10.6.10

Por um punhado de dólares

Morreu ontem de madrugada o Mini, um dos fantásticos gatinhos da Leila. Ela publicou no site da sosgatinhos uma pequena crônica a respeito dele, que trago para cá: Mini foi mesmo um quadrúpede inesquecível.
"Eu morava no primeiro andar de um prédio no Leblon. Meu apartamento tinha um terracinho, como um quintal, construído em cima da garagem. Esse terraço dava fundos para as varandas dos outros apartamentos. Eu morava com seis gatos. Mini é filho da siamesa Nikita e do gato vaquinha Nico. Mini, vaquinha como o pai, foi o menor da ninhada. Faz 15 anos dia 28/06/2008. Nessa época tinha um ano. Bom, um dia volto do trabalho, era terça feira, dia da Lene fazer faxina, abro a porta e vejo bem no meio da sala um relógio Seiko prateado e um bombom Sonho de Valsa. Pensei "a Lene estava com pressa hoje..." Dias depois apareceu na cozinha um chaveiro com as chaves de um Fiat. "Quem esqueceu isso aqui e nem ligou?"

Desci para tomar um sorvete. A síndica me encontrou na portaria e disse meio sem graça que "o coronel do segundo andar disse que seu gato roubou o relógio dele" e fala baixinho: "Vai lá conversar com ele, vai... acho que ele está maluco..." Respondi meio no piloto automático: "Acho que não." Toco a campainha no segundo andar.

O coronel é gentil, adora bichos, diz que o gatinho preto e branco vem sempre ver TV com ele, e um dia pulou a janela de volta pra casa com uma coisa brilhante na boca. Só mais tarde, diz ele, ao procurar pelo relógio que estava no criado mudo e não encontrar...

"Um Seiko prateado?" pergunto, morta de vergonha... claro que era. Vou em casa, volto com o relógio, o bombom e o chaveiro. O coronel agradece, diz que o bombom pode ficar para o gato, mas aquelas chaves não eram do seu carro! Corri na portaria, disse que achei o chaveiro no elevador.

Sempre ganhei presentes de meus gatos: folhas secas, uma lagartixa, um ratinho, baratas mortas, pedaços de papel, coisas assim que os gatos dão mais valor. O Mini não entende muito de estilo, mas sabe como agradar um humano!

Conversando depois com o porteiro de um prédio do outro lado do quarteirão, ouço ele contar a história do gato ensinado da Venâncio Flores que roubava dólares dos apartamentos vizinhos... Mini é uma lenda viva no Leblon."

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