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30.9.01
Contagem regressivaY c� estamos -- quase todos los periodistas do grupo -- a bordo de um 747 que, neste momento, atravessa uma turbul�ncia bacana, daquelas de derramar a bebida toda. � estranho porque as aeromo�as acabaram de tirar o.... hm, almo�o? jantar?... whatever... e, na minha experi�ncia, a turbul�ncia come�a enquanto elas ainda est�o servindo. Estamos voltando para Los Angeles e, de l�, cada um toma o seu rumo.Eu decidi passar um dia na cidade -- acho uma pauleira suicida emendar dois v�os de 12 horas, com umas quatro de leseira em aeroporto no meio. Assim dou uma descansada, fa�o umas compras b�sicas (recarregador de bateria para a Kodak, nova bateria para a Sony, etc.) e, ainda por cima, escapo por mais um dia das obras do meu lar doce lar que, segundo a Laura, chegaram ao seu ponto culminante: o meu quarto. SOCORRO! Esta foi uma excelente viagem. O grupo era de um tamanho administr�vel, muito variado -- havia jornalistas at� do Panam� e da Costa Rica -- e simp�tico. O pessoal da Samsung foi extremamente competente e, mais do que isso, carinhoso: n�o nos sentimos como um bando de cabe�as a serem feitas das sete da manh� �s sete da noite, sem descanso, mas como pessoas -- gente, sabe como �? tipo people, unidades de carbono -- a quem outras pessoas -- idem -- querem mostrar o seu pa�s e o que fazem. Quem j� participou de viagens de jornalismo tecnol�gico sabe como isso � absolutamente raro. 03:31
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28.9.01
Ih, esqueci......de trazer pra c� a capa que escrevi para a edi��o passada do Info etc.! Bom, com quase uma semana de atraso, a� est�... No dia 11 de setembro, quando a BBC ainda estava se dando ao trabalho de informar aos telespectadores, a intervalos regulares, que as cenas terr�veis do World Trade Center n�o eram cenas de um filme, um e-mail de John Perry Barlow bateu, aflit�ssimo, nas caixas de correio dos seus 897 amigos mais chegados. Um dos mais conhecidos ativistas do ciberespa�o, Barlow, j� naquele momento, previa o que, em poucas horas, come�aria a se tornar realidade: o ataque dos terroristas daria � linha dura americana a desculpa que estava querendo, h� tempos, para controlar a internet. �Como muitos de voc�s sabem, eu acredito que, ao longo dos �ltimos 30 anos, os Estados Unidos v�m se tornando, de forma gradual, sutil e invis�vel � maioria de n�s, um estado policial�, escreveu ele. �Os acontecimentos desta manh� s�o, de modo geral, equivalentes ao inc�ndio do Reichstag, que deu, aos nazistas, a desculpa social para se apossarem da Alemanha. N�o estou dizendo que, como os nazistas, as for�as autorit�rias da Am�rica tenham participado diretamente desta trag�dia inconceb�vel (...). No entanto, nada poderia servir melhor �queles que acham que a �seguran�a� americana � mais importante do que a liberdade americana.� Barlow n�o foi o �nico a dar o grito de alerta. Richard Stallman e Eric Raymond, gigantes do software livre, que sempre acreditaram que os computadores s�o importantes demais para a humanidade para serem controlados por meia d�zia (meia d�zia? que exagero!) de empresas, tamb�m entraram em a��o; e, como eles, dezenas, centenas, milhares de usu�rios que acreditam que a rede � o maior instrumento de liberdade jamais constru�do. Blogs foram abertos, websites criados, novas p�ginas adicionadas a s�tios j� existentes; abaixo-assinados pela preserva��o da liberdade online come�aram a circular, enviados at� por gente que, a vida inteira, sempre se manifestou contra circulares na internet. O movimento foi t�o impetuoso e espont�neo quanto o que p�s links para a Cruz Vermelha e outras institui��es beneficentes em quase todas as p�ginas da rede; mas as suas chances de sucesso n�o chegam a ser animadoras. Na pr�pria tarde de ter�a-feira, o FBI j� estava �s portas dos principais provedores americanos, instalando c�pias do Carnivore que, uma semana antes, teriam sido alvo de estrepitosa (e justa) indigna��o. Agora, por�m, diante de uma popula��o em p�nico, nenhum dos provedores ousou dizer nada. Na verdade, nem foi bem assim. Naqueles primeiros momentos da temporada de ca�a � internet, alguns provedores de acesso se manifestaram, sim: eles declararam que cooperariam com o FBI em tudo o que fosse necess�rio. E mais n�o disseram, nem lhes foi perguntado. Barlow, um dos fundadores da EFF (Electronic Frontier Foundation), institui��o que luta, consistentemente, a favor dos direitos digitais de internautas e n�o-internautas, est� apavorado. Em Nova York, onde est� agora, diz que as coisas est�o calmas � tristes, mas calmas. Mas, no interior do pa�s, a situa��o � preocupante. O que ele mais teme � uma esp�cie de �efeito-mach�o�: mesmo pessoas de �ndole liberal, que normalmente se posicionariam contra a vigil�ncia e a censura � internet, n�o t�m coragem de se manifestar, porque isso pareceria, aos olhos dos seus vizinhos, como um ato de condescend�ncia para com os terroristas � em suma, um ato antiamericano e pouco patri�tico. O grande problema enfrentando por quem defende a liberdade na internet � uma abissal e generalizada falta de conhecimento sobre o assunto � e n�o s� nos EUA. John Keegan, respeitado jornalista do �Daily Telegraph�, na Inglaterra, defendeu a proibi��o de material criptografado na rede, e chegou ao c�mulo de sugerir o bombardeio de provedores de acesso estrangeiros que permitam a circula��o de mensagens criptografadas. Se at� ele, que � um ser supostamente esclarecido, est� pensando assim, o que � que se pode esperar do americano m�dio, que h� tempos acha que a internet n�o passa de um antro de pedofilia? N�o muito: numa pesquisa realizada nos dias 13 e 14 pela Princeton Survey Research Associates, 72% dos americanos disseram que leis contra criptografia seriam bastante ou muito �teis no combate ao terrorismo. Ao mesmo tempo, uma outra pesquisa, realizada online pelo �Washington Post�, revelou que 66% deles estavam dispostos a abrir m�o de suas liberdades individuais em favor de melhores condi��es de seguran�a � ignorando a s�bia observa��o feita por seu patriarca Benjamin Franklin de que aqueles que trocam liberdade por seguran�a perdem as duas. Para os grupos que defendem a privacidade e os direitos civis, tudo isso n�o passa de manipula��o do Congresso, que estaria usando o p�nico causado pelos ataques para passar, no grito, uma legisla��o que jamais seria aprovada em condi��es normais. � Ningu�m deve confiar em pesquisas realizadas logo depois de um desastre, � disse � CNet Simon Davies, diretor da Privacy International. � Este � um momento em que as pessoas ainda est�o confusas e abaladas emocionalmente, e se deixam influenciar com muita facilidade. Para quem conhece a internet, � bastante �bvio que a cria��o de mecanismos de controle sobre a rede s� vai prejudicar mesmo aos cidad�os comuns, aqueles que pouco amea�am a sociedade. Como bem lembrou o Register, vale citar Phil Zimmermann, criador do PGP (esperto pacote que, pela primeira vez, p�s ao alcance dos internautas um mecanismo de criptografia): quando uma tecnologia � criminalizada, apenas criminosos passam a ter acesso a ela. O Globo, 24.09.0115:56
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27.9.01
Ant�podas Olhem bem pro tamanho do camarada e me digam: n�o � � toa que as crian�as de Kyongju se espantam com o Ramalho, �?! Agora dif�cil, mesmo, � a gente se equilibrar de cabe�a pra baixo, pendurado aqui na outra ponta do mundo... 20:00
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Fim de linha Agora, infelizmente, � para valer. Depois de fazer que ia mas n�o indo, e sumindo para voltar de novo, o Media Grok, uma das melhores newsletters da �rea de tecnologia e filhote da pranteada Industry Standard, despediu-se, de vez e para valer, dos seus fi�is leitores. Maiores informa��es foram postadas no site do seu editor Jimmy Guterman. 13:40
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 P� na estradaHoje � tarde, depois de visitar a f�brica da Samsung e ver como se monta um telefone celular de ponta a ponta, chegamos a Kyongju, antiga capital da Dinastia Shilla. Eram umas quatro da tarde, e isso nos permitiu passear e fazer umas fotos legais -- ainda havia boa luz. Assim que eu me encontrar com uma conex�o decente, vou subir as fotos para o Photo Island para que voc�s vejam. O lugar � maravilhoso, mas a Cor�ia (e, sobretudo, Kyongju, que � longe at� para o povo de Seul) ainda est� t�o fora do roteiro dos turistas ocidentais que, quando fomos ao museu local, chamamos a aten��o dos bandos de crian�as que estavam l� com as suas professoras. As crian�as nos olhavam, riam e as mais saidinhas vinham conversar com a gente. Melhor dizendo, vinham testar se o que est�o ensinando a elas � mesmo ingl�s e se os gringos entendem: -- Hello! What's your name? -- How old are you? -- Where are you from?... S� faltou mesmo fazerem a cl�ssica pergunta do Rubem Braga: -- Is this an ashtray? �ramos o pr�prio P.T. Barnum Circus, chegando � cidade em grande estilo. Os maiores sucessos da parada foram, curiosamente, os dois muchachos brasileiros: o Ramalho, que tem quase dois metros de altura, e o Carlos que, apesar de baixinho (tem s� 1m83), � ruivo. Agora passa de uma da matina, e estou caindo pelas tabelas; meu saud�vel plano de, finalmente, tentar dormir sete horas, foi para o brejo. Tive que dar pelo menos uma geral nos mais de cem mega de fotos que j� fiz -- e, nisso, passaram-se tr�s preciosas horitas. Amanh� sa�mos cedo. Ainda damos uma r�pida volta em Kyongju, e depois pegamos a estrada de volta para Seul. Dois detalhes:1. Os coreanos s�o totalmente diferentes dos japoneses e dos chineses. N�o s�o um coletivo perp�tuo, como os japoneses, nem disciplinados, como os chineses. S�o gente light e descontra�da, e s�o extremamente simp�ticos. Uma coisa que particularmente me encanta neles � a forma como encaram os hor�rios. Quando marcam alguma coisa para as nove, isso n�o quer dizer, necessariamente, que vamos nos encontrar no exato momento em que os ponteiros dos rel�gios se encontrarem sobre os n�meros determinados, mas apenas que esta talvez seja uma boa base de trabalho. N�o cheguei a discutir a teoria a fundo com nenhum deles, mas suponho que o encontro real dos corpos n�o � t�o importante assim dado que, em esp�rito, estaremos mesmo juntos quando constatarmos que horas s�o. E, afinal, somos todos esp�rito. Ou n�o, Mill�rzinho? Eu gosto muito disso!2. Estamos todos n�s, apesar de periodistas, por supuesto, meio -- para n�o dizer inteiramente -- desligados das not�cias do chamado "mundo civilizado". Pois querem saber de uma coisa? Sinceramente? N�o nos est�o fazendo a menor falta. 13:19
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A hora e a vez dos celulares Tirando a ind�stria b�lica que, a essa altura, est� (literalmente) soltando foguetes, este n�o � um grande momento para o mercado mundial. Uma das poucas exce��es est� aqui na Cor�ia, de onde a Samsung, trabalhando mais ou menos em sil�ncio, vai conquistando uma parcela cada vez mais ponder�vel do mercado mundial de celulares. Para quem est� neste ramo, ali�s, o ataque terrorista aos EUA foi um grande neg�cio. As vendas dispararam depois do papel dram�tico desempenhado pelos aparelhinhos, cuja imagem como elo de liga��o familiar e dispositivo de seguran�a foi consideravelmente refor�ada. Nem preciso dizer, claro, que este n�o � um assunto f�cil de se discutir por aqui. O tema � extremamente delicado, e qualquer palavra mal traduzida pode gerar grande constrangimento. Junte-se a isso a tradicional reserva oriental, e pronto: est� armada a tal charada envolta por um enigma. Ou v�rios. Ainda assim, conversando, sobram suficientes meias-palavras para quem � bom entendedor. Park Sang Jin, vice-presidente da Samsung e seu diretor geral de marketing, confessa, quase consternado, que as vendas de celulares deram, de fato, um grande salto, e n�o s� nos Estados Unidos. Mas ele n�o gosta de falar em n�meros e acha o quadro todo ainda muito confuso para que se possa chegar a qualquer conclus�o definitiva. A m�dio prazo, confirmando-se a recess�o, ele prev� uma queda t�o brusca nas vendas quanto o inesperado aumento de agora -- o que equilibraria os bons neg�cios deste primeiro momento, deixando um saldo geral para a empresa nem melhor, nem pior do que o de antes. Como a maioria dos empres�rios, ele acha que, na segunda metade do ano que vem, estaremos assistindo � retomada de f�lego da economia. Por qu�? Boa pergunta. Mas eu n�o disse que a coisa toda � uma charada envolta num enigma? 12:45
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26.9.01
Futebol ecol�gicoVoltando ao est�dio de futebol, que � o grande assunto de Seul -- prometido para dezembro deste ano, o Est�dio da Copa de Seul (que deve ficar pronto bem antes do tempo, ainda antes de outubro) j� � uma das grandes atra��es tur�sticas da cidade. Com 63.930 lugares, e uma estrutura arquitet�nica arrojada, baseada em materiais modernos e id�ias milenares -- a cobertura lembra as tradicionais pipas coreanas de papel e as velas das embarca��es que cruzavam o rio Han (arquiteto adora umas analogias) -- o est�dio, praticamente pronto, est� sendo ponto de converg�ncia dos milhares de coreanos que est�o em Seul esta semana para festejar o feriado nacional ao lado de suas fam�lias. Mas a atra��o vai al�m do est�dio em si. Toda a �rea em que ele se localiza, chamada Sang-am-dong, antes abandonada e ocupada por um lix�o centen�rio, est� sendo revitalizada e transformada em modelo de cidade ecologicamente correta. Por tr�s do complexo esportivo est�o sendo constru�dos pr�dios inteligentes que devem abrigar casas, escrit�rios e pequenas ind�strias digitais, n�o-poluentes. Quanto ao lix�o, est� sendo convertido em cinco parques, entre eles um campo de golfe popular e uma �rea de plantas nativas, e ainda est� sendo aproveitado como fonte de energia alternativa: o g�s que gera vai fornecer parte da energia necess�ria para o aquecimento do est�dio. A inaugura��o da nova �rea, prevista para maio, antes do come�o da Copa, ser� comemorada a car�ter, com a planta��o de �rvores por toda a cidade. 12:26
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25.9.01
Do outro lado do mundo Este � um post rapidinho, porque:a) J� passa de meia-noite e, em tese, eu passei a noite em claro: vai convencer este corpito brasile�o que n�o � meio-dia!; b) O dia foi particularmente puxado; c) Amanh� sa�mos muito cedo para ir para uma outra cidade, e eu ainda tenho que arrumar a mala toda de novo. Assim, s� o b�sico:1) Seul � um barato. A cidade � engra�ada e colorida, uma certa doideira zen, mas antes assim -- � preciso muita paci�ncia para encarar o tr�nsito daqui. Os paulistas do grupo at� sentiram saudades de casa. 2) A comida... bom. Hmmm. Quer dizer. T�, tem bons restaurantes italianos. 3) As pessoas s�o extremamente simp�ticas e, de modo geral, muito bonitas, o que prova que ningu�m precisa ser louro e ter dois metros de altura pra ser bonito. Do alto do meu metro e meio, estou me sentindo, se n�o alta, pelo menos normal. YES!!! 4) A terceira gera��o de telefonia m�vel j� existe e vai bem, obrigada. Atende por CDMA2000. Vimos algumas coisas super impressionantes na Samsung. Entre outras, streaming video por celular, que tal? (nem vou explicar o que �, j� que s� vai se impressionar com isso quem j� sabe do que estou falando -- mais tarde -- ou mais cedo, sei l� -- quando eu estiver com menos sono, tento dar uma id�ia). 5) Como a Nokia na Finl�ndia, a Samsung, aqui, est� em toda a parte. Como observou o Ramalho, a uma certa altura: "Eles s� n�o chamam o pa�s de Samsung porque n�o ia pegar bem..." 6) Como pr�mio por um dia de aplicados trabalhos e bom comportamento, nos levaram para ver o est�dio onde ser� realizada a Copa do Mundo. Est� praticamente pronto, e � realmente bonito. � o segundo est�dio de futebol que eu conhe�o em pessoa. Uma vez fui ao Maracan� com o Xex�o. Fomos ver o show do Paul McCartney, e gostamos muito.  7) Destaque especial para o motorista do �nibus que nos leva de um canto para outro -- e as nossas fam�lias t�o preocupadas porque estav�mos viajando de avi�o! Deixa o Osama bin Laden saber dele... Unindo todo o know-how latino-americano presente (somos uns dez jornalistas cucarachas de diversas nacionalidades), chegamos � conclus�o de que ele aprendeu a dirigir no M�xico, tirou a carteira na Costa Rica (ou comprou no Paraguai; os especialistas divergem) e fez mestrado em La Paz. E, com essa, aqui fico. PAZ. 12:37
