25.3.03



Durma-se com um barulho desses

Quando a gente trabalha em editoria de informática, acaba esquecendo que existe uma coisa chamada carta -- escrita em papel, postada na agência de correios mais próxima. No Segundo Caderno, nem todos os leitores são conectados à rede, e às vezes chegam, ainda, cartas à redação.

Esta é uma delas: veio na semana passada, mas eu não tive tempo de digitar. Agora acabei instalando a nova versão do OmniPage Pro -- que está ótima, por sinal -- só para postá-la aqui.
"Senhores editores

Achei lamentável e profundamente hipócrita o artigo de Cora Rónai dando guarida aos argumentos facciosos do hippie John Perry Barlow, comparando a tragédia do World Trade Center ao incêndio do Reichstag. É sabido que noventa por cento da mídia brasileira é marxista e anti-americana, como a própria Cora. Com exceção do pobre Olavo Carvalho, ninguém defende aqui os pontos de vista da economia de mercado. Não há direita no Brasil, nem nas eleições nem nos partidos políticos. Até ACM e Zé Sarney, estas raposas tradicionais, viraram caudatários do Lula. Até os socialites lularam, como acaba de proclamar Hildegarde Angel. Então, que história é essa de que a opinião pública está dormindo, anestesiada pelo pensamento americano? Muito pelo contrário. Graças à nossa imprensa fanaticamente esquerdista a opinião pública brasileira virou anti-americana fanática, pronta para defender qualquer Saddam Hussein assassino que apareça contra os Estados Unidos. Nem na Rússia Soviética existiu um jornalão tão parcial, tão comuna como O Globo de hoje. Até nas cartas dos leitores o patrulhamento é pior do que nos tempos da KGB. Valha-nos Deus.

Saudações

Maria Azevedo"
Esta carta é autêntica. Juro: eu não tenho talento para inventar um texto desses.

Agradeço, de coração, à dona Maria, que se lembrou de nos distrair um pouco, nos afastando da televisão e do computador.

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