30.11.03




Vamos ajudar a Suipa!

Muitos de vocês conhecem o Riccardo Naman aqui dos comentários. Ele é da Suipa, uma sociedade que realmente trabalha em prol dos animais de rua, e que sobrevive única e exclusivamente de doações e do trabalho de voluntários; não recebe um ceitil do governo.

Pois lá no fotolog do Riccardo eu vi a imagem acima, com um pedido de help. Transcrevo o que ele escreveu:
"Chegou a hora de fazer um pedido aos meus amigos. Preciso que vocês me ajudem com uma cota de R$ 15, para que possamos comprar URGENTE uma unidade de resgate para a SUIPA. Tenho certeza de que não será dificil, e que vou conseguir isso dos meus amigos!

Precisamos salvar mais vidas.

Recebemos, diariamente, e-mails e telefonemas de pessoas que viram um animal ser atropelado e não têm como ajudá-lo, levá-lo para a SUIPA ou mesmo para outro veterinário... Também recebemos ligações de pessoas que querem esterilizar, vacinar, consultar seus animais e não têm carro, e de pessoas que querem doar jornais, produtos para o nosso bazar, eletrodomésticos, etc.

Infelizmente, por não ter um veículo próprio, a SUIPA quase nunca pode ajudar essas pessoas e, principalmente, ajudar os pobres FOCINHOS CARENTES que precisam de nós.

Pensando nisso, decidimos fazer uma campanha para angariar fundos e comprar um veículo. Pensamos em um Fiorino, do tipo furgão, que não é muito caro e pode ser adaptado para transportar gatos e cães de pequeno, médio e grande porte.

Para facilitar as doações, criamos cotas de valores pré-fixados:

  • Cota 1 - R$ 15,00 (são necessárias 1.670 doações para comprarmos o veículo)
  • Cota 2 - R$ 25,00 (são necessárias 1.000 doações para comprarmos o veículo)
  • Cota 3 - R$ 40,00 (são necessárias 625 doações para comprarmos o veículo)
  • Cota 4 - R$ 65,00 (são necessárias 385 doações para comprarmos o veículo)
  • Cota 5 - R$ 100,00 (são necessárias 250 doações para comprarmos o veículo)

    Doacões poderão ser feitas -- até por cartão de crédito -- lá mesmo no SITE.

    Quem quiser a conta para depósito, aí vai:

    Banco Itaú
    Agência 0584
    Conta 32833-0
    Favorecido: Sociedade União Internacional Protetora dos Animais

    CNPJ: 00.108.055/0001-10

    Só peço que me passem um email com o nome e dizendo que fez o depósito para naman@ajato.com.br."
  • Historinha edificante sobre nossos políticos: no governo passado, quando o Conde (é, esse mesmo, o vice-governador da Rosinha) era prefeito, prometeu à Suipa um grande terreno, onde os bichos poderiam ser bem abrigados. Foi uma festa -- que deu muitas matérias em todos os jornais, onde o Conde apareceu nas fotos, sorridente, ao lado do povo da Suipa e de alguns animais.

    MENTIRA.

    Na época, eu mesma conversei com ele, que me garantiu que a situação estava encaminhada, resolvida, o escambau.

    TUDO MENTIRA.

    A Suipa nunca recebeu o tal terreno.

    E eu vou me lembrar disso nas próximas eleições.


    Alô, gente: socorro para os humanos, também...!

    Escreve a minha amiga Bia Badaud, médica gente boa:
    "Os bancos de sangue do Rio 'tão vazios.
    Tem gente morrendo, por isso, por aqui.
    Só lembrando, porque aids você evita, e tal, já acidentes, nem sempre se evita.
    Eu gostaria de ver uma campanha por doação de sangue, também.
    Que fizesse as pessoas não só enfeitarem o blog, mas partirem pra ação.
    Sei lá.
    Ainda estou chocada com a morte do garoto a quem não pudemos ajudar, porque não tinha sangue nos bancos."


    É amanhã!



    Gatinhos da Fal!

    Tem gente que acha o máximo bicho com pedigree. Eu, por exemplo. A diferença é que o que eu considero pedigree é meio diferente do que as pessoas que curtem bichinhos de raça levam em conta.

    Por exemplo: estão disponíveis em São Paulo, nesse exato momento, alguns gatinhos da mais alta estirpe. São uns vira-latas pelo-curto-brasileiros lindos, que -- atenção! -- vêm da casa da Fal. Gente, fala sério: não é para qualquer um isso, poder ter gatinhos da Fal e, assim, se tornar indiretamente aparentado com uma mulher como aquela...!

    Se você é paulista e sabe o valor que tem uma coisa dessas, corra. Acho que ela está aceitando encomendas pelo seu famoso Livro de Visitas.

    29.11.03



    Água!

    Chove calamitosamente no Rio; sete pessoas já morreram. Pode, isso?! Gente ainda morrer por causa de chuva...





    Ainda agora, a 15 minutos da inauguração da árvore, as coisas estavam assim: tristes!!! Chove à beça aqui em frente. Segundo colegas do jornal, a seguradora está confirmando a inauguração, mas o concerto certamente já era. Tsk, tsk.




    A inauguração da árvore de Natal da Lagoa acontece hoje, sábado, às 20h. Rubber Vall sugeriu, e eu achei legal, a gente marcar um ponto de encontro para os fotologgers cariocas que estejam por lá e queiram dar um alô uns pros outros.

    Na minha opinião, baseada em observação da festa nos anos anteriores, isso não vai ser muito fácil; mas, se a gente estiver na área, não custa tentar, né?

    A idéia, então, é fazer uma espécie de mini meetup, às 19h, no primeiro quiosque do lado de Ipanema, logo depois da árvore para quem vem do túnel. Este quiosque é pequeno, fica meio escondido entre as árvores e é bem na beira da ciclovia.


    Em português!

    Os 10 Maiores Perigos de se Viver na Blogosfera.

    Valeu, JCCyC! :-D

    28.11.03



    Diálogo

    Do Silva Pinto, extraordinário fotógrafo angolando, respondendo a um (como sempre!) anônimo covarde que se assinou "Black and White" nos comentários do seu fotolog:
    Black and White: "Não me digas que em Angola não há um garoto branco...um velho de olhar terno para fotografar? E já agora um pedido... não alteres muito os tons ao céu... com programas de fotografia... perde a graça... ao naturele... é bem mais bonito. Abraço!"

    Silva Pinto: "Garoto branco, garoto negro, garotos “todos iguais, todos diferentes”, todos garotos, será que assim é, será que é assim que as coisas acontecem na minha realidade.

    Bom, como tu deves saber eu vivo em Luanda – Angola, vivo em África onde a população negra é maioritária. Em Luanda, há garotos brancos sim, há meninos e meninas brancas, há meninos e meninas negras. Se me perguntares se vivem todos da mesma maneira, estou tentado a dizer-te, sem te mentir, que não, que a esmagadora maioria dos meninos negros da minha terra não vive da mesma maneira que a maioria dos meninos brancos.

    Os meninos brancos de Luanda, são em regra, filhos de expatriados trabalhadores das petrolíferas, das ONG’s, das companhias estrangeiras a operar em Angola, do Corpo Diplomático acreditado em Angola, e de poucos cidadãos Europeus que por razões profissionais cá se fixaram ou por cá se deixaram ficar. Maioritariamente estrangeiros portanto, vivem nos luxuosos e caríssimos bairros residenciais de Luanda, em enormes casas cercadas de muros altos bordejados de arame farpado ou cacos de garrafa com guarda fardado à entrada, não têm falta de água nem de electricidade, frequentam as escolas privadas caras de Luanda, não andam a pé, deslocam-se de carro com motorista, não têm paludismo, têm piscina no jardim, não comem uma bucha sentados no chão, têm pai, têm mãe, têm cartão de vacinas, sabem onde nasceram, sabem o dia e a hora em que vieram a este mundo, têm brinquedos, têm sonhos de menino, não são surrados por dá cá aquela palha pelo 1º que aparece e tem necessidade de descarregar raivas antigas, dormem o sono tranquilo e fresco dos anjos velados por uma bábá de serviço (essa sim, quase sempre negra) que até fala a sua (deles) língua.

    Fotografar estes meninos será sem dúvida tarefa interessante, será tb tarefa muito árdua. Imagina tu o que me fariam se me apanhassem empoleirado num escadote de camera apontada a fotografar as crianças loirinhas e lindas do Sr. Fulano de Tal, em amena brincadeira à volta de uma piscina, numa qualquer tarde quente? No mínimo seria acusado de qualquer coisa bizarra. Os meninos que eu posso fotografar, são os meninos que eu cruzo na rua diariamente, que me chamam Tio, que têm fome (alguns), que sorriem, que choram, que brincam, que não têm guardas nem bábás, que têm como piscina o charco no passeio feito pela última chuva ou pela conduta de água da EPAL que estoirou e nunca foi reparada, que não têm hora de regressar a casa, ou porque simplesmente não a têm, ou porque ninguém os espera para jantar.

    Os velhos de olhar terno, esse já é outro assunto. A esperança de vida em Angola, como deves saber, é de tal forma das mais baixas do mundo que encontrar um velho já é difícil, então encontrar um com olhar terno, será direi eu, um acaso muito feliz. Sabes, Black and White, eu não exploro a miséria, seria até muito fácil para mim fazê-lo, nem a tristeza, eu não invento a dor nem o sofrimento, eu não fabrico poses nem sorrisos, eu não fabrico imagens chocantes pelo simples prazer de incomodar. Por uma questão de princípios e de respeito próprios, e pelos outros que fotografo, eu só capturo o que me toca, nada do que fotografo é falso ou artificial, tudo o que vês nas minhas fotos existe é palpável, é natural, é verificável.

    Vem ver ou pergunta a quem já viu, como é que é um céu da minha terra, um pôr do sol da minha terra. Quem sabe eles se lembrem e te digam que é…SIMPLESMENTE MAGNÍFICO. Se quiseres, os ajustamentos (contraste & brilho) que faço às minhas fotos no computador são os mesmos, que há uns anos atrás se faziam no ampliador, quando se escolhiam os tempos de exposição, fabricavam máscaras para proteger zonas e queimar mais outras, se utilizavam determinados reveladores e emulsões para se obterem determinados resultados. Se já fizeste cópias de contacto, tiras de teste, escolheste filmes e papéis em função de efeitos que queres criar deves saber do que estou a falar. Os meus azuis são mesmo azuis, as minhas cores são mesmo cores. Não as altero, não as modifico, não as fabrico, estão aí para quem as quiser apanhar.

    Agora, sejamos realistas, e deixemo-nos de falsos purismos. A fotografia é uma arte, é emoção, mas tb é técnica. Ou por acaso supões que os grandes fotógrafos, não usam filtros, não polarizam os céus, não ajustam contrastes? Se calhar eles não o fazem, mas têm quem faça por eles…

    Valha-me Nossa Senhora dos Recados, que isto hoje, já vai longo.

    Volta sempre."
    É por gente assim que vale enfrentar os "engarrafamentos" do Fotolog, as centenas de adolescentes malcriados, as fotos que não sobem, os comentários que se perdem no ar, os spammers de guestbooks e todas as ciberpragas do mundo virtual.

    O curioso nessa história é que a minha percepção do trabalho do Silva Pinto sempre foi o oposto da do tal Black and White; o que eu mais gosto nas suas fotos é que ele não banaliza a miséria. Percebe-se a miséria, é óbvio, porque ela está lá; mas o que ele retrata é outra coisa, é o cotidiano, são as pessoas, eventualmente alegres, nos seus afazeres e nos seus momentos de lazer.

