25.6.06



Oi, gente!

Desculpem o sumiço escrito, mas, para variar, cada vez falta mais tempo na ponta do meu dia.

Ontem fui para Colônia cedo, e fiquei lá direto; mandei menos fotinhas do que teria gostado porque acabou a carga do Fodafone e eu não achava uma loja para comprar outro cartão. Agora descobri uma máquina de venda de cartões para todas as operadoras na estação, e meus problemas se acabaram -- exceto pelo custo da brincadeira, mas o que é de gosto regala a vida.

Foi um dia atípico porque os alemães estavam jogando -- e foi aí que aproveitei para ir à Catedral, caso contrário teria sido impossível. Há muita gente na cidade, mas a maioria foi para as "fan fests" ver o jogo.

As fan fests são áreas públicas com telões, barraquinhas de lembranças da Copa e cerveja, muita cerveja. Como aqui é raro o uso de copos plásticos para não poluir o meio-ambiente, o que havia de vidro reciclado no chão no fim da noite era uma grandeza: a gente andava e o pé fazia crec-crec em restos de copos e garrafas.

A Catedral é muito impressionante: é uma das maiores construções góticas existentes e, tendo sido construída ao longo de 632 anos, acaba sendo uma verdadeira aula sobre o estilo, especialmente sobre o Gótico Flamejante (do início da sua construção) e o Neo-Gótico (do final, há 200 anos).

Passei boa parte do dia rodando por lá, conferindo cada canto, altar, escultura. De tanto tê-la visto em fotos ao longo do tempo, já conhecia muito do que vi, e foi emocionante estar lá ao vivo.

Apesar disso, não achei a construção bonita. Sei que provavelmente estou cometendo uma heresia arquitetônica, mas o conjunto me pareceu pesado e pouco harmonioso, ou seja, exatamente o contrário da proposta "filosófica" do Gótico, que era criar espaços de grande leveza e luminosidade, para que o homem pudesse se sentir perto de Deus.

Pois achei o interior soturno e opressivo, de uma severidade assustadora.

Fiquei imaginando aquela pobre gente da Idade Média, que levava a sério suas obrigações religiosas, tendo que freqüentar este templo de madrugada, no auge do inverno -- e conclui que ir à praia no Rio, num dia de semana, nem quente nem frio, é uma experiência mística infinitamente superior.

Tendo dito isso, dou um resumo da vida por aqui:

  • A Capivara vai bem. Ontem, durante o jantar (sim, conseguimos jantar ontem!) foi raptada da minha bolsa pelo Calazans e pelo Renato Maurício Prado, que planejavam pedir resgate através do blog dos colunistas; mas quando viram como fiquei angustiada com seu sumiço ficaram com pena de mim e a devolveram. Eles têm bom coração, mas já vi que não posso facilitar com essa turma;

  • Meu cabelo continua caindo, apesar da água mineral, das vitaminas, do shampoo especial. Minha dermatologista, consultada pela Bia, diz que é estresse, o que significa que, provavelmente, acabo careca antes de voltar pra casa: quanto mais o cabelo cai mais eu me estresso; aí o cabelo cai mais e, conseqüentemente, eu me estresso mais ainda; aí ele cai ainda mais; e assim por diante;

  • Recebi de volta o Sony Ericsson K800i que havia deixado em Munique (e que achava que era um K790, mas não é); o software parece estar bem mais estável, mas tenho que descobrir como enviar fotos pro blog no tamanho certo;

  • O Lucas está sendo um anjo e subindo as páginas do Globo para mim. Continuo com uma conexão discada que não me permite esses luxos. Para quem não consegue ver a imagem ampliada: é preciso ser meu contato no Flickr para issso. Portanto, se já estiverem lá, mas ainda não tiverem sido adicionados por mim, deixem um recadinho aí embaixo (de preferência com o link para sua página no Flickr em "homepage"); se ainda não estiverem inscritos, dêem um pulo lá e inscrevam-se. É simples e grátis. Depois voltem aqui e me peçam para adicioná-los;

  • Outro anjo-da-guarda deste blog, o Tom Taborda, postou os PDFs neste link: Copa 25jun. Tem todas, desde o dia 11jun (é só ir mudando a data 'xx', no final da URL: 'copaxxjun.pdf');

  • Depois de quase um mês fora, a sensação é a de que estou vivendo numa bolha no tempo e no espaço; uma bolha em forma de bola de futebol, onde o único assunto que realmente importa é o que acontece na Copa e na Seleção. Muito estranho.

    E agora vou cumprir uma parte chata da vida na bolha, que é lavar a roupa que é possível lavar no quarto. As tinturarias dos hotéis não são apenas caras, são também assassinas: em Königstein conseguiram manchar camisas brancas do Verissimo e quebrar a fivela de metal de uma das minhas calças compridas.

    Beijinhos para todos, muitas saudades!
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