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24.9.01
Correria Pessoal, tou voando, mas s?para dar uma id?a de onde estou, a?v? algumas fotos: uma panor?ica da vista do meu quarto (injusta; agora que o dia abriu a vista ?bem mais bonita, mas esta foto foi tirada de madrugada, ? 6h30); e umas fotos do quarto. N? ?o m?imo? O hotel se chama Shilla.  20:43
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(in)Seguran�aComo o post anterior, este tamb�m est� sendo escrito a bordo. Quando a gente tem doze horas de v�o pela frente (em cada perna!) d� para fazer muita coisa... No primeiro peda�o da viagem, pela Varig, eu estava t�o cansada que s� deu mesmo pra escrever, esperar a decolagem de verdade (quer dizer, rumo a Los Angeles) e jantar. Chegamos a Los Angeles �s 8h00, e este v�o em que estou agora, da Korean Air, s� saiu �s 12h30. Mas pergunto, sinceramente: o que s�o quatro horas e meia para uma mulher que est� querendo escolher uns cosm�ticos b�sicos no Duty Free?! O aeroporto de Los Angeles tamb�m estava vazio. N�o tirei nenhuma foto porque aquele povo n�o � propriamente conhecido pelo senso de humor, ainda mais nesses dias tensos. Vai que um deles cisma de achar que estou fazendo fotos indevidas de instala��es nevr�lgicas, ou sabe-se l� o qu�. Brincadeira? Pensem de novo: em todos os v�os chegando ou saindo dos Estados Unidos, est�o proibidas facas de verdade para a comida (nos v�os internos nem conta, porque eles nunca servem comida, mesmo). Tanto na Varig quanto na Korean, o neg�cio � talher de pl�stico... como se essa fosse a causa de todos os males que nos afligem. O pior � que as facas sumiram antes que fossem feitas as necess�rias adapta��es no card�pio. Voc�s j� tentaram cortar cordeiro assado com faca de pl�stico? N�o? Pois aceitem um conselho de quem j� tentou: pe�am a sopa. Eu n�o sou uma pessoa mal-intencionada, nem tenho grande imagina��o para bolar crimes ou atentados.Nunca descobri o final de um livro da Agatha Christie sem trapacear, por exemplo e, entre outras coisas, fiquei perplexa com os atentados porque nada daquilo jamais teria me passado pela cabe�a. Mesmo assim, apenas olhando o que temos � m�o, vejo diversas armas em potencial ignoradas por esta seguran�a de jardim de inf�ncia que n�o quer facas a bordo ("Nada disso, crian�as, voc�s podem se cortar!"): garrafas, por exemplo. Quem j� viu um western sabe que uma garrafa quebrada � uma arma e tanto. E quem j� viu La Femme Nikita sabe que h� poucas coisas t�o contundentes quanto um l�pis bem apontado. Os pratos de porcelana fininhos: quebre um ao meio e voc� ter� um bom objeto pontiagudo em m�os. Os cadar�os do sapato do cara que est� ao meu lado, que qualquer sequestrador de tamanho m�dio pode usar para estrangular aeromo�as pequenas... Fora o que n�o vi. Apenas na minha mala de m�o, cuidadosamente revirada tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, h� um tubo enorme de mousse para pentear, um notebook e uma c�mera digital. Duas vezes me pediram que ligasse o notebook, mas ao tubo e � c�mera, a meu ver mais perigosos, ningu�m deu a menor aten��o. Na c�mera, no v�o das pilhas, caberiam pelo menos duas facas bem espertas. No spray, poderia haver uma quantidade de g�s suficiente para acabar com um bocado de gente. Lembram do metr� de T�quio? Pois �. Mas tudo isso � bobagem. N�o s�o medidas rudimentares e infantis como essas (fora com as tesourinhas de unha! abaixo os alicates! lixas de metal, adeus!) que v�o resolver o problema de seq�estros cometidos por kamikazes. Contra uma pessoa que est� disposta a morrer, h� muito pouco a fazer -- se � que h�, por pouco que seja, a n�o ser impedi-la de embarcar. No Los Angeles Times de hoje, domingo, h� uma mat�ria gigantesca a respeito das falhas da fiscaliza��o dos aeroportos americanos. Um expert em seguran�a israelense disse tudo: "H� uma diferen�a de enfoque. Os americanos continuam procurando a bomba. J� a El-Al quer encontrar o cara que vai detonar a bomba". � isso a�. Nos avi�es da El-Al, que est�o entre os mais seguros do mundo, as refei��es continuam sendo servidas com todos os talheres, mas as cabines de comando s�o inviol�veis. H� tempos. Olhem bem! Este � o cart�o de milhagem de um dos meus companheiros de viagem, o grande (em todos os sentidos) Jos� Ramalho. Eu nunca vi um desses antes, e voc�s tamb�m provavelmente n�o. Este � o cart�o de um camarada que j� completou um milh�o de milhas voadas numa mesma companhia! Na verdade, ele j� est� com 1.200.000 milhas, e tem um novo plano de metas: quer completar dois milh�es. O que, pelos c�lculos dele, deve acontecer dentro de dois anos e meio. Como �: tem louco pra tudo, ou n�o tem? Adendo, no dia 23.09.01, �s 23h28 (hora local): Cheguei a Seul. S�, salva e morrendo de sono. Novas not�cias em breve, ou em edi��o extraordin�ria... 10:52
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23.9.01
A caminhoComo eu j� imaginava, quase n�o deu tempo de arrumar tudo o que precisava para a viagem. As coisas que sempre v�m comigo -- notebook, m�quinas fotogr�ficas, microdrive, cabos, baterias, um reloginho com os hor�rios de diversos lugares do mundo, adaptadores de tomada, jacar� para conex�es clandestinas em hot�is que ainda n�o chegaram ao ciberespa�o -- costumam ficar juntas no escrit�rio. O diabo � que, com a obra, o escrit�rio n�o est� mais no escrit�rio. O notebook estava na m�o, e uma das m�quinas tamb�m. Mas o resto? E -- pequeno detalhe -- o passaporte? Em que caixa foi atochado? Resumindo a �pera, passei a tarde inteira vasculhando a casa, catando uma coisa aqui, outra ali. Acho que agora estamos todos juntos, mas se isso � verdade mesmo s� vou descobrir em Seul. Mam�e, Laura e Manoela vieram no final da tarde. Mam�e (que � arquiteta) e Laura (que n�o �, mas � como se fosse) est�o assumindo a obra. Tomamos algumas decis�es importantes, todas dentro da famosa s�ndrome do "j� que" (tipo "j� que estamos com a casa toda revirada, vamos aproveitar e fazer logo uma bancada para o banheiro da Bia"). Enquanto discut�amos essas coisas, a Manoela fez um desenho lindo para mim. Mais tarde, o Super Rodrigo passou l� em casa e me levou para o aeroporto. Mam�e, que est� mais apavorada do que de costume (detesta avi�es, e est� firmemente convencida de que "Boa romaria faz quem em sua casa fica em paz") veio junto; s� isso j� torna esta viagem especial. Quando a gente viaja o tempo todo, d� tchau pelo telefone e pega um taxi na esquina.  Mas os tempos est�o esquisitos. Muito esquisitos! O aeroporto estava simplesmente DESERTO. Nunca vi nada igual, nem mesmo quando os funcion�rios dos consulados americanos entraram em greve e todo mundo ficou sem visto, lembram? Entrando para a �rea de embarque, todo mundo era revistado na m�o; o engra�adinho de sempre, que ia na minha frente, perguntou se n�o podia ser revistado por uma das mo�as em vez do neg�o. Nos EUA, tinha ido em cana; como, felizmente, ainda est�vamos no Brasil, todo mundo riu, inclusive eu, porque o jeito como ele pediu foi muito gozado.  Na porta do avi�o havia uma turma de federais revirando todas as bagagens de m�o. Todas mesmo. Tiraram todos os alicates, tesourinhas e lixas de unha met�licas que encontraram, e mais os talheres de um mochileiro. O atraso que isso causou foi consider�vel, e olhem que o avi�o n�o estava propriamente cheio. S� imagino o que vai ser isso com um daqueles avi�es lotados, carregando tr�s excurs�es pra Disney... Estou postando isso de Los Angeles, onde est� tudo, ao que me parece, calmo. Agora tenho que correr pra pegar o avi�o da Korean Air pra Seul. Int�! 15:22
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22.9.01
O must dos novos temposComo o resto do pessoal, Mill�rzinho n�o est� particularmente entusiasmado com esta viagem. Ainda assim, fez quest�o de me trazer do est�dio dele o "must" das viagens internacionais: confiram!  Depois dessa, para encerrar as transmiss�es aqui do Rio, um flagrante da porta da minha casa neste s�bado cinzento.  FUI!16:36
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Pr�xima parada: Cor�ia Eu ainda vou tentar postar alguma coisa sobre as monumentais obras l� de casa, que com tanto interesse e simpatia v�m sendo acompanhadas por parte de algumas almas solid�rias, mas n�o sei se vai dar tempo. Ainda estou na reda��o (s�o cinco e tanto!), com meia d�zia de faxineiras e os meninos do CCR (a salinha onde ficam os parelhos de fax, telex e essas coisas que alimentam um jornal); s� consegui fechar a edi��o agora, e estou aproveitando a conex�o rapidinha para deixar este blog em dia. � noite embarco para Seul mas, at� l�, ainda tenho que fazer algumas coisas b�sicas como comer, dormir, decidir o que levar, fazer mala e ver com quem vou descolar alguns d�lares, porque esta viagem me pegou meio de surpresa e estou a zero desta moeda verde e alpinista. Sim, a fam�lia est� toda revoltada comigo. N�o, n�o estou com medo: acho que voar nunca foi t�o seguro. Sim, mandarei not�cias. N�o, n�o ficarei muito tempo, volto domingo que vem. Sim, vou me lembrar de voc�s e postar fotos e novidades todos os dias. N�o, n�o vou fazer gracinhas com o pessoal da companhia a�rea, tipo "tem s� uma bomba aqui na minha mala". Sim, vou levar a tesourinha de unha, mas ela vai na mala grande, que eu vou despachar. N�o, n�o vou correr riscos desnecess�rios, apenas aqueles que tornam a vida t�o divertida. Beijos!05:29
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21.9.01
Mais uma v�timaPara o tipo de viagem que eu costumo fazer, em cima do la�o e sem muita possibilidade de altera��o de data, o melhor do sites sempre foi o Biztravel, em que eu podia consultar hor�rios de v�o, reservar passagens e hot�is, e conferir todas as contas de milhagens. De acordo com o meu perfil, l� arquivado direitinho, eu podia escolher configura��es de viagem tendo como prioridade pre�o ou menor n�mero de escalas, uso racional das milhas, ofertas especiais dos hot�is e/ou companhias a�reas onde j� tinha me cadastrado como usu�ria. Pois agora, precisando checar detalhes de uma viagenzinha que vou fazer amanh�, acabo de dar com a cara na porta: o Biztravel fechou! Fiquei besta. Como, fechou? Mas se ningu�m disse nada...! A nota pregada na home-page diz que a empresa, que j� vinha mal e mal enfrentando a crise econ�mica, decidiu, em face dos �ltimos e catastr�ficos acontecimentos, encerrar de vez as atividades no dia 21 de setembro de 2001. Olhei o calend�rio; mas � hoje! Fiquei chocada e triste. Eu gostava muito desta ponto.com, e vou sentir a sua falta. 23:33
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Deu no New York Times, ou Vale a pena ler de novo...No dia 10 de julho passado, na p�gina de opini�o do NYT, um camarada chamado Larry C. Johnson escreveu um artigo com o infelic�ssimo t�tutlo The Declining Terrorist Threat, argumentando que o papo de terrorismo isl�mico n�o passava de alucina��o coletiva dos americanos, insuflados pela m�dia. O dito cidad�o foi identificado pelo jornal, ao p� do artigo, como especialista em contra-terrorismo. E ele j� trabalhou para o Departamento de Estado! As coisas come�am a se esclarecer, ou � impress�o minha? 19:53
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Lar, doce lar 04:10
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A jogadoraTem raz�o a turma de moralistas que vive implicando com a internet: �ta lugarzinho perigoso, s�! Agora mesmo, por causa de uma simples voltinha pelos blogs, aonde � que fui parar? Num site de joguinhos on-line, onde h� um PAC-MAN PERFEITO!!! Resultado: acabo de passar duas horas correndo atr�s de pedrinhas, frutinhas e fantasmas... como se n�o tivesse mais o que fazer!!! Confesso: eu j� fui totalmente viciada em Pac-Man. Meus filhos, que eram pequenos na �poca, chegaram a ficar muito preocupados comigo, porque eu passava noites em claro jogando. Felizmente, tive for�a de vontade (leia-se: o disquete com o game estragou) e consegui me livrar do v�cio para sempre... Sempre que n�o haja um Pac-man por perto. O Pac-Man, que est� fazendo vinte anos (voc�s n�o eram nem nascidos), �, possivelmente, o �nico jogo do mundo a ter um culto pr�prio. Inconfid�ncia: o Mill�r tamb�m era inteiramente viciado! Morria de raiva de perder tanto tempo com um videogame, mas n�o resistia. Mas ele � um ser superior, que n�o tem reca�das, ao contr�rio do ser rastejante que vos tecla. 02:57
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Ali�s, por falar nisso... H� dois dias estou esperando que algu�m comente um discurso feito pelo FhC que vi, de rasp�o, num telejornal -- e, at� agora, nada! Acho que o pessoal j� se acostumou de tal maneira �s bobagens proferidas pelo Supremo Mandat�rio da Na��o que ningu�m liga mais... N�o me lembro qual era a ocasi�o, mas lembro muito bem que, a certa altura, ele se referiu �s v�rias religi�es do mundo e aos seus "portadores". Cumequi�?! Portadores?! Portadores?!00:47
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Mudan�as estruturaisAcabo de assistir ao discurso do Bush e, confesso, fiquei bem impressionada. Algu�m por l� deve ter se dado conta do desastre completo que � o homem, e resolveu mudar roteirista e diretor. Em rela��o ao protagonista, n�o h� mesmo nada a fazer -- mas, pelo menos, ele falou num tom de voz razoavelmente moderado, n�o chorou, n�o fez bravata, deu uma segurada naquele sotaque caipira insuport�vel e at� tentou fazer uma cara inteligente. 00:39
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20.9.01
MastigadinhoSe o mundo j� sofria de information overload antes do dia 11 de setembro, o que dizer do que aconteceu depois? Todo mundo que tem algum espa�o em jornal, r�dio, TV ou website fez quest�o de escrever sobre o assunto; blogs surgiram da noite para o dia; amigos que n�o se escreviam h� s�culos sa�ram freneticamente procurando os e-mails uns dos outros para trocar id�ias. O mundo est� se afogando em informa��o e contra-informa��o. Boatos voam � velocidade da net. � dif�cil -- imposs�vel, na verdade -- acompanhar sequer uma fra��o disso. O jeito � recorrer aos habituais filtros de informa��o, aos sites que v�m, desde os atentados, tentando direcionar os seus leitores �s not�cias que julgam relevantes. Uma das melhores cole��es de links para acompanhar o dia-a-dia dos notici�rios est� no blog SiliconValley.com, onde a galera da tecnologia, h� tempos perfeitamente � vontade com a informa��o em tempo real, apenas mudou de enfoque. 20:11
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Vida de c�oA barra que enfrentam os 300 c�es que trabalham nos escombros do World Trade Center n�o � em nada menos pesada do que a dos humanos que os acompanham, reporta o San Francisco Chronicle. Ainda que n�o saibam quem � Osama bin Laden ou o presidente George Bush, eles percebem a enormidade da cat�strofe, trabalham sem parar e ficam muito deprimidos com o panorama e o cheiro de morte e destrui��o. Eles tamb�m sofrem fisicamente: muitos ficam desidratados, t�m problemas nos olhos e nos focinhos por causa da poeira e freq�entemente ferem as patas nas ru�nas. 19:42
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Lar, doce lar 04:38
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O sil�ncio � de ouroTodo mundo que conhece m�sica erudita (caramba, eu odeio essa express�o, "m�sica erudita"!) sabe que o compositor alem�o Karlheinz Stockhausen nunca bateu muito bem da bola. Isso ficou absolutamente claro no domingo passado, quando ele comparou os atentados nos EUA a uma obra-de-arte: �Isso que aconteceu � e agora voc�s precisam colocar os seus c�rebros num outro modo � � a maior obra de arte que j� existiu. Essas mentes alcan�aram com um ato o que nem se pode sonhar na m�sica, gente praticando como louca para um concerto, de forma completamente fan�tica, durante dez anos, para depois morrer. � a maior obra de arte que existe em todo o cosmo. Eu n�o conseguiria. Comparados com isso, n�o somos nada, n�s compositores.� Extrapolou, para dizer o m�nimo. O pior � que eu at� acho que entendo o que ele estava provavelmente pensando -- a dificuldade de se imaginar, orquestrar e coordenar todos os atos, e o seu impacto ainda incalcul�vel, n�o seria isso? -- mas a verdade � que, ainda que se possa pensar tudo, nem tudo deve ser dito. Pegou t�o mal, mas t�o mal a maluquice de Stockhausen, que n�o s� seus concertos foram cancelados como, ainda por cima, sua pr�pria fam�lia o est� repudiando. 04:31
