30.6.03





Mamãe e Bia no Grill da Lagoa, um quiosque nota 10.


Chega! Ninguém agüenta mais!!!

Vocês vão dizer que eu ando obcecada com isso — e ando mesmo! Acontece que não agüento mais receber spam!!! Suponho que há quem fature com essa praga — além, claro, dos crápulas que vendem aqueles CDs com todos os emails da internet e mais alguns. Mas não sei até que ponto a corja que não hesita em anunciar o que ninguém quer se dá conta do grau de fúria crescente dos usuários contra mensagens marqueteiras não solicitadas, em qualquer de suas formas.

Por exemplo: na sexta passada, o “Wall Street Journal” informou que a Federal Trade Comission (FTC) abriu, nos EUA, uma lista para quem quiser pôr o seu telefone a salvo das chamadas de telemarketing. Nas primeiras 12 horas, mais de 370 mil pessoas já se haviam registrado. O número só não foi maior porque o sistema, que não estava preparado para este volume de adesões, ficou lento demais.

Até o fim do ano, a FTC estima que cerca de 60 milhões de telefones estarão registrados na lista. A partir de outubro, a empresa que fizer uma chamada para um número da lista pode ser multada em até US$ 11 mil. Lógico que os telemarqueteiros, que não se tocam, tentaram processar a FTC. Não conseguiram, felizmente. Se isso não é um recado claro, não sei o que é.

No Brasil, temos um exemplo local parecido: a Câmara Municipal de Porto Alegre que, obviamente, preocupa-se mais com os cidadãos do que a nossa inenarrável Alerj, aprovou, em dezembro passado, um projeto de lei que obriga as operadoras de telefonia a manter listas de usuários que não querem ser aborrecidos por telemarketing. Quem importunar alguém da lista acaba multado.

Há sugestões parecidas contra o spam — o equivalente online do telemarketing — em gestação no mundo todo. A verdade é que ninguém sabe mais o que fazer para deter essa onda insuportável de lixo. Aliás, a última dos spammers brasileiros — depois de toda a cascata a respeito do suposto decreto regulamentando a coisa, e em que ninguém mais cai — é mesmo uma gracinha: “Esta mensagem não é SPAM. É a divulgação de um trabalho sério. Não se preocupe, pois você não a receberá novamente.”

Spammers? Todos ao paredão!

Abel de endereço novo


Nosso coleguinha Abel Alves, que tão zelosamente responde às cartas dos leitores, avisa que mudou de endereço. Os seus cursos de manutenção de computadores funcionam agora na Rua Uruguaiana 10, sala 2209. O telefone é 2222-7774, e ele está finalmente equipado com Velox.


(O Globo, Info etc., 30.6.2003)





Se eu pudesse ter escolhido como seria, eu seria assim.

28.6.03





Essa aqui eu mesma fiz no Chile, há alguns anos. Estou tentando descobrir em que canto da internet está o álbum que publiquei na ocasião, para os colegas que foram comigo, mas tá difícil...

Nessa época, estavam surgindo os primeiros serviços de fotos online. Eu, naturalmente, testava todos. Volta e meia recebo emails de serviços me lembrando que há anos não subo nada e portanto vou ser desconectada, ou dando adeus e fechando as portas, coitadinhos.

De qualquer forma, o fato é que os meus primeiros álbuns ficaram soltos por aí.

Aliás, se vocês quiserem ver figurinhas, o Fotolog tá bem gordinho e interessante.

26.6.03





Enquanto isso, nos Estados Unidos...
(Valeu, Andre!)


Google, Blogger & J.K. Rowling

Vem aí a nova toolbar do Google, que mata popus e facilita a vida de quem usa o Blogger... esbarrei agora com a notícia, chequem aqui.

E, para quem gostou da edificante historinha do primeiro marido de J.K. Rowling -- aquele, que pôs para fora de casa, aos sopapos, a futura mulher mais rica da Grã Bretanha -- um link que tem tudo, de foto do casal à certidão de casamento.


Emergência felina!

Cora, minha filha e um amigo foram a UFRJ e deixaram o carro estacionado no pátio. Ao retornarem, um gato havia se alojado dentro do motor sem que ninguém percebesse. Quando deram a partida, o felino caiu ensanguentado. Levado a uma clínica veterinária, foi operado e perdeu uma pata . Segundo o clínico ele irá se recuperar mas terá que morar em residência com alguém que goste de bichanos.

Se já não tivesse três, ficaria com ele. Caso alguém se interesse, pode entrar em contato comigo por e-mail, deixando telefone. Minha filha o levará a seu " novo lar". Obrigado,

Gilson





A Bia acabou de me mandar... Pode?!


Mil perdões!

Estou em falta com todo mundo: não respondo emails há dias, não visito os blogs do coração e há uma quantidade de recados na secretária eletrônica que ainda não retornei. Peço muitas desculpas aos amigos que estão se sentindo abandonados. Eu amo vocês, não duvidem disso; é que estava correndo contra o tempo com alguns frilas e com o Harry Potter, que infelizmente não consegui ler todo entre sábado e terça, que é quando escrevo a crônica de quinta.

Prometo que logo volto ao normal, isto é, à bagunça organizada de hábito. Do jeito que ando, até mordida de gato rejeitado já levei.

Eu sei, eu mereço.












O Palm vai à Travessa

Flagrantes do lançamento do Manual do Mané, dos queridos Arthur Dapieve, Gustavo Poli e Sérgio Rodrigues, na Livraria da Travessa.

Fotinhas feitas pelo Palm, sem flash ou retoque.

Gente, tou amando essa maquininha! Infelizmente, este foi o nosso último passeio juntas: amanhã nos despedimos.


Harry Potter não é mais o mesmo

Acho que se eu não tivesse lido o primeiro Harry Potter em 1998, assim que saiu nos EUA, pouco estaria me lixando para esse “Harry Potter and the Order of the Phoenix”, que acaba de chegar às livrarias com tanto estardalhaço. Eu seria, provavelmente, mais uma entre as tantas pessoas que não leram, não gostaram e têm raiva de quem gosta, entediadas de antemão com a overdose de merchandising.

Acontece que, naquela época, “Harry Potter and the Sorcerer’s Stone” — que aqui viria a ser “Harry Potter e a Pedra Filosofal” — era apenas um livro de sucesso. Havia feito furor na Inglaterra, vinha sendo ardorosamente discutido na internet e tinha, afinal de contas, 309 páginas. Ora, para mim, qualquer autor que consiga fazer crianças lerem 309 páginas, de livre e espontânea vontade, é um herói.

