31.5.04



Contagem regressiva

Quando fui dar uma atualizada no velho WorldMate, um excelente companheiro de viagem para usuários de PDAs, descobri que ele acaba de ser lançado em versão Symbian, quer dizer, compatível com certos modelos de celular -- entre os quais meu fiel Nokia 7650.

Baixei o software para o computador e enviei para o Nokia via infra-vermelho. Acho que poderia ter baixado direto no telefone, mas seria bem mais trabalhoso.

O programinha é um primor. Me dá o horário de cinco diferentes cidades simultaneamente, mostra num mapa onde é dia e onde é noite sobre a terra, oferece o tempo em todas as cidades do mundo em conexão direta com o Weather Channel e, maravilha das maravilhas, tem um conversor instantâneo que me diz automaticamente a quantos dólares ou reais equivalem os euros que vou gastar. Pela cotação do dia, que obtém automaticamente na internet.

Enquanto isso, no Palm, instalei o TitanClass, um gerenciador de itinerários em que anotei os meus vôos todos, e que, neste momento, me informa que falta 1 dias, 17 horas e 40 minutos para o embarque.

Isso não é uma informação muito relevante agora, que estou em casa, mas será, quando eu estiver perdida em algum aeroporto do mundo; em tese, ele muda sozinho de fuso-horário e ajusta automaticamente a agenda do usuário.


Nas paradas

Foi criada na Inglaterra a primeira parada de sucessos de... ringtones! Ringtones, para quem não está ligando o nome à pessoa, são aquelas campainhas musicais enervantes dos celulares.

É curioso ver como eles conquistam um papel cada vez maior na vida das pessoas, não só como telefones, mas -- quase digo sobretudo -- como PDAs e instrumentos de lazer.

Enquanto isso, as operadoras, assim como quem não quer nada, vão se tornando fornecedoras de conteúdo da pesada.


Blogs: há $$$ na internet!

No dia 4 de abril resolvi, a título de experiência, instalar uma barrinha de anúncios do Google no meu blog; na quinta-feira passada recebi, pelo Fedex, o primeiro cheque gerado pelos clics. U$ 120,39! Não é nenhuma fortuna, mas para um simples blog, que nunca faturou nada na vida é, pelo menos, estimulante.

O sistema, chamado Adsense, é simplíssimo de implantar. Basta ir até www.google.com/adsense e seguir as instruções; caso o site seja aprovado, é só ir para “definições”, escolher o tipo de anúncio e recortar o código a ser copiado na página.

O Adsense vem em diferentes formatos e permite personalizar as cores de fundo, do texto e dos links; há uma versão beta de anúncios gráficos, mas ainda não vi nenhum na vida real, nem no meu blog nem em outros sites.

Graças às ferramentas de indexação do Google, de modo geral a publicidade é bem adequada ao conteúdo da página, e integra-se razoavelmente ao “meio ambiente”. O dono do site recebe por número de clics nos anúncios, mas o Google faz um alerta, de antemão, contra possíveis trapaças: o webmaster não pode clicar nos anúncios da sua própria página, e muitos clics repetidos são desconsiderados.

Os pagamentos são feitos mensalmente, a partir de quantias superiores a U$ 100; no fim do ano, quantias menores são quitadas. Os cheques podem ser trocados com doleiros, que cobram uma pequena comissão pelo serviço.

Os leitores do blog, regularmente consultados por mim, não têm reclamações em relação ao banner, que é pouco intrusivo e não chateia ninguém. Mas acho que vai ser muito difícil repetir a brilhante performance financeira do mês passado, em que tudo era novidade e muita gente foi conferir o que era aquilo...


(O Globo, Info etc., 31.5.2004)


Geoffrey Hiller

Sensacional site de web-documentários descoberto pelo Cat; destaque especial pro Brasil, é claro...

29.5.04



Vitória!

Consegui fazer reserva na La Calcina, minha pensão favorita em Veneza, sempre impossível porque vive lotada.

Há dois dias, quando tentei fazer reserva, não tinham quarto algum. Ontem à noite, rodando por várias pensões, resolvi tentar de novo -- e viva!, lá estava um único quartinho solitário esperando por mim.

Eu AMO a internet!

Em Amsterdam já me situei graças as dicas de vocês e estou com alguns hoteizinhos amáveis em vista; continuo aceitando sugestões, pelo que vi lá não é tão difícil conseguir reserva.

28.5.04



Help!

Gente, a parte Amsterdam da minha viagem acaba de micar, ou seja, o pessoal que convidou o jornal acaba de desconvidar (sim, essas coisas acontecem na vida da gente); mas decidi que vou a Amsterdam mesmo assim.

Afinal, já comprei a passagem e os guias de viagem, já fiquei na pilha...

Então pergunto: alguém tem sugestão de hotel por lá? Procuro uma pensão simpática ou um bom dois ou três estrelas, de preferência abaixo de 100 euros.


Mãe sofre...

Minha querida Mariana, filha da Fafá de Belém, resolveu se inscrever no Fama, um reality show musical que ainda não entendi muito bem. Fez um monte de testes e foi selecionada. Desde ante-ontem está isolada do mundo, incomunicável, trancada em algum lugar que a gente não sabe bem onde é -- e a Fafá, que é daquelas mães que falam mil vezes por dia com a filhota, está aflitíssima com a situação.

Mariana, que canta muito e estudou música em Milão e em Seattle, é linda, simpática, uma florzinha de pessoa.

É, também, ligeiramente maluca: um reality show?!

Ó céus.

Essas meninas fazem cada coisa.



Nossos comerciais

Gente, não é que funcionou?!

Hoje à tarde recebi um envelope do Fedex; dentro, um cheque do Google, no valor de U$ 120,39, referente aos nossos comerciais!

Este dinheiro corresponde ao mês de abril, o mês mais emocionante dos anunciozinhos, em que eles estrearam e em que o blog chegou a faturar a espantosa quantia de U$ 21,21 num único dia.

Agora as vacas emagreceram que só vendo: do começo de maio até aqui, ou seja, 28 dias, o blog faturou apenas U$ 19,07. Não sei se chega a U$ 20 no dia 31.

Foi muito divertido, pagou a conta do blogspot.plus, mas estou me questionando se vale ou não a pena deixar o banner aqui no blog por reles R$ 60 mensais.

O que é que vocês acham?

27.5.04



Chernobyl: Elena estava ou não de moto?

A internet está fervilhando com as acusações contra Elena, a motoqueira de Chernobyl. Aparentemente, ela teria feito o passeio pela zona de exclusão de carro, com o marido e uma amiga, num tour normal, e não sozinha, de moto.

Digo aparentemente porque não há provas conclusivas; não sou adepta da teoria da conspiração da história, mas não acho exagerada a suposição de que interesses contrários à extraordinária repercussão do seu site possam ter tido algo a ver com as "revelações".

O caso está por toda parte, de blogs a grupos de discussão. No site de Elena há uma nova nota, explicando que o site será parte de um livro que está escrevendo sobre Chernobyl; e, numa versão anterior, já retirada do ar, ela dizia que de fato usou uma pitada de poética.

Do que li, fica a impressão de que ela não estava mesmo de moto. Uma pena, porque era bonita a imagem daquela moça rodando solitária num mundo devastado; e porque, como ficção, o texto perde muito do impacto que tinha como realidade.

Ainda assim, acho que o saldo não é negativo.

Mesmo que Elena se queime na fita, o website que fez é, indiscutivelmente, uma peça chocante. As fotos são reais e muito eloqüentes, independem do meio de transporte utilizado (ou do marido ao lado -- fato que está deixando a galera mais abalada do que qualquer outra coisa...) e chamam a atenção para um desastre que, de outra forma, mal teria sido lembrado.


Roteiro

Bom, as minhas férias estão assim:

  • 1 a 10 de junho: Riccione, na Itália, torcendo pela mamãe no Campeonato Mundial de Masters;

  • 10 a 12 de junho: Veneza, matando saudades de uma das minhas cidades favoritas;

  • 12 a 16 de junho: Amsterdam, meio a trabalho para o jornal, mas -- yes! -- meio de folga;

  • 16 a 20 de junho: Barcelona, idem idem, meio trabalho meio lazer.

    :-)))




  • Todo mundo é igual
    para a democracia americana

    Ou seja: ninguém é inocente, e não há viajante que
    mereça consideração ou respeito



    Historinha de viagem: um casal chegou a Nova York e foi, prontamente, detido na alfândega. Marido e mulher foram conduzidos a uma sala de interrogatório, onde informaram ao marido que existia uma ordem de prisão contra ele. Motivo? Uma suposta dívida contraída no Qatar, quatro anos antes.

    — Eu não tinha noção do que se tratava — diz ele. — Me puseram algemas nos pés e nas mãos, e um bloco de madeira que ia do pescoço à cintura. Minha mulher, aterrorizada, foi obrigada a deixar o aeroporto.

    Durante as 20 horas seguintes, ele foi mantido numa cela com outros sete viajantes, sem água ou comida. Quando alguém se levantava para esticar as pernas, era insultado pelos guardas, aos brados, até que se sentasse novamente. No dia seguinte, mandaram nosso viajante de volta para casa, sem qualquer explicação ou pedido de desculpas das autoridades.

    Mais um cucaracha perdido lá em cima? Nada disso. O turista era inglês, e diretor financeiro de uma grande empresa — o que prova o caráter absolutamente democrático dos Estados Unidos. Lá, visitantes de todas as partes do mundo são tratados com a mesma boçalidade, e correm os mesmíssimos riscos nas aduanas paranóicas.

    Encontrei este edificante relato na capa do caderno de viagem do “Sunday Times”. A reportagem, intitulada “Caiam fora!”, recomenda aos leitores esquecerem os EUA como destino de férias. O subtítulo é revelador: “Filas compridas, pavios curtos e possibilidade de encarceramento: viajar para os Estados Unidos, que já não é moleza, pode ficar pior”. E olhem que eles falam a mesma língua, são lourinhos de olho azul e têm aquele sotaque que os americanos associam a respeitáveis diretores de escola ou galãs apalermados.

    O que vai ficar pior para os ingleses, a partir de setembro, é o que já está péssimo para nós: preencher formulários intrusivos, tirar foto e deixar digitais na entrada.

    Para Matt Rudd, autor da reportagem, o problema é que Bush se confundiu com as palavras “turistas” e “terroristas” e, na dúvida, mandou detonar todo mundo. Ele cita o secretário de Estado Colin Powell que, há cerca de um mês, teria feito uma curiosa declaração:

    — Há gente que diz que nós deveríamos erguer a ponte levadiça e não deixar mais entrar nenhum visitante estrangeiro. Essa gente está errada. Um ato assim daria vitória aos terroristas, pois nos faria trair nossos mais caros princípios. Para o próprio bem do país, e porque temos tanto a oferecer, devemos manter as portas abertas para o mundo.