    Em suma, ele está mais para Cartier Bresson do que para Sebastião Salgado, se é que vocês me entendem.


    Em terra estranha

    UM PASSAPORTE HÚNGARO


    Um dia, Sandra Kogut, brasileira neta de judeus húngaros, decide pedir um passaporte húngaro — assim como tantos brasileiros têm, nos últimos anos, pedido passaportes italianos, espanhóis, portugueses. Esse pé teórico e pragmático na Comunidade Européia se revela, na prática, um pesadelo burocrático, uma volta reveladora às origens e um filme muito delicado, tão original quanto comovente.

    "Um passaporte húngaro" engana na sua aparente simplicidade. O que parece ser uma espécie de gincana malsã pelos corredores da burocracia é, no fundo, uma reflexão sobre a impotência do indivíduo diante da engrenagem do estado — e, ao mesmo tempo, a comemoração dos seus pequenos e eventuais triunfos, perceptíveis numa estampilha aqui, num carimbo acolá.

    Há bem mais do que a busca por um passaporte aqui, mas cabe ao espectador chegar às suas próprias conclusões sobre a História, sobre os dramas da imigração, sobre a tragédia da condição de estrangeiro.

    Para mim, filha de judeus húngaros, ficou, acima de tudo, a sensação de que era da minha família que se estava falando. Não dos Rónai, em si; mas da minha família humana.

    (O Globo, Rio Show, 28.11.2003)



    De patinhos feios a objetos de desejo

    Nos supermercados de Seul é comum ver os produtos mais triviais cuidadosamente embalados para presente: latas de óleo, pacotes de macarrão, açúcar, sabão em pó, biscoito. Um amigo explicou: é que os coreanos trocam tantos presentes entre si que o gesto passou a representar apenas isso, um gesto. Pouca gente tem bala na agulha para cumprir o ritual com objetos cobiçáveis; menos gente ainda tem tempo para trocar todos os presentes de que não gostou; e ninguém, absolutamente ninguém, tem espaço em casa para acumular tanta quinquilharia.

    Faz sentido — mas, ainda assim, me pareceu bem frustrante. Adoro atum em conserva, por exemplo, mas acho que ficaria muito desapontada se ganhasse um presente todo bonitão e, na hora H, descobrisse que era uma lata de atum. E olhem que uma lata de atum tem mil e uma utilidades culinárias, ao contrário de tantas bobagens que a gente ganha apenas para passar adiante. Os coreanos têm, nota-se, mais lógica sentimental do que a gente.

    * * *

    Lembrei dessa história semana passada, numa livraria. Quando eu era criança, os livros eram autênticos presentes coreanos. Eu adorava livro, vivia lendo, mas ficava indignada quando uma visita trazia livro de presente. Afinal, lá em casa, livros eram artigos de primeira necessidade, incluídos na dotação orçamentária. Presentes de verdade tinham que ser supérfluos ou, no mínimo, bonitos, luxuosos — e, naquela época, salvo raríssimas exceções, os livros que se faziam no Brasil eram uns monstrengos bem feinhos*.

    Hoje, pelo contrário, é preciso procurar muito numa livraria para encontrar um presente coreano. Os livros brasileiros não podiam ser (ou estar?) mais atraentes; e não estou me referindo apenas aos de arte, tradicionalmente bem cuidados. Até as editoras universitárias estão fazendo um bonito. As capas são sedutoras, o papel é da melhor qualidade, a mancha gráfica é generosa. A indústria descobriu, enfim, que não basta um bom texto para seduzir o consumidor, e trouxe à tona o lado sensual dos livros. Bons de ver e de pegar na mão, de folhear e acariciar.

    Vejam, por exemplo, “Na sala com Danuza.2”. Injustiça chamá-lo de “nova edição”. É um livro todo novo, não só pelos acréscimos e modificações do texto, como pelo projeto gráfico ma-ra-vi-lho-so da Pinky Wainer. Num mundo de celebridades efêmeras, nada como encontrar o artigo genuíno: Danuza Leão tem um senso de humor afiado, é inteligente e sabe tudo. O máximo.

    * * *

    Quando vi “Passaporte”, de Fernando Bonassi, editado pela insupe'ravel Cosac & Naify, foi paixão à primeira vista. Igualzinho a um passaporte na cor, no tamanho e na textura, “Passaporte” é o livro de viagem que eu gostaria de ter escrito. Em cada página, há o retrato perfeito não de um lugar, mas de um estado de espírito local. O livro é uma coleção de pequenas fotos em palavras, instantâneos de grande precisão e densidade atômica.

    Devo confessar que tenho um fraco pela Cosac & Naify, que faz os livros mais tentadores que conheço. Livros livros, de verdade, daqueles de ler, e não apenas de ver figurinhas. Embora, em alguns casos, aconteça uma feliz convergência, como na “História da arte italiana”, de Giulio Argan, puro deslumbramento. Ao contrário de “Passaporte”, tão pequetitinho, são três alentados volumes, num total de 1.400 páginas que deixam a gente sem saber o que fazer. Olha-se tudo primeiro, e depois se começa a leitura, ou começa-se a leitura e depois se descobrem as ilustrações, devagarinho, puxadas pelas palavras? Ó dúvida cruel! Como sou impetuosa, estou fazendo tudo ao mesmo tempo, lendo, olhando, indo e vindo entre os volumes. Taí. Se fosse pecado, eu estava frita.

    * * *

    O melhor de tudo é que a Cosac & Naify não é uma exceção. Mesmo a Ediouro, que durante décadas fez livros visualmente indigestos até para as traças, está brilhando. Literalmente: “Egito: um olhar amoroso”, de Robert Solé, traz a lateral das páginas gloriosamente prateada. Não é só bonito; é também excelente leitura, apresentando um Egito personalíssimo, de A a Z, cheio de curiosidades e idiossincrasias.

    * * *

    Para quem quer tempos mais modernos ou localidades mais próximas: “A capital da solidão”, de Roberto Pompeu de Toledo, em amorosa edição da Objetiva. Nunca pensei que alguém conseguisse escrever uma história de São Paulo ao mesmo tempo informativa e poética, mas Roberto Pompeu de Toledo conseguiu. O livro é rico e extraordinário, um prazer do começo ao fim.

    * * *

    A gente sabe que o ano acabou quando os vizinhos contratam alpinistas para escalar as palmeiras do jardim e cobri-las de luzinhas.


    (O Globo, Segundo Caderno, 27.11.2003)

    * Update: Um leitor bibliófilo me escreveu muito sentido, mandando uma lista de lindas edições do passado. A lista não tem nada dos anos 60/70, décadas a que me refiro, mas fico pensando se não injusticei meus amigos livros ao chamá-los de monstrengos.


    Para angloparlantes

    Dez grandes perigos de se viver na blogosfera. Ótimo! Válido também, com algumas modificações, para fotologueiros...




    Real Time: Keaton e Tutu me ajudando com o trabalho.

    27.11.03





    Mais uma fotinha de celular: a fila do Estação Botafogo. Ah, sim: lá no fotolog tem fotos novas (e noturnas!) da capivara...



    Naturalmente


    Aí está: é assim que se fotografa uma cobra! A Indiana Jones da foto é a portuguesa Isabel Catalão, craque em fotos de batráquios, répteis e outros bichos que, em geral, põem a gente pra correr.

    Especialista reconhecida no mundo todo, Isabel mantém um dos melhores fotologs que conheço: não deixem de conferir!

    Tudo o que ela faz é bom, de animaizinhos minúsculos a castelos.


    Nem tão hoax assim...

    Infelizmente, a questão dos animais torturados em São Paulo procede. Vejam o que explicou a Cássia Schittini, jornalista e coordenadora de projetos da ONG Projeto Esperança Animal:
    "É a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo que promove cursos em que animais são submetidos à vivisseção e sacrificados. Apesar de terem nomes semelhantes, a Irmandade e a Faculdade são entidades distintas: a Irmandade só cede as instalações para a Faculdade. Os cursos são pagos e extra-curriculares. As ONGs de proteção aos animais receberam denúncias de que 19 cães seriam queimados em aulas práticas em novembro para que os estudantes pudessem se familiarizar com o tratamento de queimaduras. Isso ainda não ocorreu porque o ano letivo está acabando, mas suspeitamos que esses experimentos devem ser retomados no próximo ano. Ou quem sabe a faculdade tenha resolvido cancelar esse curso porque os protestos foram muitos. A primeira denúncia contra a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo surgiu em uma reportagem de Marici Capitelli, do Jornal da Tarde, em meados deste ano.

    Eu, pessoalmente, até admito que algumas experiências possam ser feitas em nome da boa ciência. Condeno o abuso. Ontem, 97 (noventa e sete!!!) cachorros seriam enviados do CCZ de Diadema para a Faculdade de Medicina de Botucatu, da UNESP. Só não foram porque roubaram o caminhão da Unesp na estrada. Essas foram as informações que foram passadas para dez ativistas que estavam protestando em frente ao CCZ. Esses transportes ocorrem semanalmente. Uma amiga, médica, disse que em todo o seu curso de medicina foram utilizados somente quatro cachorros como cobaias. E ela ainda acrescenta que não aprendeu nada com isso.

    Os CCZs de Diadema, São Bernardo do Campo e Ribeirão Pires estão enviando cães para servirem de cobaias, semanalmente, para as faculdades de medicina da Santa Casa, Botucatu, Metodista, Unisa e Anhembi-Morumbi. A União Internacional Protetora de Animais (UIPA) abriu o processo 213/2003 contra essas faculdades no Ministério Público de São Paulo, alegando que os procedimentos ferem a lei 9605/98, de Proteção ao Meio-Ambiente. A People for Ethical Treatment of Animals (PETA) também acaba de entrar nesta luta, investigando e acatando denúncias da PEA.

    Aproveito para pedir a todos que se preocupam com o assunto para apoiarem o projeto de lei 1691/2003, que regulamenta os experimentos em animais no Brasil. Maiores informações no link www.apasfa.org/Diversos/deputados.html

    Agradeço pelo espaço,

    Cassia Schittini
    Projeto Esperança Animal
    www.pea.org.br
    Não preciso nem dizer, mas tenho a maior admiração por gente que protege animais. Já a respeito do que sinto por quem pratica crueldades contra seres vivos achando tudo perfeitamente normal não consigo dizer nada.

    Sei que estudantes de medicina são, coitados, freqüentemente forçados a usar cobaias, mas nada do que li até hoje me convenceu da real necessidade disso. Há pouco tempo era igualmente "necessário" e "normal" fazer crianças abrirem rãs e sapos vivos para ver seus coraçõezinhos batendo, a título de "educação".

    Também sei que cientistas usam toda a espécie de animal para testar produtos e procedimentos cirúrgicos, mas tampouco estou convencida da necessidade dessas experiências. Acho que sou mais radical do que a Cassia.

    Nenhuma espécie merece sofrer em nome de outra.

    Parênteses: alimentação é outra história. As espécies se alimentam umas das outras. É natural. Mas não é natural cegar um macaco para ver como reage um cérebro privado de visão, por exemplo. Fecha parênteses.

    Vamos pôr a coisa nesses termos: se alguém sugerisse que os assassinos que mataram o casal de adolescentes em São Paulo fossem usados em pesquisas científicas, a sociedade inteira reagiria, horrorizada.

    Agora me digam: no que é que aqueles seres monstruosos são melhores do que os pobres cães que serão queimados em nome da ciência?




    Ontem quem me fez companhia no temporal foi o Palm Zire. Há várias fotos do toró no Fotolog.