Comprei o livro num aeroporto, pouco antes de embarcar, e fiquei chateada quando, doze horas depois, o avião aterrissou e tive que interromper a leitura: faltava tão pouco para terminar! Continuei lendo no táxi e, em casa, só fui conversar direito com as pessoas e os gatos quando cheguei ao fim. As crianças inglesas estavam cobertas de razão: Harry Potter era mesmo o máximo.

De lá para cá, passei a aguardar ansiosamente cada novo volume. No segundo, já tinha companhia: José Lewgoy, que também ficou apaixonado pela galera de Hogwarts, conseguiu o seu em tempo recorde. No terceiro, fui mais rápida, e passei duas semanas contando vantagem.

Aí, claro, o mundo inteiro já sabia quem era Harry Potter. Com o filme, o hype em torno da série atingiu níveis insuportáveis — e perdi completamente o interesse pelo quarto volume. Eu me recusava a compactuar com aquela ferramenta capitalista, aquela isca criada para arrancar dinheiro do bolso de pais e mães, impotentes diante da sanha do mercado.

Mas o Lewgoy, que era um sábio e não se deixava iludir por essas coisas, nem contra nem a favor, me deu o toque: “Esquece a propaganda e lê. É muito bom.”

Mais do que bom, o quarto Harry Potter foi, para mim, o melhor da série, o mais forte, o mais bem estruturado como thriller psicológico. Lá para o fim me peguei aos prantos, desconsolada com tanta maldade. E muito irritada comigo mesma: “Caramba, pára com isso!”, me cobrava. “É só um livro! E para crianças, ainda por cima...!” É, respondia meu outro lado, mas “A pequena vendedora de fósforos” também é para crianças. E é só um conto.

“A pequena vendedora de fósforos”, de Hans Christian Andersen, é, como vocês sabem, a história mais triste do mundo. E aí é que ficou feia a coisa, entre aquelas duas tristezas inconsoláveis. Porque, depois de uma certa idade, não é o enredo que leva a gente às lágrimas, naturalmente, mas sim a sua identificação com o que há de ruim e de malsão no mundo.

Sob este aspecto, o novo livro promete. Ainda não cheguei ao momento em que morre um dos principais personagens, mas a trama se adensa. O universo leve e fantasioso dos primeiros livros (apesar dos acontecimentos dramáticos) ficou definitivamente para trás.

Vítima da fama e da adolescência, Harry Potter anda mergulhado em crises, com raiva de tudo e de todos. Como se não bastasse, o seu mundo inteiro — Hogwarts inclusive — revela-se menos simples do pensava. Nada é bem o que parece ser; ninguém é cem por cento confiável, para o bem ou para o mal.

O livro demora a engatar. Em termos de ação, vai direto ao assunto, mas não é difícil perceber, nos primeiros capítulos, as engrenagens que vão puxando e empurrando os carrinhos da montanha-russa. Houve muita especulação em torno das dificuldades que J.K. Rowling teria enfrentado para levar a tarefa a cabo; ela as nega e diz que apenas quis escrever sem a pressão dos prazos.

Pelo que li do livro até agora, fico com os especuladores. Em vários pontos falta a naturalidade dos volumes anteriores, a fluência, o humor nas entrelinhas. Ainda assim, J.K. Rowling continua contando uma história como ninguém. Tem estilo e criatividade e — aleluia! — não está nem aí para o que pais e professores possam pensar a respeito dos seus livros. Escreve para pessoas, e pronto. Que a maioria dessas pessoas seja menor de idade — bom, fazer o quê? É um fato da vida.

* * *

E, por falar em fatos da vida: não consigo deixar de pensar no coleguinha português com quem J.K. ficou um ano casada. Vocês sabem dessa história, não? Ela tinha 26 anos, estava no Porto vivendo como professora de inglês para estrangeiros e se encantou com um jovem repórter da televisão local. O casamento, desastroso, acabou com uma briga em que ele a pôs para fora de casa aos tapas, no meio da madrugada, com a filha pequena.

J.K. entrou em depressão e se refugiou na Escócia, ao lado da irmã. Passou seis meses vivendo de auxílio-desemprego e morando num conjugado tão sem jeito que, para escrever a estranha história de um garoto mágico que tinha na cabeça, só mesmo indo para o café da esquina, que tinha boas mesas e um ambiente mais aconchegante.

O resto, como dizem, é História.


(O Globo, Segundo Caderno, 26.6.2003)

25.6.03





(Valeu Waldir, queridinho! Thanks!)




Hoje cedo, andando na Lagoa, fiz essa foto. Subi junto com outras parecidas lá pro Fotolog.

Update: A legenda e o horário da postagem causaram certa confusão. Desculpem, foi sem querer; como a BBC já explicou no outro dia, é problema de nascença. Então: "hoje cedo" é tipo meio-dia: vejam as sombras como ainda estão retinhas. Aí fui à luta, jantei, voltei, trabalhei mais um pouco e só aí vi as fotos e escolhi algumas pro Fotolog. Resultado: quando fiz este post, antes de ir pra cama, eram cinco e pouco. Do outro dia, claro -- mas que eu continuo chamando de "hoje" (no caso, ontem) porque, para mim, um dia só vira "ontem" depois que eu dormi e acordei. Ficou claro? Ou agora é que eu compliquei de vez?

24.6.03



E, vejam, ela também está voltando!

E, ainda por cima, fez anos ontem; quietinha, na moita. Fui descobrir dando um pulinho lá na Funny.

PARABÉNS, QUERIDA!


Caramba...

O Antonio Calloni me mandou uma continha que dá o que pensar:
"Se um correntista tivesse depositado R$ 100 (cem reais) na Poupança num banco, no dia 1º de julho de 1994 (data de lançamento do real), ele teria hoje na conta a fantástica quantia de R$ 374 (trezentos e setenta e quatro reais).

Se esse mesmo correntista tivesse sacado R$ 100 (cem reais) no cheque especial, na mesma data, teria hoje uma dívida de R$ 139.259 (cento e trinta e nove mil, duzentos e cinqüenta e nove reais), no mesmo banco.

Ou seja: com R$ 100 do cheque especial, ele ficaria devendo nove carros populares, e com o da poupança, conseguiria comprar apenas quatro pneus.

Não é a toa que o Bradesco teve quase R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais) de lucro liquido somente no 1º semestre, seguido de perto do Itaú e etc... Dá para comprar um outro banco por semestre!

E os juros?

VISA 10,40 % ao mês
CREDICARD 11,40 % ao mês
POUPANÇA 0,79 % ao mês"
É. Há algo profundamente errado com o país.


