14.2.05



Tristeza corporativa

A saída de Carly Fiorina da HP deixa o mundo corporativo mais sem graça. Era muito interessante acompanhar seu desempenho, e comparar seu estilo exuberante e marqueteiro com o da discreta Anne Mulcahy, da Xerox: as duas faziam a dobradinha feminina mais poderosa do mundo hi-tech, tradicionalmente dominado por homens.

Fiorina nunca teve medo de bater de frente com a diretoria; na época da compra da Compaq, lutou com unhas e dentes pela idéia de que as duas companhias tinham tudo a ver, algo difícil de perceber e até hoje não assimilado por muita gente. Os resultados duvidosos dessa compra, aliados à sua famosa incapacidade de delegar funções, levaram ao fim do casamento de cinco anos com a HP.

A empresa está compreensivelmente tensa e sem direção aparente, e especula-se sobre a possibilidade de que venha a se dividir em pelo menos duas unidades.

Alegrias editoriais I

Depois de um ano catastrófico, em que perdeu a editora e ganhou dívidas astronômicas, o bravo Heinar Maracy, nome popularíssimo nos círculos do Mac e do design, conseguiu juntar forças, reunir os amigos e, mais uma vez, volta a fazer uma revista de Mac no Brasil.

Na semana que vem, a nova versão da querida Macmania chega às bancas, a tempo de comemorar 12 anos de vida. A revista está mais gordinha do que os últimos números lançados ano passado e vem com um CD-ROM especial, que roda tanto em Mac quanto em Windows, com um apanhado da produção artística macmaníaca brasileira. Tem músicas, vídeos, fontes, ilustrações, histórias em quadrinhos e poemas feitos por leitores e amigos da casa como Laerte, Adão Iturrusgarai, Elesbão e Haroldinho, André Abujamra e Augusto de Campos, entre outros.

Alegrias editoriais II

Boa notícia: o livro "Como fazer CDs de alta qualidade", de André Machado e Aroaldo Veneu, que ensina o caminho das pedras para a gravação de CDs, foi o campeão de vendas da divisão de tecnologia da editora Campus em 2004.

Como prefaciadora coruja, lembro que o livro, que é mesmo ótimo e merecedor do sucesso alcançado, nasceu de uma reportagem do André que foi ao ar aqui no Info Etc., em 9 de fevereiro do ano passado.

Tristezas do MMS

Os usuários de MMS da Oi estão desconsolados. Há mais de uma semana não conseguem mandar figurinhas dos seus celulares. Ninguém merece: justo no carnaval!

Tristezas do Velox

Certas sutilezas do atendimento ao usuário Velox escapam à minha compreensão. Quando se liga para lá, a gravação pede que se digite o número da linha telefônica; mas assim que um atendente finalmente nos resgata daquele ruído insuportável que eles acham que é música, a primeira coisa que pede é, novamente, o número que acabamos de dar.

Quando dou meu número a qualquer supermercado ou empresa de rádio táxi que use com freqüência, a pessoa do outro lado imediatamente identifica a minha conta, e desfia mais informações a meu respeito do que eu mesma sei. No atendimento do Velox, porém, a ignorância é sempre a mesma: total.

Seria razoável supor que a cada número estivesse conectada uma ficha com as características da configuração da máquina daquele específico usuário: PC com Windows XT, router 3Com, essas coisas. Mas nem essa associação absolutamente elementar a Velox consegue fazer. Assim, cada vez que liga para lá, o pobre usuário é obrigado a desfiar o mesmo rol de informações básicas e burocráticas.

Apesar disso, sendo a sonhadora que sou, fico imaginando um serviço em que, além dos dados da máquina, constasse também uma cotação para o nível de entendimento do usuário: digamos, uma estrela para quem aaté agora não se acertou com o computador porque acha que o mouse é um pedal, duas para quem já sabe qual das luzinhas é o led do DSL e por aí vai.

Não faz sentido que, cada vez que uma criatura razoavelmente familiarizada com o equipamento ligue para lá, tenha que partir daquele zero tatibitate com atendentes treinados para lidar com criancinhas do maternal.

Num mundo de fato perfeito, porém, nada disso seria necessário, já que o Velox funcionaria...


(O Globo, Info etc., 14.2.2005)

Nenhum comentário: