7.4.03







Boas novidades no mercado das imagens

Sempre que publico fotos da Família Gato encontro, entre os emails contentes de donos de gatos semelhantes ou, simplesmente, apreciadores de animais, reclamações de leitores que não gostam do espaço dedicado aos bichinhos. Caderno de informática, insistem eles, é para divulgar tecnologia. Eu concordo discordando: afinal, só consigo fazer fotos como essas do Mosca graças à fotografia digital, que me permite tirar quantas fotos sejam necessárias para o flagrante de um bocejo.

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Claro que não seria impossível fazer isso com uma câmera comum, usando filme; mas seria muito, muito mais caro. Como pode atestar qualquer pai que tem uma câmera digital, a conseqüência imediata desta súbita liberdade financeira significa mais fotos — e mais fotos, por sua vez, significam melhores fotos, até porque, com o tempo, a gente vai se aperfeiçoando.
Na semana passada, a Kodak do Brasil anunciou a chegada oficial da Digital DCS Pro 14n, câmera lançada durante a última Photokina, mas que levou um tempo a dar as caras no mercado, mantendo todos os fotógrafos digitais em suspense com suas imagens de até 13,9 megapixels. Ela usa as lentes Nikon F que a maioria dos profissionais já têm, graças a um sensor com o mesmo tamanho de um quadro de filme 35 mm. Com exceção da Canon EOS-1Ds, todas as outras digitais têm sensores menores, que exigem conversão da distância focal.

Não é só a resolução da DCS Pro 14n que está deixando todo mundo interessado, mas também o preço, de US$ 5 mil nos EUA (US$ 7 mil aqui), bem inferior aos US$ 8 mil (lá) da concorrência imediata. Parece muito, e ainda é, mas para quem acompanhou a evolução da espécie, que nasceu em torno dos US$ 25 mil, está começando a ficar palatável.

Curiosidade: uma foto feita pela DCS Pro 14n vai a 15Mb, graváveis simultaneamente em microdrives IBM ou cartões compact flash, e nos novos cartõezinhos MMC/SD, em formato RAW ou ERI-JPEG — uma tecnologia proprietária da Kodak que pode ser lida através do seu próprio software (disponível para download gratuito na internet) ou do Photoshop, da Adobe.

Há mais informações sobre esta maravilha no seu website, onde recomendo a todos ver as amostras de fotos, simplesmente deslumbrantes, e na página da Kodak BR, mais modesta e com menos detalhes, mas, em compensação, já traduzida para português.

É claro que esta é uma câmera superdimensionada para quem quer apenas fazer boas fotos das crianças ou dos gatos, mas cada vez que algo assim aparece, o mercado todo dá uma chacoalhada geral para baixo. Já houve tempo em que as máquinas de 5 megapixels, que hoje custam menos de mil dólares (sempre lá) e são classificadas como amadoras (ainda que sérias) eram o que havia de mais sofisticado no planeta.

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Outro anúncio interessante foi feito pela D-Link, que comunicou ao distinto público a disponibilidade, no Brasil, de um dos astros da cobertura do ataque ao Iraque: o videofone DVC-1000. Este tem um precinho mais camarada, apenas US$ 850, até razoável se a gente levar em consideração que este não é um lançamento voltado ao usuário doméstico, mas sim às empresas, que podem evitar o vaivém de seus executivos nesses tempos explosivos através de videoconferências.

O i2eye (seu nome fantasia) é compacto, pesa menos de 400 gramas, vem com controle remoto e pode ser conectado diretamente a uma televisão, sem necessidade de passar por computadores. Apesar disso, atenção: ele não dispensa uma conexão banda larga.

(O Globo, Info etc., 7.4.2003)

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