Blog!

23.6.03



Ah, sim: ela voltou... :-)



lendo lendo lendo lendo AHAHA!!! lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo NOSSA!!! lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo OH... lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo...



Zire 71: o Palm nota 10

Há cerca de duas semanas, estou convivendo com um Zire 71, o lançamento mais recente da Palm, que começa agora a chegar às lojas brasileiras. Estou adorando: é um dos melhores handhelds que conheço, e o primeiro a fazer concorrência séria ao meu Sony Clié de estimação, um modelo NR70V com cerca de um ano de idade que, até outro dia, eu considerava insuperável como praticidade, qualidade e design.

O velho Clié e as suas novas encarnações continuam sendo animais mais sofisticados, sobretudo considerando-se os dois modelos que a Sony acaba de lançar nos EUA; mas o Zire 71 é, a meu ver — e se vocês me permitem uma definição tão pouco científica — muito mais simpático e gostosinho, o lançamento mais atraente da Palm (e de qualquer outro fabricante) nos últimos tempos.

Ele é pequeno, jeitoso, bom de segurar e compacto o suficiente para carregar no bolso. É rápido, roda o OS 5, tem uma bateria durável e uma tela colorida e brilhante — que resolve um dos grandes problemas da Palm em relação à concorrência — e, como os Clié topo de linha, traz uma câmera fotográfica embutida.

Ao contrário da câmerazinha basculante dos Cliés, porém, a do Zire 71 é fixa e fica nas costas do aparelho, e se abre empurrando-o para cima; é menos prática e divertida mas, em compensação, tem uma resolução muito melhor do que a do velho PEG NR70V: vai a 640 x 480.

Os novos Cliés, honra seja feita, já superaram isso; o NX80V, que começa a circular em breve, tem uma câmera de extraordinários 1.3 megapixel. Por outro lado, eles são, sem exceção, maiores e mais pesados do que o Zire 71 — e têm um preço muito mais salgado.

* * *

Um dos grandes atrativos do Zire 71 é, justamente, a ótima relação custo x benefício. Aqui no Brasil, a maquininha sai a R$ 1.299, excelente sobretudo quando comparado aos preços dos outros PDAs. Basta lembrar que o Palm m130, com 8Mb de RAM (contra os 16Mb do Zire 71) e uma tela inferior em nitidez custa R$ 1.099. E o m130 não tem câmera, nem toca MP3...

Ah, eu não disse? Então: o Zire 71 pode funcionar também como player. Tem um slot para cartões SD, que podem conter aplicativos ou funcionar como expansão de memória (e há boatos de que há um Bluetooth no forno); uma unidade de 128Mb custa cerca de US$ 90 nos EUA.

Nesses cartões se podem armazenar músicas ou audiobooks. O som, no entanto, é baixo demais, mesmo com os headphones (que não vêm incluídos); sem eles, o alto-falante tem a potência de um daqueles antigos radinhos de pilha que os porteiros da rua colavam no ouvido para acompanhar o jogo. Funciona num cômodo silencioso, mas não é com ele que a gente vai malhar na academia.

Mas isso, claro, é perdoável. Ninguém compra um Palm para ouvir música; essa capacidade é um algo a mais, um extra com o qual a gente se diverte e que, eventualmente, quebra um galho.

Com a câmera fotográfica acontece mais ou menos a mesma coisa: ela está longe de ser uma Leica, mas dá o recado. Nenhum fotógrafo em sã consciência vai levar as imagens de um PDA ou de um telefone celular a sério; elas são simples registros digitais que não existem para serem impressos, mas para transmitir informações através de imagens.

No alto dessa página estão algumas fotos que fiz com o Zire 71. O resultado é irregular: há falta de definição nos detalhes e só Deus sabe o que passa pela cabeça da máquina na hora de interpretar as cores. Às vezes, nas mesmas condições de luz, ela faz “leituras” totalmente diferentes. Mas, gente — estamos falando de fotos feitas por um Palm...!

O software que cuida delas é o Photo, de que gostei muito. É fácil de usar, permite fazer anotações e mudar nomes de arquivo, e basta sincronizar o Zire 71 que as fotos vão, automaticamente, para o computador. Moleza.

O Zire 71 está fazendo um sucesso enorme nos EUA, e acho que deve repetir a dose por aqui: vai ser difícil encontrar quem não se encante com ele.

(O Globo, Info etc., 23.6.2003)

22.6.03



Fotolog

Passei o dia lendo; nos breaks, postava umas fotinhas lá no Fotolog. Tá legal: muitos conhecidos dos blogs por lá, confiram.


Quequéisso?!

Vi no Hiro; mas não é nada do que a gente fica pensando não.


Não reparem o sumiço...

mas é que eu tou lendo Harry Potter.

Denise, Mauro -- eu AMO vocês!!!

20.6.03



Deu no Plantão Globo

"MP pede inquérito policial para apurar denúncias de maus-tratos e morte de gatos no Jóckey."

YESSSSSSSSSSSS!!!




Fui na Helenice ver se tinha notícias do Billy e achei essa tirinha. Me identifiquei MUITO: também padeço desse mal...

O Billy ainda não apareceu. Galera da Ilha, dêem um help ao Cris, please... :-(




Ganhei da Tammy Luciano: não é uma gracinha?


Telhado de vidro

Há alguns dias, o senador Orrin Hatch, um republicano de Utah, teve uma idéia genial: dar aos detentores de copyright americanos (leia-se basicamente RIAA e MPAA) o direito de destruir, à distância, o computador de quem estiver baixando música ou vídeo ilegalmente.

Essa idéia é tão imbecil, mas tão imbecil, que pegou mal até com o povo das gravadoras -- e, no dia seguinte, lá estava de novo o senador, tentando explicar o inexplicável, tipo "Era só uma idéia..."

Nesse ínterim, porém, o bom cidadão Laurence Simon, fuçando o website do senador, descobriu, lá, um menu Java pirateado. Mandou um email pro gabinete deste muar pedindo explicações, mas ainda não recebeu resposta.

Enquanto isso, a galera, indócil na linha, pergunta se é pra atacar o computador já ou se ainda dão um tempo.

(Obrigada pelo link, Roberto Wertman!)

Update: A Wired já está pegando no pé do cara. Ainda bem!


Clarah na Tribuna!

A Clarah, que eu adoro, está estreando como colunista na Tribuna da Imprensa -- e, como vocês vão ver, em alto estilo!

Profusos e sinceros parabéns pra Tribuna, que capturou essa menina que sabe das coisas.




