O estado a que chegamos
A reentrada na atmosfera doméstica, desta vez, foi tudo menos uma alegria. Encontrar o Rio inteiramente fechado no percurso do aeroporto até o jornal foi sinistro (no sentido antigo da palavra); ver as fotos de pichações ameaçadoras e portas cerradas que chegavam à redação foi ainda pior.Acho patéticas as explicações da governadora, que vê no episódio manipulações políticas contra o PT. Começa que o PT administra o Rio há pouco tempo demais para que possa levar a culpa pela avacalhação generalizada a que chegamos; depois, esta é a típica reação de um governo desgovernado, que prefere apelar para teorias conspiratórias a constatar o fato de que, pura e simplesmente, a população está apavorada, e que as coisas nunca poderiam ter chegado ao ponto a que chegaram.
Mais grave do que a causa, neste episódio, é o efeito. Que as autoridades não percebam isso é, no mínimo, uma demonstração de extrema insensibilidade social.
Traficantes, boateiros, golpistas políticos -- porra, tanto faz, Bené! O fato é que esta cidade acha mais prudente obedecer a bandidos que teoricamente estariam mandando fechar tudo, do que acreditar na polícia que diz que está tudo sob controle.
E acha certo, e com bons motivos para isso.
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