    26.11.03





    Aí está a árvore! Estava sendo testada ontem à noite.

    Infelizmente, este ano, rompendo com a tradição, o blog foi furado pelo Globo.

    Não me conformo...




    Foto de telefone! Fiz ontem, durante o temporal, com o Nokia 7650. Está tal e qual saiu do telefone; não tem nem corte.


    Curiouser and curiouser...

    No dia 9 de outubro, meu colega e amigo Sergio Rodrigues publicou este lindo artigo no No Minimo. Só li agora*. Ele chegou à mesma conclusão do Shirts -- mas com algumas semanas de antecedência.

    Confiram:
    " “Naquela época eu ensinava latim e italiano num ginásio de Budapeste. Uma vez por semana freqüentava um café onde se reuniam meus amigos lingüistas. Um deles estudava o sogdiano, outro preparava um ensaio sobre os pronomes voguis, um terceiro acabara de publicar dois grossos volumes de contos tcheremissos. Só interessados em idiomas exóticos, tinham verdadeira paixão pelas línguas difíceis e desprezavam minhas modestas excursões no domínio neolatino.” Por trechos como esse é que se confirma o que todo mundo anda dizendo: é bom demais esse Chico Buarque, não?

    Bem - não, nada disso. Quer dizer, o novo livro de Chico é ótimo, mas o trecho que abre este artigo não foi extraído dele e sim de um duplo de “Budapeste”, como Zsoze Kósta é duplo de José Costa. Um livro que, escrito a partir dos anos 40 e lançado em 1975, compartilha com o grande best-seller do momento dois traços fundamentais: a oscilação entre a capital húngara e o Rio de Janeiro (com a diferença de que parte daquela para chegar a este, enquanto o herói buarquiano faz o caminho inverso) e a coragem de mergulhar de cabeça nos abismos da língua, das línguas, da linguagem.

    Até fazer essa descoberta eu nem pretendia escrever sobre “Budapeste”, apesar da sintonia de sua alma metalingüística com uma coluna como esta, dada a filosofices sobre o tema. Cheguei a achar, diante da acolhida entusiasmada que o livro de Chico teve na imprensa, que o pessoal já falara demais dele. Acreditava que nenhum texto em torno do texto interessaria mais ao leitor, a quem só caberia agora embarcar na primeira frase - “Devia ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira” - e se deixar levar. Ou não. Pegar ou largar. Mas eu estava enganado.

    Confesso que não sei bem o que fazer da minha descoberta. Sei, porém, o que não fazer. O tal duplo de “Budapeste” é uma coletânea de artigos chamada “Como aprendi o português e outras aventuras”, do erudito Paulo Rónai (Editora Globo). Nem ficção é, e se o início da coluna levou alguém a esperar uma denúncia de plágio ou influência excessiva, lamento. Não se trata de nada tão sensacional. Mesmo assim, as correspondências entre as duas obras são impressionantes.

    De um lado, encontramos o brasileiro José Costa, que por acaso ou fastio começa a construir uma nova identidade - uma identidade húngara - no dia em que a música de um idioma incompreensível o subjuga e mesmeriza. “Sem a mínima noção do aspecto, da estrutura, do corpo mesmo das palavras, eu não tinha como saber onde cada palavra começava ou até onde ia. Era impossível destacar uma palavra da outra, seria como pretender cortar um rio a faca.”

    Do outro lado, temos a presença comovente de um jovem húngaro, Paulo Rónai, e sua paixão também gratuita pelo português, numa Budapeste que estava a poucos anos de se tornar quintal da Alemanha nazista. “A mim, sob seu aspecto escrito, (o português) dava-me antes a impressão de um latim falado por crianças ou velhos, de qualquer maneira gente que não tivesse os dentes. Se os tivesse, como haveria perdido tantas consoantes?”

    José, antes de virar húngaro, se espanta: “Cortei o som, me fixei nas legendas, e observando em letras pela primeira vez palavras húngaras, tive a impressão de ver seus esqueletos: ö az álom elötti talajon táncol”. Paulo, às vésperas de virar brasileiro, fica abismado: “E olhava espantado para palavras como lua, dor, pessoa, veia, procurando apanhar o que nelas restava das palavras latinas, cheias e sonoras”.

    O que se descreve nos dois livros, a partir desse momento mágico em que novas palavras reinauguram o mundo, é a aventura da reinvenção da própria vida dos narradores. Uma, a de Paulo, aventura épica, no cenário da maior tragédia do século 20 e provavelmente de todos os tempos. A outra, a de Zsoze, aventura besta, circular, de significado fugidio, prenúncio de um século em que até as grandes tragédias prometem nos chegar esvaziadas de sentido.

    Se percursos e estilos são diferentes, resta o bastante de solo comum para que o livro de Rónai nos ajude a entender “Budapeste”. Não, o romance de Chico Buarque não é uma ode à busca da palavra exata, como andam dizendo por aí (lugar-comum mais vazio que esse, só o espanto com a capacidade do autor de “reconstruir” uma cidade que nunca visitou, como se o livro tivesse alguma pretensão realista). O sortilégio da prosa diabolicamente bem urdida, ponto mais forte do Chico escritor, parece ter confundido o pessoal. Ode à busca da palavra exata é toda a obra do autor desde “A banda”. O que distingue “Budapeste” é quase o contrário, uma confissão de fragilidade do indivíduo falante - fragilidade tão grande que borra a própria idéia de autoria - diante da língua que ele fala.

    Ou melhor: diante da língua que o fala. Chico e Rónai nos descortinam o encantamento com o fato óbvio - mas pouco considerado - de que as línguas nos falam tanto quanto são faladas por nós. (Sergio Rodrigues)

    * Confesso: ando mesmo atrasada com as minhas leituras. Motivo? Leituras, leituras, leituras. Em outras plavras, numa outra língua, information overload.

    25.11.03



    Que viagem...

    A Laura me mandou este artigo que saiu em São Paulo. Não tinha visto. Achei curiosa a tese do autor; ainda não li o livro do Chico.

    Como aprendi o húngaro

    "Devia ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira." Impossível eu não me fascinar por um livro que começa assim. Sempre fui dessa mesmo opinião. Mas, ao mesmo tempo, é difícil resistir à tentação - a de debochar dos estrangeiros. Até minha querida filha Maria de vez em quando pede para o pai gringo pronunciar a palavra "proseco" diante das suas amigas. Atendo o pedido quando estou de bom humor. E todas dão aquelas risadas desengonçadas das adolescentes, mesmo que não saibam o que significa esse vocábulo. É uma festa. Fico a admirar como um mero erro de pronúncia pode provocar tamanha alegria.

    Quem diz que deve ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira é o José Costa, protagonista de Budapeste, o último romance de Chico Buarque. Não tenho a pretensão de resumir o seu enredo, que é um tanto manhoso e cheio de espelhos, embora o livro seja gostoso e fácil de ler.

    Basta dizer, por ora, que Costa está empenhado em aprender o húngaro.

    Não está muito claro por quê. Lá pelas tantas ele conta: "Pedi um chope no bar da esquina, vi uma agência de viagens logo em frente, larguei o chope, cruzei a rua e comprei duas passagens para Budapeste".

    Costa se apaixona pela língua magiar, pela sua professora de húngaro Krista, e se entrega de corpo e alma ao aprendizado do exótico idioma. Como diz:

    "Assim, depois de um mês em Budapeste, já me soava quase familiar a cadência das palavras húngaras, com a tônica sempre na primeira sílaba, mais ou menos como um francês de trás para diante."

    Depois de muito estudo apaixonado, Costa, que era um ghost-writer brilhante no Brasil, se habilita "a retocar por conta própria o húngaro das maiores escritores da Hungria". Surge o Zsoze Kósta, a versão húngara do José Costa, e os dois passam a conviver de forma meio atabalhoada dentro da narrativa.

    Zsoze acaba escrevendo até mesmo um livro aclamado de poesia na Hungria, como ghost-writer de um festejado poeta que anda sem inspiração.

    A história é solta e divertida e se vale, bem mais do que Benjamin e Estorvo, do sutil e irresistível senso de humor do seu autor.

    Pensava eu em tudo isso, enquanto lia Budapeste, deitado à noite na cama do meu quarto em Pinheiros, quando fui acometido de uma sensação esquisita. Eu conhecia José Costa de algum lugar. Ou seria o Zsose?

    Parecia improvável. Afinal, ele é um personagem de ficção - e recém-lançado ainda por cima.

    Mas, quanto mais lia sobre a sua volúpia pelas palavras húngaras, pela sua vontade de dizer kêrekport, kêrekpart, kerékpár, sobre o seu amor pelo aprendizado de um novo idioma que continha toda a história de um povo, toda uma maneira de ser, um ritmo e uma musicalidade, mais eu tinha certeza de que conhecia esse personagem. Não era possível.

    Foi lá pela página 63 que me deu o estalo: Zsose Costa é Paulo Rónai! Corri até a estante de livros e procurei até achar o pequeno e maravilhoso livro de crônicas de Rónai, Como Aprendi o Português. Logo na orelha, de 1975, reli: "Paulo Rónai, húngaro de nascimento e brasileiro há meio século, é dessas personagens raras que, de quando em quando, surgem na literatura para não só pôr em contato duas tradições que antes mal se conheciam..."

    Na primeira crônica da coletânea, Rónai conta como um húngaro que não conhecia o Brasil acabou se apaixonado pelo idioma do nosso País. Escreve:

    "De todos os escritores húngaros que eu conhecia, Desidério Kosztolányi era o único que se aventurara a abordar o estudo do português. Certa vez falou-me nesta língua, que lhe parecia alegre e doce como um idioma de passarinhos. A mim, sob seu aspecto escrito, dava-me antes a impressão de um latim falado por gente que não tivesse dentes. Se os tivesse, como haveria perdido tantas consoantes. E olhava espantado para palavras como lua, dor, pessoa, veia, procurando apanhar o que nelas restava de palavras latinas, cheias e sonoras".

    A parti daí, eu já não consegui mais ler Budapeste com os mesmos olhos.

    Concluí que havia decifrado a obra do Chico. Ele está tentando criar uma musicalidade a partir das muitas vogais da língua portuguesa, pensei. Pode muito bem ser delírio meu, mas comecei a perceber uma escolha deliberada de termos repletos de vogais. Diz o Zsoze: "Guanabara, murmurei, goiabada, Pão de Açúcar".

    Não sei se Chico se inspirou no Rónai, consciente ou inconscientemente. Mas, no fundo, pouco importa.

    Ronái dá uma dica para entender a rica música do texto do Chico.

    José Costa erra as consoantes ao aprender o húngaro. Aqui no Brasil, nós, os gringos, erramos as vogais. Proseco." (Matthew Shirts)


    Clássico

    Ouvindo MP3. São mais de 20Gb só num dos HDs, uma espécie de rádio pessoal, sem propaganda, onde tudo o que toca eu gosto, tem melhor?

    De repente, uma música me pára: "Negue", de Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos, que eu não ouvia há tempos. Não me lembrava de como é bonita essa música. Vocês sabem, né?
    Negue o seu amor, o seu carinho
    Diga que você já me esqueceu
    Pise machucando com jeitinho
    Esse coração que ainda é seu
    Diga que o meu pranto é covardia
    Mas não esqueça
    Que você foi meu um dia
    Diga que já não me quer
    Negue que me pertenceu
    E eu mostro a boca molhada
    Ainda marcada
    Pelo beijo seu
    A interpretação é da Bethânia, lógico. Não consigo imaginar outra. Tudo é perfeito, do arranjo ao jeito de cantar dela, escandalosamente bom -- contido, elegante, intenso, inteligente.

    24.11.03



    Horror! Era só um hoax... ufa!

    Hoje de manhã, antes de ir dormir, encontrei uma mensagem terrível na minha mailbox. Tasquei aqui:

    Ando muito atrasada com a minha mailbox. A vida está corrida, coisas demais para fazer, tempo de menos. Entre a correspondência atrasada encontrei essa mensagem, enviada no dia 18. Fiquei em estado de choque. Alguém me desminta isso, por favor!
    "É com muita tristeza que anunciamos que a partir de hoje na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, animais serão queimados vivos para fazerem testes desnecessários. Alegaram que queimando os animais, saberão os cuidados que deverão ter com os seres humanos queimados... Afinal, a estrutura do ser humano é idêntica a dos animais, o homem tem 4 patas, etc, etc.

    Meu Deus, pra que isso? É realmente necessário queimar animais vivos e manter no sofrimento somente
    pra comprovar que pessoas queimadas precisam de cuidados especiais?

    Por favor, é preciso dar um basta nessas crueldades desnecessárias. Países evoluídos no ramo na medicina já comprovaram que vivissecção é algo desnecessário.

    Imprensa, por favor, sei que não é responsabilidade de vocês solucionar esse problema, mas voces tem a chave nas mãos, são formadores de opinião e podem mostrar esse crime para a população, mesmo que de uma forma neutra, deixando que as pessoas tomem seu próprio partido. Aqueles que tem compaixão com certeza serão contra, assim, teremos mais gente ciente desse holocausto, desse inferno que é a Santa Casa.

    Divulguem, falem com protetores, vamos até a Santa Casa, vamos nos unir, nos mobilizar, pois não podemos esperar por milagres enquanto nossos animais agonizam. Nos ajudem!!!"
    Como é que pode?!

    Uma instituição que pretende se chamar "Santa Casa"?!

    São inacreditáveis as atrocidades cometidas contra animais em nome da "ciência" -- como se os animais não fossem seres vivos, que sentem e sofrem exatamente como nós.

    Freqüentemente me pego pensando que, se há vida além dessa daqui, se houver pelo menos algum plano metafísico em que, um dia, estaremos todos em condições de igualdade, eu não terei, como humana, coragem de olhar nenhum animal no olho.

    Com que direito a minha espécie se arrogou o direito de dizimar todas as outras, de torturar e de matar todas as outras assim, sem compaixão e sem remorsos?!

    Com que direito alguém queima um animal vivo, de propósito?!

    Deus do Céu.

    Felizmente, várias pessoas me desmentiram! Era um hoax. Ufa! Pelo menos na Santa Casa não fazem isso. Minhas desculpas à Santa Casa. Que, coitada, deve estar sofrendo tanto com a quantidade de gente que caiu nessa que já fez até desmentido oficial:

    "A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo informa que a acusação que esta recebendo sobre experiências realizadas com animais para estudar níveis de queimaduras é absurda e leviana.
    A Diretoria da Santa Casa jamais aprovaria este tipo de experiência.

    Não existe, nem nunca existiu, qualquer tipo de experiência com animais queimados.
    Informamos, ainda, que a Instituição possui um grupo de voluntários entre médicos e funcionários, que diariamente cuida das dezenas de animais, que são abandonados nos jardins da Santa Casa, alimentando-os e promovendo campanhas de castração.

    Lamentamos muito que uma Instituição de Saúde, quatrocentenária, como a Santa Casa, que atende mais de oito mil pessoas por dia sofra tão, injustamente, com denúncias levianas e improcedentes."


    Aqui nos comentários, Letra Morta escreveu:
    "Notícias com os bichinhos são o seu backdoor cerebral né? A primeira infecção mental que te pegou foi aquela notícia contaminada sobre a toxoplasmose."
    É verdade. Notícias ruins sobre animais me abalam completamente. São mesmo ó meu backdoor cerebral... ;-)

    No caso da notícia sobre toxoplasmose, porém, foi o contrário: o backdoor foi na BBC BR, que juntou alhos com bugalhos, temperou, pôs fermento e condenou todos os gatos

    Êta, nóis...




    Há algum médico na casa?

    O que é que a gente faz com uma porcaria de dor de garganta que simplesmente não passa?!



    Campeãs!

    Maria Lenk (88) e Mamãe (79 -- a de óculos), em Salvador, onde participaram do Campeonato Brasileiro de Masters de Natação. Campeoníssimas nas suas respectivas categorias!

    Nesse específico campeonato, Mamãe ganhou todas as provas em que se inscreveu (seis individuais e quatro revezamentos). A Maria Lenk idem... :-D

    As duas estão entre as dez mais da FINA (Federação Internacional de Natação). Maria Lenk, que é um ícone do esporte brasileiro, e foi a primeira mulher da América Latina a ir a uma Olimpíada, está até no Hall of Fame da natação, em Fort Lauderdale, na Flórida.

    Tenho a maior admiração -- e a maior inveja -- da Mami e das suas super-amigas. Acho que aconteceu um mau contato na minha programação genética, porque detesto fazer exercício -- qualquer espécie de exercício. Saí pior até do que Papai que, nem ou mal, fazia, de forma regular e européia, longas caminhadas.

    Em tempo: Maria Lenk se acidentou na sexta passada, mas já foi operada e passa bem. Ela está, porém, muito contrariada de perder a próxima etapa do campeonato...



    Notícias do mundo, pelos amigos

    As fotos podem não ser tão espetaculares, mas são mais íntimas do que qualquer coisa que se tenha (ou se possa) ver na imprensa: o Reino Unido explode em protestos no Fotolog. Aqui um grupo de escoceses encara o frio e faz vigília em Glasgow, ali mãos desconhecidas colaram, num poste, o cartaz que avisa que o assassino está chegando; num mercadinho, uma senhora faz seu protesto solitário; na rua, alguém acrescentou um H às letras que avisam, no asfalto, a parada de ônibus. Bus(h) Stop.

    Enquanto isso, na área de comentários, os americanos agradecem a força, apóiam os protestos, vibram com a “recepção”:

    “Eu tenho que dizer isso, ainda que saiba que o Fotolog não é político” — desabafa o grande Colorstalker (Tim Connor), um dos melhores fotógrafos da comunidade, no fotolog de um amigo virtual londrino. “Se você acha que Bush é um idiota completo e que, justamente por isso, é extremamente perigoso, por favor faça o que estiver ao seu alcance para tornar a visita dele ao seu país a mais desconfortável possível! Muitos americanos (que Deus perdoe meu país por sua teimosa ignorância) podem ser convencidos de que os franceses e outros europeus não são de confiança, mas os ingleses são geralmente bem-vistos (lutamos ombro a ombro em duas guerras, blá blá blá — e, ainda por cima, meio que falam a nossa língua!). Assim, uma demonstração maciça de resistência à Guerra Sem Fim aos Agentes do Mal vai ser difícil de ignorar por aqui. Precisamos expulsar esse cretino carola & sua corja de hiper-capitalistas da Casa Branca! ”

    Pedidos para que os ingleses fiquem com Bush e não o deixem voltar são incontáveis; e algumas respostas são ótimas. Duas das que encontrei sugerem, coincidentemente, que ele seja despachado para uma outra ilha: Elba ou, melhor ainda, Guantanamo.

    Num mundo menos selvagem, começamos a ver a mudança das estações. As cores de outono que coloriam os fotologs do Hemisfério Norte vão dando lugar a vários tons de cinza; no fim da semana passada, já nevava em diversos pontos do planeta. Mal posso esperar pelo verão, e pelo contraste entre as nossas fotos a 40 graus esturricantes graus contra as imagens geladas do povo lá de cima...

    (O Globo, Info etc., 24.11.2003)


    Comentários

    Ontem à noite, o website do Fábio Sampaio, onde ficam hospedados os comentários, saiu do ar.

    Isso significa que, até a coisa se resolver por lá, o blog está em mono, com um único canal...

    É temporário, não se aflijam; logo estará resolvido.

    Update: Já temos uma solução provisória. Os comentários estão funcionando em outro servidor. Os comentários antigos estão guardadinhos, podem deixar.


    23.11.03





    Sessão Nostalgia: com Paulinho, em 1971. Vocês não eram nem nascidos. Acho que nem eu...

    21.11.03





    Ontem fiz umas fotinhas bem legais do mar e de uns garotos que mergulhavam lá no Leme. Estão, claro, no Fotolog.










    Sorria: você está recebendo um telefonema!


    O foco não é lá aquelas maravilhas e a resolução podia ser melhor — mas, reparem, todas essas fotos foram tiradas com telefones celulares! Há poucos anos, a gente ficava admirada quando falavam; hoje, já acha normal que façam e enviem fotos... e até reclama do resultado. Estamos sendo exigentes demais com essas maquininhas que, afinal, são apenas o primeiro estágio evolutivo de uma nova forma de comunicação.

    O MMS (Multimedia Messaging System, ou sistema de mensagens multimídia) promete ser uma revolução tão radical quanto, à sua época, foi o telefone. Naquele tempo, pessoas que se comunicavam por escrito passaram a se falar à distância; hoje, quem fala vai passar a transmitir imagens, registrando comentários visuais do seu cotidiano: as flores que chegaram direitinho, o carro que quebrou em pleno trânsito, a beleza da tarde. Essas pequenas imagens não devem ser julgadas pelos parâmetros habituais que se aplicam às fotografias (foco, resolução, profundidade de campo etc.) mas sim pela eficiência do recado, pelo inusitado da composição, pelo inesperado da cena. Elas são informação, e não memória.

    O impacto da novidade é previsível. Hoje já se vendem mais celulares com câmera do que câmeras digitais. Junto com eles, porém, espalha-se pelo mundo uma onda de preocupação com a privacidade das pessoas: há países em que os telefones celulares já estão sendo banidos de áreas públicas, como bares e academias de ginástica.

    O fato é que câmeras fotográficas criam, ao seu redor, um estado de alerta, permitindo aos possíveis alvos das fotos um mínimo de defesa. Mas os celulares com câmera, pequenos e ainda pouco conhecidos, não despertam nenhuma desconfiança. Resultado: milhões de fotos de gente pagando mico, na maior inocência, cruzam os ares rumo a outros celulares. Ou — pior! — rumo à internet, onde já existem vários blogs e fotologs que dispensaram o computador, sendo atualizados diretamente através de telefones.

    Algumas empresas jornalísticas já descobriram o potencial dos celulares 3G. A principal delas é a BBC, que há cerca de um mês transmite, com regularidade, reportagens inteiramente produzidas nos telefones dos seus correspondentes. Todas deixando muito a desejar em termos de imagem — mas, em compensação, trazendo para o noticiário a visão, em tempo real, de um mundo em que tudo, afinal, é visível.

    (O Globo, Info etc. especial sobre telefonia móvel, 20.11.2003)


    A bolsa em baixa

    O mote da coluna passada (“O que é mais cafona: uma bolsa Vuitton autêntica a R$ 3.500 ou uma falsificada a R$ 300?”) era uma pergunta apenas retórica mas, aparentemente, tocou num ponto sensível da pinimba coletiva. Entre e-mails e comentários no blog, onde reproduzi o artigo — sem falar nas dezenas de pessoas que se manifestaram no Fotolog — 118 leitores deram opinião a respeito do assunto.

    Os títulos de algumas mensagens que chegaram ao longo da semana dão uma idéia do espírito geral da correspondência: “Esse artigo é tudo de bom!”, “Obrigada!”, “O absurdo das griffes”, “Sen-sa-ci-o-nal!”, “Maravilha!”, “A bolsa dos gritantes contrastes e absurdos”, “Bolsas e bobagens”, “Enfim a verdade!”, “Que show!”, “É isso mesmo!!!”, “Maravilhoso do início ao fim!!!”, “Arrasou...” , “Lavou minha alma!”.

    * * *

    Em resumo: havia mais gente, além de mim, com a tal bolsa entalada na garganta! Das 118 pessoas, 107 concordaram inteira e entusiasticamente comigo, o que me deu enorme alegria. Não só porque, como todo mundo, prefiro elogios a críticas, mas, sobretudo, por ver que tanta gente está atenta ao problema do consumismo patológico.

    Um amigo querido discordou gentilmente, e me mandou uma carta maravilhosa sobre produtos de luxo; duas pessoas concordam com o que eu disse, mas não exatamente com a minha forma de dizê-lo; e oito me descascaram com gosto.

    Eu adoraria publicar todas as mensagens aqui. Muitas têm sugestões interessantes e pontos de vista engraçados — mas, infelizmente, o espaço é pequeno. Assim, destaco apenas trechos dos que escreveram contra o que eu disse. Vamos ouvir o outro lado:

    “Com relação à bolsa temos o mesmo discurso, que a senhora e vários outros defensores dos ideais politicamente corretos sustentam como real causa de uma série de problemas, que, analisando-os racionalmente, não têm nada a ver com o que dizem, nesse caso, a senhora se parece com qualquer moralista religioso, colocando para baixo do tapete a complexidade da questão e apelando para um discurso maniqueísta.” — diz o Carlos Perlini. — “Imagino que a explicação para essa atitude deve-se a uma necessidade de se sentir puro e bom numa sociedade corrompida por esses valores egoístas que são a causa de todos os nossos problemas. Vivemos no capitalismo usufruindo suas benesses, mas não temos nada a ver com o que de ruim acontece, nossos valores são outros!”

    * * *


    “Eu li a reportagem no Ela de sábado passado. A reportagem enojou-me, mas por motivos distintos — e, sem querer soar arrogante, ao menos pertinentes, como tentarei explicar” — escreveu o Pedro N. Araújo, lá no blog. -— “De minha parte, recuso-me terminantemente a usar produtos falsificados. O fato é que nós, brasileiros, estamos contribuindo para estragar uma marca, no caso a centenária Louis Vuitton. Ao invés de atacar o problema — uma marca centenária sendo vilipendiada por piratas internacionais sustentados por pessoas que simplesmente não têm condições de comprar uma original e, portanto, mimetizam-na —- a colunista prefere expor um ódio cru à sua própria incapacidade de possuir uma, destilando um recalque ímpar. Para não expor tão mesquinhos sentimentos, prefere tentar aplicar um verniz esquerdista à coisa, com toda a cantilena de situação do país, resgate da dívida social e que tais, ciente de sua cumplicidade pelos leitores.”

    * * *

    Luiz von Paumgartten, que acha que eu tenho opiniões “muito pessoais” (aspas dele) desde os tempos em que defendia o DOS (uma velha questão informática), observa: “Seu artigo sobre a bolsa da novela é a síntese da desinformação sobre “propriedade”. É o que leva o nosso povo ao desestímulo a atividades criativas, base das sociedades modernas evoluídas. Por essa concepção é que ninguém cria nada aqui, vem tudo pronto de fora.”

    Já Jorge Ribeiro acha que “O sentido geral do texto revela um grande preconceito ideológico contra os indivíduos bem-sucedidos. Suas frases “...no fogo do inferno, que se alimenta basicamente na fogueira das vaidades burguesas” e “Não há, numa bolsa, material ou qualidade de trabalho que justifiquem um preço desses” transbordam marxismo que, como se sabe, é muito menos inteligente que pagar R$ 3.500 por qualquer bolsa, porque o marxismo é uma teoria toda baseada em meias verdades e sofismas. (....) A melhor lei da economia, que os burocratas estatais insistem em sempre desrespeitar, é a lei da oferta e da procura... (....) Portanto, relaxe! Um pouquinho de vaidade burguesa não é pecado (a senhora mesmo admite que gosta de luxo, como afirmou Joãosinho Trinta). A senhora é perfeitamente normal. Apenas aprendeu na cartilha errada e formatou seu pensamento num sistema lógico equivocado, o que estreita o raciocínio.”

    * * *


    Ah, sim. A Vuitton também não gostou. Vide Cartas dos Leitores.

    (O Globo, Segundo Caderno, 20.11.2003)

    Update: Eis a carta da Vuitton, que não está mais na página do jornal.
    A Louis Vuitton do Brasil, ciente do artigo da jornalista Cora Rónai publicado em 13/11, lamenta o conteúdo do texto. O grupo LVMH -- Louis Vuitton Moët-Hennesy -- está investindo R$ 9 milhões na cidade do Rio de Janeiro com a construção de uma nova loja na Rua Garcia D’Ávila, em Ipanema.

    A partir dessa obra, 150 empregos indiretos foram gerados. A Louis Vuitton, marca francesa, fundada em 1854, abriu sua primeira loja no Brasil há 15 anos, tendo sido sua primeira loja carioca aberta em 1990.

    A Louis Vuitton sempre teve uma postura pró-ativa com a imprensa, em total sinergia e transparência com todas as mídias. Manifestamos nosso profundo desagrado com o artigo, que cita de forma agressiva e preconceituosa um nome sinônimo mundial de tradição e qualidade.

    Marcelo Noschese, Diretor

    20.11.03



    Atentados em Istambul

    Primeira conseqüência da viagem do Bush à Inglaterra (além dos milhares de protestos, milhões de libras gastos em segurança e assim por diante): dois atentados em Istambul, feitos ao HSBC (banco com sede na Inglaterra) e ao consulado inglês. As bombas mataram dezenas de pessoas e feriram sabe-se lá quantas.

    Do outro lado do Atlântico, a Casa Branca está sendo evacuada, ainda não se sabe por quê.

    Isso está virando o trivial simples: 15 minutos de BBC básicos enquanto me visto, correndo, para sair para um almoço de trabalho.



    Classe!

    Atendendo a pedidos: esses são os modelos de camisetas que a Leila tem.

    A URL é www.sosgatinhos.tk. Clicando AQUI você vai direto para a Lojinha.

    Os preços estão entre R$ 15 e R$ 18.

    Quer dizer: além de fazer uma ótima compra, você ainda ajuda a manter os bichinhos que a valente galera do SOS Gatinhos protege...


    Larry King

    Eu estava indo do Discovery para o Animal Planet quando passei pelo Larry King, que está fazendo 70 anos hoje; estão comemorando ao vivo no programa e, ou ele é um ótimo ator, ou realmente foi pego de surpresa pela produção.

    Até aqui, tá chaaaaaaato...

    (Mas no fim acabou ... bizarro! Só vendo a fauna que apareceu!)

    19.11.03





    Enquanto isso, em Londres...

    A foto é do fotologger que atende por hihihi.


    Fotolog

    Lá no grupo de discussão o estresse é geral. Os servidores do Fotolog estão mesmo fora do ar. Muita gente com crise de abstinência, tentando descobrir formas alternativas de vida...

    Update: VOLTOU!!!

    Update: Mas tá quase impossível subir foto...




    Mãos ao alto!

    Por causa da charge acima, meu colega e amigo Nelito Fernandes, que tantos conhecem do Eu, Hein?, e que mantém uma coluna de humor no Extra, está sendo processado por um advogado que conseguiu reunir até agora 20 PMs que pedem, cada um, R$ 10 mil de indenização por danos morais.

    Segundo o advogado, os PMs se sentiram ofendidos e querem reparação.

    Não, gente, não é piada.

    Segundo o advogado (!), os PMs (!!) estão moralmente ofendidos. Topam esquecer a ofensa por R$ 8 mil cada um (R$ 10 mil - R$ 2 mil para o rábula).

    Coisas assim me dão um nojo e uma sensação de impotência indescritíveis.

    Eu não conheço uma pessoa, uma só, que não tenha sido, em algum momento, achacada pela PM. A indústria da multa é um fato conhecido e reconhecido, assim como a corrupção generalizada que corre solta sempre que carros e PMs se encontram.

    Mas nós, que já não podemos atravessar a nossa própria cidade sem correr riscos físicos ou financeiros, que não temos defesa nenhuma nem diante de bandidos nem diante da PM, agora estamos perdendo também o nosso último direito: rir da nossa própria desgraça.

    Não é a primeira vez que isso acontece.

    Humoristas -- e jornalistas em geral -- vêm sendo processados às dúzias, e em geral pela escória da sociedade. (Lembram daquele Karfunkelstein, que destratou os Masters de Natação? Está me processando.) Cada processo desses, mesmo que não dê em nada, é uma pá de cal na liberdade de expressão.

    Não há forma de censura mais demolidora do que a auto-censura; que é o que acontece, fatalmente, quando cada charge ou cada denúncia levam a um processo.

    Há PMs gente boa, eu sei, e também alguns advogados bacanas. Também sei que é tudo "legal", e que todos têm direito de processar a tudo e a todos. Mas o resultado final de palhaçadas assim será uma imprensa amordaçada, falando sobre o tempo e a saúde.

    Ganham os corruptos, os que têm rabo preso e sempre, sempre, os advogados (quem disse que o crime não compensa?!); perdemos todos nós.


    ETs

    O que é que passou pela cabeça das autoridades inglesas e americanas ao idealizarem essa visita do Bush à Inglaterra?! Achavam que ele ia ser recebido de braços abertos?! E achavam -- incrível! -- que as famílias dos soldados mortos teriam qualquer prazer em recebê-lo?!

    Que imbecis!

    É assustador como os governos, em toda a parte, não têm noção do que vai pelo coração e pela mente da população.


    Céus!!!

    O Fotolog está fora do ar!!!

    Já tentei chegar lá via Explorer, Mozilla e Opera e a resposta é a mesma: nada de acesso ao servidor remoto.

    YIKES.

    18.11.03





    Há uma nova safra de camisetas de gatos da Leila lá no SOS Gatinhos! São ótimos presentes de Natal e ajudam a galera a cuidar dos bichinhos...

    Confiram, são realmente lindas: ninguém faz um gato como a Leila, ninguém.


    A Biblioteca Nacional recupera a altivez

    Nas mãos de Pedro Corrêa do Lago, a velha casa torna-se fonte geradora de cultura e de idéias


    Ver Pedro Corrêa do Lago entre as imponentes estantes da Biblioteca Nacional é ver uma pessoa perfeitamente integrada ao seu elemento. É o homem certo no lugar certo. Bibliófilo, livreiro, editor e um dos mais importantes colecionadores de documentos raros do país, ele reúne as qualidades necessárias para pôr a Biblioteca no centro da vida cultural do país: ama livros profundamente, tem uma cultura vastíssima, um círculo de relacionamentos inestimável, uma curiosidade insaciável a respeito de papéis e imagens. E, last but not least, é um homem de ação, acostumado a correr atrás dos seus sonhos — e dos patrocinadores para torná-los realidade.

    A revista “Nossa História” é só a primeira amostra do vendaval de novas idéias que, desde a posse do novo presidente, varre a outrora calma biblioteca. Até porque, com a reforma administrativa do Ministério da Cultura, que passou à sua esfera as atribuições da Secretaria Nacional do Livro — brevemente exercida por Waly Salomão até sua morte prematura, em maio passado — a Biblioteca Nacional tornou-se o centro da política do livro no país. Isso significa que tudo passa por lá, da divulgação do livro brasileiro no exterior à criação de bibliotecas públicas nos cerca de mil municípios onde elas ainda não existem.