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Leitores & leitoresEstou acostumada a receber dezenas, �s vezes centenas de mensagens di�rias no Globo. Embora saiba que elas n�o est�o destinadas a mim por um processo de escolha rand�mico, mas sim por causa de algo que represento ou que escrevi, n�o posso ignorar que os leitores da minha coluna s�o, antes de mais nada, leitores do jornal. A rela��o primordial que eles t�m � com O Globo; a que t�m comigo, por am�vel e simp�tica que seja, �, na maioria dos casos, apenas uma decorr�ncia dela. � curioso notar como mudam as coisas no blog. Aqui, as rela��es se tornam de fato pessoais; mas n�o s� porque sei que, se algu�m me leu, este encontro foi deliberado, mas tamb�m porque h� uma igualdade de condi��es extremamente democr�tica na rede. As ferramentas de que disponho para escrever s�o as mesmas de que disp�e quem me l� e me escreve. Em suma: no ciberespa�o, somos todos iguais e temos, todos, a mesma tiragem. Uma carta especialPor falar em leitores: recebi hoje uma carta que me deixou muito comovida. Foi enviada por uma leitora da Calif�rnia, a Scarlett Freund."Antes de mais nada, gostaria de dizer o quanto sou grata pela abrang�ncia e compaix�o dos seus coment�rios e posts. Sou nova-iorquina de nascen�a, los-angelena de resid�ncia, mas brasileira de cora��o (passei meus anos de inf�ncia e adolesc�ncia em S�o Paulo), e para mim o seu blog tem sido uma das melhores fontes alternativas de informa��o e consolo no decorrer do terrivel atentado � cidade de NY. Queria tamb�m passar uma dica de um �timo website, um site que incentiva o debate e se empenha a analisar e a tentar fazer sentido deste horror inimagin�vel atrav�s da explora��o de pontos de vista divergentes. O site � relativamente novo, baseado em Londres, e se dedica a fomentar o processo democratico em todos os cantos do mundo: OpenDemocracy. Meu cora��o est� despeda�ado com a desgra�a que est� abalando NY e seus habitantes, mas uma coisa que tamb�m me causa muita dor � ver � em v�rios blogs brasileiros � que mesmo no auge do trauma tem gente difundindo no��es extremamente estereotipadas do americano (infelizmente, o Bush como presidente pouco faz para desmentir as piores impress�es) e adotando um antiamericanismo incompreens�vel. Eu gostaria de pensar que estas caracteriza��es atualmente s�o mais resultado de falta de informa�ao do que de preconceito enraizado. Embora o governo e a m�dia americana estejam tomando uma linha dura, o povo americano n�o est� acompanhando esta posi��o como muitos est�o retratando. Est� ciente de que medidas s�rias devem ser tomadas, mesmo porque deixar este ato sem resposta alguma provocaria uma open season de terrorismo no mundo inteiro. Mas s�o poucos, mesmo nos mais altos n�veis administrativos, que bradam por vingan�a a qualquer custo. As vozes cr�ticas est�o se deixando ouvir em tudo quanto � lugar. As rea��es perante o ataque terrorista, mesmo no ground zero, na �rea dos destro�os, est�o longe de serem un�nimes. Veja, por exemplo, a conclus�o de um post de Todd Gitlin no site de OpenDemocracy, intitulado "There's more than one America": If and when military power lashes out in the days to come, Washington will claim that all Americans agree on what the government is doing. But there are an awful lot of Americans like Dean who feel spasms of anger and vengefulness and have not succumbed to them. Those who plan indiscriminate war may well roll over such doubts and dissent. But they are here. They have not been stampeded. They are the heartland. These patriots are not going away.There's more than one America. During the painful days ahead, let our allies and critics remember that we are not all mad bombers, racist or authoritarian bullies - far from it. The White House may claim that the American public demands all-out war, but there's little sign of that. Even in high places in Washington there are counsels of restraint and focus - starting, it seems, with Colin Powell. Don't understand America too quickly. Don't box us in.Este tipo de opini�o raramente aparece nas redes tradicionais da m�dia. � por isso que estou tomando a iniciativa de indicar o OpenDemocracy. Porque o �nico jeito de combater o �dio e a irracionalidade do fanatismo � atrav�s do di�logo aberto, do livre interc�mbio de id�ias. Quanto mais gente participar dos debates, melhor ser� a nossa chance de promover paz e toler�ncia. Check it out, please! E, por favor, passe a dica aos seus leitores tambem. Muito obrigada. E obrigada novamente pelas palavras s�bias, pela empatia e humor gentil do seu blog." 03:20
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Ainda o caso CNNContinuo recebendo e-mails de amigos passando adiante a mensagem de um aluno da Unicamp que ataca a CNN, afirmando que as imagens de palestinos comemorando os atentados, mostradas pela emissora, s�o de 1991. Isso j� foi desmentido pela CNN, por gente que estudou a camiseta da sele��o que um dos meninos usa, pelo estudante que mandou o e-mail, pela reitoria da Unicamp... ufa! Em suma, galera: a fita da CNN � aut�ntica, e pronto. A quem ainda tem d�vidas, recomendo uma passada pelo Relat�rio Alfa. 02:09
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19.9.01
Leiam o que o Ali escreveu hoje no Globo. Est� imperd�vel.20:40
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Talebanaliza��oAconteceu o pior! Gerald Thomas virou correspondente de guerra da Caras em Nova York! � o fim do mundo! 20:36
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Assim se tece uma redeO Clicio me escreveu: "N�o deixe de ver os bel�ssimos nus de Luiz Lhacer. Eu recomendo." A� eu fui, achei deslumbrantes e recomendo tamb�m. Grande p�gina, magn�ficas fotos. 20:31
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Lar, doce lar 17:11
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Uma p�gina americana com fotos das manifesta��es de pesar pelos quatro cantos do mundo. Bem bonita (apesar de um midizinho muito enjoado: desliguem o som antes de ir l�).04:40
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Liberdade vs. seguran�aConsultados pelo Washington Post online, 66% dos americanos disseram que concordam em perder parte das suas liberdades civis em nome da seguran�a nacional, contra apenas 24% que n�o abrem m�o do que j� conquistaram (10% n�o se decidiram). Para n�s, brasileiros, que sabemos bem o que pode fazer um governo em nome desta seguran�a, e que n�o temos qualquer vontade de assistir ao filme de novo, este resultado �, para dizer pouco, alarmante. Passada uma semana dos atentados, por�m, parece que o pessoal est� voltando a raciocinar. Uma das vozes importantes a se manifestar em rela��o ao assunto foi a Forbes, onde Brigid McMenamin escreveu um �timo artigo chamado " A grande mentira". Ela termina citando a frase cl�ssica do patriarca Ben Franklin: "Aqueles que trocam a liberdade pela seguran�a n�o ter�o nenhuma das duas". 02:42
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Abaixo-assinado do bemVoc� repudia os ataques terroristas aos Estados Unidos, mas acha que sair por a� bombardeando o mundo todo talvez n�o seja a melhor solu��o para o problema? E voc� gostaria de se manifestar a esse respeito? Ent�o, a solu��o ideal para voc� est� num site chamado Shared Voice, onde um manifesto dirigido ao mundo em geral, e ao governo americano em particular, est� reunindo assinaturas eletr�nicas da comunidade internauta. 01:52
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18.9.01
 Edi��o sem gra�aA "New Yorker", t�o conhecida pelos seus cartuns sensacionais quanto pelos textos longos e refinados, chega hoje �s bancas numa edi��o sui generis: da capa, totalmente em preto, com a data dos atentados estampada em vermelho, � �ltima p�gina (com um poema de Adam Zagajewski), n�o h� um �nico cartun para contar a hist�ria. A ins�lita decis�o foi tomada pelo editor David Remnick -- que, ali�s, assina a principal mat�ria da revista (para a qual colaboraram tamb�m outros 22 rep�rteres e escritores da casa, entre eles nomes como Peter J. Boyer, Jeffrey Toobin e a legend�ria Lillian Ross). Ilustrando a edi��o, um portfolio de fotos que contam a hist�ria do World Trade Center. Como este � um exemplar que vai, provavelmente, ser disputado a tapa aonde quer que chegue, virando logo o que eles l� chamam de collector's item, acho dif�cil que nosotros, c� embaixo, cheguemos a ter algum em m�os. No problema: o grosso do material j� est� online. 15:59
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Dinheiro n�o � tudo (mas � 100%)Dentro da linha "A Vida Continua", circula pelas mailboxes de usu�rios do PhotoPoint a propaganda de um novo produto da casa: um cart�o de cr�dito Visa em que o fregu�s tasca a foto que quiser. Os exemplos d�o uma boa id�ia do que caixas de restaurantes e lojas nos Estados Unidos devem come�ar a ver em breve: bichinhos de estima��o, a fam�lia, "aquela" foto de p�r-do-sol e por a� vai. Muito bacaninha. E � claro que, tendo sa�do l�, j� j� chega aqui tamb�m. Quando isso acontecer, a minha grande d�vida ser�: qual dos meus gatos vai para o cart�o? 15:52
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Agendando o fim do mundoA Bolsa despencou, a MacWorld de Paris foi cancelada mas, apesar de tudo, a vida continua: a Handspring lan�ou ontem dois novos modelitos do Visor, seu popular�ssimo PDA baseado no sistema Palm. Seguindo a escola Mac de novidades tecnol�gicas, os novos brinquedinhos v�m em cores diferentes dos modelos anteriores: o Visor Neo, que passa a ser o entry-level da linha a US$ 199, pode ser encontrado em vermelho laqueado, roxo azulado ou cinza; o Visor Pro, mais chique e mais caro (e primeiro PDA Palm a vir equipado com 16Mb), custa US$ 299, num elegante tom met�lico prateado. Essas belezocas podem ser vistas no site da Handspring, onde h� ainda uma s�rie de acess�rios interessantes, entre eles uma pequena c�mera chamada EyeModule, por US$ 199, que faz at� filminhos em Mpeg. 15:50
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04:57
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Dicion�rio Brasileiro de QuandosAcabei de receber pelo e-mail e, como costuma acontecer com essas coisas, n�o tenho id�ia de quem fez. Se algu�m souber quem � o autor, por favor me diga, para que eu possa dar o devido cr�dito, OK? Achei muito engra�ado!Para evitar que estrangeiros desinformados fiquem pegando injustamente no nosso p� coletivo porque prometemos e n�o cumprimos, est� sendo compilado o Dicion�rio Brasileiro de Quandos, com lan�amento previsto para breve (vide "Logo"). Dele foram extra�dos os trechos a seguir: DEPENDE - Envolve a conjun��o de v�rias inc�gnitas, todas desfavor�veis. Em situa��es anormais, pode at� significar "sim", embora at� hoje tal fen�meno s� tenha sido registrado em testes te�ricos de laborat�rio. O mais comum � que signifique diversos pretextos para dizer "n�o". J�-J� - Aos incautos, pode dar a impress�o de ser duas vezes mais r�pido que "j�". Ledo engano, � muito mais lento. "Fa�o j�" significa "Passou a ser minha primeira prioridade", enquanto "Fa�o j�-j�" quer dizer apenas "Assim que eu terminar de ler meu jornal, prometo que vou pensar a respeito". LOGO - "Logo" � bem mais tempo que "dentro em breve" e muito mais que "daqui a pouco". � t�o indeterminado que pode significar s�culos: "Logo chegaremos a outras gal�xias". � preciso tamb�m tomar cuidado com a frase "Mas logo eu?", que quer dizer "T� fora". M�S QUE VEM - Parece coisa de Primeiro Grau, mas ainda tem estrangeiro que n�o entendeu. Existem s� tr�s tipos de meses: aquele em que estamos agora, os que j� passaram e os que ainda est�o por vir. Portanto, todo mes, do pr�ximo at� o fim do mundo (que, ali�s n�o anda muito longe), pode ser um "m�s que vem". NO M�XIMO - Essa � f�cil: quer dizer "no m�nimo". Exemplo:"Entrego em meia hora, no m�ximo". Significa que a �nica certeza � de que a coisa n�o ser� entregue antes de meia hora. PODE DEIXAR - Traduz-se como "nunca". POR VOLTA - Similar a "no m�ximo". � uma medida de tempo dilatada, em que o limite inferior � claro, mas o superior � totalmente indefinido. "Por volta das 5 horas" quer dizer "a partir das 5 horas". SEM FALTA - � uma express�o que s� se usa depois do terceiro atraso. Porque, depois do primeiro, deve-se dizer: "Fique tranq�ilo, que amanh� eu entrego". E depois do segundo: "Relaxa, amanh� estar� em sua mesa". S� a� � que vem o "Amanh�, sem falta." UM MINUTINHO - � um per�odo de tempo incerto e n�o sabido, que nada tem a ver com o intervalo de 60 segundos conhecido como "minuto". Raramente dura menos que cinco minutos. VEJA BEM - � o day after do "depende". Significa "Viu como pressionar n�o adianta?". � utilizado da seguinte maneira: "Mas voc� n�o prometeu os c�lculos para hoje?" Resposta: "Veja bem..." XIIII.... - Se dito casualmente, acompanhado de um olhar voltado para o alto, logo ap�s frases como "N�o vou mais tolerar atrasos!" exprime d� e piedade por tamanha ignor�ncia sobre nossa cultura. Z�S-TR�S - Express�o em moda at� os anos 50. Significava "ligeireza no cumprimento de uma tarefa, com total efici�ncia e sem nenhuma desculpa". Por isso mesmo, caiu em desuso e foi abolida do dicion�rio. 03:38
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Enquanto isso, aqui em casa... Pois �: resolvi trocar o ch�o da casa toda. O ch�o original era taco, ainda por cima peroba, que nem existe mais e acho muito bonito, mas estava soltando todo e, segundo especialistas, n�o ag�entava mais passada alguma de m�quina. Pensei em algumas alternativas quase indolores, como aquelas t�buas que a gente cola por cima dos tacos velhos, ou aquela coisa meio-sint�tica-meio- sei-l�-o-qu� que vem, se n�o me engano, da Su�cia (voc�s v�em que me informei bem sobre o assunto) mas mam�e e Laura, minha irm�, foram taxativas: -- Se � pra fazer, faz direito de uma vez! Tira todo o taco e p�e o que voc� quiser, mas n�o p�e nada em cima de taco porque, com o tempo, marca tudo e fica uma porcaria. Bom. Pra quem mora com oito gatos, carpete est� inteiramente fora de cogita��o; t�bua corrida � legal, mas quando um deles resolve se vingar de alguma maldade que eu tenha porventura (ainda que involuntariamente) cometido -- como, por exemplo, viajar -- fica dif�cil limpar. Se eu fosse inteligente, tivesse seguido os conselhos da minha m�e e ido atr�s de uma profiss�o s�ria, a escolha estaria entre m�rmore, granito ou cer�mica. A cer�mica do quarto da Bia j� foi toda colocada. Hoje de manh� atacaram o escrit�rio (na foto) e eu estou me sentindo um peixe fora d'�gua: os computadores est�o desligados e desmontados l� na sala, numa confus�o que me faz prever dois dias de trabalho s� pra reconectar tudo -- j� nem estou falando de coisas secund�rias, como repor os livros nas estantes. A televis�o est� em cima da mesa, morta; sem BBC e CNN n�o sou ningu�m numa hora dessas. Tudo est� coberto de poeira. A banda larga � apenas um modem encostado num canto, mas como d�i... Neste momento estamos encolhidos aqui no quarto, os quadrupes e eu, respondendo a e-mails, escrevendo notinhas pra Globo.News e atualizando o blog no meu lindo, valente e fiel ThinkPad 560Z, conectado � rede via IP discado a (diz ele) 44.200Kbps. N�o, n�o � o Pentium IV que est� solto l� na sala, nem oo menos o Pentium III; e n�o, o monitor n�o � o lindo Samsung de 17" polegadas da minha vida, mas �, ainda assim, uma nobre e util�ssima m�quina, que j� me acompanhou a muitos lugares estranhos (Miami e Orlando, para citar apenas dois). N�o estranhem, portanto, se a atualiza��o deste blog ficar meio capenga ao longo dos pr�ximos dias...