Não é que o danado conseguiu se superar?!

19.6.03




Torturante beleza

Depois de passar séculos espremendo os pés das meninas em bandagens para que permanecessem minúsculos a vida inteira, os chineses partiram para uma nova forma de tortura estética: agora, esticam as pernas das mulheres (também, menos, dos homens) para que ganhem alguns centímetros a mais. Isso se faz por meio de uma cirurgia em que os ossos são serrados logo abaixo dos joelhos e aparafusados a uma estrutura metálica externa. Nesta, há uma chave que, girada todos os dias, aumenta milimetricamente a distância entre os ossos; o espaço é preenchido pelo tecido que o próprio corpo fabrica para a cicatrização, a qual, pelas voltas da manivela, vai sendo adiada indefinida e dolorosamente.

Essa dor é quase insuportável. Para cada centímetro aumentado é necessário pelo menos um mês de recuperação e fisioterapia. O custo é estratosférico. Os resultados deixam a desejar — casos de pernas de tamanhos diferentes são comuns e, não raro, os ossos não cicatrizam bem, vindo a quebrar-se com facilidade. Ainda assim, as filas de espera para consulta com os cirurgiões mais conhecidos ultrapassam um ano.

Acontece que a nova obsessão chinesa é a altura. Ter menos de 1,60m na China equivale, mais ou menos, a ter mais de 45 anos no Brasil: as oportunidades de trabalho e de relacionamento diminuem drasticamente.

A reportagem da BBC que me chamou a atenção para o drama das baixinhas chinesas mostrava uma quantidade de classificados, de ofertas de emprego a buscas de namorada, em que a altura era o primeiro, e fundamental, requisito. Mais tarde, procurando outras informações na internet, encontrei depoimentos de pessoas que foram rejeitadas até em exames de admissão para faculdades de direito — pois advogados e juízes devem “impressionar” nos tribunais — e para a carreira diplomática — porque a representação chinesa tem que ficar, literalmente, à altura dos seus pares estrangeiros.

* * *

É muito fácil nos indignarmos com os chineses por causa disso. Tamanho, entre nós, nunca chegou a ser documento — ou não, pelo menos, a ponto de nos fazer cometer loucuras como essa cirurgia. Como é possível que, num país de gente baixa, justamente a pouca altura seja considerada fator de exclusão social?!

Mas eles não são muito diferentes de nós na sua busca insana por um ideal inatingível. No nosso país de morenas carnudas, por exemplo, o ideal de beleza que a televisão apresenta às criancinhas é, há muitas gerações, a loura magra. Se isso não é um golpe na auto-estima da maior parte da população, não sei o que seja. Para mim, pelo menos, é um soco no olho da estética coletiva do país, que ano após ano vê emergirem do caldo da cultura popular novas levas de celebridades “louras”, cada vez mais turbinadas e artificiais, cada vez mais distantes da realidade.

* * *

No domingo passado, o “Fantástico” entrevistou um grupo de mulheres, para saber como se viam ao espelho. A resposta foi previsível mas, ainda assim, impressionante: não houve uma que se dissesse satisfeita com a própria aparência. E como poderiam, coitadas? Como é que a vida real pode enfrentar a fantasia desvairada que, hoje, se entende por “mulher bonita”?

Como é que uma mulher comum, que trabalha, cria filho e se estressa com as contas no fim do mês, pode ficar contente consigo mesma se o modelo que a mídia lhe aponta como mulher bonita é um mix de acasos genéticos, cirurgia plástica, estilos de vida especialíssimos, truques de luz e de produção e, last but not least , efeitos de computador?

* * *

Há alguns anos, uma atriz minha conhecida fez um ensaio para a “Playboy”. Era uma das mulheres mais lindas do país. No tal ensaio, ficou deslumbrante. Simplesmente perfeita. Temos a mesma idade e até a mesma altura, mas as semelhanças, nós duas bem sabemos, param por aí. Confesso: aquelas fotos me deram uma certa depressão.

Tempos depois, visitando amigos num estúdio em São Paulo, pude ver o “antes” e o “depois” das fotos. Foi um saudável choque de realidade. A moça continuava uma maravilha, mas era uma maravilha da sua (nossa) idade. Meus amigos gráficos tinham retocado detalhes que eu nunca teria percebido: manchinhas de sol na pele, pequenas veias e rugas, detalhes nos pés e, sobretudo, nas mãos.

Pensei nas centenas, talvez milhares, de mulheres que deviam ter se sentido diminuídas com aquela imagem perfeita, e fiquei — filosoficamente — revoltada. Ora pipocas, então elas não estavam se comparando com uma linda mulher de 40 anos, mas sim com uma linda mulher de 25! E o pior é que essa contrafação não era, sequer, excepcional: acontece sempre, o tempo todo, mesmo em fotos de beldades de 18.

Enfim; o fato é que nos horrorizamos com as pernas serradas das chinesas mas, aqui mesmo, o que não falta é gente disposta a recorrer a tratamentos cada vez mais radicais para modificar a natureza e deter o tempo. Tentando atingir, em carne e osso —- e algum silicone —- uma perfeição impossível.

(O Globo, Segundo Caderno, 19.6.2003)


Blog!

18.6.03



Eu sabia...!



Ilha do Governador
Gatinho perdido!

No domingo à noite, Billy, um gatinho siamês que usa coleira azul com um sininho, sumiu de casa no Jardim Guanabara, região do Quebra-Coco. O Cris Dias e a Anna, que moram com ele, estão desesperados, e pedem a quem por acaso tiver notícias do bichinho que entre em contato com eles.


Grande Dudi!



Tsk, tsk

O mundo está cheio de vítimas da ironia mal compreendida. A mais recente é o Tiago Teixeira, que tentou brincar com o caso dos Gatinhos do Jockey: para quê...!




Ganhei do Matusca... :-D

17.6.03



Desculpem qualquer coisa...

Tou com um trabalho pesado esses dias e não tenho tido muito tempo pro blog. Não consegui "capinar" os comentários durante o dia e, assim, alguns de vocês acabaram esbarrando com uns pitboys do Fotolog.

Eu sei, eu sei -- a coluna saiu há mais de uma semana mas, conforme a gente já viu lá no Fotolog, os garotos são mesmo meio lerdos de entendimento. É normal que só tenham vindo para cá hoje. Afinal, ler aquelas palavras todas, arrumá-las na cabeça e descobrir o que significam deve ser bem difícil para quem já gastou todos os neurônios que tinha configurando a webcam.

