Vale!
São três e meia da manhã e, pelo balcãozinho aberto, chegam os sons da rua: um pouco de música, barulho de carros, umas conversas. Há dez minutos, eu estava com o Lu e a Mayra num ônibus lotado, mas realmente lotado, voltando do restaurante.Foi uma noite ótima e muito divertida. O Lu trouxe o Gilson Martins, que está de passagem pela cidade. O engraçado é que eu venho pensando nele direto, porque a bolsa que mais tenho usado aqui é uma bolsinha vermelha que ele fez para o Fashion Rio, há coisa de um ano.
Já a Mayra trouxe o Kris, marido dela e meu dinamarquês favorito -- que, por sua vez, trouxe uns conterrâneos grandões como ele.
Fomos todos ao Rey de la Gamba, a conselho do Ribondi, em cuja homenagem comemos o famoso pão com tomate recomendado também pelo Paulinho. Bom conselho, meninos, gracias: é delicioso!
Comemos também otras coisitas más, de bolinhos de bacalhau a excelente presunto, passando por paellas e pelas ditas gambas: hmmmmmm...
Barcelona, para mim, está sendo o oposto de Veneza. Lá, eu estava inteiramente solta e contemplativa, sem horários, desligada de tudo. Aqui, há mil coisas acontecendo, muitas opções, muita gente, jornais, revistas, informação por todos os lados.
A correria é tão grande que, pela primeira vez, me pego num quarto horrendamente bagunçado: não sou neurótica com arrumação, mas sempre trato de deixar tudo direitinho à minha volta. Antes de ir dormir ainda vou ter que dar jeito nisso.
O Sònar está sensacional. Além da música, tem ótimas atrações paralelas, como o encontro das micro-nações, isto é, aqueles paisinhos mais ou menos virtuais que só existem na internet -- ou, como Sealand, pouco mais que isso.
Sealand, aliás, dava aos visitantes a possibilidade de enviar um postal pelo seu sistema de correios. A brincadeira não é barata (2,6 euros) mas não resisti.
Prometo escrever mais sobre o Sònar; mas, antes, vou tentar dormir um pouco. Tenho uma agenda puxada amanhã, último dia da viagem. Entre outras coisas, um anoitecer apoteótico: mais de quatro mil músicos se apresentarão pelas esquinas e praças de Barcelona ao mesmo tempo.
Lá pelas oito, descerão as ruas em procissão e se encontrarão todos no Porto; neste momento, todas as embarcações atracadas vão apitar, todos os sinos das igrejas vão tocar e fogos de artifício riscarão os céus.
Aí eu volto pro hotel, pra fazer as malas e dar as minhas férias por encerradas.
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