01:53
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17.9.01
Jornalistas at� o �ltimo bit Sobre o que se escreve numa semana como essa? H� � para j�bilo dos J�ders e dos Condits � algum outro assunto? Algu�m ainda ag�enta falar sobre isso? Algu�m consegue deixar de falar sobre isso? Estamos todos nos repetindo, tautologicamente, como as imagens da TV, em que as duas torres do WTC n�o p�ram de ser atacadas por dois avi�es, uma de cada vez, explodir em chamas e ir ao ch�o. J� vimos essa imagem centenas, milhares de vezes, vamos ver outras centenas, outros milhares e, embora exaustos, vamos mais uma vez parar em frente � televis�o, hipnotizados, incapazes de acreditar no que estamos vendo � mas incapazes, tamb�m, de acreditar que estamos duvidando do que t�o claramente se desenrola diante dos nossos olhos. Dizem que uma imagem vale por mil palavras, e n�o h� como discutir o impacto das horrendas imagens a que assistimos ao longo dos �ltimos dias. Mas por qu�, ent�o, esta �nsia de falar, de escrever, de buscar uma tradu��o em palavras para o que, afinal, j� vimos tanto? Eu n�o sei responder. Imagino que haja um qu� de catarse nisso, que o fato de escrevermos e falarmos uns para os outros nos ajuda a ordenar as id�ias, na esperan�a de descobrir algum sentido que talvez nos tenha escapado. No meu caso particular, como jornalista, sei que nada na minha vida acontece completamente enquanto n�o � narrado, contado, compartilhado. O rep�rter � essencialmente um ser que reporta, um contador de hist�rias. Ele precisa contar o que viu, e quando viu; precisa dizer onde estava, o que fazia, o que aconteceu. E quem fez o qu�, e como e por qu�, e � a falta de respostas a essas tr�s �ltimas indaga��es, imagino, que nos est� deixando a todos t�o aflitos. A trag�dia americana demonstrou, claramente, que h� mais jornalistas, mais b�pedes narradores espalhados pelo mundo, do que poder�amos imaginar s� de ler os jornais e revistas, ou assistindo � televis�o. Eles n�o est�o ligados a nenhuma empresa de comunica��o e, na maioria das vezes, s�o jornalistas sem querer, ou mesmo sem saber � como Mme. de S�vign�, que descreveu com tal riqueza de detalhes a vida na Fran�a do S�culo XVII que � inquestionavelmente a grande rep�rter da sua �poca. Se tivesse se afastado da filha e come�ado a lhe escrever a� por 1985, Mme. de S�vign� teria sido o que, ent�o, a gente chamava de BBSzeira. Trabalhando com modems de 2.400Kbps, baix�vamos os pacotes de mensagens e posts do dia, respond�amos a tudo, escrev�amos mais alguma coisa e sub�amos o nosso pacote. Era complicado, mas a gente achava o m�ximo. Se Mme. de S�vign� estivesse come�ando a escrever hoje, por�m, ela seria, � claro, uma blogueira. Do seu cantinho do mundo, estaria dando a sua vers�o dos acontecimentos, fazendo observa��es, tecendo as palavras com o mesmo cuidado com que outras pessoas fazem tape�arias ou pe�as de croch�. Assim fizeram incont�veis blogueiros de Nova York, narrando, em suas respectivas l�nguas, o que viam acontecer ao redor de si. A maioria das pessoas estava na frente da televis�o, olhando uma tela de fora para dentro; mas eles, jornalistas incorrig�veis, preferem olhar a tela de dentro para fora. O Globo, 17.09.01(E agora, depois dessa coluna, chega, n�? Quero mudar de assunto!!!) 04:44
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16.9.01
Chove l� foraDica para intelectuais metidos a besta, feito eu e o Geraldinho Carneiro (meu querid�ssimo Carneirinho), sem assunto neste domingo mal-humorado: um brinquedinho em Java que traz os heroic couplets dos sonetos de Shakespeare, menos a palavra final do poema, que a gente tem que lembrar -- ou chutar, tamb�m vale. Nas fases mais avan�adas, sem as duas, tr�s ou quatro �ltimas palavras -- mas a� quero ver algu�m acertar no chute! Muito bacaninha. O Gerald Thomas deve achar a coisa toda insuportavelmente infantil. E, j� que o assunto � poesia, no ComVerso h� uma cole��o (antologia, pois n�o?) de lindos poemas. 16:22
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Momento cr�ticoDesde o dia 11, poucas coisas v�m sendo discutidas t�o intensamente na internet quanto o papel da tecnologia nos atentados. De um lado, os celulares e agendas conectadas que permitiram �s pessoas avisarem �s fam�lias que estavam bem ou, absoluto horror, que o seu avi�o havia sido sequestrado ou o pr�dio estava caindo. De outro,a possibilidade de que a internet tenha, de alguma forma, facilitado a comunica��o entre os terroristas. No dia seguinte ao atentado, o FBI j� estava batendo � porta dos maiores provedores de acesso e instalando Carnivores em seus servidores. O Carnivore � um software que permite a leitura do conte�do dos e-mails que trafegam de um lado a outro; ele pr�prio faz uma leitura inicial desta massa de informa��o buscando pelas palavras-chave que, em tese, acender�o a luz vermelha para que um agente entre e cena e veja o que diz a perigosa mensagem. Como se, ao planejar um atentado, algu�m precisasse, necessariamente, usar as tais palavras-chave... Mas, como seria de se esperar, houve pouca, quase nenhuma resist�ncia a este software que, h� poucos meses, era execrado pela comunidade de TI. Na maioria dos f�runs de discuss�o sobre tecnologia de seguran�a, americanos se dizem dispostos a permitir que seus telefones sejam grampeados e seus e-mails escarafunchados pelo FBI se isso contribuir para a seguran�a do pa�s. Essa rea��o absurda, que est� assustando os usu�rios de outros pa�ses, s� se explica pelo medo - e, possivelmente, pela ignor�ncia do que seja, de fato, um estado policial. Terroristas usam a internet? Provavelmente. Mas eles tamb�m usam os correios, e nem por isso vamos dar autoriza��o para que a nossa correspond�ncia seja rotineiramente aberta e lida em nome de uma vaga seguran�a. O Carnivore (e seu colega europeu Echelon) dar�o algum resultado? Talvez. Quando se vasculha tudo, o tempo todo, alguma coisa sempre se encontra - mas n�o o suficiente para que, em nome dela, se prive toda uma sociedade de seus direitos b�sicos e de sua liberdade de express�o. O Globo, 16.09.2001 07:56
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"A America de hoje � liderada por um presidente que parece ter estudado na Escola de Pol�tica Vladimir Putin", diz o Guardian, jornal ingl�s que tem publicado um artigo melhor do que o outro sobre O Assunto. "Assim como o l�der russo deixou seus compatriotas indignados h� um ano, ao n�o se abalar da sua dacha para ficar ao lado das vi�vas do Kursk, George Bush conseguiu atravessar a barreira de luto e choque dos nova-iorquinos -- e ench�-los de f�ria."05:21
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 Bons velhos temposPara dar uma aliviada no clima l�gubre dos �ltimos dias, acabo de passar horas olhando fotos antigas. De repente encontrei essa, tirada h� uns dois anos: a Bia e a cronista que vos tecla, mergulhando felizes em Arraial do Cabo. Gente, eu adoro essa foto, e estou morrendo de saudades da Bia! Ali�s, Bipe, sabe com quem eu vou almo�ar hoje? Com a Mayra, que veio conferir se o Rio de Janeiro continua lindo.
N�o � que continua?03:52
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Rien ne va plus!H� cerca de um ano, fiz uma reportagem sobre os cassinos virtuais. Foi um trabalho interessante: me inscrevi em in�meros cassinos, participei de listas sobre jogo on-line, troquei e-mails e teclei ao vivo com os gerentes de alguns deles (que ficam habitualmente baseados no Caribe). Fiz minha fezinha tamb�m, l�gico -- e, inacreditavelmente, at� ganhei algumas vezes. Os cheques chegaram prontamente pelo correio e, pasmem, tinham fundos. Foi uma experi�ncia bacana, com certeza -- mas, assim que a mat�ria saiu, tratei de desinstalar os programas de cassino virtual da minha m�quina, e nunca mais deixei o mouse p�r os p�s em qualquer deles. Ao mesmo tempo, escrevi para todos pedindo que me retirassem das suas listas de e-mail. Dois ou tr�s me atenderam, mas a maioria se fez de desentendida. O resultado � que, at� hoje, continuo recebendo de tr�s a seis spams di�rios de cassinos que tentam me seduzir. O dia 11 de setembro n�o foi exce��o. Os spams chegaram pontualmente � minha mailbox, como se nada houvesse acontecido. Esquisito, porque, n�o sei se voc�s repararam, a quantidade de spam enviada ao longo da semana foi vis�vel e dr�sticamente reduzida. No dia 12, mesma coisa. Menos spam ainda, mas l� estavam os cassinos, imperturb�veis. At� que, no dia 13 (tamb�m, com esse n�mero...) a ficha come�ou a cair. Eles devem ter recebido tantos flames que ficaram espertos. Alguns, como o Golden Palace e o Prestige, pediram desculpas pelo marketing inconveniente, e enviaram mensagens de p�sames e solidariedade. Mas o Windows Cassino foi al�m -- na mensagem compungida que mandou, aproveitou para convocar os clientes a dividirem a sorte com os menos favorecidos, atrav�s das linhas que criou (� la Amazon.com) para a Cruz Vermelha e para o fundo dos bombeiros de NY. E prometeu que, para cada pessoa que fa�a login at� o final do dia 16, doar� US$ 5 para essas duas institui��es. Sem necessidade de dep�sito ou de jogo por parte do pat... digo, cliente. No fim, ainda � capaz de faturar algum. H� jogador que, uma vez no site, resistir� a tentar a sorte? Ainda mais movido por causa t�o nobre? 00:58
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15.9.01
This news event has proved that the Internet has come of age as a reporting tool. (ITN) One of the most striking things about the terrorist attacks in Washington and New York was the outpouring of outstanding Internet coverage from ordinary citizens. (Wired) 23:59
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Util�ssimos links!Escreve o C@T, numa Parab�lica que eu reproduzo tal e qual:"� mais ou menos com um c�o que corre em c�rculos querendo morder o pr�prio rabo. Foi gra�as � criptografia que os terroristas conseguiram esconder suas trocas de mensagens via email. Deu-se ent�o o terr�vel atentado. Conseq�entemente, os ativistas que lutam pela liberdade de express�o manifestaram justificado receio de que o governo americano tomar� medidas que limitar�o ainda mais a privacidade e a liberdade do cidad�o comum. Para garantir seu direito de livre express�o sem que as ag�ncias de intelig�ncia fiquem metendo o bedelho nos assuntos privados do cidad�o, este mesmos ativistas est�o oferecendo � comunidade internauta a mais completa lista j� divulgada de ferramentas gratuitas de defesa da privacidade, muitas delas de distribui��o restrita ou proibida, incluindo encriptadores, telefones seguros, algoritmos e quebradores. Pega quem quiser, gente boa ou gente m�. J� prevendo rea��o adversa dos organismos de seguran�a americanos, os organizadores da tal lista informam nela tamb�m os espelhos internacionais, ou seja, sites fora dos EUA onde o material listado pode ser obtido. Para quem se interessa, o neg�cio � pegar logo antes que a sopa acabe. Obviamente, a rapaziada do /usr/bin/laden tamb�m vai downloadear este material rapidinho. Mas... pensando bem, talvez eles tenham outras preocupa��es neste momento." (Carlos Alberto Teixeira)19:53
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Listas & not�ciasSob certos aspectos a internet � imbat�vel como fonte de informa��o. Exemplo: a lista de sobreviventes que a prefeitura de Nova York est� publicando e atualizando na rede, ou a lista de inquilinos do World Trade Center, empresa por empresa, dando conta do n�mero de empregados, de quantos j� apareceram, quais os telefones para contato neste momento, e assim por diante, publicada pelo Wall Street Journal. A televis�o n�o pode fazer isso; os jornais impressos podem, mas sem a agilidade oferecida pela internet. A prefeitura de Nova York, que sabe das coisas, est� com um website extremamente funcional, com todas as informa��es de que algu�m possa precisar por l�. O Journal ter circulado normalmente, ali�s, foi um feito de bravura: sua reda��o ficava exatamente em frente ao WTC e teve que ser evacuada em meio � confus�o. A reda��o est� funcionando provisoriamente em Nova Jersey, e os rep�rteres est�o mandando as mat�rias de casa, mas a edi��o de quarta foi fechada mesmo da casa do secret�rio de reda��o Byron Calame. 02:01
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14.9.01
Maluquice saud�velA vida nos Estados Unidos come�a, definitivamente, a voltar ao normal: j� tem gente fazendo estat�stica do volume de doa��es para a Cruz Vermelha arrecadado pela Amazon.com. Ufa! 23:52
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Marrel�gico que eu li, n�, Joaquim?! Se leio sempre... ;-)22:51
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Fita aut�nticaDesde hoje cedo estou recebendo e-mails alarmados dizendo que a cena dos palestinos celebrando o atentado, mostrada � exaust�o em todos os canais, � uma fita da �poca da Guerra do Golfo, reaproveitada agora pela CNN. Como todo hoax, este tamb�m j� deu a volta ao mundo. Eason Jordan, editor-chefe de notici�rio da CNN (minha tradu��o para o cargo de Chief News Executive), diz que a simples sugest�o de que a emissora pudesse fazer isso � rid�cula, e destitu�da de qualquer fundamento. O v�deo, diz ele, foi feito na ter�a-feira, em Jerusalem, por uma equipe da Reuters, e inclui coment�rios de um dos palestinos elogiando Osama Bin Laden -- que, na �poca da Guerra do Golfo, � bom lembrar, ainda n�o estava no mapa. Os jornalistas que filmaram as celebra��es, acrescenta Jordan, foram amea�ados pelas autoridades palestinas. Adendo, em 15.09.01: Acabo de assistir a uma longa mat�ria da BBC sobre a situa��o no Oriente M�dio. A correspondente pergunta a um dos palestinos o que ele achou do atentado nos EUA, e ele responde: "� uma pena que n�o tenha matado mais deles". O pior � que, como sabemos, esta n�o chega a ser uma resposta surpreendente. 22:45
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Si non � vero...Essa historinha vem sendo muito repetida nos �ltimos dias. N�o sei se � verdadeira, mas � t�o boa que, se n�o �, tinha que ser ("Se a lenda � melhor do que a realidade, publique-se a lenda!" -- e agora, quem foi que [provavelmente N�O] disse isso?). Contam que, uma vez, algu�m perguntou ao Mahatma Gandhi o que ele achava da civiliza��o ocidental. Respondeu ele: "Seria uma boa id�ia..." 17:37
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Deu no Tutty Vasquez! O que mais assusta em George Bush � aquela cara de bobo que ele faz para dizer que n�o tem medo de nada! Um homem assim � capaz de qualquer bobagem por pura idiotice!17:18
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Do fundo do cora��o da webCom a mesma velocidade com que se mobilizou para transmitir as terr�veis not�cias da trag�dia americana � atrav�s de e-mails, mensagens nos f�runs de discuss�o, home-pages criadas �s pressas � a internet se mobiliza, agora, para ajudar no que pode. H� uma corrente do bem como nunca se viu dando voltas ao redor do planeta, da imediata e maravilhosa rea��o da Amazon.com � que, j� no dia 11, redirecionava a sua formid�vel m�quina de vendas para arrecada��es para a Cruz Vermelha � � n�o menos r�pida, ainda que question�vel, atitude da X10, que substituiu o texto dos irritantes pop-ups que anunciam a sua webcam por toda a rede por uma mensagem de solidariedade �s v�timas. Muitas empresas alteraram as p�ginas de entrada dos seus websites. A Apple criou um link para a Cruz Vermelha; a IBM se oferece para ajudar no que pode e oferece links e n�meros de telefone para os seus servi�os de emerg�ncia; a eBay substituiu as tradicionais chamadas de leil�es pelo endere�o de dois fundos de aux�lio �s v�timas e seus familiares, e um link para doa��es instant�neas. Como a Amazon.com, a eBay tem um gigantesco know-how para processar transa��es eletr�nicas, e est� pondo esta habilidade � disposi��o de quem quer contribuir. As empresas de m�dia criaram, como seria de esperar, centenas de p�ginas com informa��es, orienta��o e links, seja para quem quer contribuir, seja para quem precisa de ajuda. As sediadas em Nova York, como a Tribune Co. e o New York Times, criaram os seus pr�prios fundos para arrecadar doa��es dos leitores, e pelo menos uma, a Cahners, j� tem um fundo de ajuda �s fam�lias de dois de seus funcion�rios que morreram no atentado. Os exemplos s�o, literalmente, incont�veis. O MyPoints, portal de compras que d� pontos aos usu�rios (e que, recentemente, foi comprado pela United Airlines) criou um mecanismo para doa��o de pontos para a Cruz Vermelha; o Lycos, ferramenta de busca, lan�ou uma campanha especial e aponta links para todas institui��es, centros de informa��o e demais pontos relevantes da rede. Quanto aos internautas, eles t�m correspondido � altura. S� no site da Amazon j� haviam sido recolhidos, at� a noite de ontem, mais de US$ 3,5 milh�es de d�lares, doados por mais de 100 mil pessoas do mundo inteiro. O Globo, 14.09.2001Adendo, �s 16h20: J� s�o US$ 4.791.771, doados por 130.385 pessoas. 16:24
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Giuliani, o her�iA sempre excelente Dorritt Harazim, no no.com.br: "Giuliani se faz vis�vel o tempo todo, onde necess�rio e sem demagogia. Concede quatro ou cinco entrevistas coletivas por dia, todas pertinentes, informativas e em locais diversos da trag�dia. Tem pleno conhecimento de tudo o que est� acontecendo sob seu comando. Sua fala tem sido direta, clara e honesta. Transmite calma, mesmo quando o que tem para comunicar � horrendo. Acerta no tom, na forma, no conte�do. Tornou-se, ao longo desses tr�s primeiros dias de choque, a voz na qual os novaiorquinos passaram a confiar." � isso mesmo. Eu tamb�m tenho observado Giuliani com a maior admira��o ao longo desses dias. Ele � tudo o que George Bush n�o �: inteligente, confi�vel, um verdadeiro estadista. Tinha tudo para terminar o governo de forma pat�tica, transformado em objeto de rid�culo por causa das suas confus�es amorosas, e em vez disso vai entrar para a Hist�ria consagrado, como homem p�blico de estatura moral inquestion�vel. Quem me chamou a aten��o para o artigo da Dorritt foi, justamente, um daqueles jornalistas de nascen�a de que eu falava ontem: o Cris Dias, outro dos maravilhosos blogueiros brazucas em Nova York. 06:12
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Uma boa - ali�s, �tima! - id�ia  Steve Kirsch, o camarada que criou o Infoseek (na foto, com seu carro de estima��o), prop�e, no seu website, que os avi�es se tornem t�o pouco atraentes para seq�estradores quanto os bancos se tornaram para os assaltantes de bancos desde que foram instalados nos caixas bot�es de emerg�ncia que trancam as portas do cofre e da ag�ncia e ligam um alarme na pol�cia. No caso dos avi�es, tais bot�es, conectados aos sistemas GPS, "trancariam" as aeronaves assim que fossem acionados, estabelecendo uma rota de v�o imut�vel at� o aeroporto mais pr�ximo. Elas s� se "destrancariam" durante o procedimento de pouso. Na minha cabe�a, isso faz muito mais sentido do que todas as propostas malucas que est�o rolando por a�: agentes em cada v�o, revistas radicais, proibi��o de se transportar bagagem de m�o... Est� na cara que nada disso vai funcionar. Ali�s, nos �ltimos dias tenho pensado demais naquela cena cl�ssica de " Apertem os cintos, o piloto sumiu!", em que o pessoal da seguran�a deixa terroristas armados at� os dentes embarcarem numa boa, mas se atira em cima duma velhinha inofensiva. E dizer que parecia piada. Enquanto isso, na Inglaterra, est�o tirando o Flight Simulator das lojas. N�o se sabe ainda o que vai acontecer com o sof� da sala. 05:42
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Desculpas, sim... ma non troppoCom uma oferta de software gr�tis em troca de apenas um link para a Cruz Vermelha, Nicholas Longo, CEO da Coffee Cup Software, mandou, ontem, uma nova mensagem aos usu�rios dos seus produtos. Foi ele quem, h� dois dias, escreveu isso: We would like to also say on record that if any country is found responsible for these attacks, we call for that country's complete destruction and annihilation.Eu achei que s� eu tinha ficado indignada mas, pelo visto, colou mal mesmo. Eis a nova mensagem: In my last e-mail I was angry. Now I am angry and saddened. My thoughts were emotional, not political or commercial. I will stand by my conviction that those responsible should not walk with us on this planet. I will though take back the word 'annihilate', this was anger speaking from someone that has now cried for the victims of this attack. This may surprise some people...... I am only human.[OOHHH... Mas ta�, humano? Eu me confesso surpresa, sim.] Just as President Bush almost cried on CNN today, that does not make him less of a President. I as a CEO have the right to be angry, and to vent my emotion. This does not make me any less of a CEO or human. It makes me more of one.
