19.8.03



Paulinho e o blackout II

A continuação da epopéia; puxei dos comentários pra cá:
"Pois é, minha gente. Voltamos de Kalamazoo, não sem antes parar pra abastecer o carro e também comprar 12 galões de água mineral. A energia voltou a Plymouth, onde moramos, só no sábado à noite.

No dia anterior ao apagão, fomos ao supermercado e gastamos quase 500 dólares em congelados. Tudo perdido. Também, claro, tudo que estava na geladeira se foi. O supermercado perto da gente perdeu mais de 1 milhão de dólares em alimentos.

Água por enquanto, só pra banho e olhe lá (vai tentar fazer o Joseph entender que não pode beber água da banheira).

Durante um tempinho, ficamos só imaginando que é assim que se vive em Bagdá nos ultimos meses. Horrível!

Muitos, como a senhora H, dizem que muita gente vive assim pelo mundo afora, que brasileiro não parou de trabalhar no apagão, etc e tal.

O problema é que, num país onde tudo depende de energia elétrica, não dá pra sobreviver por muito tempo. No apagão no Brasil, pelo menos ainda tinha água em alguns lugares, as bombas de gasolina têm manivela e casas e edifícios são construídos para um clima tropical.

Aqui as casas são construídas para o frio. São construídas pra manter o calor dentro e o frio fora. Quando a luz se vai, vai também o ar-condicionado. Em questão de minutos a temperatura dentro da nossa casa era de 43 graus! Quando voltamos de Kalamazoo já estava em 52!!!!!! Tive que entrar em casa, ligar os circuitos elétricos de novo, e voltar pra dentro do carro por mais meia hora.

Gasolina nem pensar, água acabou de vez.

A água ainda está contaminada. Os bebedouros do trabalho estão interditados, e quem não trouxe água pro trabalho vai ter que beber Coca-Cola o dia todo.

Pra uma coisa isso serviu: qualquer um com planos terroristas já está planejando a próxima. Quem me conhece sabe: é possível derrubar uma rede de transmissão inteirinha só com um ultraleve..."
O bom-humor a gente nunca perde, né, Paulinho?!

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