Uma das minhas lojas online favoritas é a americana Photojojo.com. Através de um design descolado, de muita interação com os clientes e de uma newsletter cheia de boas idéias (e não só produtos) ela conseguiu conquistar o coração de todo mundo que gosta de brincar de fotografia.
Brincar de fotografia, reparem, não é o mesmo que fotografar. A Photojojo.com não é uma B&H da vida, carregada com os equipamentos mais sofisticados; ao contrário, ela se especializa em soluções low-tech e em brinquedinhos, mesmo, como miniaturinhas de câmeras, canecas que, na parte exterior, imitam nos mínimos detalhes lentes poderosas – com modelos Canon e Nikon para satisfazer a todos – e coisinhas que fazem a alegria de quem gosta dessa brincadeira.
Exemplo típico do espírito da loja é uma lente Diana para DSLRs. Ou seja: por apenas US$ 60, você pode transformar a sua carésima e sofisticadésima câmera Canon ou Nikon numa verdadeira Lomo, e conseguir fotos horríveis e fora de foco sem qualquer esforço! O pior, confesso, é que fiquei muito tentada...
Mas o que mais gosto no estoque da Photojojo são os acessórios para celular. Essa semana, recebi minha compra mais recente: três minúsculas lentes que aumentam potencialmente o poder fotográfico dos aparelhos. Para quem usa celular em vez de câmera, elas representam um upgrade bem superior ao seu valor de US$ 49 (mais US$ 31 para envio – rápido – para o Brasil).
As lentinhas são uma tele, uma grande angular que se transforma em macro e, maravilha das maravilhas, uma olho de peixe sensacional. Das três, a menos relevante é a tele; a diferença que faz é pequena.
A grande angular cumpre bem o seu serviço. Faz um pouco de vignetting (aquelas manchas pretas que às vezes aparecem nos cantos da foto) mas, caramba, estamos falando de uma lentinha minúscula de alguns tostões, e não de uma lente Sigma de centenas de dólares...
Já a macro, que aparece quando a gente desenrosca a parte superior da grande angular, é ótima e difícil de usar, como acontece com as macros: é preciso achar a distância certa no olho e ter uma mão muito firme.
E a fisheye, ou olho de peixe, é uma das coisas mais divertidas que já vi. Imaginem transformar a humilde câmera do seu aparelho numa potência capaz de captar todo o entorno? Ela é ótima para paisagens, fotos de grupo, o que for.
O sistema, que se adapta a praticamente qualquer celular com câmera, é muito bem pensado, e vem com um anel de ferro achatadinho que se cola ao redor da lente do próprio celular (cada lente vem com dois desses anéis, de modo que comprando o trio fica-se com anéis de sobra para eventualidades); elas têm ímãs poderosos na base que se agarram ao anel e ficam bem presas. A sensação do conjunto na mão é de um instrumento estável, tanto que tive coragem de por o celular com lentinha e tudo para fora da janela para fotografar.
Os resultados dessas três belezinhas vocês conferem aqui na página.
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Fiz uma outra compra na Photojojo que ainda não testei, mas que me pareceu muito prática: um rebatedor de flash para flashes embutidos de DSLRs. Detesto flash, mas quando a luz é dirigida para o teto, aquele efeito horrível melhora muito. Este rebatedor é uma clássica solução low-tech, uma peça de plástico espelhada por dentro que se põe por cima do popup da câmera. Na semana que vem eu conto (e mostro) como funciona.* * *
O aplicativo da semana é o Photo Caddy, que existe tanto em versões Android quanto iOS. Não é novo, mas é excelente: um guia de bolso para as diversas situações que alguém que fotografa pode encontrar: aéreas, submarinas, lua, fogos de artifício, plantas, por aí vai. Abre-se o tópico desejado e lá estão dicas e sugestões, equipamento ideal, espaço para notas individuais e observações de outros usuários. Excelente! Dois detalhes, porém: ele é em inglês e é pago (US$ 3,99).(O Globo, Economia, 13.8.2011)
Quem quiser brincar de QR com o smartphone, é só apontar pro código acima para ver o álbum que fiz com as fotos das lentes; para quem quiser ver por aqui mesmo, basta clicar AQUI. |