    O secretário, obviamente, não está informado do que acontece na portaria — onde, a cada dia, alguém instala um novo ferrolho. Quanto aos terroristas, Colin Powell que me desculpe, mas eles já ganharam a guerra há tempos — mais precisamente, desde o momento em que os EUA determinaram que todas as tesourinhas de unha fossem confiscadas no embarque, e que todas as facas a bordo fossem de plástico. Um país que tem medo de tesourinhas de unha e de facas de avião — que, por tradição, jamais cortaram coisa alguma — é um país derrotado.

    Para mim, a faca de plástico é o emblema de uma fraqueza moral constrangedora. Cada vez que como uma refeição a bordo, ela me lembra Osama Bin Laden. Juro. É como se o retrato dele estivesse estampado na louça ou nos guardanapos de papel. Não consigo me acostumar com precaução tão tola, tão primária; arma por arma, um bom garfo pode fazer muito mais estrago do que as facas cegas, mas dignas, dos velhos tempos. Além do que, basta um mínimo de imaginação para ver quantas armas em potencial existem em qualquer cabine.

    Imagino a alegria perversa que não sentem os terroristas ao ver as filas gigantescas e as revistas bizarras dos aeroportos americanos, com todas as velhinhas tirando obedientemente os sapatos. Receber a bandeja com todos os talheres de metal, à exceção da faquinha safada, deve ser o equivalente, para qualquer um deles, a receber uma condecoração de honra ao mérito.

    O fato é que este tipo de “medida de segurança” desmoraliza qualquer trabalho sério que esteja sendo feito paralelamente — sobretudo quando associado ao questionário para a obtenção de visto para os EUA. Ou alguém acredita que um terrorista de verdade vai mesmo responder se “possui habilidade ou treinamento específico, incluindo armas de fogo, explosivos, experiências nucleares, biológicas ou químicas”? Ou vai listar, bonitinho, “todos os países em que esteve nos últimos dez anos” — fornecendo data da visita?!

    Sinceramente? Nem gosto de pensar no trabalho que vai ter o presidente Kerry para desfazer a imagem repelente e grotesca do país que, tão meticulosamente, vem sendo construída pelo seu antecessor.

    * * *

    Entro de férias na semana que vem. Vou visitar uns países que, até onde eu sei, ainda gostam de viajantes, e os recebem de braços abertos. Conto tudo na volta; até lá, mando notícias pelo blog. Fiquem bem!


    (O Globo, Segundo Caderno, 27.5.2004)

    26.5.04

    Show!

    O Eduardo da Costa fez uma sensacional série Millôr no Fotolog.

    *sigh*

    Acabo de descobrir, de forma traumática, que Lucas e Keaton são loucos por queijo suíço. Era só o que me faltava...


    Tudo por dinheiro

    "É um fato reconhecido universalmente por todos os países no mundo que o Tibete é uma parte inalienável do território chinês. Em 1959, o Governo Central da China realizou reforma democrática no Tibete à exigência de milhões de servos tibetanos e aboliu o sistema cruel de servidão. As numerosas massas populares, antes escravos, se tornaram assim dono do país em vez de escravos e começaram daí a usufruir os amplos direitos humanos e liberdades fundamentais. Contudo, uns muito poucos donos de servo do Tibete exilados no estrangeiro nunca podiam esquecer-se dos seus privilégios perdidos. Sob o respaldo de algumas forças internacionais, eles inventaram uma chamada “ Questão dos Direitos Humanos no Tibete ” para enganar a mídia internacional com o objetivo de separar o Tibete da China e restaurar seu estatuto dos donos de servo como no passado."

    Este primor da linguagem e do surrealismo político encontra-se na página da embaixada da China no Brasil. Seria cômico ouvir a China falando em Direitos Humanos se não fosse tão trágico.

    O pior é que, agora, o governo brasileiro concorda com essa barbaridade. Vale qualquer coisa para fazer negócio com os chineses, inclusive achar que é isso mesmo, que o Tibete tinha mais é que ser invadido; além disso, a invasão foi há tanto tempo que, com exceção do Dalai Lama e de meia dúzia de tibetanos, provavelmente ninguém se lembra mais do assunto...

    Nosso governo também acha perfeitamente justo a China se apoderar de Taiwan que, afinal, está logo ali ao lado.

    QUE VERGONHA!

    Mas faz sentido.

    Não se podia esperar outra coisa de um governo que ama o Fidel Castro de paixão e acha bonito tirar retrato com o Kadhafi.








    "Janela indiscreta" à brasileira

    À primeira vista, Regina poderia ser a típica aposentada de Copacabana. É muito solitária, mas veste-se direitinho, usa uns tênis bacanas, tem uma cachorrinha vira-lata mas bonitinha -- e, como tantas e tantas senhoras, passa os dias bisbilhotando a vida alheia. A diferença é que a sua bisbilhotice é quase uma profissão, já que informa à polícia, regularmente, o que acontece de suspeito à sua volta.

    Um dia, xeretando os apartamentos do outro lado da rua com seus binóculos, vê uma cena estranha: um homem dá uma injeção na mulher, que morre em seguida. Regina liga para a polícia. No dia seguinte, o delegado lhe diz que 1) a mulher já estava mal de saúde; 2) a injeção era apenas um remédio; 3) o suposto assassino é juiz; e 4) não precisa mais dos seus serviços de informante.

    Ela fica arrasada, decide investigar o crime por conta própria e, em pouco tempo, acaba se envolvendo com o suspeito.

    Em linhas gerais, esta é a história de "O outro lado da rua". Primeiro longa do diretor Marcos Bernstein, o filme é pequeno, simpático e intimista, e se sustenta principalmente pelo fato de que ela é Fernanda Montenegro e ele é Raul Cortez.

    A vida de Copacabana está muito bem reproduzida em cena e os cenários são excelentes: quem quer que tenha parentes ou amigos idosos no bairro vai reconhecer imediatamente a geografia das casas, os móveis, os ambientes que já foram o que havia de moderno mas há anos desistiram de lutar contra o tempo. O roteiro tem alguns furos -- o mais notável sendo, a meu ver, a velocidade com que a polícia aparece quando convocada -- mas nada que prejudique o andamento da trama.

    O que me perturbou ao longo do filme foi a relação entre Regina e sua cadelinha -- que é, aliás, uma ótima atriz quadrúpede. A interação entre as duas não me convenceu. Acho que a bichinha tinha que estar mais presente, tinha que ocupar mais espaço -- sobretudo na metade final do filme, quando praticamente desaparece de cena.

    Mas esté é, claro, um detalhe que vai passar despercebido para a maioria das pessoas. Como um todo, "O outro lado da rua" é um filme amável e delicado, que funciona muito bem.

    Se eu tivesse assistido à sessão "oficialmente", daria no mínimo um bonequinho aplaudindo sentado.

    Obs: as fotos acima são de telefone.

    25.5.04

    Oi Multimidia

    *sigh*

    O problema com pré-estréias é o blá-blá-blá interminável. Até aqui, mais de meia hora...

    Oi Multimidia

    Estréia

    Para quem está curioso em relação às fotinhas: hoje é a pré-estreia do novo filme da Fernanda Montenegro, "O outro lado da rua".

    Oi Multimidia

    Há um motivo para que eu esteja treinando escrever em telefone: é que eu viajo de férias no mês que vem, e vou atualizar o blog assim. Não sempre, é claro, mas volta e meia...

    Emergências animais!

    Apelo a quem gosta de cães & gatos: no Adote Aqui há vários animaizinhos precisando de auxílio.

    Não deixem de dar um pulo lá...

    E, já que falamos em animais: a Whiskas está dando amostras de comida para gatos. Se você tem gato, clique aqui e mande vir o seu pacotinho. Se você não tem gato, clique do mesmo jeito e dê o pacotinho para alguém que tenha, ou mande para a Suipa, onde eles sempre precisam dessas coisas...


    Absurdo!

    Os caras da MPAA têm razão; assim não dá! O filme do Michael Moore ainda nem foi lançado e já está na internet, como pode isso?!

    Verifiquem por vocês mesmos se não é uma barbaridade: a galera entra no e-mule, baixa o software, faz uma simples pesquisa e pronto, em um dia ou dois, dependendo da conexão, pode ver o filme no computador.

    Não é revoltante uma coisa dessas?!

    24.5.04



    Encontro marcado para negócios

    Quem já foi a qualquer grande feira de informática sabe como é difícil conquistar a atenção do público: há estandes demais e tempo de menos, o ambiente é confuso e barulhento e, por toda a parte, há empreendedores querendo, justamente, chamar a atenção do público. Para isso vale tudo, da presença de celebridades à realização de gincanas, sorteios e a indefectível distribuição de camisetas. Para complicar, muitas vezes expositores e visitantes falam línguas diferentes.

    Observando isso, Ken Richards — um americano simpático casado com argentina, que fala espanhol perfeito, bebe chimarrão e tem linguagem corporal latina, apesar dos olhos de aço de vilão de sessão da tarde — decidiu criar um encontro diferente, menor, mais tranqüilo, em que produtores e vendedores de produtos de tecnologia pudessem de fato conversar e trocar idéias. Assim nasceu o Latin Channels, cuja 11ª edição aconteceu na semana passada em Montevidéu, no Uruguai.

    A fórmula é simples e eficiente. Pega-se um hotel que tenha bons espaços para reuniões e onde os quartos de um ou dois andares possam ser transformados em escritórios; chamam-se fabricantes que queiram fazer negócios na América Latina e convidam-se os principais canais (atacadistas, varejistas, integradores) da região. Eles são divididos em grupos com interesses e problemas semelhantes, e espalhados por salas de reuniões, onde se realizam pequenas palestras dos fabricantes. Como nas salas de aula, em que os alunos ficam mas os professores mudam, os grupos ocupam as mesmas salas ao longo dos quatro dias do evento. É o exato oposto das feiras tradicionais, em que os exibidores ocupam os lugares fixos. À tarde realizam-se debates, em que os revendores explicam aos fabricantes as dificuldades e peculiaridades de seus negócios.

    * * *

    A conta das passagens, do hotel e das refeições é paga pelos fabricantes — mas, para garantir que os convidados de fato assistam às palestras e participem dos debates, dá-se a eles “passaportes” que devem ser carimbados nos “escritórios” dos fabricantes. Um passaporte pouco carimbado leva a um destino cruel: o desconto das despesas da viagem no cartão de crédito do “viajante” faltoso. Funciona que é uma beleza.

    * * *

    — Depois do 11 de setembro o mercado mudou muito, — diz Richards. — Houve uma queda acentuada nos negócios em toda a região. Mas a retomada está bem evidente agora: no ano passado tivemos 15 fabricantes, este ano 32. E só não foram mais porque já não havia espaço disponível. Mas no ano que vem vamos dividir o evento em dois, um voltado para o Norte (países da Amércia Central e México) e um para o Sul.

    Além disso, há empresas que não são exatamente do ramo de informática interessadas em participar, como Sony e Bose. Do lado das revendas, o interesse é ainda maior, já que têm uma chance de discutir diretamente com os fabricantes soluções para problemas do setor. Há sempre mais candidatos a convidados do que convites disponíveis.

