Entre raquetadas e beijos
Wimbledon -- o jogo do amor

A partir daí, ninguém precisa ser propriamente a mãe Dinah para saber como o filme vai terminar, mas diga-se a favor do diretor Richard Loncraine que, apesar disso, o interesse do público se mantém até o fim -- nem tanto por causa da historinha de amor, mas por causa de Wimbledon, lugar tão famoso a respeito do qual sabemos tão pouco.
Todos já vimos suficientes filmes sobre Fórmula 1, basquete, atletismo e futebol -- para não falar em esportes exóticos como beisebol e quadribol -- para conhecer os seus bastidores, mas não é todo dia que aparece um filme sobre tênis. Ora, é muito interessante ver como funciona Wimbledon, como são seus vestiários, como vivem os atletas por lá. Para nós brasileiros, então, ainda há um grãozinho de emoção extra, já que é impossível deixar de pensar no Guga no meio daquela festa.
Não sei se um especialista terá a mesma impressão, mas para o Bonequinho as partidas foram ágeis, convincentes e emocionantes, garantindo bons momentos de diversão.
Quanto à dupla romântica... Bem, não é difícil imaginar pelo menos meia dúzia de atores mais carismáticas nos papéis de Peter e Lizzie -- mas, curiosamente, essa falta de charme explícito os faz mais simpáticos e plausíveis, assim como uma certa reversão de expectativa. Ela é direta e durona, ao passo que ele é gentil e indeciso, uma espécie de Hugh Grant louro e anguloso. "Wimbledon" é a típica comédia romântica inglesa, inconseqüente, leve e gostosa de assistir, ideal para quem quer dar um tempo neste insensato mundo.
(O Globo, Rio Show, 22.10.2004)
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