4.1.02




O Jardim das Macieiras

Começa na próxima segunda-feira a MacWorld de São Francisco, tradicional encontro anual da tribo Apple na Costa Oeste. Como acontece a cada MacWorld, a boataria já come solta na rede há algumas semanas: vem coisa nova e grande por aí, garantem os especialistas e os fanáticos da seita. Coisa nova, tudo bem: isso é com Steve Jobs mesmo, que poucas vezes desaponta o seu eleitorado. Mas grande? Isso fica por conferir.

Da última onda de MacBoatos, saiu o iPod, um player de MP3 que é de fato lindo e muito mais divertido do que 99,9% dos players de MP3, mas não chega a ser propriamente o prodígio do mundo ocidental. No caso, a estratégia de total sigilo da Apple, que chega às raias da paranóia, funcionou como um gol contra -- afinal, por bacaninha que seja um player, nada justifica tamanha expectativa em torno do lançamento de um deles. O resultado é que o iPod, que poderia, em outras circunstâncias, ter sido recebido com genuíno entusiasmo, acabou na rubrica do "Mas era só isso?!"

Ao mesmo tempo, por causa disso, certo (justificado) ceticismo passou a rondar as MacSurpresas .

Estou longe de ser especialista em Macs. Na verdade, até confesso minha pouca familiaridade com essas máquinas -- que considero, não obstante, as mais bonitas do pedaço -- porque contrariam, frontalmente, a minha crença nos sistemas abertos, ferramentas da verdadeira liberdade digital. Mas, pelo que tenho lido e ouvido de boas fontes, quem está fazendo pouco do novo show de Jobs deve acordar e ficar esperto.

Os adivinhos que sabem ler folhas de chá de maçã dizem que o fato de Jobs estar fazendo o keynote speech na segunda-feira, um dia antes da abertura da MacWorld, é um fato inédito, que fala por si mesmo; e alguns sites até já têm imagens do que seria, em tese, a nova novidade: o iWalk, um PDA para deixar qualquer outro PDA no chinelo. Pelas fotos do SpyMac, ele é mesmo muito interessante. Outros rumores dão a entender que estaria no forno, em algum vago lugar, a remota possibilidade de um sistema operacional Apple que rode em PCs.

Difícil, talvez, mas não impossível, considerando-se que no MacOS X, o sistema mais recente da empresa, bate um coração Unix. Esta "terceira via" operacional poderia, sem sombra de dúvida, ser um baita sucesso. A Apple sabe melhor do que ninguém a importância de um bom look and feel -- que é o que falta a todos os sabores do Linux, a meu ver, para que ele seja visto com mais carinho e entusiasmo pelos usuários finais. Por outro lado, a verdade é que a Apple vive da venda de máquinas. Sob este aspecto, o lançamento de um sistema operacional para incrementar as máquinas (mais baratas!) da concorrência não faz nenhum sentido...

Bom, quem viver, verá.

Este blog trará notícias em primeira mão: viajo no fim-de-semana para conferir as novidades ao vivo. Aguardem!

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