    Segundo Ken Richards, participar das reuniões do Latin Channels tem sido uma revelação para muitos empresários americanos, que ainda pensam na América Latina em velhos estereótipos.

    — Há muito desconhecimento em relação ao mercado, — explica. — Por incrível que pareça, na cabeça de boa parte do empresariado americano a América Latina ainda é sinônimo de selva, narco-terrorismo e corrupção. Quando eles vêm ao continente e visitam um shopping em São Paulo ou passeiam por Buenos Aires, ficam bobos — e percebem que, em muitos aspectos, aqui não é tão diferente de lá. Cá entre nós, se na América Latina a corrupção é uma arte, no Estados Unidos já foi transformada em ciência. Basta ver o que Bush e sua gente estão fazendo no governo.

    * * *

    Para os 30 atacadistas, 70 varejistas e dez integradores de sistemas que foram a Montevidéu conversar com empresas como nVidia, ATI, Creative, Logitech e Microsoft, entre outras, a viagem é, também, uma oportunidade de trocar idéias com gente do ramo. Todos os participantes com quem conversei estavam muito satisfeitos com o evento — e nada infelizes com o seu formato de colégio interno, pelo contrário. Aproveitar o tempo bem, com foco nas questões relevantes, foi o ponto mais elogiado; a falta de investimento dos fabricantes em marketing, por sua vez, foi a queixa mais comum. Vamos ver se eles se acertam até o próximo Latin Channels.

    Foto digital no Senac Rio

    Julio Preuss e Nelson Martins são a dobradinha que apresenta, no próximo dia 26, às 19hs, a palestra “Fotografia digital — da escolha do equipamento à impressão”. Inscrições gratuitas pelo 2545-4848. No Senac Rio, Rua Pompeu Loureiro 45, Copacabana.


    (O Globo, Info etc., 24.5.2004)

    23.5.04



    Arte na História

    Olhaí, gente, grande oportunidade! A Super Fal está oferecendo um curso de Arte na História online, pela módica quantia de R$ 40 por mês, ao longo de cinco meses. A moça sabe tudo e escreve como um anjo; vai ser difícil achar professora melhor, e melhor ocasião de adquirir os princípios básicos de uma boa cultura geral.

    Vejam o plano do curso:

  • Módulos I, II e III
    Arte. Que é isso?
    Algumas teorias sobre arte.
    Pedra lascada, pedra polida.
    No princípio era o verbo
    Dos tijolos sumerianos, às crianças da Grécia, passando pelos gatinhos do Egito.
    Roma e a não-arte
    Uma pausa espiritual: se oriente rapaz
    Balaio de gatos: bárbaros germânicos, arte gótica e a Idade Média

  • Módulo IV
    Humanismo
    Grandes navegações: o mundo diminui
    A terra é mui graciosa, tão fértil eu nunca vi
    Renascimento: apertem os cintos, o Papa sumiu

  • Módulo V
    O barroco francês, Rembrant e outras coisas do século XVII que fazem meu coração sorrir

  • Módulo VI
    Arcadismo, Romantismo e finalmente, o Realismo. A coisa começa a esquentar.
    A família real diz Adeusinho
    O Brasil e seu Simbolismo
    Uma grande chaminé:Revolução Industrial

  • Módulo VII
    O século XX: por onde começar?
    Freud, explica!!
    Espartilhos e grandes bigodes
    Futurismo, cubismo, dadaismo: é ismo que não acaba mais
    Derretendo relógios
    Moda é arte?
    Modernismo: Brasil e Portugal

  • Módulo VIII
    E o resto do mundo?
    Cinema
    Picasso
    A Segunda Grande Guerra
    Girls Rules
    Cinturinha de vespa

  • Módulo IX
    Baby boom
    O passaporte da revolução
    Flower Power
    Chumbo neles
    Pop pop pop
    As veias abertas da América Latina

  • Módulo X
    Coca-cola é isso aí: a publicidade e o divino
    Moda, cinema, literatura, poesia, arquitetura, teatro, pintura, escultura, publicidade, rádio: stress puro ou seu dinheiro de volta
    O Havaí seja aqui
    A internet e a nova arte
    O diário coletivo
    De volta à pintura de paredes

    São 10 aulas. A partir do dia 27 de maio, quinta sim, quinta não, a Fal manda uma aula nova prum grupo que vai criar no Yahoo. Daí, o grupo tem 15 dias pra ler, concordar, discordar, brigar, formular teorias malucas, enfim...

    A Fal avisa -- como se fosse preciso! -- que as aulas serão feitas com esmero, e que ela pode dar uma assistência maior pra quem quiser se aprofundar mas, a princípio, é tudo muito simples, muito pra quem tá no comecinho.

    Como é no Yahoo, ninguém precisa estar online ao mesmo tempo, a gente pode ler, ir lá, dar opinião, horas depois outro responde, dia seguinte outro fala alguma coisa e assim vai.

    Para se inscrever, mandem email pra Fal ou apareçam no guestbook do blog, uma verdadeira instituição da internet.BR.



  • Montevideo

    Esqueci de dizer: estou subindo as fotos da viagem para o Fotolog.


    E, por falar em viagem...

    Denise Arcoverde, uma brasileira que mora em Estocolmo, resolveu dar um pulinho em Istambul.

    22.5.04

    Oi Multimidia

    Treinando

    Estou postando direto de um engarrafamento. Não chega a ser um prazer escrever em telefone, mas a verdade é que, com o tempo, pelo menos fica mais rápido. Quem sabe um dia eu não fico boa nisso? Tem uma garotada aí que tecla à velocidade da luz...

    20.5.04



    Diários da mailbox

    Prezada Senhora Cora Rónai,

    Por solicitação de Sérgio Mamberti - titular da recém criada Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do MinC - envio em anexo um modelo de convite e um texto introdutório ao Seminário sobre Diversidade Cultural. A idéia do seminário é consolidar os principais aspectos sobre Diversidade Cultural e as linhas de ação da Secretaria, especialmente a questão do Mapa da Diversidade Cultural Brasileira.

    Pensamos sua participação no painel "O Mapa da Diversidade Cultural Brasileira", a ser realizado dia 14 de julho próximo, na Casa de Rui Barbosa no Rio de Janeiro, às 18:00 horas. Para cada participante estamos solicitando um texto com cerca de 15 páginas a ser publicado no final dos trabalhos, ou seja, em outubro. Além de passagens e diárias, temos o oferecimento de uma ajuda de custo de R$ 500,00.

    Atenciosamente,

    Álvaro Magalhães
    Gerente SID
    Apenas 15 páginas? Vou pensar no caso com carinho.


    Diários de Cannes

    Diários de Motocicleta, o filme do Waltinho, é sério candidato à Palma de Ouro, em Cannes. Mas acho que já conseguiu feito mais importante do que este: ganhar o coração do público.

    Jaime Biaggio, que está em Cannes, manda notícias no Blog do Bonequinho.




    Uma cápsula do tempo
    a três horas do Rio

    Cordial, bonita e descansada, Montevidéu é
    uma espécie de Havana da América do Sul



    O avião aterrissou às duas da manhã. A temperatura local era de quatro graus, e o pequeno aeroporto de Montevidéu se esvaziava depressa. A área de desembarque já estava deserta. Os dois guardas da alfândega apagaram a luz do cubículo, vestiram os capotes e deram o dia por encerrado. Ao passar por mim, sorriram gentilmente, fizeram rápida referência ao frio e me desejaram boa estadia na cidade.

    Sobravam cinco pessoas no local, e nenhuma delas era o motorista que deveria estar ali. As duas moças com malas eram minhas colegas de infortúnio; os dois rapazes que conversavam na saída eram, respectivamente, o zelador e um taxista; e a loura bonita atrás do balcão de informações era a Fernanda, uma espécie de anjo da guarda de turistas desgarrados, que tomou a si nossas dores e passou a meia hora seguinte ao telefone, tentando resolver a situação.

    O problema é que nenhuma de nós sabia em que hotel estava. O que sabíamos, com certeza, é que não estávamos no hotel inicialmente programado: overbooking.

    — Não se preocupe! — insistira o agente de viagens no dia anterior. — A pessoa encarregada de ir buscá-la vai com todas as instruções.

    Pois a nossa Fernanda telefonou para um, telefonou para outro, deixou o balcão, foi até a rua ver se havia alguém nos esperando, voltou, telefonou mais. Quando o taxista veio se despedir, pediu que esperasse dois minutinhos, telefonou mais um pouco e, finalmente, nos mandou embora com ele.

    Eram quase três da manhã, ela estava enregelada num uniforme bonitinho mas pouco adequado e, em nenhum momento, perdeu a esportiva. Não por cortesia mecânica, mas porque, visivelmente, gosta de ajudar. É uma espécie em extinção, a melhor tradução da sua adorável cidade, o fim de uma era.

    O aeroporto está em obras, perdendo o look Casablanca. Temo que, quando fique pronto e moderno, a Fernanda passe a ser um robô, como as tantas atendentes de balcões de informações que a gente encontra pelo mundo afora.

    * * *

    Como uma moça encabulada que ninguém tira para dançar, Montevidéu se esconde entre o glamour de Punta del Este e o brilho de Buenos Aires, do outro lado do Prata. É pouco mais do que um simples adendo nos anúncios de viagens pela região, e até na internet, onde se achja de tudo, é difícil encontrar boas informações a seu respeito. No portal de turismo “mais completo do Uruguai”, por exemplo, há links para Punta del Este, Colônia e as estâncias de águas quentes. Sobre Montevidéu, nada.

    * * *

    “Montevidéu é uma cidade de estuque e de cores vivas; de ruas longas e largas que sobem e descem colinas em linhas retas, com montes de fios de telégrafo e de telefone no alto, cruzadas por bondes implacáveis cujos motorneiros se divertem em tirar sons melancólicos de cornetas de chifre, chamando e respondendo uns aos outros com trinados altos e anasalados — uma cidade que vibra com o som dos cascos dos cavalos, uma cidade de lojas chiques e casas bem construídas, uma cidade de luxo e riqueza.”

    A descrição do jornalista americano Theodore Child, publicada pela “Harper’s Monthly” em maio de 1891 (íntegra aqui), dá uma pista do que foi o apogeu da cidade nos seus tempos de ouro. Sua elegância se sustentava na pecuária e na exportação de carne: cerca de mil cabeças de gado eram abatidas diariamente na capital, mais de metade de toda a produção uruguaia da época.

    Hoje é difícil imaginar como tanta sofisticação convivia lado a lado com a crueza dos abatedouros, mas muitas das “casas bem construídas” continuam de pé, ostentando vestígios dos antigos luxo e riqueza nas portas entalhadas, nos balcões de ferro trabalhado, nas clarabóias, nas esquadrias solidamente assentadas. Volta e meia uma charrete cruza as ruas de paralelepípedos da cidade velha, e traz de volta o barulho dos cascos dos cavalos.

