Se a música parecer familiar é porque é mesmo: na Inglaterra, atende por "God Save the Queen" e é o hino nacional. Nos Estados Unidos é apenas um hino como, digamos, o nosso Hino à Bandeira. De todos os hinos americanos, é o de que mais gosto, porque sua principal personagem não é tanto a pátria, quanto a liberdade. "America", ou "My Country Tis of Thee", como é mais conhecido, brilhava no hit parade dos anos 70, quando música boa era música de protesto. Esta foi a melhor versão que consegui encontrar no You Tube.
My country, 'tis of thee,
Sweet land of liberty,
Of thee I sing;
Land where my fathers died,
Land of the pilgrims' pride,
From every mountainside
Let freedom ring!
My native country, thee,
Land of the noble free,
Thy name I love;
I love thy rocks and rills,
Thy woods and templed hills;
My heart with rapture thrills,
Like that above.
Let music swell the breeze,
And ring from all the trees
Sweet freedom's song;
Let mortal tongues awake;
Let all that breathe partake;
Let rocks their silence break,
The sound prolong.
Our father's God to Thee,
Author of liberty,
To Thee we sing.
Long may our land be bright,
With freedom's holy light,
Protect us by Thy might,
Great God our King.
As eleições lá em cima são amanhã.
Acho que Obama tem que ganhar, ou aquele país vai estar perdido.
Não é que eu acredite que o cidadão Barack Obama, em si, poderá fazer muita coisa; ele não é herói de história em quadrinho, não tem super poderes, nem poderá desfazer, a curto prazo, as barbaridades perpretadas por Bush e pela quadrilha que com ele se instalou no poder.
Mas eu acredito MUITO em idéias.
Acredito na energia gerada pelas idéias, no entusiasmo que as idéias podem despertar nas comunidades e no poder transformador das idéias -- para bem e para mal.
A idéia Obama -- como era a idéia Gabeira aqui no Rio -- é a idéia de uma nova forma de fazer política: mais transparente, mais moderna, menos calhorda.
A idéia Obama é a idéia de que nenhum país pode prescindir dos demais, nem mesmo os Estados Unidos, que se acreditam auto-suficientes.
A idéia Obama é também, e sobretudo, a rejeição à idéia Bush, vale dizer, ao maior conjunto de mentiras, imoralidades e crimes jamais visto nos Estados Unidos.
Vai ser muito difícil desfazer a (justificada) onda de anti-americanismo que se espalhou pelo mundo. A eleição de Obama, porém, será um passo da maior importância nesse sentido, porque o desejo de mudança refletido na sua escolha implica uma rejeição à forma como o pais se conduziu até agora.
Já uma improvável eleição de McCain aponta em direção diametralmente oposta: os Estados Unidos estarão reafirmando, através dela, a sua fé na guerra, na cultura do medo, na supressão dos direitos civis e na mais predatória das políticas econômicas.
Como brasileira, só me resta torcer para que lá, ao contrário do que aconteceu aqui no Rio, a banda podre seja, enfim, defenestrada.
Tenho netos americanos e gostaria muito que eles crescessem num país mais parecido com o que conheci nos anos 70, em que a liberdade individual era sagrada, o bem mais precioso que se podia ter.
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