Ubuntu & cia
Conversas no blogtequim
Foi assim: o Cat escreveu uma comovente declaração de amor ao Ubuntu, que transcrevi no blog, dando origem a um ótimo bate-papo entre os leitores. Trechos:
Marcela: Eu tenho o openSUSE, estou satisfeita. Velhos tempos das estações SUN! Lembro que eu tinha uma conta e chamava os amigos pra acessarem a internet lá na PUC. Era a grande novidade.
Claudio: Algumas pessoas sabem falar chinês tão bonito que a gente acompanha com gosto, do começo ao fim, e até sente que foi capaz de captar alguma coisa. O Cat é uma dessas pessoas: escreve chinês tão bem que, só de correr os olhos pelo texto, a gente sai com a sensação de que está carregando um conhecimento a mais. Esse texto, especificamente, parece filme do Kurosawa legendado em chinês: bonito pra caramba!
Marcia: Meu Linux favorito é o Scientific Linux . Ele também pode ser instalado e rodar de um HD e é uma versão mais para cientistas do Red Hat Enterprise desenvolvida pelo pessoal do Cern. Ele é super user friendly e a tela no KDE lembra muito a tela do XP. Ele se auto instala facilmente em qq máquina e reconhece tudo, até meu iPod Touch... É digrátis, e os upgrades são feitos pelo pessoal do Cern.
MoniKR: Acho q não entendi nada. Ubuntu é uma revista ou uma alternativa para o Linux, Apple e Microsoft? Sou feito o Claudio, não falo nada de chinês...
Tom: MoniKR, para um computador funcionar, ele precisa de um Sistema Operacional (Operational System = OS), o programa-mestre no qual instalamos os aplicativos, programas que realizam tarefas, como o Word (para escrever), o Firefox (para passear na Internet), o Picasa (para gerenciar imagens), ou o Photoshop (para manipular imagens). Existem, basicamente, três “famílias” de Sistema Operacional: MS Windows, MacOS (para os computadores Apple/Mac) e Linux. O “Word for Windows” não se instala no MacOS, nem no Linux. Um aplicativo tem que ser escrito para o OS no qual iremos instalá-lo.
Tanto o Windows como o MacOS são pagos. Por esse motivo, “correndo por fora”, surgiu o Linux em diversos “sabores”, chamados “distros” (de distribuição). Tudo digrátis. Cada OS tem suas características. Eu, por exemplo, sou um idiota completo diante de um Mac: cadê o Botão Iniciar? Cadê a Barra de Tarefas? Onde vejo os aplicativos que estão rodando, mas minimizados? Cadê o menu com o botão direito do mouse? Tô perdidaço, pois eu 'falo' Windows. Como o Linux procura ser uma alternativa gratuita para o Windows, algumas das distros seguem a mesma “linguagem” da Interface Gráfica do Windows. O Ubuntu é ligeiramente diferente (o Botão Iniciar e a Barra de Tarefas, por exemplo, estão no topo da tela), mas é fácil de aprender. É possível hoje em dia fazer quase tudo que se faz no Windows, num computador rodando Linux.
Gin: Tom, vc é o máximo!!! Entendi tudo. Só não saquei se é possível instalar na mesma máquina que tem o Vista (rsrsrs) Premium (*tosse*) por quem não sabe como fazer partição de HD ou somente numa máquina 0-bala. Thanks!
Tom: Gin, vc pode fazer um test-drive com qqr distro Linux que seja LiveCD. O Linux roda do CD sem instalar nada na máquina. Se vc gostar de uma distro, pode instalar numa partição própria do HD. Depois de instalado, na hora do boot, aparece um menu de opções, onde vc escolhe se quer dar boot pelo Windows, ou pelo Linux. Isso já requer algum conhecimento, como criar uma nova partição no HD. Existe um freeware excelente para isso, o Easeus Partition Manager.
Jaq: Pessoas, vcs estão falando grego para mim, sou totalmente analfabeta nessa coisa toda!!!
Gobbo: Console-se, Jaq, podia ser pior. Imagine que os troianos tivessem ganhado a guerra...
Cejunior: O que o Tom e o Cat quiseram dizer, de maneira bem resumida, é que o Ubuntu, apesar do nome estranho, poderá ser o sistema operacional do futuro. Tenho minhas dúvidas, ainda acho que o Google vai vir com alguma coisa completamente diferente por aí e, como sempre, “digrátis”. Mas eu não invisto um só centavo em qualquer produto da Microsoft ou da Apple. Na minha opinião, o modelo de sistema fechado está tão acabado quanto os CDs de música.
Claudio: Viu? Quanta gente falando chinês fluente e se entendendo? Nessas horas, eu, analfabeto em todas as línguas — e semi na de Caetano — gosto de não ser surdo digital e poder ao menos “ouvir” o burburinho, bebendo uma palavra ou outra. Um dia eu chego lá. Os chineses que me aguardem! Sentados, claro, pra não cansar.
Cejunior: Tom, eu me lembrei que tenho um computador morto-vivo no Rio. Estou aqui pensando se não vale a pena ressucitar o bicho e fazer um teste com uma dessas distros.
Tom: Cejunior, faça o download da ISO e grave disquinhos (veja as instruções do programa de gravar) LiveCD e dê o boot com eles, para o test-drive. Sugiro Ubuntu, Kurumin, gOS ou DSL (Damn Small Linux). Com isso, vc terá um computador renascido, e poderá chamá-lo de Lazarus...
(O Globo, Revista Digital, 2.2.2009)
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