    As “cores vivas”, porém, estão desbotadas. O centro, que tenta se recuperar através da criação de museus e restaurantes, está empobrecido, precisando de um trato. Nem por isso é menos bonito. Há uma inegável dignidade em sua decadência elegante que, bem ou mal, salvou-se da especulação imobiliária.

    Mesmo na cidade nova, com seus edifícios modernos e parques generosos, há um ritmo diferente no ar, como se Montevidéu existisse numa outra dimensão do tempo — mais antiga e mais descansada, mais humana e civilizada. As lojas fecham depois do almoço, os bancos funcionam das 13hs às 17hs, ninguém parece ter pressa. Nesta fatia meio congelada do tempo há pouca publicidade à vista, há cassinos que não perturbam ninguém e cafés onde, até hoje, se espera fumando.

    É difícil dizer se o mundo esqueceu Montevidéu, ou vice-versa. Inteiramente na dela, a cidade vive à sua peculiaríssima maneira, envolvida num velho e incongruente manto de langor tropical.

    * * *

    Eu sempre soube que a minha mãe é o máximo, mas agora é oficial: na segunda passada, ela ganhou o troféu de melhor nadadora masters do Brasil. Está com 80 anos e, no momento, prepara-se para o mundial da categoria, que acontece em junho, na Itália... :-)


    (O Globo, Segundo Caderno, 20.5.2004)


    A pé

    Tenho fotos de Montevidéu e do pequeno carpincho para postar, mas o Velox subiu no telhado. Como em casa de ferreiro espeto é de pau, as fotos estão na máquina de trabalho -- cujo modem veio bichado de fábrica.

    Atualizei o blog através do notebook, por uma conexão discada. Mas esta maquineta, por sua vez, está tão baleada que é praticamente impossível trabalhar com ela. A última que aprontou é não aceitar transferência de fotos, vá se descobrir por quê...

    Duas conclusões imediatas:

  • Preciso resolver o problema do modem no desktop; e

  • Preciso de um notebook novo.

    A primeira é relativamente fácil de resolver. A segunda tem um impedimento básico (muito bá$ico!) e vários impedimentozinhos menores. Ando assuntando notebooks de todos os tipos e marcas, mas quantos mais vejo, mais dúvidas tenho.

    Sou apaixonada pelos Thinkpads da IBM, mas o preço deles anda proibitivo. Acho os Vaio da Sony deslumbrantes, mas já me contaram algumas histórias de horror a seu respeito. Os Compaqs e Dells que vi são robustos e tralhadores, mas maiores do que eu quero.

    Neste momento, toda a minha energia financeira está concentrada num único objetivo: férias! Lá pro segundo semestre, porém, se a minha conta bancária conseguir sobreviver a 20 dias na Europa, compro uma máquina nova.

    Como diz o meu querido Scofield: Ah, falei!

  • 19.5.04




    Emergência canina!

    Recebi um email da Bela Serpa fazendo forward desta mensagem. Ela é amiga da Simone, a autora da mensagem, que procura parceria para um Resgate Canino.

    A quem estranhar os cãezinhos aqui, esclareço: apesar de ter um fraco por gatos e carpinchos, este blog não suporta ver nenhuma espécie de animal sofrendo.
    "Há um FDP em Guadalupe que mantém dois cães(um de porte pequeno e outro médio) presos num canil minúsculo 24 horas por dia, sem dar comida. Uma amiga, vizinha dele, leva comida para os cães todos os dias -- escondido, pq o cara não quer que dê comida -- já tentou convencê-lo a doar os animais, já ameaçou denunciá-lo, enfim, tentou de tudo, sem sucesso.

    O pior é que agora o cara comprou um carro, e tirou a cobertura do canil, ou seja, os bichinhos pegam sol e chuva direto. Sábado pegaram todo aquele temporal. Ainda por cima, o canil é sujo, tem entulhos e piso frio, sem nem um paninho para os bichos se aquecerem.

    Há muito tempo estou querendo roubar esses cães e não tinha como, mas agora para tirá-los por cima do canil. O problema é que não tenho para onde levá-los, nem tenho como pagar hospedagem para eles.

    Será que tem alguém na lista que pode me ajudar? Preciso de ajuda no resgate e de um local provisório ou permanente onde possa deixá-los até conseguir dono, ou em último caso, alguém que possa ajudar a custear a hospedagem deles.

    O pequeno parece uma raposinha, bem peludinho. O outro parece um lobo, tem pelo curto e orelhas bem grandes. Quem puder me ajudar de alguma forma, por favor entre em contato.

    Não aguento mais ouvir a minha amiga relatando o sofrimento desses cães. Obrigada desde já." (Simone, tel 21 9401-6682)


    Souvenir

    Comprei uma coisinha de lembrança de Montevideo: uma estatueta de carpincho.

    18.5.04



    Porque ninguém é de ferro...

    ...e, além disso, eu sou super dispersiva, brinquei um pouco entre um parágrafo e outro com este brinquedinho que me mandaram por email.

    É só digitar qualquer coisa, e pronto.


    Resumo da ópera

    Saí de Montevideo no avião das sete, o que significa que tive que chegar ao aeroporto às cinco, o que significa que tive que acordar às quatro, o que significa que... não dormi.

    Cochilei menos de três horas em casa, com os gatos todos encolhidinhos em volta de mim, e saí correndo para fazer uma palestra na Funarte.

    Agora estou no jornal tentando terminar a coluna de quinta. O Nelson Vasconcelos, escrevendo a coluna dele ao meu lado, acaba de dizer que, hoje, finalmente, terminamos de pagar o imposto de renda.

    -- Ahn?

    -- É todos os dias que você trabalhou desde o começo do ano foram para pagar o governo. São 139 dias.

    Taí.

    Não é exatamente o que eu precisava ouvir agora?!

    Oi Multimidia

    Lar, doce lar...

    A caminho de casa!

    17.5.04



    EXTRA!!! EXTRA!!!

    Recado da Laura:
    "Corinha, a Mami acaba de receber o troféu de melhor nadadora master do Brasil, em QUALQUER FAIXA ETÁRIA.

    Melhor, ponto.

    Que tal?"
    Eu sempre disse que a mamãe é o máximo; agora está aí, oficializado... :-D

    Iuhuuuuuuuuu!!!

    Parabéns, Mami!!!


    Ah, sim...

    No vôo para Porto Alegre encontrei Caetano Veloso e a Paulinha. Ela está produzindo o novo filme do Jorge Furtado, uma aventura para adolescentes chamada Meu tio matou 1 kra; Caetano faz a trilha, e mais -- faz hoje o primeiro chat da sua vida, às 16hs, no site do filme.

    Ele estava curioso em saber como é um chat. Expliquei mais ou menos e recomendei: "Dê respostas bem curtinhas".

    Caetano ficou me olhando com cara de ponto de interrogação.

    Respostas bem curtinhas?! Ele?!

    Caímos na gargalhada.

    Eu adoraria participar deste chat para ver o que vai acontecer, mas às quatro estarei numa sala de reuniões num tipo totalmente diferente de papo.

    Oh well.


    Montevideo

    Quando o avião aterrissou ontem de madrugada, o piloto informou a temperatura local: 4 graus. Eu estava de jeans e camiseta, com um casaco de cashemere que, de tão quente, nunca uso no Rio. O hotel fica a 25 minutos do aeroporto; se ficasse a meia hora, eu não estaria aqui mandando estas mal tecladas.

    Que frio!!!

    O "evento" (detesto esta palavra!) é muito interessante, não tanto pelo que apresenta, mas pelo próprio formato: é um grande encontro entre fabricantes interessados no mercado latino-americano e varejistas da região.

    É bem bolado, dinâmico e divertido.

    Amanhã tenho várias coletivas marcadas ao longo do dia, mas hoje tirei a tarde para fazer um city tour com a Vivian Rangel e a Silvia Lisboa, duas simpáticas colegas brasileiras.

    Passamos três horas percorrendo a cidade num micro-ônibus, que parava nos pontos mais importantes para vermos as vistas, tirar umas fotos e agradecer aos céus por ter um micro-ônibus aquecido à nossa espera.

    Montevideo é mais ou menos como eu me lembrava ou, melhor dizendo, como eu lembrava de lembrar: amável, cordial e arborizada, com um jeito retrô que lhe cai muito bem.

    Conto mais depois, prometo.

    Isso de acordar cedo me deixa muito fraca das idéias...

    15.5.04

    Oi Multimidia

    Fotinhas

    Aí do lado, na janela das fotinhas, tem uma história em quadrinhos da viagem. Agora estou esperando a chamada pro vôo, comendo pão de queijo e encantada de conseguir postar do celular.

    Oi Multimidia

    Viagem, como sempre...

    A caminho do aeroporto vou me dando conta do que esqueci: óculos escuros, o lindo livro da Paula Foschia, a blusa marron... :-(


    Mais uma vez...

    Publiquei o post abaixo (Não alimentem os animais) em janeiro deste ano. As circunstâncias hoje não são exatamente as mesmas (as máquinas estão funcionando bem, obrigada) mas, como sempre, tem gente achando que é bacana entrar aqui no blog para me xingar e criar caso com os demais.

    Para deixar tudo explicadinho: não, eu não acho legal um ambiente sem opiniões divergentes, pelo contrário. Escrevi o post chamado Moral, e cassei temporariamente uns IPs dissonantes, numa tentativa de mostrar às pessoas enfurecidas com o fato de eu achar besteira a expulsão do Larry Rohter como seria um mundo sem divergências.

    Tentei acentuar isso com o espaço em branco.

    Infelizmente, não fui bem sucedida. Muita gente não entendeu, o que significa que ou eu não soube me comunicar, ou não usei a linguagem ou a sinalização adequada, ou... sei lá.

    Ainda estou pensando se deixo de fazer ironia de uma vez por todas ou se passo a plantar um header vermelho de todo tamanho antes avisando:

    CUIDADO! IRONIA!

    Enfim...

    O fato é que estou viajando, não sei se vou ter acesso ou tempo de fazer acesso de lá, então volto a repetir o que disse há alguns meses:

    Não alimentem os animais

    Quando a gente vai ao zoológico, encontra essa placa. Eu, pessoalmente, fico passada: adoro dar comida pros bichos, e me sinto frustrada em não poder paparicá-los. Mas faz sentido. A gente dá a comida e vai embora; e quando eles passam mal, quem tem que cuidar de tudo e limpar a porcaria que fica é o tratador que está lá.

    Para que, no dia seguinte, as pessoas encontrem o zoológico legalzinho de novo, caprichado, gostoso de visitar.

    Num blog não é muito diferente. Às vezes aparecem uns cretinos na área de comentários, absolutamente insensíveis a qualquer espécie de argumento. Querem provocar e criar caso, não querem realmente expor idéias. Tipicamente, são anônimos, covardes e, apesar disso, tentam passar por Heróis da Opinião Independente e, no caso deste internETC., vítimas da minha terrível intolerância.

