13.2.09

Vã filosofia

Estou muito perturbada com o caso da brasileira atacada na Suiça.

Assim que soube do caso, fui tomada por um horror indescritível, agravado pelo fato de ter uma futura mãezinha de gêmeos em casa.

Agora, leio que a polícia suiça afirma que a moça não estava grávida.

Como assim?

Gravidez e aborto recente não se podem disfarçar, clinicamente falando. Isso não é rocket science; qualquer médico constata as duas condições com um simples exame físico, em questão de minutos.

Não consigo imaginar uma pessoa, em sã consciência, mutilando-se a si mesma e inventando uma história tão terrível.

Por outro lado, por maior bronca que tenha dos suiços -- e tenho, das grandes -- também é difícil acreditar que a polícia correria o risco de mentir num caso que, a essa altura, ganhou repercussão mundial.

Há algo de muito estranho nisso tudo.

Update: Num novo post, o Noblat faz algumas das perguntas que eu me faço.
"Paula pode ter estado grávida, perdido as gêmas antes da suposta agressão e se autoflagelado?

Em tese, sim. Mas ainda não foram apresentadas provas de que isso aconteceu.

Os médicos que a socorreram na noite de domingo podem comprovar se ela chegou ao hospital perdendo sangue.

É de se imaginar que a polícia examinou o banheiro da estação onde ela foi encontrada. É fácil para os médicos provarem que ela nunca esteve grávida.

Dizer que ela hoje não está grávida, ou que não estava ontem, ou anteontem, não significa que ela não estivesse grávida na noite do domingo. Ou antes disso.

Há casos de mulheres que abortam e que se autoflagelam depois. Mas por que Paula retalharia nas duas coxas e na barriga a sigla do partido de ultradireita que governa a Suiça?

Logo ela que estava pronta para casar com um suíço e continuar morando na Suíça?

Logo ela que tem o emprego estável e bem-remunerado de advogada em Zurique da empresa dinamarquesa A P Moeller/Maersk, líder mundial em transporte de contêineres?

Paula trabalhou para a Maersk em São Paulo. Convidada pela empresa, mudou-se para a Suíça.

Uma pessoa descontrolada emocionalmente, a ponto de retalhar o próprio corpo, seria capaz de desenhar com um estilete a sigla de um partido político nas coxas e na barriga só para conferir credibilidade à história de que fora atacada por três neonazistas?"

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