8.10.02



Há algum político na casa?

Como é que nós poderíamos levar adiante a idéia de estudar a sério a questão da fusão e da desfusão, apresentá-la à população, ouvir e considerar todos os aspectos contra e a favor e fazer um plebiscito? Como se fazem essas coisas na vida real?

É legal a gente poder debater isso nos blogs, mas melhor ainda seria, de fato, pôr essa questão na mesa, nos jornais, na Assembléia Legislativa e no Congresso Nacional. Afinal não há nada que impeça estados de se dividirem em dois, como foi feito há relativamente pouco tempo com Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e Goiás e Tocantins.

Passei minha infância dividida entre Rio e Nova Friburgo, onde meus pais tinham casa. Nossos vizinhos, lá, eram de Niterói. Me lembro como ficamos todos, sem exceção, indignados com a fusão -- os adultos porque percebiam bem as implicações políticas da história, nós crianças e jovens por orgulho regional ferido. Repetindo o que acabei de escrever num comentário lá embaixo, o espírito da cidade do Rio de Janeiro não tem nada a ver, e nunca teve nada a ver, com o resto do estado.

Isso sempre foi amplamente reconhecido por todos os lados envolvidos na questão. Os fluminenses se sentiram tão injuriados em virar cariocas quanto os cariocas fluminenses.

E não é que os cariocas não errem em eleições, e não façam também as suas besteiras. Fazem sim, e das grossas. Mas a questão é a seguinte: se a cidade elegesse (como já elegeu) um Cesar Maia, digamos, azar o seu. Pagaria pelos seus pecados. O que não está direito, e está deixando todo mundo inconformado, é ter que pagar pelos pecados dos outros.

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