Stranger in Paradise
Quantas vezes a gente não lê o noticiário, recebe o contracheque (quando tem contracheque), vê as baixarias da televisão e pensa: "Quero ir embora!"? Quantas vezes a gente não se exaspera com o Brasil e pensa em tirar o time, em ir para a França, a Austrália, o Japão -- enfim, um lugar qualquer no mundo civilizado, que seja menos violento e onde a cidadania seja reconhecida?Um lugar como, digamos, a Suécia?
Pois Maria Fabriani, minha colega e amiga de blog, que não conheço em pessoa mas de quem gosto muito, está exatamente lá, na Suécia. Não se mudou por causa de desagrado com o Brasil, mas porque se apaixonou por um sueco.
Ela escreveu uma carta aberta à ministra da integração de lá, Mona Sahlin, sobre o que é ser estrangeiro na Suécia, conforme me alertou outra brasileirinha que vive por aquelas bandas, a Marina. É uma leitura que dá o que pensar, e que este parágrafo resume muito bem:
"Eu sinto como se estivesse me batendo contra um muro. Eu bato, grito e tento dar a volta, mas não consigo. Minha sensação é que eu preciso ser um dos tijolos para ser aceita, ou todo o meu conhecimento é jogado fora. A pergunta é: será que algum dia conseguirei ser um desses tijolos?"
Em suma: não há lugar perfeito no mundo. Há apenas lugares mais ou menos imperfeitos. E eu cada vez mais me convenço de que, apesar das suas imperfeições -- que não são poucas -- não há melhor lugar no mundo do que o Brasil.
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