Dois perdidos numa noite suja
Há muito tempo eu não via uma entrevista tão surrealista e, vamos usar a palavra certa, desrespeitosa, quanto a do deputado Roberto Jefferson ao Jô, ontem à noite.Desrespeitosa não com o nobre deputado, mas conosco, idiotas que sustentamos o governo, achamos que política talvez seja uma coisa séria, pagamos o salário dos parlamentares e, last but not least, assistimos ao Jô.
Roberto Jefferson é, indiscutivelmente, o personagem do momento. Por causa de suas declarações, o governo está vindo abaixo e o país está paralisado. Seria de se esperar dele um mínimo de compostura, e do Jô um mínimo de profissionalismo e respeito com o momento político, bem como com o espaço privilegiado que ocupa na televisão.
Em vez disso, sobre o que ficaram conversando os dois compadres, às gargalhadas, a maior parte do tempo?
Sobre as dificuldades enfrentadas pelos gordos nos banheiros de avião.
Francamente.
A chanchada terminou com o deputado cantando -- extremamente mal, diga-se -- o seu hit do momento.
Lupicínio não merecia isso, nós não merecíamos isso e o Brasil, apesar dos pesares, também não merecia.
Enquanto isso, em outro canal, o senador Eduardo Suplicy entregava prêmio Multishow tentando se enturmar com o Marcelo D2, que deu-lhe um corta.
Agiu bem; alguém tem que manter a dignidade, caramba!
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