    Normalmente deixo pra lá, vou capinando o mato e limpando as jaulas, mas no momento estou, conforme vocês leram uns posts abaixo, com sérios problemas de máquinas. Tenho perdido um tempo insano com isso, e só estou atualizando o blog por teimosia.

    Enquanto isso, um mané mal educado, cujos comentários grosseiros já apaguei seguidas vezes porque prefere agredir pessoas a trocar idéias, me aparece aqui dizendo para eu reservar um bom espaço da minha agenda para apagar os seus (dele) comentários...

    *sigh*


    Como estou com outras prioridades na agenda, e a minha paciência também não anda lá aquelas maravilhas, peço a todos, por favor, que não caiam em provocações bobas. Discutam idéias à vontade, como sempre fizeram aqui, mas por favor não alimentem os animais: estou tão sem tempo para limpar a jaula!

    A administração agradece... :-)


    * sigh *

    O Cesar Valente escreveu este comentário. Eu assino embaixo:
    "Antes eu me espantava com a agressividade e a falta de educação. Agora também tenho ficado assustado com a dificuldade que um número grande de pessoas parece ter para entender (ou aceitar) ironias, chistes, sátiras, sarcasmo, bom humor. E não é só aqui. Triste sintoma de falta de leitura, de debate, de cultura, de inteligência, de convivência civilizada, coisas desse tipo..." (Cesar Valente)


    Código Da Vinci

    O Fodors fez um guiazinho bem legal para percorrer os lugares por onde se desenrola o romance. Podia ter mais fotos, mas é bem rico em informações turísticas. Para angloparlantes; aqui.


    Montevideo

    Vou passar o próximo domingo inteiro flanando por Montevideo, antes de um evento de informática na segunda. Estive na cidade há tanto tempo que já prescreveu.

    Alguém esteve lá recentemente?

    Estou precisando de dicas... :-)

    14.5.04



    Pronto

    "Descassei" os IPs; os comentários estão todos aí (salvo os que me dirigiram palavrões).

    No sistema de comentários do Falou e Disse, quando se bloqueia o IP, todas as mensagens enviadas daquele IP são bloqueadas, mas não apagadas. Inversamente, quando se desbloqueia o IP, as mensagens voltam ao ar.

    Foi engraçado bloquear o IP de um Anônimo Covarde e ver que, subitamente, sumiram do ar as mensagens de três ACs diferentes...

    Só tenho uma coisa a dizer:

    *sigh*


    Update, antes que mais gente perca tempo fazendo comentários desnecessários: isto é IRONIA. Se não entenderem, esqueçam, não vai fazer sentido nunca.



    Moral

    Cassei o visto de meia dúzia de IPs usados em comentários com opiniões contrárias à minha. Assim como o presidente, fiquei muito abalada com o que li, considerei que a minha honra foi ofendida e achei que estavam fazendo pouco da minha categoria profissional.

    A imagem do blog estava sendo atingida.

    Vejam como melhoraram os comentários agora, sem acusações levianas e sem ofensas a mim ou aos jornalistas em geral!

    Não é bacana um grupo onde todo mundo está de acordo?

    Afinal, este blog é a minha casa -- muito mais do que o Brasil é a casa do presidente, já que fui eleita por 100% dos pixels aqui usados.

    Quem manda aqui sou eu.


















































































































































































































































































































































































































































































































































































    Não se preocupem, não apaguei os comentários nem esta é uma medida permanente. É só para dar a todos a oportunidade de curtir um ambiente bacana, respeitoso, sem divergências.

    Aproveitem.




    Update, antes que mais gente perca tempo fazendo comentários desnecessários: isto é IRONIA. Se não entenderem, esqueçam, não vai fazer sentido nunca.

    13.5.04



    Cansei

    Não tenho mais paciência para discutir o caso do New York Times, sinceramente.

    Para mim, chega.

    Acho totalmente deprimente constatar que existe gente que acha bacana um presidente expulsar do país quem quer que seja -- de qualquer profissão, credo, cor ou nacionalidade -- sem ao menos ouvir o seu próprio ministro da Justiça.

    Fui.

    Se alguém quiser mais informações sobre o caso, sugiro a leitura do Sérgio Rodrigues, do Merval Pereira e/ou o blog do Ricardo Noblat.

    Nossos comerciais

    Os anunciozinhos do Google voltaram, enfim! Mandei um email pra lá na sexta, responderam hoje avisando que o script precisava de mais uma linha por causa dos frames -- mas não sei se foi isso que fez diferença, porque ontem eles já estavam melhores e não perguntavam mais a temperatura do sol.

    Assim, finalmente, o blog chegou à quantia de U$ 126,11, dos quais U$ 1,69 faturados ontem.

    É. Ainda não dá pra viver disso não, infelizmente...


    As atribulações de uma Capivara literária

    Seguidas, como não podia deixar de ser, pela opinião da colunista a respeito do caso "New York Times"


    Há algumas semanas, no auge do auê criado por um desabafo em relação aos governadores que publiquei aqui, fui jantar com minha amiga Bia Corrêa do Lago. Bia é dona da editora Capivara — que, além de ter este nome tão bem escolhido, faz livros de arte deslumbrantes. Era a minha vez de desabafar.

    — Taí , Bia: escrever crônica é divertido... mas, às vezes, é tão estressante! Bom mesmo é ter uma editora como a tua e levar uma vida civilizada, tranqüila, envolta em arte e beleza.

    Bia literalmente saltou da cadeira.

    — Vida tranqüila quem, cara-pálida, eu?! Mas se passei o ano brigando na Justiça por causa de um livro! A edição foi apreendida, fiquei quase maluca... e você chama isso de vida civilizada?!
    Oops
    — Qual foi o livro?

    Por não saber da história, eu não estava preparada para a resposta. Sou do tempo em que livros eram apreendidos ou proibidos por desagradar à ditadura — como aconteceu, por coincidência, com um dos livros do pai da Bia, Rubem Fonseca: “Feliz Ano Novo” passou anos longe dos leitores porque um censor em Brasília achou que o público brasileiro não estava preparado para literatura tão contundente.

    — O livro foi “O Aleijadinho e sua oficina”.

    O livro sobre o Aleijadinho?! Mas o que diabos poderia haver naquele lindo livro que levasse à apreensão da edição?!

    Resumindo a história, que já deu muito pano para as mangas — e, inclusive, já teve um final feliz — a Bia decidiu, um dia, produzir um catálogo das esculturas devocionais do Aleijadinho. Como a autoria de boa parte das peças é extremamente controvertida, chamou três especialistas acima de qualquer suspeita para determinar o que podia, na medida do possível, ser atribuído com certeza ao mestre mineiro.

    A historiadora Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira, o pesquisador Olinto Rodrigues dos Santos Filho e o restaurador Antônio Fernando Batista dos Santos passaram cerca de um ano estudando peças e a documentação existente. Chegaram a um grupo de 128 esculturas, magnificamente fotografadas por Henry Yu; o livro tem projeto gráfico de Victor Burton e uma introdução do Alexei Bueno que é uma pequena e primorosa aula de história da arte ao situar o Aleijadinho na sua época.

    Acontece que, ao dividir as obras entre as que seriam do Aleijadinho, as que seriam dele e de sua oficina e as que seriam apenas de seus auxiliares, o livro despertou a ira de um colecionador paulista. Inconformado com o downgrade de uma escultura da sua coleção, e alegando graves prejuízos, ele conseguiu não só a apreensão da edição como segredo de Justiça. Quer dizer: não só a obra estava proibida, como não se podia falar no assunto!

    Foi uma temporada tensa na Capivara. Os livros foram recolhidos, como criminosos, a um depósito que ninguém conseguia descobrir onde ficava; o processo consumiu tempo, nervos e dinheiro, mas, finalmente, um juiz sensato deu ganho de causa à editora. Os livros foram devolvidos e chegaram às livrarias.

    Depois daquele jantar com a Bia, deixei de invejar a vida supostamente plácida dos editores de livros de arte. Saber que uma edição tão bem cuidada foi apreendida — vale dizer, censurada — só porque um colecionador de arte discorda da opinião de especialistas é uma das provas mais kafkianas que tive da fragilidade da liberdade de expressão.

    Quando deixamos a livraria — sim, claro, estávamos jantando numa livraria — passei pelos livros ofendidos; era difícil imaginar a epopéia obscurantista que viveram ao vê-los tão sossegados e bonitos. Na porta, antes de sair, olhei para as prateleiras e para as estantes coloridas, ricas, variadas. Tive vontade de abraçar aqueles livros todos, tão diferentes entre si, e dizer-lhes, baixinho: “Bravo, companheiros, continuem na luta!”.

    * * *

    Por falar em obscurantismo: será que, em Brasília, ninguém pensa?! Ter um governo que cassa visto de jornalista porque não gostou do que leu já é bastante preocupante; mas mais preocupante ainda é a falta de inteligência que se nota por trás de uma medida dessas. A repercussão da ociosa e desastrada reportagem de Rohter não teve uma fração da repercussão que vai ter a notícia da sua expulsão do país — que, na seqüência, ainda vai amplificar o tema da bebida.

    A diferença é que, enquanto Rohter nada conseguiu provar em relação aos hábitos etílicos do presidente, a atitude totalitária do governo brasileiro prova-se por si mesma.

    Resultado: de vilão da história, Larry Rohter virou mártir da liberdade de expressão. Será que ele merece mesmo essa honra? E será que o “The New York Times”, que para sempre será lembrado como o jornal de Jayson Blair, ainda está com essa bola toda?


    (O Globo, 13.5.2004)

    12.5.04



    Tsk, tsk

    Recebi um email indignado do meu amigo Mario Jorge Passos, que não conseguiu se registrar no Orkut:
    "mjpassos nao pode. contém "bad words". detesto falso moralismo, ainda por cima porque é pleonasmo."
    Evidentemente, implicaram com o "ass" do nome. Não digo nada, mas que um site cuja URL alternativa é orcut.com devia olhar mais pro próprio rabo, lá isso devia...

    Oi Multimidia

    Teste

    Estou testando o blog por email de dentro de um taxi preso no trânsito, aquela coisa que não transita. Depois eu vejo se funcionou...


    Questão de imagem

    Da coluna do Xexéo, hoje:
    "Acho que todo mundo concorda com a impressão de que o correspondente do “New York Times” pegou pesado ao descrever os hábitos etílicos de nosso presidente. O repórter exagerou e foi irresponsável. Mas também não dá para livrar a cara de Lula. Não dá para o governo reagir como se Lula fosse integrante da Liga antialcoólica e estivesse sendo injustiçado. Lula deu margem para que um repórter irresponsável fizesse a “reportagem” que o “Times” publicou. É isso que dá ir ao programa do Ratinho e ficar bebendo cachaça com o apresentador. É isso que dá não se preocupar em aparecer em público com copos de uísque na mão. É isso que dá tentar manter sua popularidade prestigiando o consumo de “uma cervejinha” em churrascos na Granja do Torto.

