8.11.08

Só para esclarecer

Não tenho mais paciência de ficar repetindo isso pelos comentários; fica, portanto, como post.


Eu sempre votei no Gabeira, até mesmo quando ele era do PT (isso não é necessariamente uma contradição ao fato de eu dizer que jamais votei no PT, porque o meu voto, como sempre, foi para a pessoa, e não para o partido).

Não, o Gabeira não seria a salvação da cidade; é possível até que nos desapontasse muito, do ponto de vista administrativo.

Mas seria uma grande novidade, e traria um senso de ética e de inteligência para a política local que se perdeu há muito. É por isso que eu digo que o Rio sairia da irrelevância em que se encontra: estaria dando exemplo de decência e de criatividade.

Não adianta os pró-Paes bradarem que o Cesar Maia o apoiava e que ele tinha o Luis Paulo de vice. A questão é que, desde o começo da sua carreira política, ele estabeleceu um parâmetro bastante correto para si mesmo, e foi coerente ao longo de todo esse tempo. Nada me leva a crer que mudaria agora.

O Gabeira não é um anjo. Aliás, não conheço anjos; se vocês conhecerem me apresentem, por favor, porque eu teria o maior prazer em encontrar algum representante da espécie (mãe não vale).

O Gabeira faz política, e é, conseqüentemente, político; mas não a qualquer preço.

A vida inteira ele lutou com convicção pelo que considerava correto. Como ser pensante cujas idéias evoluem ao longo do tempo, nem sempre o que achava correto numa determinada época acharia correto hoje -- por exemplo, seqüestrar o embaixador americano.

(Por coincidência, o que ele e eu achamos correto politicamente sempre coincidiu, quase que ponto por ponto, ao longo dos anos. Quando o embaixador foi seqüestrado, eu achei ótimo e, ainda hoje, continuo achando que foi um belo e ousado gesto para a época e para os tempos que se viviam -- a despeito de, com isso, terem sido libertados o Zé Dirceu e o Vladimir Palmeira.)

Embora político, o Gabeira não põe a política e as ambições do poder acima da sua vida de homem de bem. Para mim, isso basta.

Já o Eduardo Paes é o oposto exato do Gabeira como filosofia de vida e de trabalho. E, para mim, isso basta também.

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