Capturado no Noblat

Era o último post, peguei antes de ir pros arquivos:

A ex-juíza e deputada Denise Frossard (PPS-RJ) acuou Renilda sem perder a elegância:

-- A senhora está aqui porque é sócia de Marcos Valério, só por isso. E devo reconhecer que a senhora é mais brilhante, perspicaz e articulada do que ele. Suas empresas teriam sido melhor administradas se tivessem sido entregues à senhora. Eu até balancei, quase acreditando no que a senhora está dizendo. Seu depoimento parece verdadeiro, mas não é.

Fez um intervalo e continuou:

-- É impossível que a senhora não conversasse com seu marido. Não se desse conta do crescimento da riqueza de vocês -- a compra do primeiro carro importado, do primeiro cavalo... Nunca lhe ocorreu conversar com ele sobre a evolução de suas empresas? Ali, na intimidade, na cama?

E disparou:

-- A prova aqui produzida cairá no colo de um juiz. E o que está sendo provado até agora é que suas empresas e do seu marido são uma grande lavanderia. Isso me aflige, dona Renilda. A melhor defesa é a verdade. A senhora tem consciência de que lá fora, mais tarde, lhe espera um juiz criminal? Tem consciência da extensão disso?

E Renilda respondeu que sim, que tinha consciência. E voltou a repetir que não sabia de nada, que seu marido cuidava de tudo, etc e tal.

Faz bem a juíza em lembrar a essa gente que, em tese, há uma Justiça lá fora. E, acho eu, de lembrar também à população, já cheia do blá-blá-blá de uma CPI que, como tantas outras, cada vez mais vai tomando uma forma circular, achatada e extremamente familiar.