    Há uma tendência de desculpar todas as bobagens de Lula com a alegação de que o eleitor sabia que ele era assim. Sabia, sim. Mas esperava que, ao ocupar a Presidência, Lula respeitasse o que se convencionou chamar de liturgia do cargo. Não é verdade, como disse o jornal americano, que a nação se preocupa porque o presidente bebe demais. E só o fato de isso ser mentira já desqualifica a reportagem. Mas que toda a nação percebe que Lula bebe mais do que ela se acostumou a ver um presidente fazer é a mais pura verdade." (Artur Xexéo)
    Xexéo escreveu isso antes de saber da cassação do visto do Larry Rohter (que, para efeitos desta discussão, não vem ao caso); e acho que tem toda a razão.

    Nós não somos puritanos -- na verdade, hipócritas -- como os americanos em relação à bebida e, de modo geral, pouco nos importamos se o presidente (qualquer presidente) toma ou não toma as suas cachacinhas no recesso do lar. Mas o presidente (qualquer presidente), assim como outra qualquer figura pública, tem que ter um mínimo de cuidado em relação à sua imagem, ou corre o risco de virar personagem de anedota.


    W.Bloggar

    Eu já tinha usado o W.Bloggar há algum tempo; deixei de usar porque estava satisfeita com a interface do Blogger. Agora vou experimentar novamente. Quem sabe?


    Umas & outras

    Estou DETESTANDO o novo Blogger! É mais complicado de usar, não oferece uma visão tão completa dos posts e é muito, mas muito mais lento.

    O pior é que o bug dos acentos, que faz com que a primeira versão de um post saia sempre cheia de lixo, não foi consertado.

    Argh!

    Em compensação, os nossos comerciais voltaram a funcionar. Ontem, este blog faturou a estonteante quantia de 90 cents, obtida graças aos clics de nove leitores.

    11.5.04



    Beberam mal MESMO!

    Estou pasma com a atuação do governo brasileiro. Cassar visto de jornalista é coisa de regime totalitário; mas, tirando isso, é de uma falta de inteligência -- digamos assim -- que clama aos céus.

    E que, honestamente, me preocupa ainda mais do que os aspectos arbitrários da medida.

    A repercussão da reportagem de Rohter sobre os supostos porres do presidente não teve uma fração da repercussão que vai ter a notícia da sua expulsão -- que, na seqüência, ainda vai amplificar o tema das bebedeiras palacianas. Sendo que, se ele não conseguiu provar a questão etílica, a atitude totalitária do governo brasileiro prova-se por si mesma.

    Até esta tarde, Larry Rohter era o vilão da história: um jornalista irresponsável e preguiçoso, que não soube fazer o dever de casa. Ponto.

    Agora é um mártir da liberdade de expressão.

    Será que ele merece essa honra?

    Será que o New York Times, o jornal de Jason Blair, ainda está com essa bola toda?

    * * *

    Aliás: está se fazendo confusão demais em relação a essa história. Como estamos todos por aqui com os americanos, pouca gente está considerando o caso com objetividade.

    As falhas do presidente deles não vêm absolutamente ao caso. Mas imaginem só se os Estados Unidos -- país cada vez menos democrático, diga-se -- expulsasse todos os jornalistas que falam mal de Bush, ou negassem visto a quem já o esculhambou?

    Não ia sobrar um só correspondente estrangeiro em Washington para contar a história.

    Ah, sim: eu ia esquecendo um detalhe. Larry Rohter (que eu não conheço) mora há anos no Brasil e é casado com uma brasileira, com quem tem um filho. É provável que, recorrendo à Justiça, consiga reverter a expulsão.

    Quer dizer: além do vexame de expulsar o jornalista por ter feito uma reportagem ruim, o governo ainda pode pagar o mico de ter de "desexpulsá-lo".

    Que papelão.

    10.5.04



    Novo leiaute

    O Blogger está completamente diferente. O upgrade que vinha sendo prometido há tempos foi cumprido, de forma, aliás, bem radical: a área de trabalho mudou tanto que nem parece mais o mesmo programa.

    Sinceramente? Estou com muitas saudades da versão anterior...


    Beberam mal

    Pronto, lá vai o Palácio do Planalto processar o New York Times ou o jornalista Larry Rohter pela matéria a respeito dos hábitos etílicos do Lula (aqui, em inglês).

    A reportagem de fato força a barra ao transformar o caso em "preocupação nacional", carece de fontes confiáveis e, sobretudo, de razão de ser; o Lula beber ou deixar de beber está longe de ser o maior problema deste país. Pior é o que ele diz -- e faz -- quando está sóbrio.

    É até compreensível que o governo manifeste indignação e faça ruídos de desagrado, mas daí a processar o jornal e/ou o jornalista vai uma grande distância -- até porque o que o Larry Rohter escreveu -- exagero de interpretação e fontes duvidosas à parte -- é verdade. Fala-se, e fala-se muito, a respeito do que o Lula bebe.

    Se o embaixador em Washington protestar, registra-se a indignação nacional perante a aleivosia do maligno jornal -- e pronto, o assunto morre por aqui. Agora, se o governo abrir um processo, a vida etílica do supremo mandatário da nação corre o risco de ser discutida exaustiva e minuciosamente, durante meses...

    Vale encarar?

    Update: O Merval foi na mosca. Copiei a coluna para cá porque amanhã, no Globo On, ela já sai do ar.





    A evolução do pensamento americano

    "O que antes se chamava de liberal, hoje se chama de radical; o que antes se chamava de radical, hoje se chama de louco; o que antes se chamava de reacionário, hoje se chama de moderado; e o que antes se chamava de louco, hoje se chama de pensamento conservador consistente."

    Tony Kushner, autor de Angels in America


    HP nx5000: um desktop de colo

    Tenho um fraco por notebooks levinhos, daqueles que cabem na bolsa, podem ir com a gente para qualquer lugar e passam despercebidos dos ladrões de aeroporto; mas acabo de passar duas semanas com um daqueles que, em inglês, se chamam — não à toa — de desktop replacements, ou seja, substitutos de computadores de mesas, e fiquei muito bem impressionada. Até porque, com 2,8kg, ele não chega a ser um peso pesado.

    O HP Compaq nx5000 não é uma máquina sexy, isto é, não é um daqueles notebooks que derretem o coração da gente ao primeiro olhar — mas, ao longo do tempo, vai revelando as suas qualidades. A mais visível é a excelente tela de 15”, que pode transformá-lo num útil cineminha para quem está na estrada; o som é muito bom. O teclado é confortável e, como esta é uma máquina brasileira, vem em padrão ABNT.

    O nx5000 é oferecido em diversas configurações, com preços variados, entre R$ 6 e R$ 10 mil: caro em comparação a desktops similares, mas razoável no mundo rarefeito dos notebooks. O que eu experimentei era um topo de linha com tudo a que um notebook tem direito: processador Centrino 1.6GHz, 512Mb de RAM, HD de 60Gb, gravador de CD e leitor de DVD, wi-fi integrado, Office, Norton antivírus... enfim, pronto para pegar no batente. Um companheirão.

    A fotografia digital na ortodontia

    Este é o título de um livro que, em princípio, não teria nada de interessante para quem não é dentista; mas o autor, dr. Gustavo Kreuzig Bastos, fez um trabalho tão bom, e o livro está tão bem feito, que o Nelson Vasconcelos e eu, os dois fotologgers da editoria, acabamos encantados com o texto, uma aula e tanto sobre fotografia — ainda que, para nosotros não-dentistas, os invariáveis closes de bocas e dentes causem certo estranhamento. O autor é, obviamente, um apaixonado pelo tema. Faz um histórico da fotografia e da contribuição dos dentistas ao seu desenvolvimento, dá explicações técnicas e, finalmente, detém-se minuciosamente sobre a foto digital, sua manipulação, arquivamento e impressão. Excelente!

    O lançamento é no próximo dia 13, no Hotel Everest (Rua Prudente de Moraes 1117, Ipanema), às 20h30. Às 19h, lá mesmo, palestra do autor e do dr. José Nelson Mucha sobre um tema que eu achava que era exclusividade do jornalismo: ética nos ajustes fotográficos aceitos.


    (O Globo, Info etc., 10.5.2004)

    9.5.04



    Feliz Dia das Mães!






    Fotos e mais fotos

    Ando muito empolgada com o moblog -- de mobile blog, quer dizer, blog móvel -- da Textamerica. Não por ele, em si, mas pelo link que me permite manter, aqui à esquerda, esta miniatura da foto mais recente. Acho muito divertido sair por aí mandando fotos do celular direto para o blog.

    Para ver o moblog em si, é só clicar sobre a miniatura -- ou aqui. E, agora, já há o que ver: o albinho digital está crescendo, como um perfeito diário visual.

    A ferramenta em si, paradoxalmente, deixa muitíssimo a desejar. É de uma complicação inacreditável; a gente precisa fazer login novamente a cada momento, acrescentar favoritos é difícil, comentar idem. Os templates são feiosos e difíceis de personalizar. Em suma, teria tudo para dar errado se não fosse tão fácil alimentá-lo.

    Basta fazer a foto com o celular e mandar como MMS, e ela entra automaticamente.

    O Trivial Simples, pequeno blog que mantenho na Oi também funciona assim, mas ele tem duas desvantagens em relação ao da Textamerica: apesar de mais bonitinho, ainda não é personalizável e não tem o link para a foto mais recente -- que, no meu caso, é a killer ap dos moblogs.

    Aliás, por falar em fotos, a convencida aqui botou um link aí à esquerda para o ensaio fotográfico no no minimo, vocês já viram? ;-)

    8.5.04





    The Four Minute Mile

    Acabo de ver, na BBC, uma entrevista com sir Roger Banister, um distinto senhor de 75 anos que, até meia hora atrás, eu nem sabia que existia.

    Ele foi o primeiro atleta a correr uma milha em menos de quatro minutos, há exatamente 50 anos, e os ingleses estão comemorando a data com grande entusiasmo.

    Eu não acho a menor graça em esporte, não tenho idéia do que realmente significa esta marca, mas ainda assim acho muito bonita a aura de heroísmo romântico que, antigamente, cercava esses feitos. Uma coisa meio Carruagens de Fogo, em que o importante era competir, e em que batiam-se recordes apenas pelo desafio, não pelos contratos com a Nike.

    Sir Roger, que está velhinho mas muito inteiro, deu a entrevista percorrendo com o jornalista a mesma pista em que correu há 50 anos.

    Ele tem quatro filhos, 14 netos e as pernas mais compridas que já vi; retirou-se das competições pouco depois do feito histórico, ao se formar em medicina.

    7.5.04



    Nossos comerciais

    Acho que os nossos comerciais estão muito doentes, coitados.

    Ontem o Eduardo Stuart me ajudou e passou a barrinha para dentro dos limites do blog, para ver se sentiam melhor; eles foram para as páginas de arquivos, onde ganharam vitaminas extra; e, ainda assim, nada acontece além da pergunta fatídica: "Qual é a temperatura do sol?"

