18.10.02






A Identidade Bourne

Cinema é a maior diversão

Um homem desmaiado (Matt Damon) é resgatado do mar por um pesqueiro italiano. Tem dois buracos de balas nas costas, o número de uma conta suiça numa cápsula implantada sob a pele e nenhuma idéia de quem é, de onde veio, para onde vai ou qual é o sentido da vida.

Sua primeira parada é, óbviamente, o banco suiço. Lá, depois de descobrir que fala alemão fluentemente, vai ao cofre e encontra as pistas que podem levá-lo a algumas respostas: armas, dinheiro e uma meia dúzia de passaportes, entre os quais um brasileiro, que causou grande alvoroço no cinema. Amnésia, porém, tem limite: nosso homem sabe que filme falado em português não dá tanta bilheteria quanto filme em inglês, e assim escolhe o que lhe diz que é Jason Bourne, um americano em Paris.

Ainda no banco, ficamos sabendo que suas habilidades não se restringem ao domínio de línguas estrangeiras e à correta avaliação do mercado cinematográfico. Bourne é uma máquina de matar avariada, conectada à CIA, que deve ser retirada de circulação. Ele, porém, não fica sabendo disso.

O que sabe é que tem que fugir e recobrar a memória. Para isso, conta com a providencial ajuda de Marie (Franka Potente, de “Corra, Lola, corra”), com quem vai percorrer paisagens maravilhosas, executar fugas mirabolantes, diversos inimigos e alguns truques dignos dos melhores filmes de espionagem.

Como os velhos 007 da época de ouro, que não se levavam inteiramente a sério, “A identidade Bourne” (The Bourne Identity) é cheio de chutes maravilhosos. Bourne escala paredes, o Austin Mini de quinta que dirige deixa os carrões da polícia na poeira, a CIA sempre sabe de tudo e todos os computadores que aparecem em cena funcionam perfeitamente.

Algo me diz que este é o primeiro filme de uma longa série. Se os demais forem igualmente bons, que venham logo.

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