuário só paga se quiser de fato recuperar os arquivos encontrados, copiando-os para local seguro.

Os programas de recuperação de dados devem, sempre, ser instalados num disco diferente do danificado. Um dos segredos da recuperação é não gravar absolutamente nada no HD doente, de onde os programas apenas lêem os dados, como se os estivessem escaneando. Uma vez lidos, eles são salvos no outro HD, onde se instalou o programa — um disco livre de problemas e com espaço suficiente, é claro, para armazenar o que se quer recuperar do falecido.

Advertência: se você tem medo de computador, ou se a sua vida está inteirinha naquele HD detonado, recorra aos serviços de um profissional da área. E se a sua máquina está perfeita, com tudo funcionando direitinho, aproveite: este é o momento ideal para fazer um bom backup dos seus dados.

* * *

Por falar em disco rígido, para mim, o grande milagre da informática não está na velocidade dos processadores, mas na multiplicação da armazenagem. Meu primeiro HD, do tamanho de um tijolo, com míseros 20Mb, custou US$ 750, ou US$ 37,50 por megabyte; hoje, discos de 200Gb não são incomuns — um Seagate Barracuda 7200.7 sai, nos EUA, a cerca de US$ 160 — ou seja, insignificantes frações de centavo por megabyte.

Isso sem falar no tamanho cada vez menor que a armazenagem ocupa: basta ver os cartões de memória cada vez menores e mais poderosos que usamos em nossos PDAs e câmeras digitais. A própria Seagate, aliás, acaba de lançar uma linha de HDs de 2,5”, a Savvio, com até 73Gb para uso empresarial, quer dizer, duros na queda: além de serem 70% mais compactos do que os habituais discos de 3,5”, os bichinhos consomem 40% menos energia e têm tempo de busca do processador 15% mais rápido. E vocês viram aqui, há três semanas, o micro micro drive da Toshiba, que deve chegar ao mercado com 3Gb, ou seja, bem umas 150 vezes maior do que o meu primeiro HD — aquele, que eu nunca esqueço.

Moda online

Lula Rodrigues está assinando uma coluna semanal no recém-inaugurado site da TNT. Eu adoro o Lula, que curte moda na medida certa e sabe, como ninguém, ver o humor que se esconde por trás de tantas sedas, desfiles, alfinetes. Na coluna de estréia, que fica no ar até sexta que vem, tudo sobre o homem de saia.


(O Globo, Info etc., 5.4.2004)

Nenhum comentário: