6.4.04



Privacidade

Muito curiosa a celeuma em torno do Gmail, novo serviço de email anunciado pelo Google.

Está todo mundo estressado com questões de privacidade, porque o Google deve usar um sistema semelhante ao dos anúncios aí de cima para pôr propaganda dirigida nas msgs (ou seja: preparem-se para receber um monte de anúncios de colchões para cavalos!). Para isso, a correspondência seria varrida por máquinas de busca, e é aí que a porca está torcendo o rabo.

Mas gente, essa questão simplesmente não existe! Até porque só vai usar o serviço quem quiser. Duvido que perigosos terroristas da Al Queda venham a trocar emails via Google, ou gente de bom senso use um Hotmail da vida para enviar Informações Realmente Relevantes (IRR) -- se é que ainda existem Informações Realmente Relevantes por aí.

Eu já deixei de acreditar em privacidade -- na rede ou fora dela -- há muito tempo. No dia em que tiver uma IRR para mandar para alguém, vou usar um sistema de criptografia básico, como o PGP, ou mandar uma carta pelo correio. Daquelas simplinhas, mesmo.

E pronto.

De resto, todo o conceito de privacidade é muito relativo -- e muito recente. Até outro dia a humanidade vivia amontoada e todo mundo sabia da vida de todo mundo. Como ainda sabe.

Afinal, qual é a privacidade que se tem numa cidadezinha do interior, ou num edifício com um porteiro curioso?

A melhor proteção que se pode ter é nunca escrever num email nada que não possa sair na primeira página do jornal -- para não sair na primeira página do jornal.

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