Nick- N�o senti l� muita firmeza, mas antes assim. Outra coisa: ser CEO t� com essa bola toda, t�? � t�o mais importante assim do que ser simplesmente um human? Caramba. I'm impressed.00:37
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E o Gary Condit, hein?00:01
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13.9.01
A imprensa inglesa est�, como sempre, dando um show. Da cobertura nota dez da BBC aos artigos de opini�o do Guardian e do Daily Telegraph, a gente v� que o pessoal est� fazendo uma coisa rara nesses dias confusos: pensando. Outra europ�ia que est� se saindo muito bem � a RAI, italiana. Os comentaristas e especialistas convidados t�m sido invariavelmente bem escolhidos, falam direito e com bom conhecimento de causa -- n�o se esque�am que os italianos conviveram anos a fio com as Brigadas Vermelhas, e t�m, conseq�entemente, um bom know-how de combate ao terrorismo. 23:56
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Depois de postar a nota logo abaixo desta, me lembrei que, h� tempos, eu j� havia escrito um texto sobre ser jornalista, na onda de outra grande como��o mundial (guardadas, � l�gico, as devidas propor��es): a morte da princesa Diana. Na �poca, fiquei indignada com a condena��o geral aos papparazzi, rapazes trabalhadores que, como diz a Bia (minha filha; tamb�m jornalista), podiam estar matando, podiam estar roubando mas, em vez disso, estavam l� tentando fazer umas fotos, � merc� de um playboy irrespons�vel e seu motorista b�bado. Este texto, que fez quatro anos ontem, est� reproduzido aqui. 23:21
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Not�cia � flor da peleA Lia, que faz um blog muito bom, est� contente com a rea��o da imprensa ao papel desempenhado pelos blogs durante os �ltimos acontecimentos. Como blogueira (inda que principiante) tamb�m estou -- foi, sim, dado um bom destaque aos blogs, e n�o s� no Globo, onde trabalho, porque a� seria f�cil, n�? mas tamb�m nos grandes portais. O fato � que estamos vivendo uma �poca �nica, de mudan�a de paradigma, em que a not�cia deixa de ser mercadoria exclusiva dos ve�culos "oficiais", e passa a ser o que sempre foi, desde tempos imemoriais -- a manifesta��o das vozes (por vezes dissonantes) de b�pedes que querem transmitir as suas emo��es e experi�ncias aos outros b�pedes, seus semelhantes. Algo que deixa de ser exclusivamente fechado (como, p.e., em All News That's Fit To Print. Quanta arrog�ncia! Quem sabe o que � fit?!) e passa tamb�m a circular livremente, de boca em boca, de blog em blog. (Quer dizer que os blogs v�o substituir os jornais? Os notici�rios de r�dio e TV? N�o, � claro que n�o v�o. Mas, com a internet, pela primeira vez, desde que a humanidade deixou para tr�s as pequenas cidades em que todo mundo se conhecia, o cidad�o comum --pelo menos, o que j� tem acesso � rede -- pode se fazer ouvir onde quer que seja. Assim como o r�dio n�o acabou com os jornais, nem a TV acabou com o r�dio e os jornais, a internet tamb�m n�o vai acabar com ningu�m; vai apenas se juntar ao fluxo de informa��es j� existente, n�o apenas contribuindo para engrossar o caldo mas, principalmente, para mudar a receita.) Me desculpe a garotada que freq�enta as faculdades de comunica��o, mas eu -- que nunca me formei em coisa alguma, e sempre fui contra a obrigatoriedade do diploma de comunica��o para exerc�cio da profiss�o -- acho que jornalista a gente � de nascen�a, ou n�o �. O que se vai acrescentar a isso depois � o dom�nio das t�cnicas do of�cio -- mas isso, sinceramente, � o de menos. A Deb, do alto dos seus 19 anos, provou ser muito mais jornalista do que muito colega de diploma e carteirinha. Tamb�m, por exemplo, aquelas meninas mostradas pelo Jornal Nacional, que estavam quietas em Nova York e sa�ram correndo com suas c�meras para o WTC assim que souberam dos atentados -- elas s�o essencialmente "jornalistas" e, ainda que tenham prometido �s m�es que v�o se cuidar mais, n�o v�o n�o, n�o tem jeito. Quando um jornalista sabe que h� alguma confus�o rolando perto de onde ele est�, sai correndo para l�. Est� no sangue. Desnecess�rio dizer o quanto me orgulho de pertencer a este grupo estranho. 16:22
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L�, na horaA HP do Blogger d� destaque ao The Fine Line, um blog radical maravilhoso, onde ainda tenho que passar mais tempo mas onde j� descobri esta declara��o fundamental: It is the difference between intellectual resource and material resource which requires a rethinking of the economics of ideas. Ideas belong to a culture; they are not owned by an individual or corporation. Ideas increase in value with their abundance, not their scarcity. Ideas should be freely available as seeds for more ideas, and not bound and haggled over by lawyers and politicians. Prometo tradu��o para breve -- eu sei, eu sei, j� estou devendo a do Barlow tamb�m, n�o me esqueci n�o. Bom. Mas n�o � porisso que o Blogger chama a aten��o pro TFL, mas sim pelo depoimento do Bob, blogueiro/webmaster que foi testemunha n�o s� ocular, como fotogr�fica e textual da Hist�ria. � um documento impressionante, que devia ser leitura obrigat�ria para quem ainda n�o descobriu a que vieram os blogs. Em tempo: o TFL � meio que irm�ozinho visual deste InternETC., mas muuuito mais bem transado, sobretudo como combina��o de cores... Sei n�o, mas acho que assim que eu arranjar um tempinho, e depois que as tradu��es que prometi a voc�s estiverem feitas, este blog vai trocar de roupa.04:03
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12.9.01
Finalmente, um aspecto positivo!Um efeito colateral inesperado deste horror todo: os filmes e s�ries de TV sobre atos terroristas, atentados e viol�ncia indiscriminada em geral que Hollywood nos despeja regularmente goela abaixo est�o em banho-maria. Pelo menos duas mega-produ��es com lan�amento j� marcado foram temporariamente arquivadas: "Colateral Damage", do Schwarzenegger, que chegaria aos cinemas no dia 5 de outubro -- em que o prato principal � a explos�o de um edif�cio em Los Angeles -- e "Big Trouble", de Tim Allen, em que um terrorista amea�a os passageiros de um avi�o com uma bomba. Meno male! Quem sabe agora os est�dios usam mais a imagina��o e os sentimentos, e menos os efeitos especiais e a pancadaria. 20:07
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N�o � � toa que a gente gosta da Amazon.com...A Amazon.com p�s o seu famoso clique -- respons�vel por algumas das compras de livros mais impensadas e impetuosas na vida de todos n�s -- a servi�o da Cruz Vermelha. Muito bacana! Clique aqui e voc� ser� levado direto para uma p�gina onde poder� ver quanto j� foi arrecadado e com quanto quer entrar pro mutir�o. O default � US$ 10, mas voc� pode dar quanto quiser, de um d�lar ao que permitirem as suas finan�as. Pode ser pago no cart�o de cr�dito (qualquer cart�o) e, ao fim da opera��o, voc� sai aqui, na p�gina da Cruz Vermelha. Acho importante lembrar que, ao contribuir para a Cruz Vermelha, a gente n�o est� contribuindo s� para ajudar as v�timas da trag�dia americana, mas sim para ajudar o trabalho da organiza��o no mundo todo. Quando estive l�, 28.967 pessoas j� haviam doado US$ 773.762,50. Adendo �s 18h38: Reparem na efici�ncia desta id�ia -- agora j� s�o US$ 1.123.39,53, doados por 39.318 pessoas. Uma coisa que sempre desafia a minha compreens�o nesse tipo de contabilidade s�o os centavos. Entendo que algu�m que n�o seja americano nem more l� queira fazer uma doa��o de Z patacas ou Y cruzados, e que a convers�o para d�lar d� US$ X,YW. Mas por que esse povo n�o arredonda as contas?! Outro adendo, �s 21h21: O Marcos S� Correa tamb�m escreveu sobre este belo gesto no no.com. 16:08
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Roubei isso do Mill�r. 15:20
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 Fiz esta foto num fim de tarde, em mar�o deste ano, quando estive pela �ltima vez no Windows on the World, o restaurante do 107 andar do World Trade Center. Ele tinha, mesmo, uma das vistas mais bonitas do mundo. Aos poucos come�am a ser atualizados os sites da web que apontam para l�, e por toda a parte repetem-se as fotos terr�veis do dia de ontem. Aqui, por�m, ainda est� sendo poss�vel fazer um tour em realidade virtual pelas duas torres. 07:22
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Bom, o Pedro Doria, do no.com, acertou na mosca, para variar... E, enquanto isso, em circular para os amigos intitulada "Remember the Reichstag", John Perry Barlow d� o alerta: a trag�dia de ontem pode ser tudo o que os extremistas americanos precisavam para cercear de vez a j� assaz cerceada liberdade de um pa�s que, cada vez mais, ignora o verdadeiro significado da palavra liberdade. "N�o deixem que os terroristas ou (seus aliados naturais) fascistas triunfem, -- escreve ele. -- "Lembrem-se de que uma das metas do terrorismo � paralisar, de forma cada vez mais totalit�ria, o governo que ataca. N�o vamos lhes dar essa satisfa��o. Nada temam. Vivam em liberdade". Grande Barlow! O texto est� em ingl�s. Eu sei, eu devia traduzir para voc�s, mas j� � tarde paca (vejam a hora da postagem!) e eu estou bem cansada, acreditem. Se sobrar um tempinho, fa�o a tradu��o logo mais, OK? 04:36
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Ao povo, unido, jamais faltar� informa��oA internet enfrentou o seu primeiro grande teste em 31 de agosto de 1997, quando a princesa Diana morreu. Na ocasi�o, os grandes portais de not�cias deram um show, ganhando disparado dos jornais, da televis�o e mesmo do r�dio na velocidade da transmiss�o de not�cias. O segundo grande teste da internet aconteceu ontem. Para quem acompanhou os dois fatos pela web, o contraste foi impressionante. Os mega-portais entraram em colapso, at� porque ainda � t�cnica e humanamente imposs�vel atender � demanda de uma rede que, dos menos de 20 milh�es de usu�rios globais daquele 1997, passou para os mais de 400 milh�es deste 2001 � todos, naturalmente, querendo saber das mesmas coisas ao mesmo tempo. Resultado: as not�cias �oficiais�, digamos assim, s� voltaram a fluir com certa normalidade passadas cerca de quatro horas dos atentados. Mas a gigantesca, imensa internet � aquela, a verdadeira, composta de milh�es de vozes espalhadas ao redor do mundo � deu uma das mais surpreendentes provas de vitalidade jamais vistas. As not�cias que estavam indispon�veis nos portais voavam nas mensagens e listas que habitualmente desaguam nas mailboxes dos usu�rios; os blogs serviam simultaneamente � informa��o dos leitores e � manifesta��o de perplexidade dos autores; e a melhor e mais �gil cobertura de todas foi ao ar, previsivelmente para quem �mora� na rede, no slashdot.org, cl�ssico boletim de geeks e nerds � no fundo, um grande blog coletivo � e um dos poucos websites preparados para enfrentar a inquieta��o universal do dia. Estranhamente, o Google, ferramenta favorita de busca na internet, que devia conhecer melhor a sua gente, preferiu ignorar o real poder da rede, recomendando aos que l� chegavam que buscassem not�cias no r�dio e na TV. Perdeu muitos pontos entre os internautas com esta atitude impensada. A velocidade e compet�ncia com que se organizaram os blogs, por�m, compensou o faux pas do Google. Listas de links para fotos, v�deos e not�cias individuais brotaram feito cogumelos em dia de chuva, numa fabulosa rede de pasmo e solidariedade. O GLOBO, 12.09.200103:22
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"Ningu�m escapa ao terror, -- escreveu o Mill�r ontem, num artigo publicado � tarde na edi��o extra do JB, e na edi��o normal de hoje (houve edi��o de jornal normal, hoje, no mundo?) -- [Terror] que s� tende a aumentar e se ampliar todos os dias, se ainda houver cotidianos." 02:57
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11.9.01
Concordo com o que postou o Danilo esta tarde, �s 2h50: Todos os portais de not�cias est�o congestionados... A cobertura que a Deb est� fazendo em seu blog diretamente de Nova York est� melhor que qualquer portal de not�cias, s�o relatos reais de quem est� vivendo de perto esta loucura...Mas n�o foi s� a Deb, embora ela tenha feito mesmo um trabalho sensacional. A ampla e variada cobertura dada pelos blogs mundiais aos atentados nos EUA deu de dez a zero na cobertura dos mega-portais de not�cias, e demonstrou, de forma inequ�voca, que a grande for�a da rede est� nos seus usu�rios. � uma pena que justamente o Google n�o tenha percebido isso. 21:08
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H� um link para este poema do Yehuda Amichai logo ali embaixo, mas o dia hoje n�o est� facilitando o ir-e-vir entre links. A tradu��o � do Mill�r.Eu, que eu possa descansar em pazEu, que eu possa descansar em paz Eu, que ainda estou vivo, digo; Que eu possa ter paz no que tenho de vida. Eu quero paz agora mesmo, enquanto ainda estou vivo. N�o quero esperar como aquele piedoso que almejava Uma perna do trono de ouro do Para�so. Quero uma cadeira De quatro pernas, aqui mesmo, uma cadeira simples de madeira. Quero o resto de minha paz agora. Vivi minha vida em guerras de toda esp�cie: batalhas dentro e fora, Combate cara a cara, a cara sempre a minha mesmo, Minha cara de amante, minha cara de inimigo Guerras com velhas armas paus e pedras, machado enferrujado, palavras, Rasg�o de faca cega, amor e �dio, E guerra com armas de �ltimo forno metralha, m�ssil, palavras, minas terrestres explodindo, amor e �dio. N�o quero cumprir a profecia de meus pais De que vida � guerra Eu quero paz com todo meu corpo e em toda minha alma. Descansem-me em paz. 19:02
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Palavras, palavras, palavrasN�o li tudo o que foi escrito sobre o dia de hoje; ningu�m jamais conseguir� ler os milh�es de artigos, pensatas, posts e reportagens em que um mundo perplexo tenta entender-se a si mesmo (sem muito sucesso, diga-se de passagem). Mas do que li -- e s� tenho lido sobre isso desde que acordei -- nada se compara ao comovente depoimento do Jon Katz, no /. No mesmo Slashdot, por sinal, est� rolando a melhor cobertura online dos atentados, at� porque, em toda a rede, pouca gente t�m o know-how deles para manter os assuntos atualizados -- e, principalmente, os servidores funcionando. 18:51
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A X10, aquela webcam que vem, h� meses, infernizando a vida de todo mundo na rede com seus pop-ups onipresentes, avisa que suspendeu o "servi�o" em solidariedade �s v�timas dos atentados. N�o sei o que � pior; se � fazer pop up descaradamente comercial, ou hipocritamente humanit�rio. 15:33
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DISSE TUDONemo Nox: "Manh� de poucas palavras. Mudou a paisagem f�sica, mudou a paisagem pol�tica, mudou a paisagem humana."15:13
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A internet come�a a voltar ao normal, se � que qualquer coisa pode voltar a ser normal a essa altura do campeonato. O /. est� fazendo uma cobertura de gente grande. 14:39
