3.6.07

Habent sua fata libelli

carnivore me perguntou, no post que mostra a Manya Millen, editora do Prosa e Verso, cercada dos lançamentos da semana, o que acontece com os livros que chegam à redação. Esta é uma pergunta mais ou menos recorrente, e não muito fácil de responder porque, todos os dias, chegam dezenas de livros, não só para o Prosa e Verso como para diversos editores e colunistas, e os seus destinos são os mais variados.

No Prosa e Verso, os melhores são distribuídos entre as pessoas que escreverão a respeito deles. Alguns ficam com o pessoal que trabalha no caderno; e as duplicatas e os menos cotados vão para uma "feirinha" muito disputada na redação.

Eu costumo me dar muito bem nessa feirinha, porque a Informática é vizinha do Prosa e Verso e, assim, sou uma das primeiras a perceber o que está acontecendo. Ajuda também o fato de freqüentemente eu me interessar por livros que não são exatamente os mais populares. A proximidade das duas editorias favorece também uma outra grande traça da redação, o Nelson Vasconcelos.

Há ainda uma caixa de papelão ao lado da mesa do Xexéo, onde a gente encontra muita coisa interessante e larga muita coisa desinteressante. "Interessante" e "desinteressante" são, naturalmente, adjetivos subjetivos, de modo que é grande a rotatividade na caixa. A diversidade de gostos na redação é sensacional; praticamente não há assunto que não tenha seu especialista por lá.

Além disso, mesmo quando um livro não é de interesse imediato para ninguém, há sempre quem tenha bibliotecas de estimação para onde faça doações, quem tenha crianças ou adolescentes em casa ou parentes que se amarrem numa Nora Roberts ou num John Grisham.

Enfim: praticamente não sobra livro sobre livro.

As exceções são os que não conseguem interessar a ninguém -- e não conseguir interessar a ninguém numa redação daquele tamanho é um fracasso tão retumbante que chego a ter pena dos enjeitados. Eles ficam meses e meses rodando pelas caixas, pelas mesas comuns, pelo topo dos armários.

Um dia, finalmente, somem para sempre, varridos por uma faxineira zelosa que não agüenta mais ver tanta bagunça.

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