18.12.02



Bonita festa

Ontem fui, pela primeira vez, a uma festa de entrega do Prêmio Esso, um daqueles eventos que tem tudo para ser um grande programa de índio. Ainda bem que deixei o cocar e a borduna em casa porque, acreditem, gostei muito de ter ido. Espantosamente, até a comida estava boa.

Encontrei amigos que não via há tempos e tive a alegria de ver colegas do Globo premiados (Ana Lúcia Azevedo, Chico Otávio e Roberta Jansen, com Planeta Terra, Prêmio Esso de Informação Científica, Tecnológica e Ecológica e, de novo o Chico Otávio, grande vencedor da noite, com Sentenças Suspeitas, que levou o Prêmio Esso de Reportagem).

Como todo mundo, fiquei profundamente emocionada com o belo e digno depoimento de Alessandra, mulher do Tim Lopes. Muita gente não conseguiu segurar o choro. Ainda assim, apesar da tristeza geral, ou talvez até mesmo por causa dela, este foi um belo momento.

E, para acabar de vez com a tese de que jornalista é uma raça dura, entraram, logo em seguida, as imagens das reportagens concorrentes ao prêmio de telejornalismo. A primeira dessas reportagens, Quase o peso de um passarinho, feita por Neide Duarte e Valdir Rodrigues para a TV Cultura, sobre as crianças castigadas pela miséria no sertão, era de cortar o coração -- e quem resistiu à homenagem ao Tim, entregou os pontos de vez.

Afe.

Um prêmio que me deixou particularmente contente foi o de Contribuição à Imprensa, dado ao site Controle Público, feito pelo Fernando Rodrigues para a Folha. Este site é um perfeito exemplo de como a web pode ser útil quando bem aproveitada. Votei nele há alguns meses, quando fiz parte do juri do Prêmio Libero Badaró, e foi legal ver que está sendo reconhecido como o trabalho monumental que é.

O único ponto negativo da noite, para mim, foi a premiação especial de primeira página, à qual concorriam Sérgio Costa, do Dia, com uma capa da prefeitura metralhada, Sandro Vaia, do Estadão, com uma capa do final da Copa e Fábio Salles, do Correio Braziliense, que fez uma capa sensacional para um jogo que ia ao ar de madrugada, e cujo resultado só seria conhecido depois que o jornal estivesse rodado. Solução? Numa metade da página, o cabeçalho e a manchete Glória, dedicada a uma possível vitória brasileira; virando-se o jornal de cabeça para baixo, outro alto de página com a manchete Frustração.

Apesar de aplaudidíssima pelos colegas, que vibraram com a sacada, esta ótima capa perdeu para a do Estadão, que não tinha nada de mais e era, sinceramente, a pior das três. Houve até um começo de vaia; depois acho que o pessoal se tocou e chegou à conclusão de que não era o colega vencedor quem devia ser vaiado, mas sim a comissão julgadora. Ele, coitado, se manifestou surpreso com a própria vitória, disse que achava que a capa do Correio devia ter ganho e saiu do palco rapidinho.

Enfim: a noite foi um autêntico smorgasboard de emoções.

PS: Marinex, em que estrela te escondias com aquele rapaz tão bonito e simpático fazendo as apresentações?!

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