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14h23m: O Wall Street Journal acordou, e mudou a manchete (Terrorist Attacks Hit U.S. Cities). Digamos que essa ficha demorou a cair.14:26
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Assustador � poucoOlhem o tipo de mensagem que j� est� circulando: "Hello everyone, This is Nicholas Longo, the CEO of CoffeeCup Software. As you may have heard the World Trade Center and Pentagon were attacked about 45 minutes ago. The Team at CoffeeCup would like to send our heart felt sorrow to those that perished in these attacks. We would like to also say on record that if any country is found responsible for these attacks, we call for that country's complete destruction and annihilation.Do not let terrorism which is designed to create fear and stop production, halt your life or work. Stay focused and do not stop what you are doing. -May God bless us all and the decisions we must make. Nick-" E isso vem de gente pac�fica, que faz software para a web...! Imaginem agora aqueles fan�ticos do interior americano, beligerantes e arrogantes ao extremo, armados at� os dentes contra os pr�prios vizinhos, ignorantes de qualquer coisa que n�o sejam os vers�culos da B�blia e o n�mero de cartuchos comportados pelos diversos tipos de autom�tica. 14:08
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O come�o do fim do mundo?Quem ainda n�o ligou a televis�o, ligue j�, de prefer�ncia na CNN, na Globonews ou (minha favorita) BBC. Mas esque�am a internet, intransit�vel.O mundo inteiro est� querendo maiores informa��es sobre os atentados terroristas nos Estados Unidos; a imprensa toda est�, � claro, fazendo o que pode. E TODOS est�o conectados simultaneamente. Quem estiver interessado no processo que o governo americano move contra a Morgan Stanley, por�m, pode tentar conex�o com o Wall Street Journal, que ainda agora, 12h52 hor�rio de Bras�lia, d� este empolgante caso como primeira manchete, abrindo apenas a segunda manchete, em prova cabal de que tudo na vida � relativo, para a not�cia de maior impacto do mil�nio.N�o sei o que � mais assustador, se as imagens de Nova York, ou o presidente Bush vindo � televis�o para dizer que esta � uma grande trag�dia, pedir um minuto de sil�ncio, ficar calado menos de 30 segundos e ir embora. Pensem: o maior arsenal do mundo est� nas m�os DESTE homem -- que, ainda por cima, agora tem motivos de sobra para us�-lo. 11:35
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Gatos!!! Este gato lindo veio do bigcatheads, site de um camarada �timo de tra�o chamado Bruce Andrew Mckay. Se voc� gosta de gatos v� at� l�, ele merece a visita. Se n�o gosta v� tamb�m. Repito: ele merece a visita. Esta �tima dica eu contrei aqui. 02:22
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Cuidando do que � delesA revista Forbes �, quem diria, uma excelente leitura online. A edi��o, feita por gente do ramo, vai al�m da simples reprodu��o do material impresso, e tem sempre novidades pro povo conectado. Agora mesmo est� no ar uma sensacional ferramenta para ajudar as empresas que est�o pensando em fazer upgrade dos seus sistemas Windows para o ainda-nem-chegado-XP a calcular o preju�zo. Muito bem bolado! 02:20
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Where do you want to go today?Voc�s se lembram? Essa pergunta foi feita urbi et orbi pela Micro$oft, quando do lan�amento do Windows 95, em pleno surto esquizofr�nico de ag�ncia de viagens. Mas h� uma trip muito mais interessante aqui. Esta p�gina faz parte do site de Milo Vermeulen, um holand�s de 22 anos que vive em Wateringen, e que descobriu um verdadeiro blog de Colombo: quanto mais gente apontar para a p�gina, maior ela se tornar�, e mais interessante. � um achado, mas n�o supreende. Quem se der ao trabalho de olhar o resto do site do garoto vai ver que ele � muito bom de bola. 01:40
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Rede de (in)seguran�aUma dica especial para angloparlantes paran�icos com os crescentes perigos da vida digital: h� uma excelente p�gina no s�tio do CERT sobre seguran�a em redes dom�sticas. Preparem-se para uma leitura alentada -- a p�gina parte do beab� ("o que � seguran�a de computadores?") e desce a min�cias muito bem explicadas sobre os ataques de v�rus mais recentes. Um detalhe curioso: a moral da hist�ria, se bem entendi, � Fa�a backup! Quer dizer: tanta tecnologia pra l� e pra c� e acabamos caindo sempre na mesma coisa... ?! Em tempo: o CERT � um dos mais respeitados centros de estudos e troca de informa��es sobre seguran�a de redes. 01:35
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10.9.01
Um dos meus poetas favoritos se chama Yehuda Amichai. O Mill�r j� traduziu v�rios poemas dele; dois, emocionantes, est�o aqui.20:25
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Cruzes! Voc�s t�m que concordar comigo: nunca houve um ilustrador de inform�tica como o Cruz! O rapaz, que ilustra a coluna do grande C@T, entendeu t�o bem o esp�rito da coisa que, quando sai de f�rias, os leitores reclamam. Ali�s, quando volta das f�rias, eles reclamam tamb�m: h� sempre alguns que n�o conseguem perceber a profundidade da representa��o iconogr�fica dos conceitos abstratos em tecnologia da informa��o que ele tenta transmitir, e escrevem cartas pra reda��o reclamando do que n�o lhes parece, propriamente, um modelo de ilustra��o para jornal familiar. Felizmente o n�mero de mentes iluminadas que consegue captar a sua real mensagem � bem maior, como comprova este rec�m-criado f�-clube. � preciso fazer inscri��o, mas os desenhos, conforme se pode ver pela amostra, valem o esfor�o. (Agora, sinceramente, acho que o Cruz deve ser um caso �nico na imprensa mundial. Eu, pelo menos, n�o conhe�o outro desenhista que consiga criar pol�mica ilustrando mat�rias sobre algorritmos e formatos de arquivos, e fico muito contente e orgulhosa em t�-lo nas p�ginas do caderninho.) 05:58
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 Quem descobriu a coincid�ncia acima foi, naturalmente, a ub�q�a Jackie Miller (quem mais?); n�o � incr�vel?! Por um minuto, o Nemo Nox, que faz o Por um Punhado de Pixels, que eu adoro, continua com o t�tulo de gatilho mais r�pido da web... (As duas notas da imagem foram capturadas, respectivamente, l� no PPP e aqui no InternETC.)04:38
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Privacidade p�blicaUm dos maiores problemas de se estar na pra�a h� tanto tempo quanto eu estou � a tend�ncia insopit�vel de se usar palavras como insopit�vel, e se come�ar colunas com a fat�dica palavra �Antigamente...�. Embora n�o nos faltem dicion�rios neste momento, nada � insopit�vel; e quem quer ler sobre os antigamentes da vida vai direto aos livros de hist�ria. Num caderno de inform�tica, o que importa �, sobretudo, o futuro � embora eu, sinceramente, esteja achando esta palavra, futuro , muito mais desgastada e oca do que o bom e velho antigamente. Isso tudo por qu�? Porque, quanto mais eu ou�o falar em privacidade, mais me lembro dos militares. Antigamente , cada vez que um general vinha a p�blico afirmar: �As For�as Armadas est�o coesas�, a gente j� sabia � estava quebrando um tremendo pau l� entre eles. Pois quanto mais se fala em privacidade, hoje, menos privacidade se tem. Na boca da Micro$oft, ent�o, esta palavra � um perigo. A gente sabe bem o tipo de privacidade que eles t�m em mente. Mas � injusto dar exclusivo destaque � M$ neste nosso orwelliano mundo de c�meras, vigil�ncia de sites e de mailboxes, gators e cookies. Eu j� joguei a toalha da minha privacidade h� tempos. Estou conformada com o fato de que n�o h� nada que algu�m queira saber a meu respeito que n�o possa saber, desde que consulte as fontes certas, clique nos sites pertinentes e � v� l� � pague as devidas propinas a um despachante safo. N�o sendo nem do Par� nem de Ribeir�o Preto, n�o tenho a pretens�o de achar que h� for�as ocultas de fato interessadas na minha rotineira pessoa � mas tamb�m n�o sou ing�nua a ponto de n�o saber que existem gigantescas for�as comerciais interessad�ssimas nos meus h�bitos de consumo, dispostas a me virar de cabe�a para baixo e sacudir bastante, para pegar as �ltimas moedinhas que me ca�rem dos bolsos. A quest�o toda � que, para elas, eu n�o sou Cora R�nai; sou apenas um n�mero dentro de um quadro gen�rico, e o meu lado n�mero, digamos assim, j� n�o est� nem a�. Esta luta est� perdida h� tempos. Isso, por�m, quer dizer apenas que, filosoficamente, j� me entendi com o problema; mas n�o quer dizer que, ainda que considere a batalha perdida, n�o esteja disposta a lutar, com unhas e dentes, contra qualquer tentativa de invas�o de privacidade. � assim: eles for�am de l�, a gente se defende de c�. Adianta? Possivelmente n�o, mas ainda que eu consiga, enquanto n�mero , me desligar o suficiente da quest�o, n�o � do meu feitio, a n�vel de pessoa , sofrer em sil�ncio. O problema � que a sociedade, como um todo, acordou tarde demais para a quest�o � se � que acordou. Em nome de um suposto �servi�o� ou de uma suposta �seguran�a�, tudo � considerado... normal. Os cookies, que nos seguem pela internet afora, s�o, afinal, t�o pr�ticos e inocentes, n�o s�o? E o que tem demais a identifica��o individual dos chips da Intel? C�meras de vigil�ncia nas portas dos condom�nios? Perfeito. Nos corredores dos hot�is? Claro. Nos elevadores? L�gico. Nas ruas? Por que n�o? E ainda n�o ouvimos da missa a metade. Tenho visto em laborat�rios de alta tecnologia modelos extremamente eficientes de �casas inteligentes�, �carros inteligentes�, �objetos inteligentes�. De um lado fico fascinada com o desenvolvimento da tecnologia; de outro, chocada com o ponto a que chegamos. Num desses laborat�rios, se fazia a demonstra��o de um sistema GPS (Global Positioning System) casado a celulares e cart�es... hm, �inteligentes�, claro, como todo o resto. Com um celular ou um cart�o desses, � poss�vel ao mundo supostamente inerte � volta interagir com o cidad�o. A parada do �nibus lhe mostrar� num mapa onde est� a sua condu��o, a loja da esquina o avisar� de que chegou a roupa que ele queria, o videoclube pedir� de volta a fita cujo aluguel vence logo mais. Tudo muito eficiente e muito pr�tico, mas... Pois �, a� deixo voc�s, com essa conjun��o adversativa. O Globo, 10.09.200101:26
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9.9.01
Voc� pensa, ele perguntaComo hoje � domingo e ningu�m est� fazendo nada de importante mesmo, a� vai uma dica do Fernando Lincoln, feita sob medida pra quem gosta de brincar na (e com a) rede: "N�o sei se voc� j� conhece, mas o Sistema Especialista 20Q (Twenty Questions) � uma experi�ncia interessante. Voc� pensa em qualquer coisa (material ou n�o - vale tudo) e ele, atrav�s de 20 perguntas, tenta adivinhar em qu� voc� pensou. O sistema existe h� 8 anos e mais de 200 mil pessoas j� passaram por l�, tornando a ferramenta tremendamente poderosa, uma vez que ela "aprende" com seus erros. Que, por sinal, est�o cada vez mais escassos. Quando ele n�o acerta nas vinte primeiras perguntas, pede uma chance de mais dez e a� quase sempre mata a charada. Interessante � que, ap�s determinado n�mero de perguntas, ele vai revelando suas "suspeitas", que no in�cio s�o dezenas (e �s vezes nem incluem a palavra que pensamos) e depois vai afunilando (e acaba incluindo nossa palavra...). Ao entrar na p�gina, clique em Play 20Q e, na p�gina seguinte, escolha o bot�o Anonymous Login." Valeu, Fernando! 17:49
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MP3 para viagem Se algu�m ainda duvida do sucesso do MP3 (com exce��o da RIAA, naturalmente, que prefere n�o enxergar o �bvio) uma dica: acaba de chegar ao mercado americano o primeiro carro a tirar partido do poder da sigla. � o Mazda MP3, na verdade um carro como outro qualquer que, de diferente, tem o fato de trazer como equipamento de f�brica um player MP3 da Kenwood. Dispon�vel por enquanto em azul real, o MP3 vai ter, em breve, uma vers�o em amarelo (!); ele custa US$ 18.500, e � uma s�rie limitada, da qual ser�o feitas apenas 1500 unidades. Agora s� falta mesmo um Passat DOC ou um Honda JPG. Ta�, uma boa pergunta: quais seriam as extens�es de arquivo ideais para cada carro? Cambur�o PDF? Mercedes XLS? Respondam, please, vamos fazer uma lista legal juntos... Ah, sim, se algu�m tiver d�vidas em rela��o a alguma extens�o, � s� procurar aqui. 15:51
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8.9.01
O Rio de Janeiro continua lindo... S� pra come�ar bem o dia, OK? A foto � do super craque Nilo Lima, que eu j� conhecia de CD-ROM, mas cujo site descobri a partir duma dica da Marina. 23:49
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Mais um golpe $ujo!John Rhodes � um especialista em... usabilidade, digamos assim. Ele estuda websites e ferramentas de navega��o, e � uma voz importante na rede. Num excelente artigo escrito para a sua newsletter WebWord, ele analisa, passo a passo, a mais recente gracinha da Micro$oft na sua estrat�gia de dominar a internet: seq�estrar os erros de p�gina (os famosos 404) para a m�quina de busca da MSN (fraqu�ssima, por sinal). A coisa � bem mais complicada do que parece � primeira vista, mas essencialmente resume-se ao seguinte: quando o usu�rio digita uma URL errada, ou vai atr�s de uma URL que n�o existe mais, ele cai no servidor, que o avisa disso. Ao interceptar a mensagem do servidor e apresentar a m�quina da MSN, a M$ est� transferindo a ess�ncia da rede do servidor para o cliente, ou seja, para o Internet Explorer. E por que faria isso? Porque, como se sabe, ela est� longe de ser a escolha universal em servidores internet. Ao contr�rio, � quase monop�lio na �rea de clientes. Esta � n�o s� uma forma de maquiar a rede, mas de arrastar os usu�rios para o uso de seus produtos e ferramentas. Enfim, mais uma jogada suja, mas suja mesmo. Leiam o que Rhodes escreve, � da maior import�ncia. Se voc� n�o clicou l� em cima, clique aqui agora. 22:27
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Esc�ndalo etimol�gicoQuem levanta essa bola � o Sergio Faria, no seu BBS (Blog Best-Seller): h� dois erros no novo dicion�rio Houaiss num �nico verbete, mas n�o digo qual (nem quais) para voc�s irem at� l� -- ele faz um dos melhores blogs do peda�o. Embora eu seja, teoricamente, do "campo oposto" -- Aur�lio era meu padrinho, e melhor amigo do meu pai -- n�o acho que dicion�rio seja Fla-Flu, n�o gostei da forma como foi lan�ado o Houaiss e essa not�cia me entristece. Numa obra de refer�ncia dessa monta, o m�nimo que se espera � informa��o fidedigna. 21:39
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Aten��o: c�pia descarada!Confesso: roubei esta utiliss�ma nota, tal e qual, dos escritos do meu querido C@T, l� na Globonews. A causa, por�m, � nobre: as dicas s�o excelentes. Busca de imagensDo impec�vel Conca, chega a not�cia de que temos na pra�a novos servi�os gr�tis de busca de imagens: o do Google (ainda em beta) com 250 milh�es de imagens e o PicSearch. O velho buscador do AltaVista cuspia basicamente imagens chatas da Corbis e acabava sendo de pouca serventia. J� esses dois novos sites fazem a ressalva de que as fotos indexadas podem ser protegidas por direito autoral. A decis�o de us�-las ou n�o fica por conta da usu�ria. No dia que esses caras incorporarem uma busca avan�ada gr�fica, como o QBIC da IBM, a� sim, a cobra vai fumar. Para uma pequena amostra, v� at� o Hermitage e depois experimente pesquisar pra valer. 17:23
