11.5.09
vida.com: a happy-hour do Facebook
Todos as noites, por volta das dez, dou um break no trabalho e vou para o Facebook. Passo cerca de uma hora por lá, depois saio e volto para o lado sério da vida; mais tarde, antes de desligar o computador e encerrar a jornada, volto para ver as novidades. Pelo que observo em relação a boa parte dos meus amigos online, e pelas notas do gênero “Tchau, vou dormir!”, esse é um comportamento mais ou menos comum. Ao contrário do Twitter, em que todo mundo fala rápido e sozinho, no Facebook acontece uma espécie de happy hour virtual, com a vantagem de que ninguém precisa ir à festa ao mesmo tempo.
Como já escrevi aqui, entrei no Facebook com o pé atrás, mais para ver qual era a do novo brinquedo do que para ficar lá. Mas a idéia é cativante e divertida e, ao longo dos últimos meses, fui descobrindo as suas vantagens. Hoje, chego a achar mais interessante passar uma hora online pondo a conversa em dia com os amigos, do que ir a eventos onde mal consigo conversar com alguém. Cheio de gente por cheio de gente, o Facebook pelo menos é silencioso, e pode ser freqüentado a qualquer hora, sem que eu precise me arrumar e sair de casa. No Facebook, todos estão livres de algumas das piores pragas da noite: ninguém fura a fila, ninguém aluga ninguém indefinidamente, ninguém se estressa por causa de curralzinho vip.
À semelhança das boas festas, no Facebook só se encontra gente legal – até porque cada um escolhe a sua turma. Há muitas rodinhas de conversa, formadas em torno de assuntos curiosos – notas, filmes, fotos. O bom é que a conversa acontece no decorrer do período, à medida em que os facebuquianos passam por lá. Com isso, é perfeitamente possível responder à tarde ao que alguém disse de manhã... e continuar o papo na madrugada do dia seguinte. Gosto disso! Não é nada novo, mas o Facebook tem a melhor implentação de interatividade que conheço. Também gosto muito das amizades que estou consolidando com algumas pessoas que só conhecia de “Olá!”, e com outras que me foram apresentadas por amigos.
Vale lembrar que o Facebook só funciona bem com um mínimo de “base instalada” e de empenho no social. Como na vida real, ninguém se entrosa com ninguém se entra mudo, sai calado e passa o tempo pelos cantos. Ao mesmo tempo, é preciso saber fazer um mínimo de conversa. Muita gente acha que basta postar frases feitas para participar; grave erro. Ninguém faz questão de filosofia ou de grandes declarações, mas espontaneidade e senso de humor são fundamentais. Como, aliás, em qualquer lugar.
(O Globo, Revista Digital, 11.5.2009)
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