Das alegrias de viver com gatos
Patrícia Eloy, minha colega no Globo e nora do G.G. (Grande Guru) Julio Botelho, mandou um email para os amigos contando uma das melhores histórias de gato dos últimos tempos. Vejam só:
"Povo, esqueçam todas as histórias que vocês já ouviram sobre loucuras que gatos fazem. Essa, provavelmente vai bater todas. Pena que eu fui a vítima.
Sábado passado eu estava de plantão. Saí do jornal para jantar com dois casais de amigos e só chegamos em casa às duas da manhã. Mal podíamos esperar para jogar o corpo - ou o resto dele - na cama. Viramos uma papaiz, a outra, viramos a chave da porta, mas ela não abria de jeito nenhum. Tentamos várias vezes até percebermos que estávamos, em plena madrugada, trancados do lado de fora.
O Julinho até pensou em arrombar a porta, mas isso parece ser bem mais fácil em filme que na vida real. Continuamos tentando, mas a porta não cedia por nada. Num certo momento, percebemos que, na verdade, ela estava presa só na parte de cima, onde fica um dos dois ferrolhos que o apartamento já tinha quando o compramos. Mas isso era muito esquisito, afinal, ferrolhos só podem fechar por dentro e como não tinha ninguém em casa...
Desisitimos de entender a situação e resolvemos ir para a casa da minha sogra para dormir. No caminho, porém, topamos com um carro da polícia. Bateu a dúvida: será que um ladrão tinha entrado e trancado a porta por dentro enquanto fazia a limpa?
Resolvemos trazer os policiais até aqui. Eles tentaram abrir a porta mas não conseguiram, e disseram que o caminho era arrombar. Às quase três da manhã, porém, essa é dificilmente uma hipótese, porque acordaria o prédio inteiro.
Então, quando já estávamos indo embora, ouvimos um barulho no ferrolho, meio como se alguém o estivesse abrindo ou fechando. Mexemos na porta e nada. O ferrolho mexeu de novo. O policial perguntou se não tinha mesmo ninguém em casa. Falei que só os gatos, mas eram gatos, né? E gatos não fecham portas...
Aí lembramos que o móvel novo que compramos fica na altura desse ferrolho, mas a Nikita (minha gata siamesa) - que é levinha e, ao contrário do Felix (um gatinho de rua que adotamos) consegue subir nos móveis - nunca havia subido ali. Até aí tudo bem. Porque não basta subir. Ela teria que girar o ferrolho para nos trancar do lado de fora e que gato ia girar um ferrolho?
Bom, desistimos da porta e das especulações e fomos para a casa dos meus sogros, mais intrigados que nunca. No dia seguinte, parti para meu segundo plantão - era domingo - e o Julinho ficou com a ingrata tarefa de dar um jeito da gente entrar em casa. Ele chamou um chaveiro e o marceneiro também, para tentar arrombar a porta - caso o chaveiro não desse jeito - da melhor (se é que há) maneira possível.
Lá pelas tantas ele me liga. Estava em casa. O chaveiro havia feito um buraco na porta e conseguido abrir o ferrolho pelo lado de fora. Ao entrar em casa, lá estava a Nikita, no alto do móvel, na direção do ferrolho, miando para ele.
Ainda assim, era difícil acreditar que tinha sido ela a trancar a porta.
Ontem, quando voltei para casa, ela estava em cima do móvel mais uma vez, de novo miando para quem chegava. Fui trocar de roupa no quarto e quando voltei, lá estava a gata... MEXENDO NO FERROLHO!!!!!!!!!
Alguém já ouviu falar em coisa mais absurda que essa??!?!?!?! Tá certo que ela abre portas. Vários gatos fazem isso. Já a flagrei diversas vezes. Mas fechar?! Aí já é demais!!! Ainda bem que a máquina fotográfica estava por perto e consegui registrar para a história que a louca é ela, não eu..." (Patrícia Eloy)
Não é o máximo, a Nikita? Cats realmente rule!
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