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Imperd�velSou sionista, diz Alberto Dines em excelente artigo no JB de hoje. 17:14
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Welt Wide WebGra�as ao Der Schockwellenreiter, o internETC. est� pintando nas paradas alem�s: agora foi o EuroRanch que mandou um link. Eles gostaram do site porn� da Barbie... Danke, J�rg! 08:17
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 Momento CarasOntem foi anivers�rio do Paulo Autran, e a T�nia fez uma festa linda. Muita gente interessante -- mas, com eles dois l�, n�o sobrou para mais ningu�m, � claro. Detalhe: a T�nia � (talvez junto com a Vera Fischer) a atriz de maior star quality que j� vi. Ela entra numa sala e vira o centro das aten��es, automaticamente. � incr�vel, n�o falha nunca! Infelizmente, n�o h� filme ou televis�o que consiga captar isso. (CoraCam)07:57
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"Sinergia"Grandes conglomerados t�m dessas coisas. H� algum tempo, a Time Life comprou uma empresa chamada Time4 Media, que publica, sob o selo TransWorld, cerca de uma dezena de revistas pequenas especializadas em esportes radicais. Depois, a pr�pria Time juntou-se com a Warner e, ainda depois, a America On Line comprou a Time-Warner. A compra das revistinhas, por modesta que tenha sido dentro deste mega-quadro, foi um �timo neg�cio. Os esportes radicais est�o crescendo de forma impressionante e uma delas, por exemplo, a TW Skateboarding, cresceu quase 25% nos dois �ltimos anos -- feito e tanto, nessa �poca de recess�o econ�mica. O grande desafio para essas publica��es � conservarem o aspecto indie, semi-amador, que cativou o p�blico inicialmente. Mas a TW Skateboarding, pelo visto, n�o tem com o que se preocupar. Na pen�ltima edi��o, foi encartado na revista um kit de acesso da AOL, a coisa toda foi selada em pl�stico -- e, ato cont�nuo, o c�u caiu sobre a reda��o. A AOL, como se sabe, n�o � um provedor exatamente benquisto pelas camadas mais radicais e conectadas do peda�o, ainda mais quando lacra a revista favorita dos usu�rios. Os leitores skatistas chiaram brabo, e at� o editor Eric Sentianin soltou o verbo: "Desculpem o vacilo na edi��o passada", escreveu na primeira p�gina da revista. "N�s aqui na revista s� descobrimos esta atrocidade quando os primeiros exemplares daquela bosta empacotada chegaram � reda��o. N�s nos sentimos t�o invadidos quanto voc�s." At� agora, ele continua no cargo. 06:09
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ExcentricidadeDo Nosso Departamento de Id�ias Cretinas: conta o Dave Pell no Next Draft, um bom clipping eletr�nico de not�cias (que, por sinal, descobri atrav�s de um banner aqui do Blogspot), que cientistas brit�nicos organizaram um movimento (no sentido absolutamente literal da palavra) para fazer com que um milh�o de crian�as inglesas ficassem pulando para cima e para baixo, em suas escolas, ao mesmo tempo. A id�ia era ver o que registravam os sism�grafos do pa�s que, naturalmente, nem se abalaram. O Dave sugere que essas crian�as passem a se alimentar, durante alguns meses, com a dieta das crian�as americanas -- quem sabe a� n�o funciona? 05:35
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Papo cabe�aEst� terminando hoje na Calif�rnia (�, parece que todos os eventos que me interessam acontecem l�; agora pergunto, n�o podia ser um pouco mais perto?!) o Web2001, encontro de pensadores e webmasters em que se est�o discutindo os rumos e tend�ncias da rede. O tem�rio est� �timo, mas tenho certeza de que nada a ser dito l� poder� suplantar a abertura feita por Stewart Brand, uma das cabe�as mais interessantes do mundo conectado. Um dos fundadores da Well (de Whole Earth 'Lectronic Link), modesto BBS de S�o Francisco que acabou se transformando na melhor comunidade virtual de todos os tempos (foi t�o bom enquanto durou...), Brand passa a vida fazendo uma coisa cada vez mais rara entre n�s, b�pedes: pensando. N�o se pode acus�-lo de n�o enxergar longe. Um dos seus projetos mais recentes � um rel�gio que, espera-se, vai marcar a hora certa pelos pr�ximos dez mil anos. A hist�ria completa deste rel�gio est� em "The Clock of the Long Now", publicado no ano passado. Como eu n�o consigo me garantir nem pelas pr�ximas dez horas, babo de admira��o por ele, autor de um outro livro extraordin�rio, "How Buildings Learn". 05:21
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7.9.01
Uma das fotos que fiz da Lagoa est� l� no Cassio :-) (eu sou uma t�pica fot�grafa-coruja -- mas acho que isso j� deu pra perceber, n�?) 19:56
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Mundo animalPostando novamente, pro meu amigo Carlos Irineu:Estou apaixonada por um livrinho que est�, acho eu, deixando todo mundo meio bobo: "Um dia daqueles". � um livrinho pequeno, em P&B, com algumas das fotos mais lindas de animais que j� vi. Acho que ningu�m sabe o nome do autor -- eu mesma n�o me lembrava, at� descobrir esta entrevista no site da Sextante, sua editora brasileira. � Bradley Trevor Greive, e eu gostei dele de cara porque, falando da sua inspira��o para fazer o livro, ele disse que ela veio num dia em que estava deprimido, foi ao cinema e voltou pior, porque o filme era com o Kevin Costner. Um cara que gosta de bichos e detesta o Kevin Costner n�o pode ser de todo mau, n�? Se voc� ainda n�o conhece o livro, clique aqui: este link leva a uma p�gina com dez das fotos, que podem ser enviadas como e-postais. Esta nota foi ao ar, originalmente, no dia 28.08.0119:36
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Um (j� velho) hai-kai informata que eu adoroTr�s coisas s�o certas: Morte, impostos e dados perdidos. Adivinhe qual aconteceu. 07:26
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O que o Chico desenhou na toalha de mesa do Satyricon? O que o Mill�r acrescentou? Clique aqui para ver. 05:18
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 Capturei esses ping�inzinhos maravilhosos comemorando os dez anos do Linux l� no Alfarr�bio. 02:07
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Em casa, com BushUma das coisas de que sempre gostei na web foi a grande, gigantesca dormida no ponto da Casa Branca, que ganhou por direito o dom�nio gov, mas n�o deu � rede suficiente import�ncia para se dar ao trabalho de registrar os www.whitehouse com e org. O primeiro, como todo mundo est� cansado de saber, � um dos mais lucrativos sites porn� do planeta. E o segundo... bom, o segundo � sensacional!!! Sobretudo quando a gente lembra que a atual administra��o n�o tem o menor senso de humor, e deve estar odiando aquilo tudo. O org � uma par�dia maravilhosa, que deu um trabalho c�o a sei l� quem, e que come�a com a den�ncia de um site falso da Casa Branca: o www.whitehouse... gov! Uma das provas: como � que um presidente mach�o feito Bush ia deixar aqueles tons past�is bichinhas num site oficial? "Patrocinado" pela NRA, pelas ind�strias de cigarro e petr�leo e pelo lobby da energia nuclear, ele � altamente recomendado para os anglo-parlantes, que v�o dar �timas risadas. Mas ainda que voc� n�o fale nada (nothing) de ingl�s (English), vai adorar o Jogo da Mem�ria de Ronald Reagan. 01:07
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6.9.01
Gilda, um engarrafamentoAcabo de passar 3h35min no tr�nsito (tr�nsito?!), num percurso que, normalmente, fa�o em menos de 15 minutos. V�spera de feriado, Linha Vermelha fora de combate -- o que eu sei � que este foi o maior engarrafamento da hist�ria do Rio. � claro que eu tinha que estar nele. � claro tamb�m que, pela primeira vez, eu tinha que sair de casa sem nenhum livro ou revista na bolsa. E de prop�sito, ainda por cima, porque tenho uma pilha de contas para conferir e ia aproveitar o trajeto para fazer isso (o que n�o faria nunca, � l�gico, se tivesse algo decente para ler). ARGHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!Nunca vi nada igual. Este engarrafamento cai, decididamente, na categoria daquela mulher que, 50 anos antes da Sharon Stone levar � loucura todos os homens com uma cruzada de pernas, fazia isso tirando apenas uma luva. Gilda. Nunca houve um engarrafamento como Gilda. Quando cheguei � reda��o, um dos primeiros e-mails que abri foi este: De: Rolland Gianotti - Chefe de Reportagem - Grande Rio - O GLOBO Enviada em: quinta-feira, 6 de setembro de 2001 19:26 Para: Usuarios Redacao - O GLOBO Assunto: tr�nsito: p/ quem pensa em ir para casa O tr�nsito est� ca�tico em toda a cidade -- sentidos sul e norte. A travessia do T�nel Santa B�rbara est� demorando quase duas horas (acaba de informar o Werneck, que abandonou o carro e veio a p� para o jornal). Antes que perguntem: Av. Brasil, Ponte Rio-Niter�i, Linha Amarela, T�nel Rebou�as, Avenida Presidente Vargas, Radial Oeste etc etc TUDO PARADO!!!!! 21:48
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Wundebar!Gente, que estranho: o internETC. saiu... na Alemanha! Num blog chamado Der Schockwellenreiter. Eu n�o entendi nada, � claro, mas t� se vendo que o mo�o sabe das coisas. Danke! 12:38
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 Farra no Satyricon, um dos nossos points dos s�bados: T�nia (Carrero -- luxo pouco � bobagem, n�o?) observa o Mill�r e o Chico (Caruso: n�o fazemos por menos...) rabiscando a toalha. Aguardem, a qualquer momento, a publica��o do desenho, em edi��o extraordin�ria. (CoraCam)05:39
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� cada coisa que se acha...Date Fri 5/28/99 1:07 PM From: Cora Ronai (cronai@well.com) To: newsfeedback@wired.com Subject: Global vs. Local Domains With regards to the article, ("AOL Loses Brazil Ruling," 27.May.99), the question of "global" trademarks versus "local" trademarks is much more delicate than it seems. Companies like AOL will, of course, always have to face the fact that wise guys everywhere have realized their trademark�s quick money potential long before the companies themselves fully realized what the "global" in globalization means. But, on the other hand, many long-established, bona fide local companies are often faced with quite costly legal battles over their own trademarks. A case in point is delta.com.br, also in Brazil, which belongs to Editora Delta, the country�s most respected encyclopedia publishers, and who almost lost their domain to Delta Airlines. When you are dealing with a rip-off, as is, in my view, the aol.com.br case, the solution, being essentially a financial question ("How much?") doesn�t involve very complicated equations. The issue gets on an entirely different level, however, when small local companies -- who want to keep their own old names, don�t want to sell them and can be seriously harmed by costly lawsuits -- have to face the clout of global companies that want their domain names. Eu estava procurando uma coisa inteiramente diferente e encontrei este post de tr�s anos atr�s. T� valendo -- mas eu me prefiro em portugu�s.04:21
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A culpa � da M$. Como sempre.O problema de se ler tanta coisa quanto eu leio � que, quando a gente quer descobrir onde foi que leu o que leu, n�o lembra mais. Tudo isso para dizer que n�o lembro mais onde li algu�m reclamando de algo que tamb�m me chamou a aten��o: o gradual sumi�o das p�ginas de erro 404 (aquelas que nos informam que o site que procuramos n�o est� l�). E por que est�o sumindo essas p�ginas? Ora, por causa da Micro$oft, naturalmente. Para usu�rios de IE, o erro 404 � substitu�do pela janela de uma m�quina de busca da M$, que se oferece para procurar outra coisa. Pr�tico, dir�o voc�s. Assustador, digo eu. ...$c@Ry... ...cRe&pY...Juro: j� estou come�ando a ter arrepios cada vez que tento fazer alguma coisa distra�da, me virar casualmente para o lado ou respirar mais fundo. Um dos efeitos colaterais desta homogeneiza��o universal, desta microsoftiza��o planet�ria, � a morte da fabulosa biodiversidade que habitava as p�ginas de erro, e que, �s vezes, nos oferecia deliciosas limonadas extra�das do amargo lim�o do desencontro (ha!). Para ter uma id�ia do que estou falando, clique aqui. Adendo, no dia 6.09, �s 22h25: Lembrei, afinal, de onde li a mat�ria. Foi na CNET. Adendo, no dia 8.09, �s 21h39: �, mas a CNET leu aqui! 03:24
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Li��o de coisasNem sempre o que � mais novo � melhor. Esta frase -- altamente reconfortante para senhoras da minha provecta idade -- � perfeita em rela��o a programas que est�o na mira do Grande Irm�o. Leia-se, sobretudo, softwares que, de uma ou de outra forma, transportam e/ou embalam a chamada "produ��o intelectual", e esbarram, conseq�entemente, em leis de direito autoral elaboradas no Pleistoceno, recentemente ajustadas � arrogante gan�ncia das mega-corpora��es americanas. Muitos de n�s j� passamos pelo desgosto de trocar a vers�o perfeitamente boa de um programa por uma nova, "aprimorada", que acaba n�o funcionando direito, ou n�o funcionando de todo -- mas, quando chegamos a descobrir isso, � tarde, e a vers�o legal (no bom sentido) j� era. Chato? Demais. Triste? Nem tanto: este blues tem cura. Ela est� no Old Version, site onde uma criatura do bem mant�m 59 diferentes vers�es de doze programas estrat�gicos, do Adobe Acrobat ao Zone Alarm. 02:41
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Isso � tudo o que eu tenho a dizer: 00:28
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5.9.01
Ador�veis argentinos Este cartaz est� espalhado pelas calles de Buenos Aires. O que eu gosto de ver � como eles s�o carinhosos com a gente. Isso, claro, pra n�o falar na sua tradicional eleg�ncia e sutileza. (Valeu, Cl�udia!)16:33
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HP/Compaq: big deal...N�o � � toa que estou cansada do caso HP/Compaq: mal comparando, � o seq�estro do SS da imprensa especializada em neg�cios. O WSJ montou um dossi� especial em tempo recorde. 15:57
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Made in casaEsqueceu o folheto do CD no taxi? O cachorro comeu o estojo do DVD? Seu irm�o pequeno acabou com aquele CD b�rbaro que voc� ganhou no outro dia? No problema. A internet �, como o mundo, um lugar vasto e variado, onde, sabendo-se procurar, tudo se acha. Essas pequenas mis�rias da vida digital j� t�m solu��o. � s� clicar em CDcovers, achar a capinha perdida do CD ou do DVD favorito, fazer download e imprimir em casa. Fica uma beleza. Neste util�ssimo banco de imagens, h� ainda etiquetas e capas para uma infinidade de videogames. Antes que algu�m pense mal dos intuitos das almas abnegadas que suprem o estoque, informo: um dos patrocinadores do generoso s�tio � a Looney Tunes, que tamb�m merece uma visita. L� h� bons desenhos animados, pap�is de parede simp�ticos e screen savers lindinhos. Eu estou usando um deles. Do Frajola, claro. 06:56