Enfim. Tudo o que eu posso dizer -- além de Q.E.D. -- é

* s * i * g * h *



16.6.03



As estações, por Lu Misura



Oropa, Itália e Bahia

Bruno Bozzetto fez um filminho em flash sensacional provando que a Itália e a Europa são, definitivamente, duas coisas bem diferentes. Para baixar o filminho, é só clicar na imagem acima; depois me digam se, tirando a cena do avião -- um dos hábitos mais simpáticos dos italianos, por sinal -- não podia ser com a gente.




Dica do Janjão: este ótimo site sobre animais para angloparlantes.

13.6.03



Gatinhos do Jockey

Escreve Ana Yates:
Ato de Repúdio ao Confinamento dos Gatos do Hipódromo

Recebi ontem a informação e um convite de Rosely Bastos presidente da Frente Brasileira para a Abolição da Vivissecção, para participar de uma manifestação (pacífica) em favor dos gatos do Jockey. Parece que ela já conseguiu mobilizar um pequeno grupo que se encontrará no domingo, às 10h30, na entrada da Tribuna A (próxima ao antigo bar El Turfe). Cada manifestante levará sua própria mensagem em panfletos ou cartazes manifestando repúdio ao extermínio dos gatos. Irei lá conferir e dar uma força. Quem desejar se manifestar comparecendo ao ato, será bem vindo. (Ana Yates)


Cut&Paste

Descaradamente copiado do Zazoeira:
POVO

-- Aquele abração, hein Valdir!

-- Duzentas gramas de mortadela, bem fininha.

-- O bloco C? Faiz a curva ali na arvre, perto da porta de vrido.

-- Me vê cinco pão, dos moreninho ali do canto.






- c.a.t. mandou: é a Lagoa, em 1930, vista praticamente do mesmo ponto onde hoje está o meu prédio.


Vendo televisão

É impressão minha ou essa história de Mensa é uma tremenda bobagem? Os caras se reunindo porque têm QI mais alto que os outros, para poderem se sentir... "normais"? Eu, hein. É cada uma...

Update: O pior é que depois apareceu até o Roger, do Ultraje, que pertence à tal sociedade. Eu gosto muito dele -- mas pôxa, Roger! Normal a gente se sente em qualquer botequim -- só depende com quem vai, né?

12.6.03



A FARJ se manifesta

Rio de Janeiro, 12 de junho de 2003.

Ilustre Senhor
Editor Chefe do Jornal O GLOBO
Seção Carta dos Leitores



URGENTE – URGENTÍSSIMO


Prezado Senhor:

Na qualidade de Presidente da Federação Aquática do Estado do Rio de Janeiro – FARJ, vimos fazer os seguintes comentários a respeito do artigo publicado no Segundo Caderno desse Jornal do dia de hoje, 12 de junho e de autoria da ilustre jornalista Cora Rónai:

- Esta Entidade e pessoalmente o signatário, lamentam profundamente as expressões contidas no malinado e-mail de autoria do Sr.Michael Karfunkelstein, e que foi objeto de justa indignação dos atletas Masters de Natação, sempre tão prestigiados por esta Presidência e por esta Entidade Estadual.

- Gostaria de comunicar a esse Jornal e aos seus leitores, e principalmente aos nadadores da Categoria Master, que o Sr. Michael Kafunkelstein que até então exercia aos funções de assessor desta Presidência, foi afastado e demitido da nossa Federação, face os graves acontecimentos que não admitem justificativas.

- Realmente como bem assinalou a jornalista Cora Rónai, o referido e-mail é uma pérola da estupidez humana e absolutamente injusto com os os nadadores Master do nosso Estado.

- Gostaríamos de assinalar que o Sr. Michael Karfunkelstein, nos supreendeu com esta atitude no mínimo indelicada e grosseira em flagrante contradição com os serviços prestados à essa Federação há 8 anos.

- Como noticiado no artigo da Sra. Cora Rónai, procuramos pessoalmente os atletas Master do Clube de Regatas de Icaraí, e que foram objeto das ofensas para pedir-lhes desculpas face o lamentável episódio.

- O signatário preside a Federação Aquática há 9 anos, mantendo um alto nível de relacionamento com todos os atletas, sendo sempre reeleito por unanimidade.

Creia Sr. Editor, que repudiamos a atitude insensata do nosso ex-assessor, pois atingiu o que temos de mais valor no nosso Esporte, que são os atletas que continuam defendendo a Natação Brasileira, ou promovendo-a como uma atitude saudável, que deve ser prestigiada por todos.

A Natação Master do Brasil, tem obtido sensacionais recordes no cenário internacional, onde se destacam os atletas Profª Maria Lenk e o Sr. Gastão Figueiredo.

No lamentável episódio, os maiores prejudicados foram o signatário e a Entidade que preside, pois um ato impensado e injustificado de um assessor não pode comprometer o trabalho probo e idealista de uma Diretoria.

Com estes esclarecimentos, vimos ratificar a nossa repulsa a uma atitude imbecil e ignóbil e solicitar ao ilustre Editor a publicação da presente carta na íntegra nesse prestigioso jornal, com objetivo de esclarecer a posição das pessoas no lamentável episódio

Cordialmente,


Marcos Firmino dos Santos
Presidente da Federação Aquática do Estado do Rio de Janeiro


BSAMP RULEZ!

Uma alegria especial no Fotolog: essa grande sacada do Bruno Sampaio. Simplesmente o máximo.


Alô, Farj: quem é o imbecil nessa história?!

Nadar contra a corrente do preconceito nem sempre é fácil para os masters cariocas


"Eu me recuso a responder o e-mail deste velho f.d.p. Se o fizer eu vou mandar ele tomar no c. Ele é um imbecil muito grande e não sabe que valem (....) os melhores tempos obtidos pelos nadadores, nos últimos 12 meses e não últimos dois anos, até porque nadador normal é jovem e dois anos pode não ser muito para quem já dobrou o cabo da boa esperança, mas para ele que deve estar mais pra lá do que pra cá eu não sei... Quanto ao local do último Cariocão 2002, ao que me consta o Parque Aquático Julio De Lamare é o melhor parque aquático que aqui existe e custa muito caro para nós da Farj realizar lá qualquer competição. Alias eu vou sugerir que não se realizem mais competições destes velhos imbecis lá, pois esta classe de frustrados não deve nadar nem sujar aquela água com a urina de que tem câncer na próstata.”

Vocês desculpem os erros, o estilo e os palavrões. Não são meus. Este é o linguajar que as autoridades esportivas do estado usam para trocar mensagens entre si. O que vocês acabam de ler é um e-mail enviado pelo assessor da presidência da Farj (Federação Aquática do Rio de Janeiro), senhor Michael R. Karfunkelstein, para o senhor Carlos Roberto Silva, o Carlão, diretor master da mesma entidade.