    — Herdei do meu antecessor Eduardo Portella duas obras extraordinárias, o auditório e o portal internet, — diz Pedro. — Agora, quero dar maior relevância à atuação da Biblioteca no país; afinal, como o nome diz, ela é nacional. Precisa ter pelo menos um pé em São Paulo e outro em Brasília, centros mais óbvios de extensão. Ao mesmo tempo, vamos trabalhar para que tenha maior interação com o Rio: a Biblioteca tem tudo para entrar no roteiro turístico da cidade.

    Ao contrário do que muita gente supõe, a Biblioteca Nacional não é uma biblioteca onde se podem pegar livros emprestados. Ela funciona como guardiã dos livros e da memória nacional, e boa parte de suas instalações é fechada ao público. O que é uma pena: o prédio é uma das mais lindas construções do Centro. Para mudar isso um pouco, Pedro Corrêa do Lago vai transformar as galerias do quarto andar, onde hoje funcionam órgãos da diretoria, em área de exposição permanente dos Tesouros da Biblioteca.

    Naturalmente, já tem patrocinador para o projeto, assim como tem patrocinador para o programa de bolsas para pesquisadores: um time de trinta profissionais, produzindo tão ativamente que, para o ano que vem, já estão programados cerca de 50 brochuras e oito livros de arte. Todos ligados, primordialmente, ao acervo da Biblioteca, com temas variados, que vão da obra de fotógrafos contemporâneos a documentos sobre a escravidão.

    — A Lei Rouanet é muito favorável a uma instituição como a nossa, — diz ele. — Vamos usá-la ao máximo em benefício das nossas publicações. A Biblioteca vai deixar de ser apenas um repositório de idéias. É muito importante que seja, também, um centro de criação, uma instituição geradora de pensamento.

    Como colecionador, por um lado, e editor, por outro, ele tem perfeita noção do valor do patrimônio da BN — e está disposto a cuidar para que esse valor dê retorno à casa. Hoje, além de cobrar royalties por suas imagens, a Biblioteca Nacional se reserva o direito de ser co-editora de qualquer livro em que mais de 30% do material iconográfico tenha saído de seu acervo.

    — Não que a gente vá, necessariamente, invocar esse direito, — explica Pedro. — Mas também ninguém quer que isso aqui vire a Biblioteca da Mãe Joana, né?

    Os fiéis escudeiros de Pedro Corrêa do Lago no grande projeto de revitalização da Biblioteca Nacional são o diretor executivo Luiz Eduardo Conde, o diretor de administração Carlos Eduardo Tavares e seu chefe de gabinete João Luiz Bocayuva. Curiosamente, todos têm 45 anos, com diferenças de meses de um para outro. Todos têm, também, a mesma disposição de ir à luta. Para Pedro, contudo, nada seria possível sem a mulher Bia, filha do escritor Rubem Fonseca, e sua incansável parceira de negócios. Ele só aceitou a presidência da Biblioteca porque ela, por sua vez, se dispôs a tocar sozinha as livrarias do casal e a sua editora — que atende pelo charmoso nome de Capivara.

    (O Globo, Segundo Caderno, 17.11.2003)


    Procura-se!

    A Beth, leitora do blog, pede ajuda:
    "Meu pai tem Alzeihmer e sumiu hoje às 16:30, próximo ao Ministério da Fazenda, no Centro do Rio. Já tomei as providências de praxe. Ele tem mais ou menos 1m60, é branco, cearense e se chama Raimundo. Estou desesperada."
    Terrível, isso!

    Pessoal, por favor, se alguém tiver notícias, souber de alguma coisa, tiver uma boa idéia, deixe recado aqui nos comentários ou mande um email para a Beth, em bethemarcelo@ig.com.br.

    Estamos torcendo por você e pelo seu pai, querida. Espero que o encontrem rápido e bem.

    Update: Vejam que boa notícia!
    "Encontramos!!!!
    Obrigada pela solidariedade.
    Ele pegou o metrô e foi para Copacabana. Estava sentado em um banquinho, no Leme, debaixo de uma amendoeira.
    Deu um trabalho danado mas serviu para sentir a atenção e delicadeza das pessoas -- todas, sem exceção -- que nos atenderam nos hospitais, delegacias, etc.
    Obrigada por tudo, Beth"
    Que ótimo, Beth! Tenho certeza de que está todo mundo aqui feliz e aliviado por vocês. Beijos!

    17.11.03





    Hoje cliquei outro objeto voador. Dessa vez, não foi com o celular, mas sim com a Kodak DX6490: eu estava na janela -- quinto andar! -- fazendo umas fotos e essa sacola ia e vinda conforme os carros passavam. Cliquei num break entre um carro e outro, enquanto ela ainda estava voando.

    15.11.03



    O Jockey continua o mesmo... :-(

    Escreve a Ana Yates, protetora dos gatinhos do Jockey:
    "Apesar da abençoada interferência da Secretaria de Defesa dos Animais, convênio desta feito, ou a ser feito há mais de UM ANO com a Direção do Jockey, os habitantes felinos do Clube continuam sofrendo capturados e confinados e morrendo.

    Estimamos uma baixa de 70% dos antigos. Apesar da triste realidade, o trágico abandono continua intenso, terrível. Os voluntários, poucos, mas determinados, proibidos de entrar para cuidar dos animais de forma consistente e organizada como antes, o fazem pelas beiras (muros). Muitos doentes tem sido retirados e internados e filhotes aos baldes, doados com a inestimável ajuda da Pet Legal (na Voluntários, quase esquina da Matriz em Botafogo, RJ). Quem quiser e puder ser "pai/mãe" responsável, eles estão lá na vitrine. Outros em nossas casas.

    Será que Bia ou Mel - não lembro quem foi à área de confinamento (são raros os sobreviventes - existe uma nova população), poderá fazer uma visitinha novamente ao famigerado "gatil" do Hipódromo? De preferência quando estiver chovendo, ou após chuva e informar -- fotografar o que viu? As informações que conseguimos são as mais variadas, depende se o informante gosta ou não de gatos, ou tem ou não interesses pessoais a serem defendidos...

    Como não podemos entrar, fica o ouvido e visto pelo lado de fora. Ana"
    Então, alguém se habilita? Eu mesma vou tentar dar uma incerta lá, mas não sei se vou poder entrar.




    De capivaras e jacarés

    Escreve o Celso M. Serqueira:
    "Leitor mais ou menos assíduo de sua coluna, não pude deixar de me sensibilizar com as notícias sobre as capivaras da Lagoa, que você informa estarem gordinhas e felizes.

    Carioca radicado em Goiânia, aproveito para retribuir a informação: hoje foi iniciada a recuperação de um trecho de 400 metros do Rio Meia Ponte aos fundos da Secretaria Estadual da Fazenda, onde há alguns meses se abriga uma família de pelo menos seis bichinhos desses, em pleno coração da metrópole goiana. O rio abastece mais de 2 milhões de pessoas em Goiás e está muito degradado justamente na parte que atravessa Goiânia. Pelo menos agora as capivaras terão margens limpas para se esticarem ao sol.

    Uma curiosidade goiana: ao fazer uma oficina sobre Turismo na cidade de Porangatu, a 430 km de Goiânia, me mostraram a maior atração turística da região: uma enorme lagoa urbanizada, no centro da cidade, mais ou menos com a metade do tamanho da nossa Rodrigo de Freitas. Nela convivem mais de 800 tartarugas d'água e três jacarés enormes!!! De tardinha, é comum ver as mães passeando com seus filhinhos na orla da lagoa, jogando miolo de pão para a bicharada.

    Os jacarés sempre levam vantagem na disputa com as tartaruguinhas pelo petisco. Por volta de 17h, eles chegam junto à margem e tomam as melhores posições. São absolutamente selvagens e ninguém sabe quando se instalaram por ali. Problema só houve uma vez, durante uma enchente: a lagoa transbordou e os jacarés (e centenas de tartarugas) se espalharam na avenida principal de Porangatu. O próprio povo levou os bichos de volta pra lagoa. Ê Brasil!!! Grande abraço, Celso M. Serqueira"
    Ganhei o dia! :-D

    Celso M Serqueira

    14.11.03







    Falar não fala, mas faz cada foto...

    O Nokia 7650 tava uma chiadeira só ontem. Em compensação, caprichou nas fotinhas. Fiquei tão contente!

    13.11.03





    Acima, flagra do encontro de fotologueiros cariocas ontem, na Cobal. Por Pikyto.


    A bolsa ou a vida!

    O que é mais cafona: uma bolsa Vuitton autêntica
    a R$ 3.500 ou uma falsificada a R$ 300?



    Quem leu o Ela no sábado passado sabe: Maria Clara Diniz, a heroína da novela das oito, usava bolsa Vuitton falsificada. Inacreditável! A contravenção foi descoberta pelo diretor-geral da marca que, chocado com o faux-pas da produção, prontamente enviou para a Rede Globo uma bolsa original. Agora, o pessoal da Delegacia de Repressão contra os Crimes de Propriedade e Material (que não se perca pela extensão do nome), recém-criada aqui no Rio e primeira do Brasil, já pode respirar aliviado: sai a bolsa cafona de R$ 300, entra a bolsa cafona de R$ 3.500.

    Embora, tirando o atento diretor-geral da Vuitton, ninguém vá reparar na diferença.

    É muito grave o problema social criado pela bolsa Vuitton falsificada. Medidas urgentes têm que ser — e serão! — tomadas para garantir que a patroa, ao sair pelo elevador social com sua bolsa comprada a peso de euro, de ouro, em Paris, não passe pelo constrangimento de cruzar na portaria com a empregada, que entra pelo elevador de serviço, portando uma bolsa não-Vuitton, igualzinha, comprada a dez real ali na esquina. Onde é que nós vamos parar? Assim, vamos acabar batendo com a cabeça na igualdade.

    * * *

    Não é cômico. É até muito sério. Mas não pelo artigo pirata, e sim pelo artigo genuíno. Há algo errado, até socialmente doente, com uma bolsa de R$ 3.500. E há algo de muito errado com uma sociedade em que alguém que compra uma bolsa de R$ 3.500 é considerado chique, e não otário.

    Não há, numa bolsa, material ou qualidade de trabalho que justifiquem um preço desses; a não ser, é claro, o valor intangível daquelas letrinhas estampadas, cuja única finalidade é proclamar aos céus que ali vai uma pessoa com muito dinheiro e pouco critério. Em suma: um otário. Feminino, na grande maioria dos casos.

    * * *

    Ao contrário do que esse parágrafo pareça insinuar, eu não sou uma Ralph Nader tardia. Como quase todo mundo — intelectuais do Joãosinho Trinta à parte — gosto de luxo e riqueza, e já fiz extravagâncias de consumo suficientes para arder para sempre no fogo do inferno, que se alimenta basicamente na fogueira das vaidades burguesas.

    Mas há uma perversidade na relação custo-benefício de uma bolsa Vuitton, um exagero de consumo, que me revolta pela evidente agressão social que projeta. Há uma profunda deselegância moral naquelas letrinhas estampadas. Seriam mais honestas se fossem cifrões. Que me desculpem a Maria Clara Diniz, o diretor-geral da marca e as moças todas que andam por aí de Vuitton a tiracolo, falso ou verdadeiro. É tudo falso.

    * * *

    E é implicância minha sim. Mas não com a Vuitton, especificamente. A Vuitton é apenas o emblema momentâneo do meu completo desgosto com pessoas cujos valores sociais e humanos são tão primários, mas tão primários, que dependem de bol$a$ como essas para saber com quem devem se relacionar.

