11.6.03



Na minha praia

Taí, acho que consegui uma coisa verdadeiramente inédita: tenho uma turma de praia... virtual! Troco e-mails com diversas pessoas que freqüentam o mesmo cantinho que eu, mas ainda não encontrei nenhuma delas. É verdade que só vou à praia umas duas vezes por mês, e num bat-horário em que, suponho, o grosso da turma já está se preparando pro jantar. Mas tudo bem; um dia a gente se cruza.

Hoje recebi um email da Moema, que é da mesma praia, com essa foto maravilhosa. Ela diz o seguinte:
"Prezada Cora :

Ontem naquele pedacinho de praia em que você aparece às vezes, ficamos conversando sobre uma maneira de realmente mobilizar o Rio de Janeiro quanto à violência. Somos um grupo bem eclético (risos), professores universitários, dentistas, web designers, advogadas, guia de turismo, etc. Há cerca de três anos nos reunimos lá. Temos em comum o fato de o grupo todo ser de "estrangeiros" , emigrantes , digamos assim , com uma predominância de friburguenses e gaúchos. Claro que, por isso , temos uma "visão" diferente desta Cidade Maravilhosa.

Esta discussão vem acontecendo já há algum tempo, mas ontem, talvez pelo tempo estranho que estava fazendo, chegamos a uma idéia que lhe submeto, visto que sua opinião é importante para mim e para o grupo. Pensamos numa grande mobilização pela internet solicitando uma Parada Geral na cidade. Geral mesmo, todos os serviços, comércio, restaurantes, escolas, profissionais liberais... a sociedade como um todo. Afinal, todos nós estamos sendo ameaçados. Fomos nos encolhendo em nossos lugares, lares, gradeando prédios e cada vez mais sendo encurralados. Todos estão sendo prejudicados em suas áreas pelo crescente e descontrolado aumento da violencia. Não adianta gritar pelo governo, a mobilização tem que ser nossa, de nós que nos sentimos ameaçados.

Passeatas, como já vimos, não adiantam. Gritar pela mídia, também não . Assassino hoje "vende" e vivemos num lugar consumista. Bem, parto do princípio que se cada um fizer um pouquinho, juntos vamos conseguir alguma coisa. Porque, na verdade, não adianta "fugir" de volta para Friburgo, os assassinos também andam de carro blindado."
Pessoalmente, tenho minhas dúvidas em relação à eficácia de movimentos assim, por dois motivos: o primeiro é que nada passa mais a impressão de desunião do que uma greve geral que não consegue mobilizar todo mundo ou, pelo menos, parte ponderável dos envolvidos. O segundo é que, em tese, estaríamos nos mobilizando contra a bandidagem -- e isso só faria aumentar o seu cartaz e auto-confiança.

Por outro lado, uma greve bem sucedida, que de fato páre a cidade, pode realmente acordar as autoridades. Não as daqui, é lógico, que não existem, mas as de Brasília. Acho que já passamos do ponto em que a violência no Rio era um problema apenas local.

Enfim... não sei. O que é que vocês acham?

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