E como é que essa pérola da estupidez humana veio parar nas minhas mãos? Simples: minha mãe, Nora, de 79 anos, é nadadora master. Ao contrário do que supõe o senhor Karfunkelstein, ela não é frustrada, não tem câncer na próstata nem faz pipi dentro d’água. Também ao contrário dele, leva o esporte a sério: treina com rigor espartano, nada quase dois quilômetros por dia, chova ou faça sol, e representa o Rio de Janeiro e o Brasil com grande brio. Está entre as dez melhores do mundo em diversas modalidades, e sente-se extremamente honrada em dividir a piscina com o supercampeão Luiz Felippe de Figueiredo, um dos pouquíssimos atletas brasileiros a ser duas vezes recordista mundial (nos 50m de costas). O excepcional atleta de 62 anos que o senhor Michael R. Karfunkelstein se recusa a responder.

* * *

Quando mamãe me falou pela primeira vez deste e-mail, achei que só podia ser trote. Logo imaginei algum inimigo do senhor Karfunkelstein querendo destruí-lo junto à comunidade, apresentando-o como pessoa grosseira, insensível, doentiamente preconceituosa. Com esse texto, um inimigo poderia até levá-lo à Justiça, num processo criminal por injúria e difamação.

Antes que eu me esqueça: inúmeros juízes dos tribunais superiores têm a mesma idade do Felippe, ou são até mais velhos. No Supremo, por exemplo, os ministros só se aposentam aos 70 anos.

No domingo passado, mamãe me trouxe o jornalzinho de uma associação de nadadores de São Paulo, onde o e-mail havia sido publicado na íntegra. Fiquei chocada com a perfídia do suposto inimigo do senhor Karfunkelstein, que conseguira até a publicação daquela barbaridade, e telefonei para a Dulce Senfft, coordenadora de masters do Clube de Regatas Icaraí, para saber se a Farj denunciara a trama infame. A Dulce, porém, me disse que a autoria do e-mail jamais havia sido posta em questão.

Na verdade, dirigentes da Farj chegaram a ir ao Icaraí para pedir desculpas. Disseram que aquela era apenas uma mensagem para circulação interna, que não deveria ter sido divulgada (ah, bom!) e propuseram uma retratação pública do senhor Karfunkelstein no próximo campeonato, no dia 28 junho, em Petrópolis. Enquanto isso, cópias do e-mail estão afixadas nos quadros das piscinas dos principais clubes brasileiros, e um abaixo-assinado de protesto já conta com a adesão de quase 400 nadadores.

Quer dizer: o senhor Michael R. Karfunkelstein não precisa de inimigos.

* * *

Ainda assim, três coisas me intrigavam. O que havia dito o Luiz Felippe de tão grave para suscitar tal resposta? Como ela chegara ao público? E, finalmente, o que teria o senhor Michael Karfunkelstein a dizer a respeito?

O Luiz Felippe — filho do grande Gastão Figueiredo — me encaminhou a polêmica correspondência. Seu crime foi reclamar das péssimas condições da piscina no último campeonato (a água estava 60 cm abaixo do nível oficial, impedindo a saída do nado de costas) e de erros de balizamento.

A não-resposta do senhor Karfunkelstein veio à luz quando o diretor master da Farj respondeu ao Luiz Felippe e, por descuido, se esqueceu de apagar a tal “mensagem interna”.

Quanto ao que o senhor Michael R. Karfunkelstein pensa disso tudo, não sei. Telefonei a ele, que negou ter escrito o e-mail, negou ter conhecimento dos protestos que estão nos quadros de avisos das piscinas porque “não vou a esse tipo de competição” e me disse para discutir o caso com a presidência da Farj.

Foi o que fiz. Liguei para o presidente Marcos Firmino, que garantiu que o e-mail havia, sim, sido escrito pelo seu assessor, Michael Karfunkelstein; que o dito assessor já estava redigindo uma retratação formal; e que ele, Marcos Firmino, está arrasado com o caso:

— Estou dizendo para as pessoas o seguinte: todo mundo tem um dia 11 de setembro na vida. Meu dia 11 de setembro foi o dia em que aquele e-mail foi escrito.

(O Globo, Segundo Caderno, 12.6.2003)

11.6.03



Gatinhos do Jockey

O RJ TV de amanhã deve dar matéria com a situação dos gatinhos do Jockey.


Em busca de um lar

Há uma Família Gato de cinco quadrupes (pai -- essa coisa linda da foto -- mãe e três filhotes) procurando por um lar. A vida dos donos mudou, e os bichinhos estão sobrando. Detalhes (e mais fotos) aqui.


Na minha praia

Taí, acho que consegui uma coisa verdadeiramente inédita: tenho uma turma de praia... virtual! Troco e-mails com diversas pessoas que freqüentam o mesmo cantinho que eu, mas ainda não encontrei nenhuma delas. É verdade que só vou à praia umas duas vezes por mês, e num bat-horário em que, suponho, o grosso da turma já está se preparando pro jantar. Mas tudo bem; um dia a gente se cruza.

Hoje recebi um email da Moema, que é da mesma praia, com essa foto maravilhosa. Ela diz o seguinte:
"Prezada Cora :

Ontem naquele pedacinho de praia em que você aparece às vezes, ficamos conversando sobre uma maneira de realmente mobilizar o Rio de Janeiro quanto à violência. Somos um grupo bem eclético (risos), professores universitários, dentistas, web designers, advogadas, guia de turismo, etc. Há cerca de três anos nos reunimos lá. Temos em comum o fato de o grupo todo ser de "estrangeiros" , emigrantes , digamos assim , com uma predominância de friburguenses e gaúchos. Claro que, por isso , temos uma "visão" diferente desta Cidade Maravilhosa.

Esta discussão vem acontecendo já há algum tempo, mas ontem, talvez pelo tempo estranho que estava fazendo, chegamos a uma idéia que lhe submeto, visto que sua opinião é importante para mim e para o grupo. Pensamos numa grande mobilização pela internet solicitando uma Parada Geral na cidade. Geral mesmo, todos os serviços, comércio, restaurantes, escolas, profissionais liberais... a sociedade como um todo. Afinal, todos nós estamos sendo ameaçados. Fomos nos encolhendo em nossos lugares, lares, gradeando prédios e cada vez mais sendo encurralados. Todos estão sendo prejudicados em suas áreas pelo crescente e descontrolado aumento da violencia. Não adianta gritar pelo governo, a mobilização tem que ser nossa, de nós que nos sentimos ameaçados.