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Eu disse que voltava ao assunto HP/Compaq mas mudei de id�ia: me deu uma pregui�a... 04:19
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Mais um v�rus: haja saco!Aten��o: se voc� � usu�rio de Outlook, ponha as barbas de molho. A McAfee acaba de informar que h� um novo v�rus (melhor dizendo, um worm) comendo solto na pra�a. � o W32/APost@mm ("APost" ou "New Backdoor"), que apareceu nas �ltimas 24hs. Para variar, os e-mails infectados chegar�o aos destinat�rios, provavelmente, atrav�s de endere�os conhecidos, j� que o esquema � mais ou menos semelhante ao dos �ltimos worms que andaram por a�. Por enquanto apenas em ingl�s, ele tem as seguintes caracter�sticas: Subject: As per your request! Body: Please find attached file for your review. I look forward to hear from you again very soon. Thank you. Attachment: README.EXESe o attach � aberto, o worm pula pro diret�rio do Windows e manda um filhote pra cada endere�o registrado no Outlook. Em seguida exibe uma caixa de di�logo dizendo "Urgent!", em que h� um �nico bot�o, "Open". � ao clicar nele que o inocente usu�rio detona as mensagens contaminadas para todos os seus amigos, conhecidos e afins. Cumprida essa tarefa mals�, o W32/APost@mm gera uma msg de erro onde se l� "WinZip SelfExtractor: Warning"... e pronto. Maiores informa��es aqui. Ta�. � por essas (e muitas, mas muitas outras) que eu uso Eudora. 04:15
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Primeira li��o de inform�tica: software � aquilo que voc� xinga, hardware � aquilo que voc� chutaRoubei esta frase maravilhosa do �AtaRrO vE�De, o campe�o de audi�ncia (acho: n�o � n�o? se n�o �, devia ser) dos BRogs (oops: n�o resisti) -- aquele, que � melhor visualizado por quem n�o � cego... Confiram! 02:03
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Um repeteco do que escrevi na semana passada, para que voc�s n�o percam a oportunidade: Hoje tem!Acabo de assistir ao show do Dussek e, sinceramente, s� tenho uma palavra para definir o espet�culo: maravilhoso. O Mill�r foi ainda mais enf�tico: "Perfeito!". O Chico e a Eliana (Caruso) n�o disseram nada ou, por outra, diziam tudo -- mas mais eloq�ente do que qualquer coisa que tenham dito � o fato de j� terem assistido tr�s vezes ao show. O Lan saiu maravilhado. E eu, com certeza, ainda volto l�, at� porque h� tempos n�o ria tanto. O Dussek, que toca bem, interpreta melhor e tem um timing de com�dia afinad�ssimo, faz um espet�culo inteligente, e delicioso de assistir. N�o percam! Teatro de Arena, Rua Siqueira Campos 143, Copacabana. Tel: 2235-5348. Ter�as e quartas, �s 21h. R$ 25,00Voltando ao dia de hoje, 5 de setembro: vale dizer que, desde ent�o, o disco dele, que comprei depois do show, tem sido a trilha sonora daqui de casa. As minhas favoritas: Querido Ad�o e Adeus Batucada; mas todas as faixas s�o 10, e j� est�o devidamente inseridas no contexto. Em tempo: Contexto � o nome do disco r�gido desta m�quina, que est� com o melhor som. O da outra, antes que algu�m pergunte, � Write in C. 00:28
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4.9.01
Poderosa Fiorina, ou Compaqtando a HPCarly Fiorina, CEO da HP e certamente a mulher de maior cacife no mundo da tecnologia, acaba de confirmar numa coletiva, em Nova York, que a HP est� mesmo comprando a Compaq, numa opera��o que envolve US$ 25 bilh�es de d�lares. A nova companhia vai se chamar HP (de... Hewlett-Packard, ora essa!), e vai ser dirigida por Fiorina. Mike Capellas, CEO da j�-quase-ex-Compaq, vira presidente da HP (ou seja, aquele cara que vai ficar conspirando para detonar a Forina l� de cima). Mais do que compra, por�m, o que h� mesmo nessa hist�ria � mais uma das tantas (con)fus�es a que o mercado tem assistido nos �ltimos tempos: duas empresas debilitadas, que j� foram l�deres das suas respectivas �reas, unindo for�as para tentar economizar algum e enfrentar as vacas magras (e loucas) da crise. A economia come�a, � claro, por onde sabemos todos: pelos b�pedes. Dez por cento do total de 158 mil pessoas empregadas pelas duas empresas no mundo todo dan�am, de pesquisadores da pesada a faxineiros, passando por engenheiros, designers e flanelinhas. Quer dizer: mais uns 15 mil desempregados para fazer companhia aos outros 15 mil da semana passada, dispensados pela Hitachi. E mais os 3.700 da AOL, os 2.500 da Alcatel... etcetera, etcetera, etcetera. (Eu volto a este assunto ainda hoje, mas agora vou aproveitar a carona do Marcelinho para ir pra casa).19:22
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O Rio de Janeiro continua lindo N�o, meninos, sinto desapont�-los, mas eu n�o passo o dia inteiro no computador... Vamos combinar que isso � imposs�vel numa cidade como o Rio, certo? Hoje de tarde n�o resisti, atravessei a rua e fui dar uma volta na Lagoa, que estava simplesmente deslumbrante. O inverno est� um pouco caliente demais para o meu gosto, mas a minha esperan�a � que neve bastante no ver�o. (CoraCam)
02:47
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3.9.01
Progresso tecnol�gico Havia antigamente (1994) um �timo site na web: O Grande Bot�o Vermelho Que N�o Faz Nada (ou um nome que o valha). Ele era, naturalmente, um grande bot�o vermelho que n�o fazia nada. A gente ia l� (a 14.400kbps, n�o se esque�am), clicava e... n�o acontecia nada! Foi um sucesso estrondoso de p�blico, embora a cr�tica tenha sido menos generosa: li muitos ataques �quela fant�stica id�ia, como se fosse um crime de lesa-web conspurcar a rede com tal bobagem (mal sabiam...). Depois dos gifs animados e do flash, por�m, o GBVQNFN sumiu do mapa. Em compensa��o, uns parentes seus est�o atacando com for�a total. S�o as bolhinhas de pl�stico virtuais. Como explicar? Hmmm... sabe aquelas folhas de pl�stico com bolhas de ar que se usam para embrulhar objetos quebradi�os? E que a gente fica estourando, bolha por bolha, s� para ouvir o ploc-ploc enjoado e ter o gostinho de matar o tempo de uma forma idiota? Pois �...! Essas a�. Est�o online, aqui. O que significa que agora podemos, todos, matar o tempo de forma absolutamente idiota. � porisso que eu amo tecnologia. 19:23
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T� explicado!Pronto, pessoal, ta� a explica��o cient�fica pra aquele desconcertante fen�meno s�cio-zool�gico chamado pit-boy: "Para dizer a verdade, eu nunca amei mulher nenhuma. Eu gosto delas, � diferente. Porque amor � uma fraqueza e eu n�o tenho fraquezas. O amor � sexo, e sexo para mim � uma necessidade que voc� usa para procriar, nunca tive uma namorada que quisesse ir adiante e n�o quisesse ter filho. Eu sempre perguntava, 'Voc� gosta de crian�a? Voc� quer ter filho?'. Se ela dissesse n�o, n�o tinha sexo." O fil�sofo por tr�s deste racioc�nio no m�nimo bizarro � H�lio Gracie, guia espiritual da categoria. (Este trecho foi clipado da revista Trip pelo Nilson Junior.)06:39
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Eu tenho um blog, e voc�?Coluna desta segunda do Inform�tica etc.No s�bado de madrugada, depois de dar comida para a Fam�lia Gato e de checar a mailbox, resolvi fazer um blog. Duas horas depois, ele estava no ar. Por que demorou tanto? Ora, porque eu sou fresca e levei horas escolhendo um bom formato e fazendo nele as modifica��es que me pareceram necess�rias. O qu�? Voc� n�o sabe o que � um blog? Voc� n�o tem crian�as e adolescentes em casa? Ah, bom. Ent�o explico. Um blog � uma esp�cie de di�rio online, e � uma aut�ntica febre coletiva. Todo mundo tem blog. Algumas pessoas t�m at� blogs coletivos, onde trocam id�ias e comentam os escritos uns dos outros. O segredo do blog � palavra derivada de weblog, di�rio web � � a simplicidade. Um blog � uma p�gina web como outra qualquer, mas fac�lima de criar e manter atualizada. Existem websites especializados na cria��o de blogs e outros na sua hospedagem; e j� existem at� c�pias descaradas de uns e de outros. Para fazer o meu blog, optei pelos cl�ssicos da modalidade. Fui ao Blogger , me registrei com um m�nimo de informa��es, e optei por manter o meu beb� hospedado no Blogspot, irm�o do Blogger. Tudo isso o usu�rio faz em poucos minutos. O mais dif�cil, neste ponto da cria��o, � encontrar um t�tulo legal e um modelo gr�fico bonito. Chamei o meu blog de InternETC., quase o t�tulo da �ltima p�gina do caderninho, mas com uma diferen�a sutil e importante: internETC. � apenas a palavra �internet�... com um �C� (de Cora) a mais. Bacaninha, n�? E a� come�a a parte realmente dif�cil da hist�ria: o conte�do. Nisso, o blogueiro adolescente que registra as desditas da sua vida amorosa enfrenta a mesma parada das grandes empresas de m�dia. Sem bom conte�do, n�o h� comunica��o. Nada � ortodoxo no mundo blog, evidentemente, mas recomenda-se ter uma linha b�sica de atua��o (at� para se fugir dela). Eu optei por dar ao meu blog um car�ter hi-tech � voc�s v�o encontrar as notinhas que escrevo diariamente para o Globonews, esta coluna e uma ou outra coisa que me passe pela cabe�a ou pela mailbox. Na edi��o de sexta-feira, por exemplo, inclui um trecho de correspond�ncia trocada entre a Cristina De Luca e o Carlos Afonso, e um link para a sensacional reportagem do Pedro Doria, publicada com o devido destaque pelo no. Mas j� falei do show do Dussek, que � imperd�vel, da Barbie, e dos peixes da Lagoa. Vale tudo. E, como � fac�limo trabalhar com o Blogger, o internETC. est� sendo atualizado v�rias vezes por dia.
Por incr�vel que pare�a, este blog � a primeira home-page que tenho, apesar de estar h� tantos anos na internet. � que nunca achei gra�a em ter uma p�gina est�tica, ou simplesmente de arquivo, e fazer o que fa�o com o blog, que � anotar coisas daqui e dali, seria chato de fazer com uma home-page �normal�.
Quanto aos gatos, continuam, como sempre, na sua home-page habitual, em go.to/gatos.
06:07
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Um clique, por caridadeO site da fome, lembram? aquele em que os cliques dos usu�rios significavam pratos de comida para os fam�licos da Terra, foi vitimado, h� cerca de um m�s, pelo inferno zodiacal da Nasdaq. Resultado: milhares de internautas caridosos que gostariam de resolver os problemas do mundo a cliques de mouse ficaram desorientados, zapeando a torto e a direito em sites sem consci�ncia social. Pois eu tenho uma boa not�cia: ele acaba de ser comprado dos antigos propriet�rios e est� de volta. Tim Kunin e Greg Hesterberg, co-propriet�rios do EcologyFund.com, s�o os novos donos do site que, lan�ado em junho de 1999, recebeu mais de 150 milh�es de visitas e patrocinou a compra e distribui��o de 250 milh�es de tijelas de cereais. Fa�a a sua boa a��o do dia clicando aqui. 05:38
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A primeira a gente nunca esquece... (Foto: cortesia involunt�ria da AP)Ta�: a vida est� cheia de experi�ncias interessantes! Ontem � noite, como o Mill�r n�o queria perder por nada o duelo Guga x Mirnyi no US Open, acabei descobrindo que assistir a um jogo de t�nis pode ser at� bem divertido. Foi a primeira vez na vida em que assisti a uma partida inteira e achei: 1) o Guga muito engra�adinho; 2) o Mirnyi t�o expressivo quanto uma batedeira, embora as batedeiras sejam mais delicadas; 3) o jogo demorado demais; 4) a m�e do Guga um barato; 5) as propagandas dos intervalos da PSN muito boas: IBM, Motorola, Banco do Brasil, Peugeot... todas �timas. Mill�r j� me explicou que, em geral, os jogos n�o costumam demorar tanto assim; mas que esta partida foi, sob todos os aspectos, excepcional. Gostei! Quando conseguir entender o lance dos sets e daquela marca��o de pontos, ent�o, vou gostar mais ainda. Me aguardem. 04:34
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2.9.01
Uma �tima an�lise do caso governo/M$"O governo errou, mais especificamente, os minist�rios das Comunica��es e da Educa��o erraram ao desenhar o edital para conex�o das escolas p�blicas de segundo grau � internet com recursos do Fust. Ao inv�s de definirem os servi�os e as fun��es desejadas e permitir que fossem apresentadas propostas tecnol�gicas alternativas, fechou um pacote Microsoft, direcionou e encareceu a compra. Mas antes de tudo escolheu uma via pior, educacional, cient�fica, financeira e socialmente". Quem escreve essas s�bias (como sempre) palavras � S�rgio Abranches, em excelente artigo no no. 20:31
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Minha vingan�a sar� maligna!Confesso: n�o resisti � tenta��o e acabei usando o Spam Devil, aquela terr�vel ferramenta de vingan�a contra spams de que falei no outro dia (a notinha ainda est� a� para baixo, em algum lugar). A id�ia � boa demais! Pega-se o e-mail do spammer, d�-se-o � inteligente ferramenta, e z�s!, ele � prontamente inscrito em mais de 150 listas. Sei que este � um p�ssimo comportamento para o internauta civilizado, mas �s vezes a irrita��o ultrapassa os limites bem-educados dos protestos aos sites anti-spam. Submeti a este tratamento cruel meia d�zia dos piores spams, aqueles que t�m o descaramento de se auto-proclamarem n�o-spams "de acordo com o decreto tal e tal", uma hipocrisia que me deixa realmente passada. Para ver o que aconteceria com as v�timas, criei uma conta zero quil�metro no Hotmail em nome de um dos meus gatos (a Keaton; ela n�o se importa, n�o � de muito papo) e mandei bala. Bom. Em menos de meia hora, chegaram � conta 196 mensagens pedindo confirma��o de inscri��o. Uma beleza! Muuuuuito lixo! Depois, acabou: nos dois dias seguintes chegaram apenas cinco spams, um deles certamente ainda procedente da arma��o do Spam Devil. Os outros n�o sei. Mas, s� entre n�s, juro que gostei da coisa. He he he. 07:29
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1.9.01
Fim de semana 23:55
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Murro em ponta de faca� impressionante que, a essa altura do campeonato, em pleno Terceiro Mil�nio, a quest�o dos direitos autorais ainda esteja sendo decidida a porretadas judiciais e sistemas de criptografia. A Justi�a ainda n�o desenvolveu, em lugar algum do mundo, a agilidade necess�ria para lidar com quest�es tecnol�gicas; e os sistemas de criptografia... bem, a gente sabe o quanto valem. Inventem um cadeado, e logo algu�m tratar� de inventar uma chave. � simples assim. Depois da quebra do Acrobat Reader pela galera da Elcom (que levou � pris�o o programador russo Dmitry Sklyarov), agora � a vez do Reader. Segundo a Technology Review, do MIT, um programador que n�o quer ser identificado (por que ser�, n�?) conseguiu quebrar o sistema "super seguro" da Micro$oft. Para qualquer pessoa com um m�nimo de viv�ncia na �rea, isso n�o � novidade alguma. Quem quer software pirata consegue. Os �nicos prejudicados pelos sistemas de "prote��o" s�o mesmo os usu�rios tementes a Deus e � dura, que os compram -- e, como recompensa, ficam ref�ns dos caprichos das produtoras. 05:06
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