27.12.02



Psicologia felina

Quem tem gato vai entender perfeitamente este cartão, na mesma linha de um livrinho que comprei há tempos na Amazon, melhor pelo título do que pelo conteúdo: Everything Here is Mine.

Essas coisas parecem piada mas são a mais pura expressão da verdade.

Na noite de Natal, conversando com mamãe, cheguei à conclusão de que o meu nível de tolerância com os gatos é infinitamente superior ao meu nível de tolerância com as pessoas. Quando é que eu ia aceitar que uma pessoa -- qualquer pessoa -- fizesse o que eles fazem com o sofá?

Por outro lado, como sempre lembro a amigos que sonham em ter gatos *e* sofás bem conservados -- o que é um sofá diante de um gato?!

Curioso que a conversa voltou à tona ontem à tarde: Marina W. e eu tentando convencer Luciana a adotar uns gatinhos. Ia se divertir tanto!

Os pequenos hospedados aqui em casa descobrem uma novidade a cada dia, mas ainda há lacunas muito engraçadas no seu conhecimento. Ainda não sabem, por exemplo, que são carnívoros. Comem farofa, bolo e arroz com o mesmo entusiasmo que dedicam à ração, e entraram em êxtase quando provaram o purê de castanhas da Laura.

Eles também ainda não sabem que o rabo de um gato é parte integrante do seu corpo. Passam um tempão entretidos em correr atrás das próprias caudas; às vezes conseguem capturá-las e ficam tão empolgados que tascam-lhes os dentes. Aí dão um miadinho indignado e olham pra gente com o ar perplexo de quem acaba de sofrer uma injustiça inexplicável do destino.

Horas depois, esquecidos do incidente, recomeçam tudo de novo.

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