Na semana passada tomei duas decisões radicais: arrumar os livros, que têm o hábito de brotar aqui em casa como cogumelos, e botar as caixas postais em dia, porque uma quantidade enorme de emails tem se perdido na vala comum.
O resultado é que, apesar de ter sumido do mundo, mal consigo vislumbrar o fim das tarefas.
Quanto mais arrumo os livros, mais as pilhas crescem e se desarrumam. É mais ou menos como comer alcachofra: a gente termina com mais coisa no prato do que quando começou.
Além disso, arrumar livros tem um efeito colateral complicado. É que, no meio do caminho, sempre paro para ler um trechinho aqui e outro ali -- e, quando dou por mim, o dia acabou.
Nada disso seria problema se, ao menos, eu estivesse lendo coisas maravilhosas. Não estou. Não encontro nada que verdadeiramente me empolgue, de modo que a sensação de tempo perdido é avassaladora.
Quanto a pôr a correspondência em dia, essa é uma batalha perdida de antemão, porque, à medida em que vou respondendo a emails, outros vão chegando. Dá vontade de detonar as caixas postais existentes e recomeçar do zero, mas não tenho coragem de assassinar a velha correspondência a sangue-frio.
Em suma: só me resta imaginar como seria bom se a vida tivesse tecla "Pause". Assim, a gente poderia dar um tempo no futuro enquanto ajeita o presente.
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