    * * *

    E, por falar em valores sociais e humanos deformados: o ministro da Previdência continua pedindo desculpas pelo incômodo e humilhação a que submeteu os velhinhos. Sinto, mas não acredito na sinceridade dessas desculpas — que só saíram, a custo, quando o governo viu a reação indignada da sociedade. Continua valendo a imagem do burocrata arrogante, que não só achou perfeitamente normal suspender o pagamento das pensões dos nonagenários como, ainda por cima, não viu necessidade alguma de pedir desculpas a ninguém. Enquanto, é claro, se sentia seguro no cargo.

    Para mim, a qualidade fundamental do ser humano é a bondade, e essa o ministro já provou que não tem. Uma pessoa que não preza o seu semelhante, que não leva em consideração os sentimentos e o bem-estar dos outros — ainda por cima quando esses outros são, justamente, a parcela mais frágil da população — não merece crédito nem confiança.

    É no mínimo desconcertante verificar que o governo do PT — supostamente “popular” — não pensa assim. Ao classificar a barbaridade que se viu como um simples “erro operacional”, o presidente Lula perdeu (mais uma) ótima chance de ficar calado.

    * * *

    Antes que me acusem de ingratidão, e de ter abandonado as capivaras depois de tudo o que elas fizeram por mim, informo que as duas (sim, são definitivamente duas!) capivaras da Lagoa estão vivas e bem, e cada vez mais gordinhas. Ambas foram vistas no último fim-de-semana nas suas respectivas querências. A que vive em frente à minha casa, e é macho (sim, já se sabe que há uma capivara macho e uma capivara fêmea!) foi, inclusive, fotografada por um amigo, que gentilmente me cedeu as fotos. Elas estão no meu fotolog, em www.fotolog.net/cronai.

    (O Globo, Segundo Caderno, 13.11.2003)

    12.11.03





    PessoALL, hoje tem encontro de fotologgers cariocas!

    Na Cobal Humaita, a partir das 20h, no Espírito do Chopp.

    Para quem não sabe -- será que tem alguém que não sabe?! -- fica na Rua Voluntários da Pátria 446, lojas 3 e 4, na parte de trás, da Humaitá.

    Todo mundo lá!

    11.11.03



    Enlouqueceram de vez!

    O Governo tá maluco ou o quê?!

    Depois do bloqueio às pensões dos velhinhos, agora é a vez das crianças portadoras de deficiências: o presidente Lula simplesmente vetou um projeto que incluia no cálculo do Fundef esses alunos!!!

    Quer dizer: a União se recusa a contribuir para a manutenção das Apaes, das Pestalozzis e de outras instituições que vêm, há décadas, exercendo um papel que, de resto, deveria ser desempenhado pelo Estado.

    É que, para o Ministério da Fazenda, o projeto não atende aos "interesses públicos".

    Então tá. Agora, se dar educação e assistência a portadores de deficiências não atende aos "interesses públicos", o que atende?! As alegres viagens do presidente?!

    É isso o "governo humanitário" do PT?!






    Emergência felina no Rio!

    Recebi um email urgente da Valeria Cordeiro e, mais uma vez, apelo para quem tem vagas disponíveis para gatos:
    "A gatinha das fotos está vivendo em frente a um condomínio no Estácio, e está amamentando quatro filhotes. Ela é superdócil e carinhosa, mas os moradores exigem a sua retirada imediata do local. Nós já conseguimos adoção para três filhotinhos, mas a mãe e um filhotinho estão ao relento, sob ameaça de expulsão, e precisam urgentemente de um lar. Quem quiser adotá-la, ou ao filhote, ou a ambos, deve mandar um email para Valéria, em valcord@uol.com.br."
    O pessoal do condomínio, obviamente, prefere ratos... :-(










    Fotinhas de celular

    Aí estão algumas fotinhas feitas e enviadas por telefones celulares: um Nokia 7650 da Tim, e um Samsung Twist da Vivo. Estou adorando esses aparelhinhos!

    Os dois têm fotologs que fiz para eles, em www.fotolog.net/nokia7650 e www.fotolog.net/samsung, respectivamente.

    10.11.03



    Ué, mas logo aqui?!

    Um fotologger indignado com outros fotologgers está mandando o pessoal vir discutir... aqui!

    Queixa-se da falta de educação da maioria dos brasileiros que usam o Fotolog (o que não deixa de ser verdade) mas falha, ele mesmo, num quesito básico de boas maneiras: pedir licença para redirecionar a sua (dele) discussão pra cá.

    Tudo bem, o internETC. sempre esteve aberto aos mais diversos temas, mas também não é o Blog da Mãe Joana, né?


    Easy share: easy mesmo!

    Eu conhecia o sistema Easy Share da Kodak de (quase) teoria. Tinha lido a seu respeito e já o tinha visto, várias vezes, em lojas e feiras de fotografia: uma base em que se põe a câmera e que, automaticamente, carrega as baterias e transfere as fotos para o computador, mais ou menos como uma base de PDA. Achava curioso, mas de certa forma desnecessário. Afinal, carregar baterias e descarregar cartões de memória não chegam a ser tarefas extenuantes.

    Ao longo dos últimos meses, porém, convivi com o Easy Share em duas ocasiões distintas. Primeiro com uma LS433 e, mais recentemente, com uma DX6490, que vieram me visitar para darmos umas voltinhas juntas. Agora me pergunto como é que nenhum dos outros fabricantes de câmeras digitais ainda não se saiu com algo semelhante.

    Nunca houve nada tão prático e simples. É exatamente como a gente imagina na teoria, mas muito melhor na prática. Já deixei de fazer algumas fotos caseiras por não ter uma bateria carregada na hora, ou por preguiça de descarregar o cartão. Mas, enquanto estive com o Easy Share, nenhuma foto, por boba que fosse, me escapou: é que a câmera está sempre lá, sempre disponível, sempre carregada. Sensacional.

    O grande problema do Easy Share, aqui no Brasil, é o eterno problema do preço, enfeitado com todas aquelas guirlandas de impostos. A base, que não vem com a maioria das câmeras, custa, aqui, cerca de R$ 300. É muito salgado em comparação aos US$ 60 cobrados nos EUA, razoáveis para um acessório tão útil. A base mais divertida de todas, a Printer Dock 6000 — que, além de base, é impressora termal e produz excelentes cópias 10 x 15 — pula dos US$ 200 do mercado americano para R$ 1000 ao atravessar o Atlântico. Isso desvirtua a idéia básica da Kodak de oferecer uma máquina familiar, um sistema simples de usar para quem não gosta, não sabe ou não quer se envolver com detalhes técnicos.

    A base impressora trabalha com kits de mídia, que vêm com tinta e papel para um número certo de fotos. Essa é uma vantagem das termais sobre as jato de tinta, em que descobrir quanto custa cada foto envolve equações tão complicadas que, pelo sim pelo não, a gente desiste antes mesmo da primeira tentativa. Um kit com 40 folhas sai a R$ 119 na loja online da Kodak, ou seja, quase R$ 3 por foto. É três vezes o custo de cópias feitas em lojas — mas há ocasiões em que este “efeito polaroid” não tem preço.

    Papos: Palms e spam

    A Abranet (Associação Brasileira de Provedores de Acesso) realiza no próximo dia 24, em São Paulo, um seminário inteiro dedicado ao spam. Inscrições em www.spam2003. com.br. Já aqui no Rio, na quinta-feira, dia 13, Marcelo Rodrigues, evangelista dos micrinhos de mão, fala sobre o Palm como ferramenta de conhecimento. No Senac Barra, na cobertura do Marapendi Shopping, às 20 hs. Info em www.rj.senac.br ou pelo tel. 3138-1018.

    (O Globo, Info etc., 10.11.2003)

    9.11.03



    Eclipse!




    Capivara!

    Vejam só quem apareceu ontem em frente à minha casa!

    A capivara do Cantagalo, que eu fotografei há algumas semanas deitadinha, tomando sol, lembram?

    Dessa vez, quem fez o flagrante foi o meu amigo e vizinho Jayme, que por acaso tinha levado a máquina para tentar fotografar uns miquinhos que vivem num morro ali em frente. Miquinho não viu nenhum mas, em compensação, quando ia voltando para casa...

    Havia diversas pessoas em volta dela, embevecidas. Agora imaginem que um rapaz, certamente bem intencionado, estava tentando telefonar para o Ibama... para que viessem recolher a nossa capivara!!!

    Felizmente, foi dissuadido a tempo. Além disso, me parece que o dito Ibama, e mais alguns bombeiros, já tentaram pegar a bichinha, mas ela não é boba nem nada, e escapa sempre.

    Ufa.

    Ah, gente, vocês não imaginam como eu fico feliz quando essa capivara aparece!

    Eu adoro esse animal... :-)))

    8.11.03



    Pêra.com

    Eu hein. Fui comer uma pêra, tinha um rotulozinho onde estava escrito www.dovex.com. Fruta com URL. Era só o que faltava.




    Fui comprar óculos novos na Lunetterie e dei a maior sorte: me encontrei por acaso com o Lula Rodrigues, amigo querido que é um super produtor e entende tudo de visual. Quando ele chegou eu já estava lá há horas, e tinha reduzido as minhas indecisões a três armaduras mais ou menos parecidas.

    Ele confirmou que a que eu estava gostando mais era mesmo a que ficava melhor em mim. Vocês não imaginam que alívio! Escolher óculos sempre foi uma tortura para mim.

    Aproveitei o encontro e fiz uma fotinha com o Nokia 7650: nela estamos o Lula e eu no espelho, e o Everaldo, da ótica, atrás.

    Os óculos ainda são os de sempre.

    7.11.03





    Ganhei umas lindas fotos de gatinhos clicados em Israel pelo João Nuno -- que, nesse momento, participa de um encontro internacional de fotologgers em Praga.

    Ter amigos internacionais é chique, né? :-)


    Um homem, uma mulher, um celular

    Fuso Horário do Amor


    Pense num chavão qualquer de comédia romântica: ele certamente estará em “Fuso Horário do Amor”. Dos protagonistas que se encontram no meio de uma viagem à mocinha vulgar e maquiada que vira uma beldade sem o modelito “Pretty Woman”, está tudo lá, inclusive o galã cheio de neuras e problemas que quer fazer qualquer coisa no mundo, menos se apaixonar.

    Quando o filme começa, nossos heróis Rose (Juliette Binoche) e Félix (Jean Reno) estão mergulhados numa típica situação de estresse moderno: há uma greve geral em Paris, os aviões se atrasam, o aeroporto está um caos, há passageiros descompensados e bagagens extraviadas por toda a parte.

    Para cúmulo das misérias de Rose, ela vê seu celular sumir descarga abaixo logo na primeira cena. Poderia ter sido mais cuidadosa? Com certeza – mas aí não teríamos filme, já que, no próximo instante, ela pede o celular emprestado a um desconhecido. O resto praticamente se adivinha.

    O que faz de “Fuso Horário” um bom filme, porém, é um pequeno detalhe que conta muito: a nacionalidade. A mesma história filmada em Hollywood daria engulhos. Os franceses, porém, acreditam que as pessoas – e, conseqüentemente, as platéias, como coletivos de pessoas – são, ou pelo menos ficam, adultas. De modo que, apesar das situações previsíveis e forçadas, seus personagens falam e se portam como gente, e não como caricaturas de adolescentes.

    Rose e Felix são “pessoas usadas”, no bom sentido: já passaram dos 15 há algum tempo e, ainda que o roteiro não ajude muito, conseguem convencer o público de que não se materializaram assim do nada no aeroporto Charles De Gaulle. Nisso, aliás, os créditos vão todos para Binoche e Reno. Sem eles, a diretora e roteirista Daniele Thompson estaria tão perdida quanto uma mala embarcada pela Air France.