Passeatas, como já vimos, não adiantam. Gritar pela mídia, também não . Assassino hoje "vende" e vivemos num lugar consumista. Bem, parto do princípio que se cada um fizer um pouquinho, juntos vamos conseguir alguma coisa. Porque, na verdade, não adianta "fugir" de volta para Friburgo, os assassinos também andam de carro blindado."
Pessoalmente, tenho minhas dúvidas em relação à eficácia de movimentos assim, por dois motivos: o primeiro é que nada passa mais a impressão de desunião do que uma greve geral que não consegue mobilizar todo mundo ou, pelo menos, parte ponderável dos envolvidos. O segundo é que, em tese, estaríamos nos mobilizando contra a bandidagem -- e isso só faria aumentar o seu cartaz e auto-confiança.

Por outro lado, uma greve bem sucedida, que de fato páre a cidade, pode realmente acordar as autoridades. Não as daqui, é lógico, que não existem, mas as de Brasília. Acho que já passamos do ponto em que a violência no Rio era um problema apenas local.

Enfim... não sei. O que é que vocês acham?




Bom, já que ele fez tanto sucesso... ;-)

10.6.03





Este é o Fritz, do Eduardo.


Baixaria brasileira II

A turma que acha que os ciber-hooligans brasileiros do Fotolog mandaram muito bem -- adepta daquele jeitinho ACM de ser -- está tentando me convencer, de todas as maneiras, de que não são grosseiros, vulgares ou, pura e simplesmente, mal educados. Para isso têm enviado à minha mailbox dezenas de emails em que a palavra mais carinhosa -- e, por acaso, única que ainda dá pra reproduzir aqui -- é "vaca".

Tá certo, meninos, vocês têm toda a razão. Realmente não há como resistir diante de argumentos tão poderosos e bem fundamentados. Pagar o Fotolog é mesmo uma rematada idiotice da minha parte e da parte das outras pessoas que acham que devem compartilhar os custos de algo que usam. Otários, é o que somos.

A nossa bronca contra vocês não é contra os insultos e palavrões que graciosamente postaram por toda a parte -- e que me fizeram fechar a área de comentários do meu Fotolog -- mas sim uma questão de quem tem dinheiro contra quem não tem: afinal, são cinco dólares mensais! Bem uns quinze reais!!!

Finalmente, os brasileiros revoltados do Fotolog são simpáticos, elegantes, espertos e, sobretudo muito, mas muito inteligentes.

Continuem assim, vocês vão longe.

9.6.03



Baixaria brasileira

Em maio do ano passado, Cypher e Leif, dois fotógrafos nova-iorquinos, descontentes com as opções existentes para a exibição de fotos online, associaram-se a um nerd chamado Spike e criaram o Fotolog, onde se podem montar híbridos de blogs e álbuns de fotografia.

Como funciona? Simples: o usuário se registra, dá um nome para o seu fotolog, e clica num botão para subir a foto. Depois pode escrever uma legenda e avisar aos amigos, por email, que acabou de pôr uma nova imagem no ar. Essa imagem pode ser comentada pela comunidade.

Até aí, o Fotolog não é muito diferente dos demais sites de fotos que, em maior ou menor grau, permitem certa interatividade. A grande sacação é a forma de apresentar as imagens. Quando alguém entra na página de abertura do Fotolog , vê, imediatamente, as imagens mais recentes. Ao entrar no seu próprio álbum, pode ver, à direita da tela, as novas fotos dos usuários que incluiu em sua lista de amigos e favoritos. Aí, basta clicar em qualquer uma delas para ir, imediatamente, ao fotolog do amigo.

* * *

Durante algum tempo, o sistema foi utilizado basicamente por fotógrafos, em sua maioria amadores, em busca de convívio com colegas. Os comentários sobre as fotos eram, tipicamente, palavras de estímulo, dicas, observações técnicas.

Aí, de repente, em fevereiro desse ano, o Fotolog começou a virar mania. Das 8.790 fotos publicadas no mês, o sistema pulou para 14.567 em março, 30.348 em abril, 78.323 em maio. Reportagens da revista online “Salon” (em abril) e no “New York Times” (em maio) acrescentaram fermento ao bolo.

Acontece que grupos de adolescentes haviam descoberto o potencial de comunicação do Fotolog: com uma simples foto de webcam e meia dúzia de palavras se podia dar início a uma animada conversa.

Curiosamente, assim como o fenômeno blog, o Fotolog também foi abraçado com fervor pelos brasileiros: dos 11.301 fotologgers registrados na última sexta, 2.861 eram daqui. Apenas um país tem mais usuários, os Estados Unidos, com 2.980. Num terceiro lugar muito distante está o Canadá, com 310, mas até o Laos, Vanuatu e as Malvinas têm pelo menos um fotologger.

* * *

Cypher, Heif e Spike não estavam preparados para tanto — sobretudo financeiramente. Banda e armazenagem custam caro, e a brincadeira estava indo longe demais. Assim, na quarta-feira passada, mudaram as regras do jogo. Desde então, cada usuário só pode subir uma foto por dia, com direito a dez comentários. Para subir as seis fotos anteriormente permitidas, e ter espaço para até cem comentários, é preciso, agora, pagar US$ 5 por mês.

A mudança, perfeitamente compreensível, caiu feito uma bomba entre alguns brasileiros, em sua maioria adolescentes, que protagonizaram, nas áreas de comentários do sistema, uma das mais constrangedoras cenas de baixaria online que já vi — e olhem que não sou propriamente novata na modalidade.

Não faltou nada nesse show de preconceito, ignorância e grossura, de xingamentos e ameaças a usuários que pagaram a taxa de US$ 5 a fotos obscenas dirigidas a Cypher e Leif. No melhor (ou pior?) espírito da Lei de Gerson, nossos filhinhos-de-papai agiram como se subir quaquilhões de bobagens auto-referentes fosse direito divino, e ninguém precisasse pagar as contas de banda e servidor na outra ponta. O que seria um problema deles (e dos seus pais) virou problema de todos nós, já que cada ato de hooliganismo eletrônico vinha invariavelmente acompanhado de exaltações pseudo-patrióticas.

