Questão de imagem
Da coluna do Xexéo, hoje:"Acho que todo mundo concorda com a impressão de que o correspondente do “New York Times” pegou pesado ao descrever os hábitos etílicos de nosso presidente. O repórter exagerou e foi irresponsável. Mas também não dá para livrar a cara de Lula. Não dá para o governo reagir como se Lula fosse integrante da Liga antialcoólica e estivesse sendo injustiçado. Lula deu margem para que um repórter irresponsável fizesse a “reportagem” que o “Times” publicou. É isso que dá ir ao programa do Ratinho e ficar bebendo cachaça com o apresentador. É isso que dá não se preocupar em aparecer em público com copos de uísque na mão. É isso que dá tentar manter sua popularidade prestigiando o consumo de “uma cervejinha” em churrascos na Granja do Torto.Xexéo escreveu isso antes de saber da cassação do visto do Larry Rohter (que, para efeitos desta discussão, não vem ao caso); e acho que tem toda a razão.
Há uma tendência de desculpar todas as bobagens de Lula com a alegação de que o eleitor sabia que ele era assim. Sabia, sim. Mas esperava que, ao ocupar a Presidência, Lula respeitasse o que se convencionou chamar de liturgia do cargo. Não é verdade, como disse o jornal americano, que a nação se preocupa porque o presidente bebe demais. E só o fato de isso ser mentira já desqualifica a reportagem. Mas que toda a nação percebe que Lula bebe mais do que ela se acostumou a ver um presidente fazer é a mais pura verdade." (Artur Xexéo)
Nós não somos puritanos -- na verdade, hipócritas -- como os americanos em relação à bebida e, de modo geral, pouco nos importamos se o presidente (qualquer presidente) toma ou não toma as suas cachacinhas no recesso do lar. Mas o presidente (qualquer presidente), assim como outra qualquer figura pública, tem que ter um mínimo de cuidado em relação à sua imagem, ou corre o risco de virar personagem de anedota.
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