8.6.09

Um depoimento impressionante

A discussão da semana lá no blog – e em todos os lugares, provavelmente sem exceção – foi o acidente com o vôo 447. Por um lado, muito se falou da atual “onipotência” dos computadores; de outro, dos possíveis efeitos de um raio sobre o sistema elétrico do avião. Pouca gente acredita na possibilidade de um raio ter sido a causa do desastre, mas como nenhum de nós é especialista, acreditar – ou não – é tudo o que podemos fazer.

Eu, por exemplo, estava entre os que não acreditam que raios podem derrubar aviões, mas estou inclinada a mudar de idéia depois que li um comentário que o Andre Decourt trouxe da comunidade do Peugeot 206 SW. É o relato do que aconteceu quando um raio caiu na estrada ao lado do carro do Danilo Siqueira. Um carro, apoiado sobre quatro pneus de borracha, é, como o avião, uma gaiola de Faraday. Vejam só:

“Aconteceu comigo em Minas Gerais, neste fim de semana. Tenho um Peugeot 206 SW 1.4 Flex/GNV 2007, e fui para Muriaé na sexta-feira. No sábado, fui de Muriaé para Viçosa, para a formatura de um amigo. Eram mais ou menos 20hs. Faltando uns 30 km para chegar, começa um temporal sinistro, muita chuva, relâmpago... Baixei a velocidade e fiquei em torno dos 80Km/h. De repente, um raio caiu a uns dez metros do carro. Neste exato momento, o carro desligou e ligou umas 15 vezes em menos de 30 segundos. O limpador do para-brisa ficou maluco, o farol acendia e apagava, os ponteiros do painel ficaram se debatendo... Muito louco! Os celulares que estavam no painel do carro desligaram.

Parei no acostamento. Dei um tempo e tentei ligar novamente. Não funcionava. Até ligava mais ou menos, mas ficava ligando tudo que é tipo de coisa que tem eletricidade, limpador de para-brisa, farol, som... Os ponteiros de debatiam e depois morriam.

Resumindo: fui rebocado para Viçosa, fui à festa e, no outro dia de manhã, fui rebocado para Muriaé, onde moram os meus pais. Deixei o carro na mecânica. Hoje, terça, meu pai me ligou, dizendo que estava praticamente pronto. O chicote do carro queimou todo... Amanhã saberei da facada e no final de semana irei a Minas Gerais buscar o carro. Duas coisas:

Azul Seguros: gostei muito, primeira vez que uso o seguro, fui rebocado duas vezes e me trouxeram de taxi de Muriaé para o Rio. Super prestativos. Relâmpago: o lugar mais seguro é dentro do carro. Se cair no carro ou próximo dele não saia do carro, pode ser perigoso, espere um tempo.” (Danilo Siqueira)

Assustador, não é? Imaginem isso acontecendo durante um vôo.


(O Globo, Revista Digital, 8.6.2009)

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