1.5.05








Onde está Wally, ou:
Agora sim...

Estou espichada no quarto do hotel, com as costas apoiadas contra o espaldar da cama. A luz do entardecer filtra-se suavemente através das cortinas, e os únicos ruídos são o zumbido afável do ar refrigerado e os pios da passarada lá fora.

Nem preciso dizer que troquei de hotel, não?

Ainda mais porque, logo de manhã, el acceso inalámbrico se murrió -- e, com ele, uma das poucas vantagens do Majestic.

Passei a manhã fotografando a manifestação lá do alto e, depois, acompanhando os companheiros, por puro saudosismo: há tanto tempo eu não gritava "El pueblo unido jamás será vencido!".

Senti muitas saudades do tempo em que eu ainda acreditava que havia um mundo politica e humanamente viável.

Não mais.

Hoje só acredito em silêncio e em ar refrigerado.

De modo que, depois de muito andar pelo centro e de espiar meus pecados na Catedral, que é deslumbrante, catei meus trens, chamei um taxi e vim para o outro lado da cidade, para o La Casona, um hotel simpático, acolhedor, com acceso inalámbrico e sem vista.

Caro, sim, mas nada exorbitante: o silêncio é de ouro.

Mais fotos depois, aguardem!

Agora que já dei esta descansadinha básica vou pra rua de novo, explorar minha nova vizinhança.

PS: É espiar mesmo, com S. Expiação com x é contra os meus princípios.

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