17.3.03



Cut & Paste

Não resisti, e roubei este excelente post da Elis:
Que civilidade? Que moral?

Cena 1: a pária namorada de um certo rapaz muito do esperto é traída em cadeia nacional de televisão.
Cena 2: Os babacas aqui assistem a tudo isso, em vez de estarem lendo coisas boas ou vendo filmes edificantes.
Cena 3: a outra "namorada" dele é expulsa do programa do qual participava. Ele exulta, feliz por ter vencido a "amada".
Cena 4: a outra "namorada" chega no local onde um monte de párias esperam o momento de recepcioná-la.
Cena 5: a pária namorada "oficial", vestida com uma camiseta na qual se lê "eu te amo, Fulano", vai abraçar a "outra", com quem seu namorado, aquele com quem divide problemas e alegrias, passou quase dois meses se agarrando em cadeia nacional de televisão;
Cena 6: as duas se abraçam, como velhas conhecidas
Cena 7: o apresentador do programa grita "QUE CIVILIZAÇÃO!!!"
Cena 8: os párias aqui continuam vendo isso...

Moral da história: caro Bial, não é civilização, ou civilidade, ou cordialidade. Isso se chama abominação. Agora, respondam: vocês venderiam seus namorados, amigos, amantes, parentes, por R$ 500 mil? Venderiam sua dignidade, em cadeia nacional de televisão?

Que mundo é esse em que a fidelidade, aquela pura e cristalina, gerada por um sentimento maior que a ganância ou a possessão, deixou de ser natural e se tornou objeto de compra e venda?

Que mundo é esse em que se estimula o jogo sujo, em nome de uma suposta fama e de um dinheiro que nasceu de relacionamentos falidos, sujeiras nacionais, sacanagem explícita?

Tenho dó de você, Bial, por deixar que as pessoas pensem que vender umas às outras é natural.

Tenho dó da nossa sociedade, que perde seu tempo assistindo a monstruosidades desse tipo.

Tenho dó daqueles que passam a ver em atitudes como essas tendências de comportamento.

Assino embaixo.

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