    Aí fica difícil, né? Como é que as pessoas vão clicar em anúncios se não há anúncios?!


    Enquanto isso,
    num futuro não muito distante

    Chegou pela internet como piada, mas não sei não...
    Telefonista: "Pizza Hot, bom dia."

    Cliente: "Bom dia, quero encomendar uma pizza"

    Telefonista: "Pode me dar o seu número de indentificação nacional?"

    Cliente: "Pois não. É 6102049998-45-54610"

    Telefonista: "Muito obrigado, sr. Orwell. O senhor mora em 1742 Meadowland Drive, seu número de telefone é 494-2366, o número do seu escritório é 745-2302 e o seu celular é 266-2566. O senhor está ligando de casa. É aí que deseja a entrega da pizza?"

    Cliente: "Sim. Eu queria encomendar duas pizzas com bacon e queijo duplo..."

    Telefonista: "Não sei se isso é uma boa idéia..."

    Cliente: "Hein?"

    Telefonista: "Consta da sua ficha médica que o senhor sofre de hipertensão e de um nível muito alto de colesterol. O seu seguro de vida desaconselha escolhas perigosas para a sua saúde."

    Cliente: "O que é que você me propõe, então?"

    Telefonista: "Por que que não experimenta a nossa pizza light com iogurte de soja? O senhor vai adorar, garanto!"

    Cliente: "Como é que você pode garantir uma coisa dessas?"

    Telefonista: "Ah, o senhor consultou o site 'Recettes Gourmandes au Soja' no último dia 15 e ficou navegando por lá durante 36 minutos..."

    Cliente: "É verdade. Mande então duas pizzas médias. Quanto é?"

    Telefonista: "Olhe, para o senhor, a sua esposa e as duas crianças é melhor pedir duas tamanho família. Sai a $ 49,99, mas infelizmente o senhor vai ter que pagar em dinheiro. O limite do seu cartão de crédito está estourado."

    Cliente: "Não tem problema, vou ao caixa eletrônico da esquina pegar dinheiro antes que cheguem as pizzas."

    Telefonista: "Hmmm... Não sei se o senhor vai conseguir. A sua conta está a descoberto."

    Cliente: "Meta-se com a sua vida! Mande as pizzas que eu arranjo o dinheiro, ora essa. Quando entregam?"

    Telefonista: "Estamos um pouco atrasados. Só serão entregues daqui a 45 minutos, mas se o senhor estiver com pressa pode vir buscá-las em meia hora. O problema é que transportar duas pizzas de moto pode ser arriscado..."

    Cliente: "Como é que você sabe que vou de moto?"

    Telefonista: "Peço desculpas, apenas reparei que não pagou as prestações do carro e que ele foi penhorado. Mas a sua Honda está paga, daí deduzi que fosse usá-la."

    Cliente: "@#%/$@&?#!"

    Telefonista: "Agradeceria se não me xingasse. Não se esqueça que já foi condenado em julho de 2009 por desacato a autoridade em frente ao hospital municipal..."

    Cliente: (Silêncio)

    Telefonista: "Mais alguma coisa?"

    Cliente: "Não, isso é tudo... não se esqueça dos dois litros de Coca da promoção."

    Telefonista: "Peço desculpas, mas o regulamento da nossa promoção, conforme o senhor pode checar no nosso website, proíbe o envio de bebidas com açúcar a pessoas diabéticas..."



    Blog!

    6.5.04





    Vejam que foto linda chegou hoje ao jornal!

    O ursinho polar abraçado à mãe fez ontem sua primeira aparição pública no Zoo de Praga. Tem cinco meses, pesa 22 quilos e ainda mama.


    Nossos comerciais

    Por falar em Google, desde ontem só vejo aquelas curiosidades Google nos anúncios. Vocês também, ou daí se vêem os anunciozinhos?


    Orkut

    O Orkut está fora do ar geral. No Google informam o seguinte:
    We are currently having problems with orkut.com. Please check later.
    Ou seja, estão tendo problemas com o Orkut.

    Oh, não digam... :-O

    Mas há um shortcut por aqui, ó:

    www.orcut.com


    Troque o seu gatinho por uma criança pobre

    Depois de várias semanas de heavy metal, cronista decide dar um tempo e voltar aos quadrúpedes

    Mais uma vez, a coluna não chega ser novidade para quem freqüenta o blog...
    Enquanto trabalho, eles ficam aqui em volta, cada qual do seu jeito: Keaton em cima do computador, Netcat deitada no tapetinho debaixo da poltrona, Tati na cadeira de diretor ali ao lado, Lucas em cima da escrivaninha, Mosca e Tutu indo e vindo, Pipoca às vezes caçando um inseto, às vezes na janela, apreciando a noite.

    Estou convencida de que os bigodes tão bonitinhos que têm são antenas que captam as vibrações do ambiente e da alma da gente. São solidários e companheiros, atentos e carinhosos. Às vezes, quando acham que estou concentrada demais no trabalho, dão pequenos puxões na minha roupa ou nos meus braços, as patinhas fechadas com grande cuidado para não machucar.

    Apesar de lindos — e vaidosos! — eles sabem que beleza não é fundamental; fundamental mesmo é delicadeza, essa qualidade tão em falta na vida da gente.

    * * *

    Como muitos de vocês sabem, levo uma vida dupla. Não escrevo apenas no jornal, mas também num blog, isto é, uma espécie de diário que mantenho na internet, onde anoto idéias, comento uma coisa ou outra, mostro umas fotos. O textinho acima escrevi no domingo de madrugada quando, justamente, a Tati desceu da tal cadeira de diretor e veio dar uns puxões na minha roupa, pedindo atenção.

    Foi um mix de observação do cotidiano com declaração de amor, uma daquelas coisas que a gente escreve sem qualquer pretensão, apenas para dividir com os amigos um momento de carinho; mas suscitou, pela enésima vez, a pergunta que nenhum dono de animal de estimação agüenta mais ouvir.

    “Você tem um apreço muito grande pelos gatos, dos quais também gosto, tenho um, mas acho que, de sua parte e de tantas outras pessoas, há exagero”, escreveu um leitor. “Em vez de se ter tantos gatos, como você tem, por que não adotar uma criança sem-mãe-nem-pai? Não tenho nada com a sua vida, mas me preocupam — muito mais do que os gatos — as crianças que choram pelo carinho de alguém que possam chamar de mãe ou de pai — sobretudo de mãe. Em muitos casos, aliás, não se trata de escolher entre gatos ou criança, porque há condições financeiras e afetivas para se dedicar a um filhote humano, digamos assim, e ao mesmo tempo a um felino — para que ter seis, dez gatos?”

    * * *

    Desconfio muito da bondade e das boas intenções de quem questiona o amor aos animais, mas decidi responder ao leitor para esclarecer, de uma vez, o meu ponto de vista em relação ao assunto. Escrevi o seguinte:

    Esta é uma pergunta clássica, feita por quem ou não tem animais ou não tem filhos; como você diz que tem um gato, suponho que não tenha filhos. É também uma pergunta muito difícil de responder, porque se a pessoa não percebe sozinha a diferença abissal entre uma criança e um animal de estimação fica complicadíssimo explicar — mas vou tentar.

    Ninguém adota um filho porque tem um dinheirinho — ou um afetinho — sobrando, temporariamente desviados para quadrúpedes. Até porque ser um pai ou mãe responsável não é só pagar a escola e o pediatra e fazer um eventual carinho na criança ao chegar em casa; é se atirar de corpo e alma na construção de uma pessoa, ensinar, dar e mostrar exemplos, cuidar, levar e buscar na escola, no balé e no inglês, estar atenta ao que ela faz e com quem se relaciona, dar disciplina e compreensão nas doses certas, enfim... viver 24 horas por dia em função daquela criança.

    É preciso ter uma imensa disponibilidade de tempo, paciência e carinho para ser pai ou mãe de verdade; para não falar em dinheiro.

    Como eu disse, não dá para comparar filhos e bichos de estimação; mas, ficando só no lado prático da questão, ninguém precisa levar um gato à escola, conferir os seus deveres de casa, checar se escovou os dentes antes de ir para a cama ou, na adolescência, ir buscá-lo às quatro da manhã numa festinha do outro lado da cidade.

    Inversamente, eu não poderia deixar uma criança sozinha durante todo o tempo que passo fora de casa, sobretudo quando viajo. Os gatos também não gostam muito dessas separações, é verdade, mas aceitam a situação resignados.

    Quanto à pergunta dentro da pergunta (“para que ter seis, dez gatos?”) posso garantir, pelo menos nos casos que conheço, que ninguém decide ter seis, dez ou quinze gatos. Os gatos acontecem na vida de quem gosta deles. Um dia a tua filha chega da faculdade trazendo um gatinho que estava sendo maltratado no bar da esquina; no outro, o porteiro traz uma gatinha que foi abandonada em frente ao prédio, às portas da morte; ou a faxineira vem com uma siamesinha que nasceu na favela e que ela não tem condições de criar; ou...

    Enfim. Há milhões de crianças em condições desesperadoras, é verdade, mas a situação dos animais não é nada melhor, pelo contrário.

    Eu criei dois filhos maravilhosos, que se tornaram adultos cheios de qualidades e me enchem de orgulho; e dou guarida aos gatinhos que a vida teve a consideração — a delicadeza — de pôr no meu caminho.


    (O Globo, Segundo Caderno, 6.5.2004)



    Lembrete: é hoje!



    Fais çintidu...

    Janjão, que sabe tudo, mandou pela internet:
    O gerente de vendas recebeu o seguinte fax de um dos seus novos vendedores:

    "Seo Gomis o criente de Belzonte pidiu mais cuatrucenta pessa. Faz favor toma as providenssa, Abrasso, Nirso."

    Aproximadamente uma hora depois, recebeu outro:

    "Seo Gomis, os relatório di venda vai xega atrazado proque to fexando umas venda. Temo que manda treis miu pessa. Amanhã tô xegando. Abrasso, Nirso."

    No dia seguinte:

    "Seo Gomis, num xeguei pucausa de que vendi maiz deis miu em Beraba. To indo pra Brazilha. Abrasso, Nirso."

    No outro:

    "Seo Gomis, Brazilha fexo 20 miu. Vo pra Frolinoplis e de lá pra Sum Paulo no vinhão das cete hora. Abrasso, Nirso".

    E assim foi o mês inteiro. O gerente, muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao presidente as mensagens que recebeu do vendedor. O presidente escutou atentamente o gerente e disse:

    " Deixa comigo, que eu tomarei as providências necessárias".

    E tomou.

    Redigiu de próprio punho um aviso e o afixou no mural da empresa, juntamente com as mensagens de fax do vendedor:

    "A parti de oje nois tudo vamo fazê feito o Nirso. Si priocupá menos em iscrevê serto, mod vendê maiz. Acinado, O Prizidenti."


    Clic!

