Animação geral
O Anima Mundi deste ano está simplesmente imperdível. Em sua décima edição, o festival, que começou miudinho, virou um dos grandes acontecimentos culturais do Rio, uma festa de filmes divertidos, workshops da pesada e encontro de gente de diversas tribos, da turma da massinha (à la Fuga das Galinhas, um dos meus filmes prediletos) à galera da computação gráfica.
A cidade está cheia de feras da animação. Em duas passadas básicas pelo Odeon e pelo CCBB, estive com Peter Lord (um dos fundadores da Aardman e craque do stop motion), conversei com Robert Lurye (criador de dois ícones da cultura pop, o bebê dançante e os ursos da Coca-Cola) e assisti a pequenas obras-primas de deixar qualquer um de queixo caído.
Do que vi, o que mais gostei foi Creature Comforts, de Nick Park (da Aardman, para variar -- que, aliás, também fez a ilustração do cartaz deste ano), em que os bichos de um zoológico dão depoimentos sobre suas vidas enjauladas. O felino acima (que não consegui identificar), principal personagem da história, é brasileiro e reclama o tempo todo da falta de espaço e do horrendo clima inglês. Parece piadinha mas é, mais do que um comentário sobre os animais presos, uma pensata sobre as nossas vidas pacatas e bem comportadas. Muito bom!
Uma das coisas legais do Anima Mundi é que mesmo quem não mora no Rio ou em São Paulo (para onde o circo se transfere na semana que vem) pode participar. Muitos dos filmes estão disponíveis na AtomFilms, e há um concurso de animações em flash correndo paralelo na web, o Anima Mundi Web -- onde, além de ver o que o pessoal está fazendo, a gente ainda pode votar nos favoritos.
Dica: Robert Lurye, que adora o Brasil, já esteve aqui três vezes e agora passou as férias todas percorrendo o país, é um excelente fotógrafo: algumas das suas fotos brasileiras estão aqui.
Update: O Hiro fez um comentário que eu simplesmente tenho que trazer pra cá -- vá que alguém não consiga ou não queira abrir os comentários, e fica sem essa informação imprescindível:
"Apenas uma curiosidade : O puma (puma? existe puma brasileiro? :)) é dublado por um brasileiro. O mais bacana e que não é dito, é que na verdade todas estas vozes são depoimentos gravados em fita perguntando a estrangeiros e aos ingleses o que eles achavam da Inglaterra. Os animadores nao tem a menor ideia de como eram a cara dos entrevistados e animaram os personagens em cima destes depoimentos. No caso do puma, foi um estudante brasileiro residente em uma pequena cidade inglesa.
Perfeito!" [Hiro]
Lembro que este filme pode ser visto aí mesmo, na telinha do seu computador, na AtomFilms.
PS: Tom, você tinha que fazer um blog! Aliás, a Vania também. Como é, meninos? Animem-se!
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