9.12.02



CENSURA

A Meg deu o alerta (sempre ela; como sabe das coisas!): o Aldir Blanc foi, aparentemente, demitido do Dia pela Teocracia Estadual vigente!!!

Só não vou dizer que isso é inacreditável porque, da parte dessa gente, pode-se esperar tudo; mas torço, do fundo do coração, para que isso seja um trote.

Update: Não só é verdade, como acabo saber também de uma outra barbaridade. O Aroeira, processado pelo Marcelo Alencar, perdeu, e teve que pagar R$ 30 mil àquele ser inqualificável. O Dia adiantou essa grana (que nem o Aroeira, nem nenhum de nós jornalistas obviamente tem) e vai descontar em três anos -- durante os quais o Aroeira teve que concordar em não ter aumento de salário.

E ainda há pessoas que se dizem jornalistas defendendo essa onda de processos e arbitrariedades contra a categoria! É direito de qualquer um processar qualquer um? É. Governante é qualquer um? Definitivamente, não. Além disso, uma coisa é processo para exigir retratação, outra processo para extorquir dinheiro. Retratação faz parte do jogo; dinheiro não. Esta é a forma mais certa de amordaçar a imprensa.

Se amanhã vocês estiverem lendo um monte de diários oficiais no que antes eram jornais vibrantes, polêmicos, cheios de opiniões interessantes, não estranhem.

A crônica do Aldir Blanc

Eminência marron

O (g)Arrotinho passou da fase oral para anal-porcalhona. Alguns chutes neofreudianos podem nos aproximar das excrementícias declarações sobre desinfetar o palácio para a posse de Rosinha Minha Canoa. Triste que a histórica legenda do PSB tenha aderido, por oportunismo, aos SS: Sacro-Sanitários.

Adolf Hitler tinha obsessão por algumas palavras: envenenar, desratizar, desinfetar, infecção... Todo crime contra os judeus foi baseado numa campanha higiênica, da qual o único contaminado era, paranoicamente, o líder nazista.

Segundo a lenda, os genitais do Adolf teriam sido mutilados por um bode. Faz parte também do anedotário político que o cara sofreria de monorquidismo – em linguagem bem popular, tinha um ovo só.

São incríveis as semelhanças, na sede de poder, entre o Adolfinho e a Eminência Marron do governo Rosinha Minha Canoa: chantagem, corrupção, processos contra jornalistas, por aí. Eu sartei fora da medicina psiquiátrica faz tempo. Não tenho pretensão, como o ilustre Peter Gay, de escrever psicohistória. Agora, gostaria de contribuir, dentro da política carioca do bico pro alto, dizendo o seguinte: vai ser tenebroso, por quatro anos, um governo gerido pela japinha e orquestrado, nos bastidores, por um sujeito moralmente roncolho.

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