Os argumentos — se é que podemos chamá-los assim — foram do puramente imbecil ao abjetamente escatológico, passando por todos os matizes da intolerância. Havia comentários desejando que mais aviões se espatifassem sobre os prédios de Nova York (!) e que Osama Bin Laden voltasse a fazer ataques terroristas; um dos “revoltados” chegou a postar uma foto do atentado às torres do WTC, dizendo que eram atitudes como a dos rapazes do Fotolog que faziam o mundo odiar os EUA... Os mais educados diziam, do alto dos seus computadores e câmeras digitais, que não têm dinheiro, porque o Brasil é um país pobre onde as pessoas não têm o que comer.

Um americano que se cansou do festival de baixarias e asneiras e subiu um cartaz perguntando se no Brasil todos eram bebês chorões acabou tendo uma demonstração prática de que o mau juízo que fazia a nosso respeito era plenamente justificado: na sua área de comentários há mais f*cks por centímetro quadrado do que em qualquer site de pornografia.

Aqui e ali, um brasileiro mais sensato tentava acalmar os ânimos. Em vão. É óbvio que a ciber-patuléia do Fotolog não estava interessada em encontrar soluções, mas apenas em mostrar ao mundo inteiro que, em termos de estupidez, podemos ser imbatíveis. Lamento informar que tiveram o maior sucesso. Nunca ninguém queimou o nosso filme tão rápido.

(O Globo, Info etc., 9.6.2003)

Update: A Wired também fala nisso.


A casa

Dêem uma olhada nas fotos dessa página. Uma casa comum. Passem o cursor por cima das fotos para ver o que o tempo, a natureza e o carinho podem fazer.
















Zire 71: um Palm maravilhoso

Na sexta-feira, recebi um Palm Zire 71 para testar. É um dos PDAs mais lindinhos que já vi, o primeiro a fazer concorrência séria ao Sony Clié do meu coração. Tem uma tela colorida e brilhante e, como o Clié, uma câmera fotográfica embutida. Ao contrário da câmerazinha basculante do Clié, porém, a do Zire é fixa, e fica nas costas do aparelho; é menos prática mas, em compensação, tem uma resolução muito melhor: 640 x 480. A transferência das fotos também é melhor nesta máquina: o software está bem feito, e a operação toda é muito simples. Basta sincronizar o Zire 71 que as fotos vão, automaticamente, para o computador.

Provas das fotos aí em cima. Ele trabalha bem com luz diurna, mas lida mal com falta de luz; faltam qualidade e resolução às fotos para impressão, mas é claro que nem é essa a idéia quando se usa uma câmera embutida num PDA.

Além das funções típicas de um handheld, das quais se desincumbe bem e rápido, o Zire 71 também serve como player, e tem um slot para cartão SD, no qual se podem gravar MP3 e audiobooks. Aí está, porém, a meu ver -- ou, melhor dizendo, meu ouvir -- a sua única deficiência: o som é baixo demais. Nisso o Clié ganha pontos, assim como nos fones de ouvido, que têm controles de volume e forward no meio do fio, para que a gente possa esquecer o PDA no bolso. Por outro lado, honra seja feita, o Clié é maior do que o Zire 71, e não cabe tão bem em qualquer bolso...

A verdade é que, apesar do som ruim, estou apaixonada pelo aparelhinho. Ele é confortável na mão, tem um ar sólido e bem construído e, por incrível que pareça, até o preço é bom: custa US$ 299 nos EUA e, aqui, sai por R$ 1.299. É bastante dinheiro, mas não deixa de ser uma boa relação custo x benefício, sobretudo levando-se em consideração que o Palm M130, sem câmera ou talento para player, com apenas 8Mb de RAM (o Zire 71 tem 16Mb) e uma tela bem pior está saindo a R$ 1.099 no Submarino.

Daqui a 15 dias tenho que mandá-lo de volta, mas juro que a tentação de ficar com ele e mandar um cheque no seu lugar é grande, muito grande...

Ah, sim: As fotos do Lucas são, naturalmente, para a Meg.

7.6.03





Madrugada

Cinco da manhã. No silêncio, o barulho de um carro batendo. Corri com os gatos para a sala: um taxi acertou o poste lá embaixo. O motorista deve ter dormido ao volante, porque não ouvi freada, nem havia marcas de pneus no asfalto. Saía fumaça do capô.

Logo um outro taxi parou, e um outro. Uma viatura policial, na pista oposta, passou direto. Os motoristas abriram a porta do colega acidentado. Olharam, e um correu para a cabine da PM, a cem metros -- como sempre, vazia. Um ônibus parou do outro lado. O motorista, o trocador e dois passageiros desceram para ver o que estava acontecendo. Um dos taxistas continuava segurando a porta aberta.

Uma segunda viatura da PM conseguiu o prodígio de passar direto também -- com um ônibus, três táxis e alguns carros particulares parados em plena pista, no meio da madrugada! Apesar dos acenos das pessoas, sequer diminuiu a velocidade. O descaso não me surpreendeu, mas confesso que fiquei muito impressionada com a falta de curiosidade dos hômi.

Os bombeiros, que ficam aqui ao lado, na Praça Eugênio Jardim, levaram mais de 15 minutos para aparecer -- mas, em compensação, vieram em três carros, fazendo uma alaúza que só. Tiveram dificuldade em tirar o motorista do carro mas, aqui de cima, ele não me pareceu machucado. Não devia estar mesmo: a ambulância ficou parada quase dez minutos no local do acidente.

Saí da janela quando foi embora, de sirene ligada para arrancar da cama os poucos moradores que não tivessem sido acordados com a sua chegada. Os táxis já haviam retornado ao trabalho e uma turma de bombeiros se esforçava para tirar o carro amassado do lugar, enquanto o amanhecer começava a recortar as montanhas do fundo da noite.

A vida no meu pedacinho de mundo estava voltando ao normal.


Problemas com o Blogger

A Elis conversou com o Jason a respeito do que anda acontecendo com alguns blogs. É o seguinte: eles estão transferindo os arquivos de servidor, e um bug pegou eles de mau jeito. Os arquivos estão todos lá; nenhum blog foi perdido. Jason diz que estão trabalhando full time pra resolver tudo.

6.6.03



Não há, ó gente, oh não...


Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia,
E a canção é lua cheia a nos nascer do coração

(....)

Quando vermelha, no sertão, desponta a lua,
Dentro d'alma, onde flutua, também rubra, nasce a dor!
E a lua sobe, e o sangue muda em claridade,
E a nossa dor muda em saudade, branca assim, da mesma cor.


Como diria o Fernando Stickel, aqui tem coisa!

poesia cinza-invisível



















Instrução para leitura: arrastar o mouse, clicado, sobre área branca ao largo.



(Descaradamente roubado do Dudi)

Update: Pronto, aí está um JPEG para quem não conseguiu ver a poesia do Dudi: