Consegui passar o fim-de-semana quase todo longe do computador (espiadinhas pelo celular não contam); com isso, consegui arrumar uma quantidade de livros, separar toneladas de jornais e revistas velhas para por fora, começar a reorganizar os DVDs em função da estantezinha nova que ficou pronta há mais de um mês, terminar de ler um livro (Os Irmãos Karamabloch, do Arnaldo: extraordinário!), ler outro (Shakespeare, do Bill Bryson: pequenino mas muito bom) e, last but not least, brincar um bocado com os gatos.
Os véinhos, no fundo, só querem carinho, mas o Irineu exige que a gente jogue bolinhas de papel para ele. Agarra todas, no ar; depois leva uma por uma até algum dos bebedouros e fica lá, mexendo, até que ela esteja quase se desfazendo; aí traz aquela maçaroca pingando pela casa e deposita ao meu lado.
Levei um tempão até entender o que ele queria dizer com isso, mas acho que já descobri o mistério. A minha impressão é que ele mata as bolinhas afogadas, e depois as traz de presente, como se fossem, digamos, uma barata ou um camundongo.
As bolinhas afogadas são um presente.
Às vezes acordo com a cama cheia de fragmentos de papel, que ele trouxe, diligentemente (e aos berros), durante a noite.
Nessas horas, agradeço muito aos céus não ter nem baratas nem camundongos por aqui.
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