    5.5.04



    Blog=>Globo=>Senado

    Prezada Cora Rónai,

    Escrevo esta mensagem para lhe parabenizar pelo excelente artigo publicado no Segundo Caderno do jornal O Globo de 29 de abril de 2004. Não me recordo de ter lido texto tão transparente, tão direto, e acima de tudo tão sincero sobre o tema das drogas. Mais do que isso: não me lembro de ter lido artigo que resumisse tão bem as minhas certezas e indagações sobre o assunto. Quero dizer-lhe que, na condição de relator do projeto que dispõe sobre o sistema antidrogas, que está para ser votado no Senado Federal, farei questão de citar seu artigo em plenário como forma de enriquecer o debate e motivar novos encaminhamentos para a discussão do tema.

    Atenciosamente

    Sérgio Cabral
    Senador





    Gênio é gênio

    Volta e meia uma foto espetacular prende o olho da gente. É o caso dessa daí. Todo mundo que tem câmera nesta cidade fotografou o eclipse ontem, mas aqui há mais do que uma simples foto do eclipse -- há um olhar amoroso sobre o Rio, uma sintonia com a cidade que não acontece por acaso.

    A foto é, claro, do Custódio Coimbra.

    Para mim, ninguém fotografa o Rio como ele.

    Aliás, pouquíssimas pessoas fotografam como ele, ponto.

    O Custódio é meu ídolo.


    Nossos comerciais

    Ontem os anunciozinhos do Google completaram um mês de blog. Eles renderam U$ 122,70, ou R$ 355,83. Já vi que não vou conseguir viver disso, mas pelo menos o custo da hospedagem anual já está pago -- ou estará, assim que eu receber o cheque... :-)

    Tenho a impressão de que a média mensal vai ficar bem abaixo dos U$ 100: este primeiro mês foi especial, os anúncios eram novidade, muita gente clicou nas primeiras semanas.

    Nos últimos dias, porém, os anúncios não têm rendido sequer U$ 1. Daí pro Blog a R$ 1 é um pulo...



    Cobras e múmias... II

    Então, adivinhem? Acabei de ligar o National Geographic e o tema da hora é... múmia!!!

    Tão me gozando, só pode ser.

    4.5.04



    Sorry, periferia...

    Eu sei, o orgulho é uma miséria na vida do ser humano, mas o ser humano que vos tecla não se contém e tasca aqui o link do seu ensaio fotográfico publicado no no mínimo, aquele site que é o máximo.

    A escolha do tema e das fotos foi torturante. Podia ter sido qualquer coisa: gatos, viagens, vistas, retratos, fotos de telefone, abstratos, que sei eu?! Passei uma noite "folheando" os meus álbuns virtuais, na maior indecisão, mergulhada em dúvidas cruéis.

    No fim optei pela Lagoa por estar tão perto, e ser tão linda e carioca; mas até agora, olhando as fotos que escolhi, fico pensando nas que não escolhi.

    É duro ser uma mulher de indecisões rápidas...

    Ah, sim: uma vez lá no no mínimo, não deixem de ler a matéria de Marta Góes sobre o nosso Vale do Silício.


    :-)

    Felicidade é um HD que voa...

    Baixei o Photo Album da Adobe para ver se está melhor do que o Picasa e a primeira tarefa do coitado está sendo recolher as mais de 10 mil imagens da máquina. É espantoso como ele passa mais rápido pelos diretórios que estão arquivados no drive H (um serial ATA de 80Gb da Seagate) do que nos outros dois (o velho Maxtor de 40Gb e um outro Seagate de 120Gb).


    *sigh*

    Não tou dizendo? Liguei a televisão agora, e adivinhem o que estava na tela do National Geographic?

    Não, não era uma múmia.

    Era uma cobra.

    Agora só falta mesmo um programa sobre cobras mumificadas.

    Update: Menos mal. É um programa sobre a velocidade dos animais.


    Fala, Tom!

    O Tom Taborda fez um ótimo apanhado sobre a discussão que travamos aqui a respeito da liberação das drogas, vejam só:
    Ufa! Valeu!

    Depois de mais de trezentos comentários, já podemos traçar um perfil resumido dos argumentos contra a liberação das drogas:

    1 - "Faz Mal". Bem... se formos proibir tudo aquilo que tenha sido provado experimentalmente que pode fazer mal (causar comprovados problemas de saúde, sociais ou psicológicos) ao organismo humano... não iria sobrar muita coisa na nossa sociedade moderna. Como, por exemplo, a droga do McDonalds, as frituras ou o açúcar refinado (falando nisso, viram a hipócrita reação dos traficantes, digo dos usineiros nacionais, à sugestão da OMS de diminuir a quantidade de açúcar nos nossos produtos industrializados?). E, sabendo dos riscos -- como os fumantes sabem -- e da responsabilidade dos seus atos, cada pessoa tem o direito de consumir aquilo que SABE que pode lhe fazer mal.

    1.a - na vertente mais dramática é "fulano se tornou um viciado decadente". Sinto muito, mas este sujeito já tinha uma predisposição genética para se tornar um viciado, seja à droga legal ou ilegal. Para estes, existem as clínicas especializadas e grupos de apoio.

    2 - "É ilegal". Como se a Lei fosse algo imutável. Nem sempre o que é Legal é Justo, Moral ou Ético. O Apartheid era Lei, na África do Sul. Como disse Camões: "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades". E é o que se discute aqui.

    2.a - Convém lembrar que a defesa da Descriminalização das Drogas não é a defesa da ilegalidade, mas justamente ao contrário: da ampliação da Legalidade. Como foram todos os movimentos libertários da História. Tem muita gente, por exemplo, que acha que os gays são doentes, ou sofrem de algum desvio moral ou de caráter e assim sempre foram historicamente perseguidos e, muitas vezes, legalmente proibidos aos olhos da Lei. Pouco a pouco, no entanto, amplia-se o abrigo da Lei aos homossexuais.

    3 - "Isso irá aumentar o consumo". Se assim fosse, com as bebidas alcoólicas liberadas, não seriam necessárias as campanhas publicitárias milionárias que bombardeiam os meios de comunicação, para fazer o consumidor, sobretudo o jovem, beber MAIS cerveja. E a liberação das bebidas alcoólicas não propiciou os quadros de descrição dantesca -- bêbados espalhados pelas calçadas, colegas de trabalho completamente embriagados -- que a imaginação dos que impuseram a Lei Seca nos EUA pintava.

    Mas tal descrição dantesca mais parece retratar o OktoberFest -- visto pela ótica conservadora --, evento oficial promovido pela prefeitura de Blumenau, para onde convergem milhares de turistas, atraídos pelo único propósito de consumir quantidades industriais de cerveja e 'beber até cair'. Enquanto não caem desfalecidos pelas calçadas, meio-fio e marquises, dançam alucinadamente ao som de orquestras que se revezam e... vomitam e mijam nos jardins, canteiros e muro das cidade, que se torna um enorme mictório a céu aberto (não parece uma festinha Rave?).

    4 - "irá causar acidentes, badernas, violência". Acidentes, badernas (inclusive aquela do churrasquinho no play do condomínio, movido à cerveja) e violência continuam sendo problemas de Ordem Pública, da esfera policial, cujos autores sofrerão o AGRAVANTE de estarem sob o efeito de drogas ou álcool, causando incômodo, prejuízos ou danos a terceiros.

    5 - "Porque não usam ___ ou fazem ___". E não poderiam faltar, é claro, aqueles que querem dizer ou impor aos outros o quê fazer... aqueles que sabem o único caminho para a verdade e a vida. O deles. Aqueles que não aceitam a diferença.

    6 - Considerações econômicas diversas; que tudo vêem, menos a absurda quantidade de dinheiro que circula fortalecendo exclusivamente a ilegalidade e a corrupção da sociedade.

    7 - Temos também aqueles que afetam preocuparem-se com o destino dos trabalhadores do tráfico. Só para ficar num exemplo inocente: lembram as dezenas de Agências de venda de Linhas Telefônicas, que comercializavam o 'produto' à margem da legalidade (a transação ilegal era feita do lado de fora das lojas das telefônicas)? Sumiram, sem deixar saudades, assim que as Linhas Telefônicas deixaram de ser massa de manobra de interesses políticos e tornaram-se simplesmente um serviço (assim como eu espero que as vans desapareçam, substituídas por um Transporte Público decente). Sem a menor consideração pelos pobres trabalhadores deste setor.

    8 - E, finalmente, aqueles que que preferem não discutir o que está sendo discutido, desfiando um rol de outras questões sociais. Concordo com a inegável importância delas. Mas se assim for nada, absolutamente nada pode ser discutido, nem mesmo, digamos, o padrão da nova TV Digital de Alta Definição ("para quê discutir TV digital se ainda não tem pão na mesa da população"). Típica argumentação vazia e demagógica. E que não põe pão na mesa da população.


    Algumas ressalvas apontadas, no entanto, são pertinentes:

    1 - Onde comprar, onde usar. Aos poucos, com bom-senso, irá se descobrindo onde se poderá comprar e usar. Hoje mesmo, já não se pode fumar em muitíssimos lugares, públicos e privados (ônibus, trens e metrô, restaurantes, cinemas, teatros, até mesmo nas redações dos jornais, coisa impensável a alguns anos: jornalistas eram movidos a cigarros); o uso de bebidas alcoólicas tampouco é permitido em muitos outros (p.ex: estádios de futebol; e nunca se permitiu beber em serviço, durante o 'expediente', em lugar algum); supermercados não vendem cigarros; outros estabelecimentos não vendem bebidas alcoólicas; e, teoricamente, é proibida a venda de álcool e tabaco para menores. E seria proibida a publicidade, assim como é na Europa com o cigarro, o álcool e os medicamentos (para a tristeza dos publicitários).

    Falando nisso, acham normal a proliferação de farmácias e drogarias, duas a cada quadra, nas ruas principais de nossas cidades? Vendendo tudo quanto é medicamento, com ou sem receita médica. Como gostamos de nos drogar...

    2 - Os marginais iriam competir com o produto legalizado, vendendo aquele contrabandeado e livre de impostos. Mas exemplos disso já não ocorrem à luz do dia, sob a vigilância das câmeras e nas barbas das autoridades competentes? Sejam o tráfico de cigarros, contrabandeados às claras na Ponte da Amizade, ou os diversos produtos piratas vendidos nos camelôs de qualquer esquina, ou as vans de transporte clandestino atulhando as ruas. Exemplos que demonstram o pouco apreço que o Estado tem pelos que pagam seus impostos. Esta absoluta ausência do Estado, deixando o cidadão desprotegido é uma outra discussão a ser resolvida com a prática efetiva da Cidadania.

    3 - Qualquer país que tome uma decisão destas, um oásis de liberalidade cercado por um mundo conservador, traria o risco de atrair para lá a escória dos países vizinhos. O que torna ainda mais corajosa a política holandesa, apesar deste risco. Teria que haver uma mudança mundial de mentalidade e política. Talvez, este sim, seja o maior obstáculo. Mas temos esperança, a humanidade tem evoluído. E, com ela, as Leis e os Costumes. (Tom Taborda)