11.11.08





Hoje lembrei dessa música, que adoro, por causa de uma discussão que rola no blog do Caetano sobre a palavra mulato e o politicamente correto -- mas a meu ver perfeitamente ridículo -- afro-americano. Escrevi lá, aliás, que não adianta mudar a terminologia enquanto não se muda a atitude. A maioria das palavras que caiu na malha do politicamente incorreto não era pejorativa na origem; o que as fez odiosas foi o preconceito que estava, e em muitos casos ainda está, por trás do que é dito; em como se diz o que é dito.

Independentemente do absurdo geo-político que representa, African-American já começa a ser considerada uma expressão pejorativa por muita gente nos Estados Unidos. Daqui a pouco, cairá em desgraça, substituída por Black-American ou lá o que se invente. Vai adiantar tanto quanto acabar com a lepra por decreto.

Não são as palavras que definem o racismo (ou o preconceito de qualquer espécie), mas o racismo que contamina as palavras.

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