O trailer prometia: era esquisito, diferente e não destituído de senso de humor. O começo do filme é bom, tem tiradas divertidas, uma espécie de Jacques Tati ajourné, em torno da vida de um casal de professores primários cujo hobby é ganhar campeonatos de dança de salão.
Um dia, um suicida que não consegue se matar na linha do trem pára em frente ao carro deles. Escapa sem um arranhão, é claro, mas ela perde uma perna e ele perde a memória. O tema é arriscado demais para uma comédia, mas, realizado com extrema competência, poderia até funcionar.
Não é o caso.
Apesar do tom de farsa, que serve para lembrar que tudo é de mentirinha, o desastre faz outras vítimas além do casal de dançarinhos: o roteirista, o diretor, os atores e, last but not least, o público, coitado, que ainda por cima pagou para ver essa piada de péssimo gosto.
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