    (O Globo, Rio Show, 7.10.2003)

    6.11.03



    Não tou dizendo?

    A gente começa, mal e mal, a ter uma pálida idéia do que vai acontecer com as comunicações através dos celulares e PDAs com câmera. A nossa forma de ver, de interpretar a imagem, de mandar notícias -- tudo vai mudar muito.

    Estamos só no princípio, os telefones ainda são caríssimos, os custos operacionais idem... mas ponham uns cinco anos na história. Neste momento, celulares com câmera já estão vendendo mais do que câmeras digitais.

    Lembrem-se: há meia hora histórica, só milionários tinham telefone celular. Hoje há muito mais pessoas com celulares do que com linhas fixas.

    Por que esse papo? Porque vivo pensando nisso, ultimamente; mas também porque a BBC acaba de incorporar telefoninhos 3G ao seu arsenal de trabalho.

    Gosto muito de ser testemunha ocular dessa História.


    Netos de chocadeira

    Vi, no Jornal Nacional, os velhinhos nonagenários tentando se recadastrar no INSS. A notícia do bloqueio das suas aposentadorias (cinicamente chamadas de "benefícios") já havia me indignado ontem; mas as cenas de hoje foram de ferver o sangue.

    Coração a gente já viu que eles não têm -- mas onde é que esses imbecis da Previdência andam com a cabeça?!

    Vai ficar por isso mesmo?!

    Esse ministro vai continuar no cargo?!


    Estou aqui...




    Família Gato Convida

    A Família Gato convida para a exposição de seus trabalhos em CAT =^..^= ART, uma edição especial do fotolog.


    O mundo por um fio:
    viajando em trevas

    Nada mais claro, no escuro, do que o óbvio: estamos presos a uma tomada


    E, de repente, lá estava eu, às voltas com um problema absolutamente inédito: como distinguir o shampoo do creme rinse no escuro? Não, não estou falando desse escurinho fajuto aqui do Rio, sempre temperado pela luz de um luminoso ou de um carro que passa lá embaixo. Estou falando de um escuro medieval, em que não se enxerga o proverbial palmo diante do nariz; um escuro em que qualquer bípede com um mínimo de juízo recolhe-se à toca e enfia-se debaixo das cobertas, para esperar a salvo a luz redentora do dia seguinte.

    O bípede que vos tecla, contudo, que ainda acha a falta d’água um mal maior do que a falta de luz, decidiu ir para o chuveiro enquanto o banho era possível. Eu estava num hotel em Florianópolis, em pleno apagão, e as duas embalagenzinhas rigorosamente idênticas eram apenas mais um dos inesperados desafios da noite. Em geral, a gente não precisa sequer ler as etiquetas do creme rinse e do shampoo para saber qual é qual: basta olhar para eles. Pois é.

    * * *


    Quando o apagão começou, na hora do almoço, eu estava no Centro de Convenções, participando de um evento de telecomunicações muito apropriadamente chamado de Futurecom — ou alguém aí imagina o futuro bem iluminado e sem problemas? Nisso, aliás, Florianópolis provou estar na vanguarda da modernidade, seguindo tendência apontada por São Paulo, Nova York e Londres.

    Como o dia ainda estava claro, ninguém se preocupou com a situação. Afinal, blackouts só se tornam blackouts ao cair da noite. Até lá, atendem por nomes menos ameaçadores, como queda de energia ou falta de luz, e causam no máximo irritação. Com o tempo, a irritação dá lugar a sentimentos mais complexos: inquietação, desasossego, insegurança, preocupação. Há quem chegue ao pânico. Eu, no negrume do quarto, fazendo a mala à luz de um Palm — computadorzinho de bolso com bateria animal e tela brilhante, uma tecnologia de ponta que nunca pensou em exercer a humilde função de lanterna — cheguei à filosofia. Pensava e pensava, e não conseguia parar de pensar.

    Sobre o escuro, é claro.

    Desde o começo da tarde, a vida em Florianópolis havia se transformado numa grande lição. Tudo denunciava a nossa crescente dependência da energia, dos celulares mudos aos computadores mortos, passando pelo almoço frio por falta de microondas, pelos refrigerantes quentes por falta de gelo e pela falta d’água geral nas torneiras nos banheiros públicos, acionadas por sensores elétricos. Isso para não falar da pior falta de todas, a de notícias.

    * * *


    Até princípios do século passado, a humanidade convivia relativamente bem com a ignorância dos fatos. Navios levavam meses para atravessar o oceano com as novidades, cartas chegavam até depois da morte dos remetentes ou dos destinatários e países como a China, que ficavam do outro lado do mundo, eram apenas material de lenda e anedota.

    Hoje, cercados de antenas e de conexões, não só estamos em permanente comunicação com os amigos e com a família, como ficamos consternados quando a televisão nos mostra os parentes das vítimas do avião que acabou de cair no Tajiquistão. O mundo virou uma espécie de CD metafísico, com muito mais informação e sem lado B. Tudo é aqui, e tudo tem que ser agora.

    * * *


    Depois de quase uma hora de caminhada por ruas suspeitas e semidesertas, nosso intrépido grupo de jornalistas chegou ao hotel. Apesar do mobiliário espartano e do desconforto imbatível do estabelecimento, o saguão estava cheio de gente. Ninguém queria ir para o quarto. Lógico: o escuro compartilhado pode ser até engraçado, mas o escuro a sós, num lugar estranho e pouco convidativo, é o que há de deprimente. Além disso, nas áreas públicas ainda havia lâmpadas de emergência, ao passo que nos quartos não havia nem velas, proibidas por medo de incêndio.

    * * *


    O que me salvou foram as maquininhas que me fazem companhia. A luz do Palm, plantado em frente a um espelho, foi suficiente para mostrar os móveis e me deixar adivinhar objetos; o celular, que pisca a intervalos regulares, funcionou perfeitamente como indicador de onde estavam os óculos, que deixei a seu lado.

    Só depois do banho, com a mala pronta e as máquinas afinal desligadas, é que me deixei envolver de vez pelo apagão. Não sei o que era mais denso, se o escuro ou o silêncio, despido da cacofonia que habitualmente nos cerca, e em que nem reparamos mais. A geladeira, o ar refrigerado, o ventilador, as lâmpadas fluorescentes — todos falam, à sua maneira. Como acontece tantas vezes, só os ouvimos quando se calam.


    (O Globo, Segundo Caderno, 5.10.2003)


    Tupigrafia

    Idéia legal: o Tony de Marco pôs a Tupigrafia no Fotolog. Boa forma de divulgar a revista!

    5.11.03



    Ofélia, os meninos chegaram!

    Finalmente, notícias de Paulinho & Cia.:
    "Chegamos!!!

    Um calorão delicioso, a casa está linda e assinamos a escritura amanhã. A Emilia melhorou um pouco, mas ainda está com uma febrinha chata e tossindo. O Joseph, assim que saiu do carro em Austin, resolveu correr pra dentro de um irrigador de grama que estava funcionando a pleno vapor. Ficou encharcado, enlamaçado e feliz da vida!

    A Alícia, descobrimos, é alérgica ao Joseph. Se comportou muito bem na viagem, pois veio no meu carro comigo enquanto os outros dois vieram com a Kelyndra. Assim que juntamos todo mundo e o Joseph começou a urrar, ela desandou a chorar e não parou até agora. Beijos,

    Paulinho"
    Agora só ficam faltando as fotos...


    Censura no ar!

    O Blog'n'Roll, ótimo programa sobre blogs que rolava na All TV, acabou.

    Motivo: censura e grossura explícitas de um cidadão chamado Marcos Barreiro (de quem, confesso, nunca tinha ouvido falar) e que, pelo visto, toca algum apito por lá, já que os seus desafetos não podem ir ao ar.

    Solidária com seu quase-entrevistado Marcelo Duarte, a rapaziada do Blog'n'Roll pegou seus teréns, e foi embora.

    Agiram correta e decentemente, ao contrário do tal Barreiro.

    E a gente aqui achando que All TV era uma coisa bacana, alternativa... Pfui.

    4.11.03





    E vocês ainda se queixam de spam...

    A Bia me mandou este press release que recebeu no trabalho. Assim mesmo, TODO GRITADO:
    "O ATOR E HUMORISTA SERGINHO MONTENEGRO PASSOU O FINAL DE SEMANA SUPER FELIZ. LONGE DE CASA HÁ MAIS DE UM ANO, NA SEXTA-FEIRA PASSADA SERGINHO RECEBEU A VISITA DE SUA IRMÃ ALINE MONTENEGRO, QUE VEIO DA PARAÍBA DIRETAMENTE PARA SUA CASA, MATAR AS SAUDADES.

    "ALÉM DE REVER A MINHA IRMÃ, HÁ MUITO TEMPO NÃO COMIA TÃO BEM. COMO MORO SOZINHO E NÃO SEI COZINHAR, ESTE FINAL DE SEMANA PUDE ME ALIMENTAR MELHOR E RELEMBRAR DAQUELE TEMPERO GOSTOSO DE MINHA MÃE", EXPLICOU O VENCEDOR DA CASA DOS ARTISTAS 3."
    Eu dava tudo para saber o cardápio.


    Não perca: A volta da Múmia!



    Tartarugas online

    O Projeto Tamar inaugurou uma loja online. O visual meio tosco das fotinhas dos produtos não combina com o site do Tamar, que é todo bonitão e sofisticado, mas, de qualquer forma, oferece a possibilidade de se colaborar com um dos projetos ambientalistas mais simpáticos e bem sucedidos do país.

    No site do Tamar, por sinal, você pode adotar uma tartaruga marinha por R$ 100. É uma adoção virtual, lógico, mas dá direito a um "kit adoção", com certificado com o nome da tartaruga e camiseta bonitinha.

    Quando estive na Praia do Forte, há alguns anos, "adotei" uma tartaruga para a Emília. Espero que essa Tartaruga Emília ainda esteja por aí, singrando os mares, feliz da vida; e que um dia volte à Praia do Forte, e tenha muitas e muitas tartaruguinhas.



    Ela: em ótimas mãos

    A nova editora do Ela é a Ana Cristina Reis, dona de um dos melhores textos que conheço em jornal atualmente. Uma ótima escolha, que agradou a todo mundo na redação. Ana Cristina, que trabalhava com Mara Caballero, é inteligentíssima, antenada e muito engraçada. Em suma: uma sucessora à altura da Mara.

    Aliás, escrever bem, no caso dela, é de família. Ana Cristina é filha do Eduardo Almeida Reis, prima do Fernando Brant, sobrinha da Vera Brant, neta da Sarita -- que tem status de mito em Minas -- e last, but not least, bisneta da Alice Brant, que tanta gente conhece como Helena Morley, pseudônimo que adotou para assinar "Minha Vida de Menina".

    Por uma dessas coincidências curiosas, a capa da primeira edição deste livro foi feita pela minha mãe.



    Fotolog

    O nosso brinquedinho querido continua fora do ar. Agora há uma nova mensagem do Cypher, explicando que a transferência dos comentários para os novos servidores está sendo mais lenta do que esperavam. Enquanto isso, vamos fazer outras coisas: jantar dormir, por exemplo, que tal?

    Update: A mensagem mais recente do pessoal recomenda que a gente volte no final da manhã, aí pelas 11h, horário de Nova York, ou seja, pelas duas, nosso horário.

    Sábio é o Millôr, que diz o seguinte: "Livro não enguiça".