2.1.06



A fala de um tremendo cara de pau

Do blog do Noblat:
Resumo da entrevista de Lula divulgada há pouco pelo programa Fantástico da Rede Globo: não sabia, jamais soube da lambança estrelada por nosso Delúbio, até porque se tivesse sabido ela jamais ocorreria.

Tudo de incômodo não foi causado por ele, não foi com ele, não é com ele. Não leu os relatórios parciais das CPIs porque não é tarefa do presidente da República ler relatórios parciais - só os definitivos.

E mesmo assim, sem deixar de levar em conta que mesmo esses terão de ser "cientificamente" comprovados mais tarde pela polícia e pela Justiça.

Donde não pode o presidente emitir opiniões a respeito de nada até que a Justiça puna os culpados e absolva os inocentes.

Não, ele não disse que levaria o ex-deputado José Dirceu para seu palanque de candidato a um novo mandato - perguntaram se ele levaria. E ele apenas respondeu que levaria...

É fato que sempre foi contra a reeleição, assim como sempre foi a favor de um mandato presidencial de cinco anos - mas o jornalista Pedro Bial esqueceu de perguntar por que ele não propôs ao Congresso acabar com a reeleição e criar o tal mandato.

E como Bial não perguntou, Lula não respondeu.

Mentiu quando disse que o governo jamais criou obstáculos para as CPIs (aposta que vire verdade a mentira tantas vezes repetida).

E se contradisse quando afirmou que o PT e o governo puninaram com o afastamento dos seus cargos gente como Delúbio, Sílvio Pereira e até Dirceu - para mais adiante dizer que a culpa de Dirceu não foi provada.

Então por que ele foi despachado do governo?

Elementar: porque era preciso entregar uma cabeça coroada para tentar poupar a cabeça presidencial. Deu certo.

Cometeu platitudes, como de hábito: "Se tem 10 ou 20 dirigentes que erraram, não se pode dizer que todo o partido errou".

Para em seguida emendar: "O PT (ele, não) cometeu um erro incomensurável, de difícil reparação".

A certa altura, para se defender alegou uma "lista de dias de vida de comportamento", esquecendo de qualificar o tipo de comportamento que adotou por ocasião da referida lista de dias.

Lula aposta na fragilidade da memória coletiva e na ignorância de parcela expressiva da população contemplada com os programas assistencialistas do seu governo.

Pode ser o suficiente para assegurar a vaga dele no segundo turno da eleição presidencial de outubro - mas não será para lhe assegurar um novo mandato. (Ricardo Noblat)

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